Amor assim, bandido e vagabundo |
X
Falei sobre teu nome com a bruxa |
X
Ao caminhar insone pelas ruas,
O corpo vai expondo as cicatrizes,
Os dias se passaram mais felizes,
As horas foram mortas, ledas, nuas...
A lua se desnuda onde flutuas
E pinta a tentação noutros matizes,
Dançando em minha cama são atrizes
No picadeiro imenso quando atuas...
E finges num sorriso, ledo engano,
Desesperadamente não disfarças,
Vou farto, embriagado e soberano,
Na peça que encenaste, nada vejo..
Apenas sentimentos quando esgarças,
Por ironia aumentam meu desejo...
X
Nós no jardim do amor, a lua plena... |
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X
Quero desvendar cada segredo
No labirinto imenso da paixão
Traçando no teu corpo cada enredo
Imerso em total alucinação...
Por tantos descaminhos me enveredo
Vou vendendo a minha alma sem perdão.
Fazendo deste templo todo o credo,
Ns formas mais sutis da tentação...
Amor que desgarrado sela o rumo,
Arranco todo o véu da hipocrisia,
E bebo desta taça todo o sumo,
Que existe e que resiste dentro em mim,
Espalho sobre ti a fantasia,
Esse profano amor, eu quero assim.
X
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Logo ao te ver andando pelas ruas
Recordo-me das noites que passamos,
As nossas silhuetas seminuas
Nas camas e nas lamas que tramamos.
As bocas se mordendo leves, cruas,
Instantes em que quase flutuamos.
Atuas noutros palcos onde suas
Desejos teus encontram outros amos.
Dizer-te: como estás? Prazer em vê-la.
Cinismo hipocrisia, mas que faço?
Noutra constelação virou estrela.
Aqui já encontrei uma outra atriz,
Roubando tua cena e teu espaço.
É bom saber que estás também feliz?
X
Teu amor convulsiona e me domina,
Atira-me pra cama sem pudores,
Teu corpo de mulher, ar de menina
Sorrisos delicados, sedutores...
Meu corpo neste templo desatina;
Penetra por altares tentadores,
Perder-me nessa mata, minha sina,
Na troca de salivas e de humores....
Tua beleza rara e transbordante,
Levando alucinada, a tal loucura,
Mistura angelical com a bacante
Que deita em minha cama todo dia,
Esbalda mansidão numa tortura
No fogo sensual, ninfomania...
X
Descansando no colo da morena, |
X
Teus seios, doces seios, tão macios... |
X
Do amor que a liberdade em versos clamo,
Ocupo o pensamento o tempo inteiro,
É planta que concebo pelo ramo,
Eu amo o teu amor alvissareiro.
Liberto o sentimento e não reclamo,
Pois sei quanto quiseste este janeiro.
Ao ter-te novamente, sempre tramo
Amor que desejei mais verdadeiro...
O amor que sempre canto é todo teu,
A pena mais cruel é a saudade...
Meu coração insano, pois ateu,
Deixou de ser incréu, te conhecendo,
Amor que trouxe o mel da liberdade,
Sentidos mais diversos, percorrendo...
X
Para quem vive neste mundo só, |
X
Amigo em nobre cofre coração
Guardado com carinho dentro em mim,
Precisa de vontade e doação?
Jamais amigo cobra nada assim.
Uma amizade é feita no perdão
Incondicionalmente. Nada enfim
Compara-se com essa sensação
Saber que na verdade, existe o sim.
E o não se necessário nunca omite,
Amor que se faz pleno e nada cobra,
Não sabe e nem conhece qual limite
Abrindo com carinho o dito cofre,
A força para a luta já recobra.
E junto com quem gosta, amigo sofre...
X
Uma amizade é sempre proveitosa.
E porventura, a nossa foi assim,
Perfume obrigatório em cada rosa
Misturas com essências de jasmim.
Distante te percebo generosa
Teus versos sempre fazem bem p’ra mim.
Minha alma se sentindo tão vaidosa,
Contigo irei, amiga, até o fim...
Passamos por percalços nessa vida;
Mas temos nosso afeto salvador.
Tua presença viva e bem sentida
Ajuda-me nas horas complicadas.
Acima da paixão e de um amor,
As mãos unidas sempre acalentadas...
X
|
X
Ressuscitando amor já quase extinto
Num peito que se fez teu devedor,
Nas cores que me deste se me pinto
Refaço meu desejo em cada cor.
Às vezes insincero tento e minto,
Mas forjas outro mundo encantador
Me embriagando, louco, neste absinto,
Te sinto em cada rama em cada flor.
Se queres meu querer, não faças isso,
Honestos sentimentos sempre trago,
Amor não se refaz somente em viço,
Precisa mais profundos argumentos.
