O quanto penso em crer num dia temerário
Exposto a mais cruel, terrível esperança
Que enquanto nos sacia, embalde não avança
Pudesse ter amor ainda em vida. Prepare-o.
E a sorte talvez mostre aonde eu quis sacrário
Sem medos nem engodo, a mão da temperança
Mudando a direção do dia já me alcança
E traz em alegria o amor tão necessário.
Pudesse ser real a doce fantasia
Que transforme em perdão a dor que tanto urgia
Medonho temporal; meu barco num naufrágio.
Porém o amor cobrando imensidade em ágio
Não deixa que se creia em luzes e perdão,
Matando o que pensara ainda: salvação...
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