Voluptuosamente em ti eu mergulhei
Bebendo a falsa luz que tanto ainda emanas
E quando, temerária a sorte desenganas
Mudando a fantasia, encontro noutra grei
Os restos do passado, à sombra do que eu sei
Passando pela dor, por dias e semanas
Tristeza rapineira em águas tão mundanas
Fazendo do vazio a sua norma, a lei.
E tudo não passou de simples ilusão,
Aonde poderia em paz, a atracação
Se desde que me entendo, o velho ancoradouro
Deveras destruído, expondo nas ruínas
Realidade tosca, à qual já não dominas
E o sol deste verão; aonde, em vão me douro...
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