Minha alma entregue aos gozos da peçonha
Que molda o meu futuro, e me incandesce,
A sorte não se crendo nunca tece
Além do que esperança ainda sonha.
Nos olhos a mortalha me envergonha
E o quadro feito em dor, ternura e prece,
Já não me ouvindo mais, agora esquece
E um tempo em desventura se componha.
Erguido sobre os restos, as carcaças
Dos homens que pensaram liberdade,
Ao fim da leda história, esta inverdade
Mostrada quando em risos esfumaças
E tramas num intenso gargalhar
A morte neste imenso lupanar...
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