Eu quero teu amor em manso lago,
Não vibro mais em trágicos tormentos...
X
Espero-te, sozinho no meu quarto,
Meu pinho está chorando tua ausência.
De tanta solidão, por certo farto,
Perdendo totalmente a paciência.
Escadas, tanto andar, moro no quarto.
Subir escadaria é penitência,
Senão vier amor, depressa eu parto,
Então querida, venha por clemência.
Se quero o teu amor já não disfarço,
Compasso passo a passo com teu passo,
Espero esta presença mais depressa.
O sol já quer se por e eu tenho pressa,
A noite não chegou, meu bem, ainda...
Mas saiba a qualquer hora és tão bem vinda...
X
Uma amizade é plena se sincera,
Não deixa que se omita uma verdade.
Nem sempre em plena paz, às vezes fera,
O que importa é a dura realidade...
Falando sem temer à plena, à vera,
Demonstro em meu carinho, uma amizade
De quem se gosta, amigo, o que se espera
Franqueza absoluta e sem maldade.
Brigamos, discutimos, sem perdão,
Apenas por amarmos, bem querermos,
Depois de muita guerra e discussão,
Aprenderemos sempre o bom caminho.
Verdade só se mostra nestes termos,
É mais fácil errar se estou sozinho...
X
Encosto meu desejo em tua pele,
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X
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X
Trazendo essas imagens distorcidas
De um tempo em que vivi felicidade,
Agora minhas mãos vão decididas
Na busca de um amor que, na verdade
Tramando uma esperança em nossas vidas,
Se embrenhe procurando claridade.
Embora já perceba de saída,
Que o resto disto tudo: uma saudade...
Vivi por longos anos na procura
De um cais onde eu pudesse me aportar.
Felicidade morre sem pintura
Depois de tanto tempo sem ninguém,
Pergunto por teus rastros ao luar,
Depressa, meu amor, que a noite vem...
X
Vivendo no castelo da esperança
Sozinho sem ter nada nem ninguém,
A noite simplesmente vai e vem,
Na eterna dança feita insegurança.
O tempo que inclemente vai, avança
Deixando tão distante o grande bem
Só vejo enfim, um vulto, mas é quem?
Um resto malfadado da lembrança?
Meu sonho emoldurado nos vitrais...
Baixinho... bem distante eu ouço a voz
De tempos tão longínquos... nunca mais...
Debruço nas ameias te esperando,
Anseio tua volta, amor atroz...
O tempo desse jeito, vai passando...
X
Não tema; meu amor, nada separa
As almas dos amantes se sinceras.
A sensação divina e que é tão cara
Encara as tempestades, duras feras...
A força de teu braço me antepara
Mesmo que sejam longas esperas
A marcha deste amor ninguém mais pára,
Por maiores que sejam as crateras
Abertas nos caminhos de quem ama
As asas da emoção superam tudo.
Não há vento que apague a forte chama
Que queima no meu peito enamorado.
Mas precisa cultivo. Eu não me iludo,
Lutando a cada dia, do teu lado...
X
Uma amizade é feita num sorriso,
Numa palavra amável, de carinho,
Se no momento exato, enfim, preciso,
Nos dará a direção do bom caminho.
Um elogio franco e bem medido,
Uma dedicação quando se expressa,
Mostrando que esta vida faz sentido,
Um sentimento nobre que confessa.
O dom de ser feliz se faz assim,
Nos gestos tão pequenos, mas imensos,
Tua amizade mostra-se por fim,
Melhor assim que em gestos mais intensos.
Não sabes, meu amor, minha querida,
Mas mudas totalmente enfim, a vida...
X
Não devo mais matar esta ilusão |
X
Amigo; nos teus ombros me apoiei
E pude, desta forma ter visão
Maior do que jamais eu esperei
Podendo ver, do mundo, a amplidão.
Teus braços me guiaram pela vida
E sempre me ampararam; meu amigo,
Até quando a minha alma anda perdida,
Eu posso sempre estar; contar contigo...
Por isso, camarada e companheiro,
Eu tenho esta certeza da vitória,
Quem encontra um amigo verdadeiro
Já pode agradecer a Deus, a glória
De ser bem mais capaz e preparado
Pois tem um anjo bom, sempre a seu lado...
X
O sol posto, nas nuvens solidão!
Meu verso enamorado de teus braços.
Embalde repetindo esta canção,
Meu sonho procurando teus espaços.
Aguardando-te intero o coração
No tinteiro da tarde nos terraços
Mais altos, nos bordados da amplidão,
Precisamos atar os velhos laços...
Ficavas abrigada das tempestas,
Amor quando é verdade, louva a vida
É gás que me cintila em gozos, festas.
Lembrança dolorosa não se acoite
Amor que não se orgulha deste açoite,
Descansando nos braços teus, querida...
