Andei por essa vida qual sonâmbulo!
Verti, da realidade, todo o senso...
Sorvi da crueldade esse preâmbulo
A transmudar nossa vida em imenso
Deserto. Nos cigarros, caranguejo;
Nessas minhas manhãs inconcebíveis,
Restando tão somente um vil desejo:
Penetrar teus desertos mais temíveis!
Andei por essa vida sem remédio,
As dores tão constantes causam tédio...
As fúnebres lembranças, solidão...
Tetânicos espasmos, coração...
Nem a fé acompanha mais meus passos...
A morte, sorridente, mostra os braços!
No comments:
Post a Comment