2329
O bom da vida mostra o seu valor
Dourando nosso sonho com ternura
O quanto se permite encantador
De toda uma tristeza se depura.
Tomando esta amplidão por onde for
Adoça suavemente uma amargura
Além deste infinito ouso compor
Em plena imensidade, com brandura
Um templo enraizado dentro da alma
Com hastes mais perenes. Vida acalma
Aquele que se entrega à sedução
Do vento feito em brisa e calmaria
Que aos poucos nos tocando me extasia
Trazendo em nosso amor, a profusão.
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Trazendo em nosso amor, a profusão
De um sentimento nobre e soberano,
Batendo com volúpia o coração,
Não deixa mais sequer que o desengano
Transforme uma alegria, imensidão,
E mude a nossa sorte em novo plano,
Movido pelas rédeas da paixão,
Meu peito deste amor se mostra ufano.
Cruzando um infinito em cada verso,
Vagando pelos astros, vou liberto,
Alçando nos teus braços, universo,
Um dia mais feliz em rumo certo,
Depois de um sofrimento tão perverso,
Encontro amor, oásis num deserto.
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Encontro amor, oásis num deserto
Um beduíno sonho em caravana
O tempo de viver se faz liberto
Enquanto uma esperança me engalana.
No quanto te desejo e nada sei
Da solidão que outrora fora imensa.
Vivendo nosso amor, adentro a grei
Aonde uma alma em luz agora incensa.
Espectros do passado não mais rondam,
Deixando em liberdade o meu caminho,
Já se procuram mãos, fronteiras sondam
Sabendo vasculhar prazer e ninho.
Bebendo com vontade cessam sede;
Meus lábios nos teus lábios fazem rede
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Meus lábios nos teus lábios fazem rede
E sabem deste beijo tão gostoso,
Matando em tua boca a minha sede,
A sede deste sonho mais formoso,
Permite que em teus braços eu me enrede
E seja sempre assim, bem carinhoso.
Saudade é um retrato na parede
Desejo sempre audaz, voluptuoso.
O beijo prometido, a boca espera
Transbordando a doçura em primavera
Destinos em carinhos são traçados.
Eu vejo ressurgir uma esperança
Fazendo do teu corpo com pujança
Caminhos em prazeres decorados...
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Caminhos em prazeres decorados
Separam duros joios, salvam trigos
Os dias tão divinos são passados,
Quando em teus braços tenho meus abrigos,
Meus sonhos com certeza demarcados,
Distante dos problemas e perigos.
Dois corpos que se querem são tocados,
Carinhos e prazer, raros artigos.
Meu barco no teu corpo encontra a rota
Deixando uma saudade, então, remota.
Meu barco nos teus cais; amada, aderno.
Eu tenho ancoradouro que buscava
Durante tanto tempo, moldurava
Amor neste cenário sem inverno.
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Amor neste cenário sem inverno
Tramando primavera eternizada
Eu quero o nosso amor, querida, eterno,
Deixando uma tristeza em derrocada,
Meus passos nos teus braços não governo
Adentro num instante a bela estrada
Marcada por desejo manso e terno,
De um dia mavioso; e na jornada
Da sorte tão feliz e benfazeja,
Na plenitude enfim, que sempre seja
O bem desta emoção se convertendo
Num tempo mais feliz em que meu sonho
Mostre-se em maravilha mais risonho
Meu tempo em alegrias; vou vivendo.
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Meu tempo em alegrias; vou vivendo
Distante do que fora gelo e neve
Teus olhos aos meus sonhos prometendo
Desejos de uma vida bem mais leve,
Contigo permaneço não temendo
A dor da solidão que inda se atreve
A me roçar a pele, corroendo
Tornando uma alegria bem mais breve.
Nas asas/ liberdade, a fantasia
Refaz em doces olhos, novo dia
Tomando o coração invade a mente
E traz tanta fartura na colheita
Enquanto a fantasia se deleita
Eu quero o nosso amor completamente.
