Ao te ver, anjo, voas liberdade;
Sonho com asas, céus poder chegar,
Buscando assim, em toda claridade,
Os teus braços, teus mansos olhos, ar...
Quisera poder, anjo, na verdade
Voar, te ter bem perto, meu luar...
A vida cruel, pura dor, maldade,
Asas não me deu, como vou negar!?
Mas, num sonho dourado, asas de cera...
Flutuar, conhecer estratosfera,
Partir para o jamais, nunca alcançado...
Alcançando assim, glória, pobre pícaro.
E, depois, num mergulho des’perado,
Nos teus braços morrer, como fosse Ícaro!
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