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Deitando meu amor em mansa rede
Não quero mais problemas nem rancores,
A boca que se entrega em tanta sede
Procura nos teus lábios sedutores
A fonte inesgotável de prazer,
Fazendo de teu corpo porto e cais.
À noite lado a lado eu posso ver
Momentos fabulosos, magistrais.
Estampas num sorriso o que tu queres,
Recíprocas vontades, disso eu sei.
Festança no banquete em mil talheres
Durante a vida inteira, amor; busquei,
Do amor que feito luz em nós incide
Já tenha uma certeza, não duvide.
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Já tenha uma certeza, não duvide.
De todo o sentimento que alimento.
A luz de teu carinho sempre incide
Sobre o meu corpo e queima em fogo lento.
Porém se tu quiseres incendeias
Em chamas bem mais fortes, nossas noites.
Amor trago comigo em minhas veias
E compartilho assim, nestes pernoites.
Eu quero lambuzar-me no teu mel,
Alçando um vôo livre em tuas mãos,
Ao descobrir teu corpo, mantos véus
Poder usufruir dos belos vãos...
Estou aqui morrendo de vontade
De poder dividir felicidade...
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De poder dividir felicidade
Eu sei, não és capaz, o que fazer?
A vida prometendo claridade
Percebe o sentimento emudecer.
Eu vejo desabar o que eu pensara
Pudesse ser a minha redenção
Carinho que se tornou pedra rara
Expressa tão somente a negação.
Eu te amo. Saberás disso algum dia.
Decerto após a chuva uma bonança
Um novo amanhecer já se anuncia
Deixando um sentimento como herança.
O anel que noutro tempo prometeste
Ao me dizer adeus; mal percebeste.
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Ao me dizer adeus, mal percebeste
Castelo desabando
Areia
Depois de tanto tempo nesta liça;
Amor que se perdendo desperdiça
A chance de viver na qual se investe
O sonho de uma vida que enfeitiça
Aquele que ilusão tanto reveste.
Mas tenho uma certeza que a saudade
Virá só me trazer boas lembranças
De tantas maravilhas nas andanças
Por mares, por estrelas e cometas.
Eu quero só guardar felicidade
Assim será contigo, me prometas...
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Assim será contigo, me prometas,
Um dia tu verás quanto eu te quis,
A vida traz em si velhos cometas
Eternamente eu sou um aprendiz
Que tenta vasculhar velhas gavetas
Buscando o que o passado não me diz,
Do amor a sensação feita em lancetas
Deixando a minha sorte por um triz.
Eu tenho, saiba disso, sete vidas,
Renasço a cada novo alvorecer,
Tentando novamente reviver
Por mais que tu me tranques as saídas
Eu tenho no meu peito a poesia,
Tu pensas que me espanta em água fria?
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Tu pensas que me espanta em água fria?
O que te fez assim logo pensar?
Eu gosto que me enrosco na bacia
Desde que tenha alguém a me molhar.
Se engana quando diz que estou miando
Cachorro vira lata late à toa.
Nem pensa que isto está já me humilhando
Eu sei tu és morena muito boa.
Bem vale tua vinda na janela
Na camisola vejo a transparência
E um seio tão polpudo se revela
Valeu a pena ter tomado banho,
Só por poder ter visto esta potência
Meu dia, esteja certa já foi ganho...
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Meu dia, esteja certa já foi ganho
Depois de te saber enamorada,
Não guardo medos trágicos de antanho,
Apenas percorrendo a mesma estrada
Eu vejo que talvez não me perdi,
Tampouco em cada curva eu capotei.
O quanto que em delírio sei de ti
Eu sei que na verdade eu nada sei.
A boca que hoje beijo não disfarça
Decifro teus enigmas e devoras
Distante dos teus lábios segue esparsa
A vida que se ilude sem ter horas,
Embora caminhando sempre ereto,
Morena balançando o meu coreto
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Morena balançando o meu coreto
Quebrando com certeza a sapucaia,
Carinho em profusão eu te prometo
Mas venha assim logo a noite caia.
