Necrofágicas larvas te beijando...
O tempo não mais pára nem repara.
Tua vida esvaída s’antepara
Nesses vermes famintos devorando...
A tua boca aberta se tornando
Uma enorme caverna. Foste cara,
Mas nem uma palavra diz, dispara...
A noite eterna, tétrica, chegando...
Nauseabundos olores te perseguem,
Mergulhaste profundo, negros fossos...
Sequer os que t’amavam mais conseguem
Resistir a tais fúnebres cortejos.
E quando não restar sequer os ossos,
Enfim poderei cobrir-te de beijos!
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