Miséria não se acaba, pois sustenta
A corja mais pilantra que conheço,
O mundo é sempre assim desde o começo
Por mais que a sociedade se diz benta.
O fardo que ninguém jamais agüenta,
Pesado muitas vezes, reconheço,
Mas sei destes canalhas, o endereço
Na ação que ao próprio Cristo violenta.
Melhores dias; sei que não virão,
E tendo apocalíptica visão
Piora se fazendo mais notada
A cada novo tempo; mais imunda
Na súcia tão cruel e vagabunda
Miséria sendo sempre alimentada...
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