UM VELHO TIMONEIRO
Um velho timoneiro em mar comum,
Bebendo a noite inteira não percebe
Que a vida transformada, amargo rum,
Apenas transferindo o que recebe
Não deixa resistir mais sonho algum,
E a dura solidão já se concebe
A morte clareando e neste zoom
Percorre a mais distante e amarga sebe.
Um velho timoneiro neste bar
Em meio a tantos risos, gargalhadas,
Saudoso, com certeza de outro mar
Afoga-se depressa em aguardente.
Não tendo sequer luzes, alvoradas,
Aos pouco vai morrendo e nada sente...
MARCOS LOURES
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