Globalizado mundo e eu seguindo disperso
Ainda preso ao tempo insólito tutor
Penando por pensar se ainda existe amor,
Esqueço a realidade e volto ao velho verso.
E quando no passado adentro e sigo imerso
Volvendo a ter no olhar, diversa e opaca cor,
Quem dera se pudesse ainda no sol-pôr
Trazer para um soneto a luz deste universo.
Mas sei que na verdade, ultrapassado e velho,
Cadáver de um poeta, um vago escaravelho
Medonha criatura, em naftalina, eu guardo
A foto em preto e branco aonde me desnudo,
Empoeirado verso; eu sei quanto me iludo
Globalizado mundo: imenso e duro fardo...
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