Não me deixe morrer, melhor a vida,
Mesmo esquecida nesse quarto escuro.
A dor golpeia, funda, retorcida;
Eu tento, audacioso, pular muro...
A perna que quebrei, mordaz ferida,
Não pode sufocar; então, perfuro
Os meus ossos expostos... Vai fendida
A alma, meu peito rasgo, sou obscuro...
Essa dor lancinante é simples fado,
A noite penetrante, sou culpado
Pelas minhas retinas maculadas.
Tateio, ondeio; seios teus são teias,
Quero tomar-te, enfim, nas minhas veias...
Se sou teu fardo, tuas mãos são fadas...
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