De quem sempre vivera em abandono
Pegadas pela vida se apagando,
Não posso mais sonhar nem quando
Entregue totalmente em manso sono,
Nas ânsias de um prazer me desabono
E perco a direção, já desabando
O todo que eu pensara se mostrando
Desnudo coração, amor detono,
E sinto que talvez tenha somente
Sementes de uma inválida colheita
Às vezes de tocaia esta alma espreita
E mesmo quando vê; logo desmente
Montando um mundo escuso e virtual
Jogando no porvir a pá de cal.
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