Eu, para amenizar as minhas dores,
Andei por tantas ruas, madrugadas,
Bebendo de mil bocas emprestadas
Perfume feito em plástico de flores,
Insossos, na verdade, seus sabores,
Porém em frases feitas, bem marcadas,
Em loucas sensações imaginadas,
Mentiras sorridentes dos amores
Alugados por hora ou por sessão,
Já dando com certeza uma impressão
De que o prostituído nesta história
Fui eu, embora reste a falsa glória
Da pele que se deu sem nunca estar,
Distante do que um dia eu quis – amar...
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