Na arquitetura vária do universo
Perfeita sincronia se percebe,
E quanto à realidade, a velha plebe
Concebo num buraco sempre imerso
O sonho de igualdade; não converso,
Pois sei que o rico o sangue quando bebe
Não se sacia nunca e ainda recebe
As graças de um terror jamais disperso,
Pagando os seus pecados numa Igreja,
Maldito para sempre que assim seja
O abutre insaciável, este burguês,
Que enquanto esfacela uma esperança
Aos rumos mais insólitos se lança
Mantendo esta soberba em altivez.
No comments:
Post a Comment