“Figura que adocica e que me inflama”
A morte penetrando em ocos, vãos,
Cevando da discórdia, amargos grãos,
A vida se tornando mera chama,
E quando se desfaz, enfim tal drama,
Nos olhos esperanças de cristãos,
Porém vazias seguem minhas mãos,
E a plena desventura já me chama.
Perpetuando a dor da qual surgi,
Recebo o vendaval e vejo aqui
A imagem destroçada de um helminto
Que quando procura algum abrigo,
Matando quem cuidara e fora amigo,
Também qual fora a presa morto, extinto.
SOBRE VERSO DE DALVA ABRÃAO
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