Buscando essa criança qual mortalha,
A vida me entregou tantos lamentos,
A casa que deixei sangra, navalha,
Em troca simplesmente, esses tormentos...
Menino audacioso, a morte entalha,
Sutilmente destrói, leva nos ventos,
A mente, apavorada, se embaralha,
Deformando o que foram meus rebentos...
Matei esse menino, fui cruel,
Anjos perdidos, vagam pelo céu.
Não me restou senão esse vazio...
A memória me trai, rompe esse fio,
Nada mais restará voraz lembrança:
Cadáver insepulto, essa criança...
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