Quisera ter decerto esta ventura
De um dia poder crer na eternidade,
E quando a solidão atroz me invade
Um esmoler esquece esta ventura,
Arcaico misantropo em noite escura,
Um eremita foge à claridade
Por mais que o desencanto desagrade
É nele que meu verso se escultura.
Arcanjos, serafins; será meu fim?
Não creio, mais mantendo uma esperança
Que mesmo no vazio já se lança
Retornando deveras de onde vim
Das cinzas entre cinzas, podridão,
Somente levarei o meu caixão...
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