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O quanto esta paixão sempre arrebata
Tomando o meu cenário, faz a festa
Vontade de saber em serenata
O brilho serenando uma tempesta.
Depois de tanto tempo solitário
Eu vejo ser possível nova dança
Amor que sempre fora temerário
Agora a plenitude; enfim, alcança.
Beijando a tua pele, com carinho,
Sentindo este arrepio me tomando.
A noite se passando de mansinho,
O vento da alegria se faz brando.
Colheita mais sublime de um jardim,
Esparramas teu gozo sobre mim.
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Esparramas teu gozo sobre mim,
Na lava que me queima e me sacia.
Eu quero estar contigo até o fim
Mordiscas meus desejos, alegria.
Aguando tuas flores, teu jardim,
Enaltecendo sempre a fantasia
Do mundo que nos mostra em tal festim,
Um gesto de calor e de euforia.
Serenos vão caindo em nossos portos,
Corpos que se buscam, sem fronteiras.
Destinos que julgávamos tão tortos
Molduram em delícias; novos planos
De noites tão fantásticas, ligeiras,
No fogo destes sonhos sobre humanos...
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No fogo destes sonhos sobre humanos
Amor incendiando a nossa vida,
Vencendo os mais temíveis desenganos
Estrada demonstrando uma saída.
Meu verso te buscando, segue ao léu,
Estrelas espalhando em nossa cama,
Girando a fantasia em carrossel,
Durante a noite inteira amor te chama.
Estenda, por favor, um laço ao menos,
Deixando que eu perceba assim um rastro
Tramando outros momentos mais amenos,
Da vida uma certeza feita em lastros.
Se a solidão, algoz, inda persiste,
Distante dos teus braços, fico triste.
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Distante dos teus braços, fico triste,
A vida vira logo uma bobagem,
Amor que tu bem sabes já resiste
Não sendo mais um sonho, uma miragem.
Convida para a vida que persiste
Com força e com carinho em boa aragem,
No coração, amor que sei existe,
Fazendo no meu peito uma viagem
Que leve aos olhos teus, olhos sedentos
Dos teus, momentos lindos de viver.
Rondando tua cama, fortes ventos,
Chamando para a noite em tal prazer
Que invadem todos estes sentimentos
Fazendo deste amor meu bem-querer...
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Fazendo deste amor meu bem-querer
Razão para que eu possa prosseguir,
A cada novo tempo irei saber
Aonde me encontrar ao te sentir.
Eu venho de um passado dolorido,
Vencido pelos medos e tristezas,
Agora nos teus braços, envolvido
Eu venço em alegria a correnteza.
Não quero mais surpresas, eu garanto,
Cansado de lutar sem esperanças.
Apenas derramando amargo pranto
Quem sabe nos teus laços, alianças,
Teu corpo, estas estradas conhecidas,
Minhas mãos percorrendo ensandecidas
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Minhas mãos percorrendo ensandecidas
Teu corpo, porto, cais que revigora.
Contorno minhas noites, nossas vidas,
E chamo-te pra cama. Vem agora!
Meu desejo te pede sem ter hora,
E lambe tuas pernas distraídas.
Do amor que tanto tenho se decora
E sabem dar prazer, mãos pedidas
E tanto desejadas. Quero mais,
Repito logo a dose e me inebrio,
Tocado pelo fogo do teu cio,
Sentindo-me de tudo ser capaz
Até que no final, extasiado,
Dormindo entre estas pernas, do teu lado...
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Dormindo entre estas pernas, do teu lado
Jamais retornarão as tempestades
Meu canto de teus olhos, encantado
Permite que se entendam liberdades.
Não vejo outro caminho em nossa vida,
Senão retribuir cada carinho,
Estrada tantas vezes percorrida
Permite que se aviste em ti meu ninho.
Não tema a solidão, venha comigo,
A fera se escondeu pra nunca mais,
Não vejo mais sequer algum perigo,
Felicidade agora é nosso cais,
Sabendo nosso amor, qual firme escolta,
Amiga; eu te garanto ela não volta.
