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Nos lábios de quem amo mato a sede,
Recebo essa promessa com fervor,
Amor não é retrato na parede
É canto que se faz encantador.
Atrás de cada sonho, não descanso
Invado os oceanos, rasgo as ondas,
No quanto te desejo, sou remanso,
Nas noites solitárias, minhas rondas.
Eu vejo esta presença que persigo
Atada nos meus olhos, sem temores,
Usando o nosso corpo como abrigo
Estendo a noite imensa sem pudores.
Prazeres e vontades, raro bando,
Meu canto em poesia vai buscando.
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Meu canto em poesia vai buscando
Estrela radiosa que surgiu
Em noite mais formosa e tão gentil,
Aos poucos em meus olhos penetrando,
Tomando cada espaço, e retornando
Um sonhador que há tempos já partiu,
Agora novamente se entregando
Ao sonho mais perfeito que se viu.
Do amor que me fomenta uma esperança
De um dia ser de novo, mais feliz.
Dançar contigo, amada, a mesma dança,
Na valsa que não cansa, e que eu bem quis.
Voltando a ser do amor um aprendiz,
Concebo o nosso caso em temperança...
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Concebo o nosso caso em temperança
Embora a tempestade caia bem.
Quem tem desejos fartos por herança
Procura a noite inteira por alguém
Que traga e seja a fonte inesgotável
Aonde a solidão não tenha vez,
A boca que se mostra insaciável
Permite sem juízo, insensatez.
Uma expressão faminta em cada olhar
Catando a poesia que espalhaste,
Chegando sem ter tempo de voltar
Amor em lua mansa faz contraste
Aguardo a calmaria feita em fera,
Quem dera se viesses, primavera.
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Quem dera se viesses, primavera,
Trazendo a flor bonita do desejo,
Bebendo em tua boca, quem me dera,
Matando a minha fome a cada beijo.
Apascentando a fúria feita fera
Desta vontade louca, onde latejo,
Querendo-te desnuda à minha espera,
No gozo deste amor que tanto ensejo.
A vida não seria mais tão pálida
Corada em teus olhares, teus matizes,
A borboleta vale esta crisálida
Que, temerosa foge de meus braços.
Um dia nós seremos mais felizes,
Unindo nossos corpos, firmes laços....
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Unindo nossos corpos, firmes laços
Dançando em plena lua, tais magias
Deixando os medos velhos, gris, escassos
Argêntea solução que me dizias.
Entranho o pensamento de quem quero,
Tenazes, os momentos, várias luzes
O gesto mais profícuo, pois sincero,
Em gozos e prazeres reproduzes...
Das cruzes do passado, nem sinal,
O tempo remoçando uma esperança.
Nas peles sem fronteiras, carnaval,
O riso em farto fogo, agora dança.
Vogando neste mar, bela amplidão
Tracejo em meu caminho, a direção.
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Tracejo em meu caminho, a direção.
Aos braços de quem amo, e não vacilo.
Tocado pelo fogo/sedução,
Felicidade intensa eu já destilo
Em cada verso meu, prazer e glória
De ser teu companheiro de viagem.
O rumo perseguido em nossa história
Não é somente um sonho, uma miragem.
É verdadeiramente um novo marco
Que traz na travessia um vento manso.
Levando para a praia o velho barco,
Regaços de quem quero; meu remanso.
Assim dois passageiros desta vida,
Encontram neste amor, rumo e saída...
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Encontram neste amor, rumo e saída
Perguntas que não posso mais calar.
A sorte em nossas camas estendida
Não vê qualquer problema em se mostrar.
O céu contaminado que deitara
A escuridão por sobre nossos passos,
Tornando uma alegria quase amara
Perdeu, há tanto tempo seus espaços.
Vencendo o vendaval, amor se encanta
Ludibriando os medos, peito em riste
Sabendo da emoção que é farta e tanta
Não deixa mais a vida seguir triste
Seguimos nosso rumo em destemor,
Atados pelos elos deste amor
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Atados pelos elos deste amor
Que, intenso, não permite que duvide
Da força em que arrebata, sedutor,
E nele o meu futuro se decide.
