O que seria o mundo sem coração? Exatamente o mesmo que uma lanterna sem luz: nada! Goethe
Quem não ama e não sente desta vida
O gosto da alegria e da tristeza
O sonho e fantasia da beleza,
A glória de viver se foi, perdida...
Também quem não sentiu o vento manso
Batendo levemente no seu rosto
Ou não teve sequer nenhum desgosto
E nunca descansou em um remanso.
Quem jamais percebeu suavidade
Na mão que acaricia levemente,
Quem nunca teve o gozo da semente
Que brota, num segundo, eternidade;
Vencido pelo medo nunca amou
Nem soube da fantástica ilusão
Que comanda esse jovem coração
Num rumo mavioso, Deus traçou.
Quem jamais sentirá dor e saudade
Do beijo que esta vida nunca deu,
Quem sempre se esqueceu e não viveu,
Distante se escondeu da majestade
Divina desta vida em pleno gozo.
Não sabe do sabor e frescor d’água
Da fonte cristalina. Pura mágoa
Domina um ser humano desastroso...
Pois quem, sem coração, vai pelo mundo,
Mal sabe que jamais será capaz
De entender o valor da eterna paz.
Pois nasceu e morreu, tudo num segundo...
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