O meu tempero é tua boca amarga;
Meus dentes, tentativas de mordida.
Não quero mais sangrar a despedida,
Nem quero sentir tudo qu’alma embarga...
Minha carta, postada, tudo alarga;
Só meu desejo, nunca mais traz vida,
Minha vida, fecunda e bem curtida;
Não suporta, nos ombros, essa carga...
Disseste-me verdades incompletas,
Navegante perdido, tão sem metas.
Meu rumo, sem ter prumo nem ter rima.
Faz de tudo, machuca a auto-estima,
Finges doçura, falsa não és lima.
Estradas curvas, mesmo nessas retas...
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