Encantos que espalhaste pelo chão,
Estrela radiosa em poesia,
Pendores sem limites da paixão,
Nos laços que este amor, divino, cria.
Tatuas no meu peito as tuas garras,
Reféns do deus erótico, seguimos.
E ao bendizermos sempre tais amarras
Alçamos cordilheiras, e nos cimos
Mergulhamos em busca do infinito
Do amor que em perfeição, divino rito...
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Do amor que em perfeição, divino rito
Eterno reviver de uma esperança
No quanto em nosso amor eu acredito
Expresso a cada verso, temperança;
Disperso. Tantas vezes caminhei
Universos distantes, mar imenso.
Agora que em teus sonhos mergulhei
A cada novo dia eu me convenço
Que enfim, depois de tanto agora eu tenho
Um mundo mais pacífico e sincero,
Estrelas no meu peito, eu já contenho,
Sabendo perceber o que mais quero.
A sorte de viver se bendizia
Querida, neste amor com maestria
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Querida, neste amor com maestria
Ensinas o poder da sedução,
Moldando minha vida
No
Pras dores que carrego há tanto tempo
E os medos, um flagelo pra quem ama,
Ultrapassando cada contratempo,
Mantendo sempre acesa a velha chama
De uma esperança feita em sonho breve,
Caminhos bem floridos da existência,
E deixando a minha alma assim mais leve.
Ensina-me a ter toda a paciência
Alçando um mundo novo e encantador,
Granando todo dia, intenso amor...
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Granando todo dia, intenso amor
Colheita garantida em alegrias,
Um bom e verdadeiro agricultor
Já sabe, o que em carinhos me dizias.
Cevando com fervor este canteiro
Não temo as intempéries. Sigo em frente
As mãos de um delicado jardineiro
Prometem maravilhas, de repente
Assim sabendo disso eu sempre tento
Viver cada momento em plena glória
Protejo contra a chuva, encaro o vento
Sabendo que terei farta vitória
Regando com ternuras e esplendores,
Recolhendo no canteiro as belas flores.
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Recolhendo no canteiro as belas flores
Sentindo o teu perfume delicado,
Recebo de teus beijos tentadores
Delícia de sentir o teu recado
Roçando o meu pescoço- sedução..
Tocando no meu peito com carinho,
Beijando devagar – provocação,
Desejo de ficar, assim, juntinho.
E ter os teus regaços como cais,
Volúpias invadindo, em alvoroço.
Querendo estar contigo sempre mais;
Se no teu corpo, amada, eu me remoço
A fonte divinal da juventude,
No amor que verdadeiro, não me ilude...
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No amor que verdadeiro, não me ilude
Encontro a perfeição que tanto eu quis,
Eu sempre te amarei mais do que pude
Sabendo que afinal, eu sou feliz.
Eu tenho nos meus olhos a certeza
Do brilho de teus olhos, meus faróis,
A vida vai seguindo em correnteza
Buscando amanhecer, mesmos lençóis
Célere, caminhando sem temores,
Expressa eternidade o teu carinho,
Sentindo em minha pele tais fulgores,
Jamais me imaginei, ledo e sozinho.
Das pedras, dos espinhos, não mais sei,
Amar: a mais sublime e bela lei...
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Amar: a mais sublime e bela lei
Tornando a nossa vida mais humana,
Do quanto tantas vezes desejei
Ternura sem igual teu braço emana;
Adentro as paisagens mais perfeitas,
Cenário inesquecível, riso e glória
Enquanto em poesias tu te deitas
A vida renovando a mesma história
Amor que se percebe um andarilho,
Deitando em mansa esteira, faz a festa,
Não tendo, com certeza um empecilho
Felicidade plena nos atesta.
Teu corpo minha cama e minha rede,
Nos lábios de quem amo mato a sede.
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