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Amiga; eu te garanto ela não volta.
Jamais retornará ao velho ninho.
Desculpe se a saudade traz revolta
Ao peito que se perde em desalinho.
Um grito no vazio, sempre solta
Aquele que caminha tão sozinho.
Quem dera se encontrasse alguma escolta
Em quem me prometesse um só carinho...
Eu te agradeço o braço tão amigo
De quem sabe e conhece cada passo
Que dei em minha vida,
O
Quem dera se viesses já comigo
Assim me bastaria só teu laço...
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Assim me bastaria só teu laço
Semente cultivada com fervor,
Amada ao ter firmeza em cada abraço
O tempo de viver, encantador.
Do medo nem resquícios, sigo em frente
Vencendo qualquer dor que um dia venha
No peito a fantasia plenamente
Aquece a nossa noite, fogo e lenha.
No fogaréu dos sonhos cada espera
Permite que se veja esta amplidão
Amor que se cevou na primavera
Promete eternidade de um verão.
Colheita feita em belos, raros, ramos,
Percebo em cada passo que nós damos.
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Percebo em cada passo que nós damos
Em direção ao bem tão absoluto
Que amor que não permite que tenha amos
Bendiz a cada dia o raro fruto
Que é feito em cada passo que sonhamos
Impede que haja morte ou mesmo luto.
No dia em divindade que traçamos
Jamais conheceremos jogo bruto.
Mas amor é doído e causa danos
A quem não se percebe enamorado.
Por vezes se povoa
Distante
Por isso é que ao passar de tantos anos,
Eu continuo sempre do teu lado...
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Eu continuo sempre do teu lado
Sem nada que me impeça, vou contigo.
Meu verso se mostrando extasiado
Deixando para trás qualquer perigo.
Nas mãos que se derramam em ternura
Eu tenho a sensação de ser mais forte.
Enquanto a fantasia se depura,
Traçamos lealmente o nosso Norte.
O mundo prometido se apresenta
Nas mãos de quem percebe o que bem quer.
Ternura com certeza me apascenta
Vencendo qualquer fera que vier.
Encanto que vislumbro; tão dileto,
Amiga na procura por afeto
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Amiga na procura por afeto
Vagamos multimídias universos.
Meu mundo ao mostrar mais incompleto
Estende cada braço nestes versos.
Momentos tão difíceis e perversos
Passamos sem um colo mais dileto
Embora a tela mostre-se um objeto
Provoca sentimentos tão diversos.
Compartilhando tudo o que puder,
Eu quero ser amigo mais leal.
Nas horas mais difíceis e vazias
Quem sabe noutro dia se quiser
Na troca de carinhos, afinal,
As nossas noites deixem de ser frias...
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As nossas noites deixem de ser frias
Trazendo este calor que necessito,
Restando tão somente as alegrias
Eu vejo amanhecer bem mais bonito.
Depois de tantos medos e temores
Amor modificando o meu caminho
Estende em suas mãos os resplendores
Decerto nos teus braços não definho.
Ternuras se agigantam; nada as cala
Nem mesmo uma saudade ou solidão.
Enquanto a tempestade me avassala
Nos olhos de quem amo; uma amplidão.
Não tema mais as dores nem o frio
Encanto feito amor; eu propicio.
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Encanto feito amor; eu propicio
Sabendo que tu vens sempre comigo,
Derramas sobre nós gozo em rocio
Amor que há tantos anos eu persigo.
Recebo cada verso que tu fazes
Com toda essa emoção rara e suprema,
Permites que eu conceba firme base
Rompendo do passado cada algema.
Entendo ser possível ser feliz
Tocado pelo vento da paixão
Quem fora no passado um aprendiz
Aprende com certeza essa lição.
Tu sabes deste sonho que retrata
O quanto esta paixão sempre arrebata
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