X
Um mimo tão estranho que me deste,
Bem sei que com carinho e com presteza,
O vento da esperança, leste, oeste.
Só sei que aqui chegou, tenho certeza.
Vivia enamorado de teu rosto
Que exposto no retrato da parede
Mostrava uma beleza em fino gosto
Alimentando amor, em fome e sede.
Agora que recebo este teu mimo,
O meu retrato em forma-coração,
Percebo quanto mais assim te estimo
Será que amor não foi uma ilusão?
E peço, encarecido que me digas,
No peito, amor por mim, também abrigas?
X
Desculpe se chamei-te de criança,
Defesa, simplesmente, nada mais,
Guardando o teu sorriso na lembrança
Com medo de, na vida, perder paz,
Chamar-te para a festa e para a dança
Que à gosto a nossa vida sempre traz.
Só sei que há tanto tempo amei demais
Vibrando no meu corpo uma esperança
De ser além de tudo, teu amado,
É sonho que trará um sofrimento
A quem por tanto amor já foi marcado.
Propostas amorosas? Por favor; não!
Eu sei que a solidão, este tormento,
Maltratará demais o coração...
X
As mãos macias desta deusa nua
A passear tanto carinho insano.
Minha alma satisfeita então flutua
Das santas alegrias já me ufano.
A boca me promete e morde, crua,
Viajo por espaços outro plano;
E a noite encantadora, continua...
Não me permitirá jamais engano...
O mundo, quando um Deus amante fez
Não tinha inda metade desta luz
Que, clareando a vida, me conduz
A teus braços, total insensatez..
Me rendo aos teus caprichos, teu desejo...
A boca escancarada pede um beijo...
X
A vida sem seu braço esquece do deleite.
Chorando, convulsivo, a madrugada fria...
Minha esperança, breve, escapa.Fugidia...
Quem dera se eu pudesse, atar-me, como enfeite,
Ao corpo da pantera. Espero que m’aceite
Ao menos um segundo... O meu mundo teria
O brilho d’uma lua. A vida sorriria...
No braço que preciso, aguardo que me estreite!
A solidão atroz aguarda pelo encanto
Da deusa que se esconde, em alvo e belo manto.
Adormeço e não tenho a presença que espero...
Qual falena procuro o lume, mas não vem.
Outra noite se passa; outra vez sem ninguém
Tua beleza imensa: amor, desejo fero!
X
Não falo da tristeza. Ela sempre virá, |
X
Eu quero te cobrir com meu amor,
Nessa entrega total, perder o siso,
Os corpos se misturam com ardor,
Tomando em bem querer nosso juízo...
Lambuzo tua boca sem pudor
Com mel do meu desejo em paraíso,
Vibrando no teu corpo tentador,
Atado na nudez, eu me matizo..
E vibro a cada instante, tu és minha,
Mulher maravilhosa que sonhei.
Teus seios, minha boca, tudo alinha,
Fulguras como em ti eu me abrasei.
Revelo o meu amor, sussurro manso,
E o máximo do amor, contigo alcanço...
X
Amiga tua mão tão carinhosa, |
X
Nestas águas tão claras que navego
Em busca da sereia que fugiu,
O rastro que encontrei escapuliu
Na luz que me deixou vazio e cego.
Amor que sei imenso e nunca nego,
Ao mesmo tempo santo se faz vil.
Meu mundo neste mar se dividiu
Em correntes marinhas que trafego.
Buscando minha amada, a tal sereia,
Qual náufrago termino em plena areia.
No sol que me castiga, a salvação!
Fortuna me negou o manso vento,
Voando, neste indócil pensamento,
Mergulho no oceano da paixão!
X
Ok, minha querida, tudo bem...
Aceito a decisão e fim de papo.
A solidão parece que já vem,
Fazer o quê? Eu juro não escapo
Depois talvez ressurja noutro alguém
Mas por enquanto resta só um trapo.
Sozinho, minha amada, sou ninguém,
O coração esgarça num fiapo.
As malas arrumaste, podes ir!
Pra casa dos teus pais, e boa sorte.
Não tenho quase nada a te pedir,
Somente desejar felicidade...
Tá bom... serei portanto bem mais forte,
Meu prêmio de consolo... Uma amizade....
X
Esquece o nosso amor. Tu me disseste,
Mais uma vez, querida, obedeci.
O vento que soprava, sudoeste,
Agora noutros ventos me perdi.
Por mais que uma ilusão já não me reste
Apenas te saber, cuidar de ti...
O que fazer? Manter a mesma veste
Se nada do que quis encontro aqui?
