Na decomposição dos seres vivos
A fome se matando em mortes tantas,
No eterno movimento, risos, mantas
Por quer sermos pernósticos e altivos?
A própria natureza traz seus crivos
E ao vê-los com certeza desencantas,
Da imensa podridão que tu decantas
Benéficos cadáveres. Nocivos?
Se deles somos feitos e refeitos,
Por que então teríamos direitos
De comandar a vida se é da morte
Que nós sobrevivemos, e deveras
A fera que se fez entre mil feras
Pensa ser diferente a sua sorte?
No comments:
Post a Comment