Resta um pouco de perfume
Nas minhas mãos tão cansadas,
Essa mulher, meu queixume,
Tantas noites, recordadas...
Para que vou protelar,
O que não tem serventia,
Eu só queria um lugar,
Repousar a valentia...
Tanto tempo, tudo pode
Nada a prazo, tudo à vista,
Me escondendo num pagode,
Eu vou acabar budista.
Nos teus pés, já bem cansados
Belos pés, se estás descalça,
Nas danças, abençoados;
Na serenata de valsa...
Não quero mais valentia
Nem tampouco tempestades,
No tanto que me cabia,
Não cabe felicidade...
Te proponho conhecer
O que em mim não saberia,
No teu corpo, me perder,
Raiando essa poesia...
Galo cantando, manhã,
O sol vem devagar, manso,
Meu amor sem amanhã,
Maremoto no remanso...
Cansaço de tantos medos
Segredos destes cansaços,
Quero saber teus segredos,
Me prendendo nos teus braços...
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