Tempo que devorando me devora,
Acaba tão depressa que nem sinto.
O tempo que eu queria, não te minto,
Parasse e não passasse a toda hora.
Pressinto que não tenho tempo, amada,
De ter o teu amor que sempre quis.
Se o tempo de viver, de ser feliz,
Passando não me deixa quase nada.
Se espero, desespero, e não me tens.
E se corro, escorrendo o tempo voa,
Impávido não pára e nem perdoa.
Esquece tão depressa se não vens.
Portanto neste tempo tanto tento,
Que invento a todo tempo teu amor.
E se tento escapar, por onde for,
Teu amor nunca sai do pensamento.
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