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O peito enamorado. Rondo estrelas
Vagando em busca deste claro sonho
Enquanto em alegrias tu atrelas
Beleza sem igual que ora componho.
Vicejas com sorriso a poesia
Traçando em flórea senda o meu caminho.
Na tela que tu teces já se cria
Remanso em placidez em que me aninho.
Sabendo deste encanto eu sempre insisto
Fazendo de meus versos instrumento
Aonde se perceba este benquisto
Desejo apascentando algum tormento.
As noites do teu lado são de galas,
Ouvindo o canto doce em que me falas...
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Ouvindo o canto doce em que me falas
Do amor que nos transforma em seres santos.
Tu deixas os problemas noutras salas
E mostras tão somente os alvos mantos.
Porém uma verdade nua e crua
Se mostra necessária nestes versos.
Se a vida para nós já continua
Eu te agradeço amada, pois diversos
Enganos que eu cometo dia a dia,
Omites por amor, dedicação.
A vida tão perfeita não seria
Se não houvesse em ti a claridade
E todo este poder de dar perdão
A quem tanto se engana, na verdade...
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A quem tanto se engana, na verdade
Jamais perdoará qualquer falseta
Amor quando não sonha liberdade
Um erro sem igual que se cometa.
Não vejo mais temores se estou certo
Do quanto que desejo estar contigo.
A cada novo engano eu sempre alerto
Tentando, tantas vezes, mal consigo.
Se eu tenho esta alegria de viver
Decerto em tua praia faço porto.
Não quero, novamente, me perder,
Nos braços de quem amo, um sonho aporto.
Os temporais se mostram verdadeiros
No vento que balança mil coqueiros
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No vento que balança mil coqueiros
Nas ondas deste mar, em alva areia,
Os sonhos se tornando verdadeiros
Ao canto esplendoroso da sereia.
No peito passarinhos
Promessa
Os olhos desejosos seresteiros
Clamor que com calor nos incendeia
Amor que se reclama e me alucina
Matéria tão divina, prazer humano.
Distante do que sei ser desengano
Na boca a fruta doce e cristalina,
Nos olhos esperanças de outro plano
Delícia feita em beijo e cajuína...
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Delícia feita em beijo e cajuína
Na boca da morena mais audaz,
Desejo que guloso nos domina,
Durante a caminhada, satisfaz.
Beijando uma esperança, sigo alerta
Bebendo cada gota de suor,
A fome de viver cedo desperta
Sabendo deste encanto bem maior.
No quanto procurei e sei agora
Do amor que me tortura e que se salva,
Beleza desta noite nos decora
Vivendo a fantasia sem ressalva.
No corpo da princesa, sensual,
O vento se desdobra em vendaval
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O vento se desdobra
Deixando
A vida recobrando cada aval
Transtorna sem sentido figurado.
Teu canto mavioso e sensual
Convida para o sonho demarcado
Por gosto de ventura, sol e sal,
Mistura tango, dengo, samba e fado
Assim nós vamos soltos pela vida
Atados por um laço sempre forte.
Não quero ter a dor da despedida
Tampouco o triste fim em desamor.
Que a vida nos impeça cada corte
Trazendo o vendaval com destemor...
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Trazendo o vendaval com destemor
Eu faço deste encanto, tempestade.
Sabendo da importância desse amor
Vislumbro no final, felicidade.
Encontro em tuas mãos vários segredos
Enredos tão diversos, mesmo mote.
O vento balançando os arvoredos
Vontade que se expõe jamais se esgote...
Revendo cada passo tento a sorte
Mudando a direção do temporal.
Bonança não promete novo Norte
As alegrias fogem do embornal.
Olhando o teu olhar ora revejo
Meninos descobrindo o que é o desejo.
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Meninos descobrindo o que é o desejo
E toda insanidade que ele traz.
A mão audaciosa, o nosso beijo,
A noite e a solidão, o medo, a paz...