Eu quero esconderijo predileto
Tu sabes que é debaixo desta saia.
Garanto que o jantar será completo
Dos corpos que caíram na gandaia.
Eu quero me embrenhar em teus cabelos
Fazer de nossas pernas mil novelos
E assim a noite inteira sem descanso.
Dançando este xaxado a noite inteira
Agarro na cintura, companheira
Garanto na verdade que sou manso...
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Garanto na verdade que sou manso
Apenas procurando a liberdade,
Ao lado de quem amo, quando avanço
Vislumbro ao fim da curva, a claridade.
Ao ver que o temporal já foi embora
Aberto o tempo, solto o pensamento,
A poesia em festa sempre escora
Deixando para trás um mau momento.
Menina que se fez a companheira
Reparte cada sonho e vem comigo.
Paixão que hoje eu bem sei; a derradeira
Servindo como cais, perfeito abrigo.
Depois da tempestade que hoje vinha,
Espero esta menina de tardinha
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Espero esta menina de tardinha
E vamos ver um filme no cinema.
Depois tomar sorvete na pracinha
A vida já não traz qualquer problema.
Tentei passar a mão nas suas pernas,
A moça fez um ar de preocupada,
Nas carnes tão macias, duras, ternas,
Tão tenras que merecem ser tocadas.
Depois um beijo audaz em seu pescoço,
Tomei foi um tremendo beliscão.
O grito quase causa um alvoroço
Ficando bem marcado um vermelhão
Mas vale bem a pena a marca roxa,
A mão escorregou, parou na coxa...
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A mão escorregou, parou na coxa
Depois de viajar o corpo inteiro
Vontade sem juízo, heterodoxa
Traduz todo o matiz deste tinteiro.
Homólogo desejo eu catalogo
Etéreas emoções; a noite traz
Desejo o teu carinho e desde logo
Encontro o que eu buscara a pleno gás.
Na frouxidão depois do gozo pleno
Detalhes mais sutis: querer atento,
Prazeres que nos tocam, quando dreno
Tomando com vigor o pensamento.
De um mel feito em fartura, encantador,
Teu colo, minha amiga tem sabor
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Teu colo, minha amiga tem sabor
De todas as delícias deste mundo.
Perfume de teu corpo sedutor,
Invade meus sentidos num segundo,
E assim extasiado em teu fulgor,
No fogo que me emanas eu me inundo.
Teus seios no meu rosto, num torpor
Causando assim furor que sei profundo...
No paraíso enfim que me prometes
Eu quero ser Adão serás minha Eva
Provarmos da maçã. Corpos se pedem
Fazermos dos dosséis os nossos sets
Amiga o meu prazer, teu corpo leva
Por todos os jardins do divino Éden...
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Por todos os jardins do divino Éden
Percorro quando bebo tua pele.
Vontades e desejos se concedem
Enquanto a solidão, amor repele.
À meia noite, Expresso busca a sorte
Vencendo tantos trilhos, se liberta.
Amor, para o futuro, um passaporte
Tornando a nossa vida enfim, desperta
Alertas espalhados pela vida
Dão conta, com certeza desse fato,
A mão que se demonstra mais querida
Permite da alegria este retrato.
Soletro em quatro letras a esperança
De Deus a mais sublime semelhança.
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De Deus a mais sublime semelhança
Amor muda o cenário, traz a luz.
Enquanto o verso manso sempre alcança
O brilho, farto amor o reproduz.
Entrego o pensamento à liberdade
Alçando a mais perfeita redenção.
Amor quando se mostra de verdade
Decerto se faz sempre a solução.
Vencendo em calmaria a correnteza,
Eu tenho dentro em mim, a força plena
Que trama com delícias a beleza
Aonde um bem sublime já se encena.
Distante da saudade que emparede,
Deitando meu amor em mansa rede.
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