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Eu quero o nosso amor completamente.
O fogo da paixão queimando lento
Meu rumo nos teu passo é reluzente,
Estrela que guiando, toma assento,
Fomenta meu destino, e de repente,
Aflora mais intensa em pensamento.
Viver no teu caminho, claramente
É ter a sensação de manso vento
Tocando no meu rosto em noite calma,
Tomando em paz, sorrisos, a minha alma
A vida em alegrias me antepara
A boca que se mostra mais audaz
No beijo inebriante doura a paz.
Amar não é pecado, minha cara...
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Amar não é pecado, minha cara,
Também desejo ter tua nudez.
A vida sem amor se torna amara
Vem logo e não se prenda à lucidez.
A pele mais macia se declara
Imersa na loucura em que se fez
Eu quero desfrutar da jóia rara
Da bela silhueta. Insensatez
É não poder seguir nossos instintos,
Deixar de inebriar-se em vinhos tintos
Dos gozos e prazeres que são nossos.
Tocando tua pele, boca e sexo,
Amando sem ter culpa, medo ou nexo,
Mergulhos sem limite em belos poços...
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Mergulhos sem limite em belos poços
Naufrago em teus caminhos, bebo a sorte,
Desejos que se fazem teus e nossos
Aos mares deste amor divino aporte.
Eu quero e não descanso de buscar
A marca deste amor, insanamente.
Vestígios em teu corpo do luar
Tramando a bela noite iridescente
Pecado é não querer provar do gozo
Melífera loucura que transcende,
Segredo deste mar voluptuoso
Que toda noite em chama nos acende
Nudez e transparência, qual colírio
No jogo que se mostra tal delírio
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No jogo que se mostra tal delírio
De risos e prazeres incontidos.
Deixando bem distante algum martírio,
Em ritos desejosos bem cumpridos.
Suores se misturam, danças, pernas.
E assim vagamos loucos aprendizes
Que querem suas noites mais eternas
E nelas se entregarem tão felizes.
Ardências e fagulhas se espalhando
Nas tramas envolventes sussurrantes
Meus lábios na nudez irão tocando,
Famintos, tresloucados viajantes
Até que a saciedade chegue logo,
Vencendo os vencedores deste jogo...
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Vencendo os vencedores deste jogo
Amor sabe do gozo, o seu troféu.
No mar feito em desejos onde afogo
O sonho de ser teu simples corcel;
Cometas passeando pelas bocas
Estradas entre pedras, furnas, grutas.
Ao perceber delícias, tuas tocas
As línguas se mostrando mais astutas.
Nas ancas, nos quadris, as maravilhas
Que quero usufruir sem ter descanso
Dos montes aos teus vales e coxilhas
Num ato tresloucado eu já me lanço
No sonho que esta noite, eu concebi
Declino minha fronte sobre ti.
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Declino minha fronte sobre ti
E deito meu prazer em nossa cama.
De tanto desejei, me convenci
Que não posso ficar sem essa trama
Do jogo de um amor que encontro aqui,
E em louca sedução, o peito inflama.
Desenhas cicatrizes em minha alma,
Tatuas tuas garras sobre mim.
No turbilhão de beijos tudo acalma
E a porta das volúpias se abre assim
Trazendo tempestade em plena calma,
Aguando com promessas tal jardim
Canteiro em framboesas, luas, luz.
Mil laços de ternura reproduz...
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Mil laços de ternura reproduz
Farturas encontradas no canteiro
Aonde nosso amor negando a cruz
Derrama em maravilhas seu tinteiro.
Eu tenho aqui comigo esta alegria
Que a cada novo dia se renova.
Deitando a fantasia em poesia
A lua se refaz, pra sempre nova.
Na trama feita em rede, nas esteiras
Rolando a tarde inteira, espero a noite.
Palavras muitas vezes corriqueiras
Às vezes se transformam num açoite
Porém quando em verdades, num torpor,
O bom da vida mostra o seu valor.
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