Os primeiros poemas, num versejo
Ingênuo, muito aquém de um verso audaz,
Porém com todo sonho que é capaz
Quem tem na vida um rápido lampejo
Do qual a mocidade se nutria,
As pernas tão distantes, o portão.
A dança, as febres loucas, fantasia.
Princesas e castelos, cavaleiros
No jogo fascinante da paixão
Decerto dentro em nós são verdadeiros...
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Decerto dentro em nós são verdadeiros
Os ritos generosos e gentis.
Bebendo em fanatismo tantos cheiros
O fogo da paixão nos faz feliz.
Embora tantas vezes se sonegue
Momentos de perdão; vamos em frente.
Vivendo esta emoção prossigo entregue
Buscando um novo dia que se invente.
Às vezes esta estrela que me guia
Perdendo seu caminho, aqui me deixa
E quando se demonstra fugidia
Não ouve dos meus sonhos qualquer queixa.
Além do que se mostra ou mesmo pensa
Eu procurei-te, embalde, em noite imensa,
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Eu procurei-te, embalde, em noite imensa,
Transido pelo frio que fazia
Nevasca dentro da alma, mais intensa.
Distante da alvorada longe o dia...
Sem nada que encontrasse que convença
Que inda pudesse ter uma alegria.
Do vento, o seu bafio qual ofensa
Batendo na janela,
Uníssona
Passando a noite inteira, eu vou sem ti
Cruzando as portas negras da saudade...
Porém ao sol nascer eu percebi
Que estavas de chegada, então sorri
Sentindo renascer a claridade...
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Sentindo renascer a claridade
Quem há de me negar imenso brilho?
Vivendo toda noite esta saudade
Caminho mais diverso, imerso eu trilho.
Dispersos pensamentos te buscando,
Estrela que se foi em trevas tantas.
Ao mesmo tempo sigo te cevando.
Tu sabes quando sempre já me encantas.
Meus olhos não se cansam; mesmo à toa.
Na moldura do céu querem faróis
Apenas o vazio ainda ecoa
Tornando silenciosos arrebóis...
Uma esperança algoz ora te caça
Na valsa que avança na noite que passa
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Na valsa que avança na noite que passa
Amor não disfarça já vem galopante
Azar é fumaça que vem num instante
Teu corpo aguardente, meu vício e cachaça
Eu quero comigo, teu beijo dengoso
Amor sem perigo, formato gentil,
Beijo delicado, querida é fogoso
Da cor do pecado, sabor mais sutil
A noite enveredo contigo do lado,
Balança arvoredo se mostra mais forte,
O vento chegando, molejo marcado
Carinhos trocando curando do corte
Que a vida nos trouxe num tempo esquecido,
Amor de verdade, caminho cumprido...
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Amor de verdade, caminho cumprido
Sentindo o vento manso da emoção
Embora tantas vezes repartido
Ainda sinto forte, o coração.
Batendo em descompasso vez em quando
Num alvoroço expressa o quanto quer
Por mais que inda perceba desabando
Deitando sobre os braços da mulher
Que às vezes foi rainha, noutras bruxa
Nas ondas deste mar vai e retorna
Enquanto a solidão por vezes puxa
Retorna da tempesta em água morna.
Mas vence no final e se deleita
Terçã nossa paixão, lembra maleita...
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Terçã nossa paixão, lembra maleita,
Queimando nesta febre interminável
À noite em mil loucuras quando deita
Demonstra este segredo indecifrável
É fácil perceber quanto eu te quero
Ao mesmo tempo finges não querer.
O amor que se pretende mais sincero
Não sabe sonegar qualquer prazer.
Mas tenta disfarçar, e até consegue,
Vitórias desencantam dores trama.
Depois do vendaval estou entregue
Deitando tais vontades, nossa cama.
E quando as fantasias me revelas,
O peito enamorado; rondo estrelas.
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