Mãe me remetes ao útero, ao colo, a ingenuidade do amor sem dívidas nem dividendos;
Ao amor primário, primeiro, intrínseco, divino.
O amor sem medos e sem segredos, puro e íntegro. Latente e inerente, portanto inteiro.
Mãe, falar teu nome emblema de vida, de luta, sem segredos outros que não o próprio amor.
Lembras-me o inerente amor de Deus pelo homem, repetes esse milagre, é o ideal realizado, nas próprias entranhas do amor.
Quando criança, tinha a distância amiga e acolhedora do colo protetor, segurança para a criança que se desenvolvia, incapaz de adivinhar as pedras do caminho; sempre afastadas pelas mãos macias que me acalentavam, deixando os olhos livres para olhar para o horizonte.
Cumprias o milagre de Midas, transformando em ouro tudo o que tocavas principalmente as esperanças do moleque livre, correndo entre laranjais, entre as quebradas dos sertões da alma; onde acalmavas meus anseios com teus fartos seios acolhedores e belos.
Minha mãe, meu início e princípio, certeza de amanhecer com alegria e, na dor, acolhedora esperança.
A mãe Terra, a mãe embriagante como o canto da vida por onde emana a eternidade do universo, agasalhando os frios da lida, acompanhando nos tombos e nos vôos.
Tenho-te tão próxima e tão distante, mas constante; em todas as partidas da vida e em todos os reinícios, todos os renasceres nos víveres e nos viveres.
A manca vida, nos solavancos diários, aprendida e apreendida a cada curva da estrada, a cada passo mal dado, a cada espinho e espreita, a cada cilada, na calada e na caída. Cálida presença.
O amor de quem nunca cobra, da que nunca nega, nas refregas da existência, a cadência da esperança.
O amor que nunca morre, que escorre e se alastra, transmuda, transporta, trafega pelas entranhas, num cordão que se distende, mas nunca se rompe, nunca se extirpa, nunca se corta.
Na porta aberta do amanhã, a certeza na frente da luta, do embate, nesse combate sem tréguas, sem mágoas, sem dívidas, sem dúvidas.
A garantia de que o mundo será melhor, bem melhor se ouvirem vossas vozes, mães.
A cadência do coração acelerado e acalentado, da febre mitigada, da dor amortecida, da luz incendiada e ascendida.
Abrindo os olhos e vejo, no atropelo das lágrimas da distância, os olhos caridosos e puros, mãe dos homens, mãe de Deus, mãe da vida...
Tua mansidão firme e sem medo seja o segredo da vida, compreendido pelos filhos ignaros que se a ti se remeterem encontrarão as respostas para as injustiças da vida.
Está no teu amor o grande segredo para a salvação dos teus filhos, no mitigar da dor, no compartilhar, no crescer e no podermos transformar a humanidade num filho pródigo da GRANDE MÃE TERRA.
Geradora e mantenedora de todos os seus filhos, muitas vezes ignóbeis.
Mãe, princípio e final. Caminho de eternidade.
Nos dias todos da vida, que Deus permaneça conosco e que, ao olharmos para ti, possamos sempre nos lembrar disso.
Amando nossos irmãos, todos, perdoando seus erros e, principalmente, unindo-nos para que não haja mais fome, miséria e injustiças.
Para que todos sejam, realmente dignos de ti, MÃE!
Posso perceber que no fundo todo mundo tem sua âncora....
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