Seguir por outro rumo, obediente,
Beijando tantas bocas que nem sei,
Vivendo ou mais tentando estar contente,
No continente imenso. Uma outra chama,
Quem sabe se depois, seguindo a lei,
Te encontre novamente em minha cama..
X
Fazendo do meu canto um instrumento
Que dê algum prazer ou alegria,
Servindo pr’a quem canta de um alento
Trazendo pr’a quem ouve a fantasia.
Meu verso passa a ser um instrumento
Que traz dentro de si a sintonia
Perfeita e minimiza o sofrimento.
Num mundo que bem sei ser utopia
Por isso canto amor, louvo a amizade;
Meu canto talvez seja outro retrato
Diverso dessa dura realidade.
Desculpe, meu amigo, se isso traz
Distâncias entre o sonho e o triste fato.
À guerra eu preferi a santa paz...
X
Conhecer os caminhos , as bandeiras
Saber de cada estrada e seara.
As defesas em lutas derradeiras,
Desfrutar da pepita bela e rara.
Penetrar casamatas e trincheiras,
Convidando teu corpo, amada, para
As guerras, novas danças nas esteiras,
Nada; nem a distância nos separa.
Nos lençóis, no sofá ou no quintal.
Bebendo à nossa glória mil champanhas,
No vale, na montanha, no curral.
Descendo por teus rios, matas, mar.
Adentro finalmente nas entranhas
Conhecer... conquistar... colonizar..
X
Atormentando amor com versos vários, |
X
Eu quero desvendar teu poço escuro,
Roubar desta umidade; fonte e mel,
No gosto mais suave e, sei, tão puro,
Atento ao teu desejo viajo ao céu...
Por vezes, o meu passo é inseguro,
Por outras, me tonteio em carrossel;
As mãos tão delicadas que seguro,
Desnudam-me e retiram o teu véu...
E vivo agonizante nos teus braços,
Gemidos, alaridos suspirosos,
Numa paixão vadia, nossos passos,
Maravilhosamente te desnudo,
Abrimos os caminhos mais gostosos,
E mergulhamos livres... Sim... com tudo...
X
Não quero transformar a nossa casa |
X
Se em branca neve nascem rosas belas
Se em árido deserto nascem flores,
Amor quando impossível me revelas,
Nas horas insensatas, bons humores,
Se tramas sentimentos coerentes
Mil vezes estarás sem ter sentido.
Às vezes nos momentos envolventes
Se perde totalmente o concebido.
Amor/incoerência se equivalem,
Trazendo no non sense uma razão,
Tão perto e tão distante não me falem
Do manso sentimento em supetão.
Um coração caótico abrandado,
Que renasce ao morrer apaixonado...
X
O sol que já traspassa essa janela
Adentra devagar, tomando tudo,
Na claridade imensa se revela
Amor tão delicado sem contudo.
Não nego o sentimento que me arvora,
Nem temo insensatez que ele proclama.
Minha alma na tua alma se decora
Acende portentosa intensa chama.
Dourando cada fio de cabelo
Daquela que envolveu meu pensamento,
Amor quando é demais, quero revê-lo,
A cada novo dia em bom momento.
Beleza em transparência diamantina,
Abraça, quando adentra e me domina....
X
Refeito deste susto que passei
Em busca dum amor mais que perfeito
Em mansa claridade já me deito
E quero me esquecer que nunca sei
Se queres ou não queres minha lei
Se sabes ou não sabes do meu leito.
Da boca que me morde o meu confeito?
Jamais serei aquilo que sonhei!
Eu quero a mansidão sem ter espora
A parte que me cabe não demora
Sei que serei feliz ao lado teu.
Mas posso te dizer deste meu verso
Que rasga sem temer este universo
Vivendo desta luz que em ti nasceu...
X
Ufano da vitória contra o mal,
Amor já se apresenta enfim, sorrindo.
Com toque de malícia e sensual,
Em pétalas de flores vai se abrindo.
Perfuma totalmente minha casa,
Aromas delicados, olorosos,
Ao mesmo tempo chega e já me abrasa
Abraços tão gentis e calorosos.
Recebo teu carinho qual sedento
Viandante por desertos quer oásis,
Secando toda fonte, sofrimento,
Vagueio por teus braços, luas, fases.
E sinto-me vencido e tão feliz,
Amor que sana em paz a cicatriz...
X
Amor só se conquista com carinho, |
X
Percebo meu futuro da janela
Espero mas não posso mais contar
Com a luz, com o brilho do luar
Já que nem toda noite se revela.
Meu barco vai sem quilha e perde a vela
Dentro de pouco tempo, naufragar.
Não quero ser sozinho e peço par,
Amor que me liberta desta cela
Por onde nem a luz deu sua cara,
Corcel que voa solto já dispara
Em busca de outro céu já não se cansa.
No risco que permite minha caça
Amor que não consigo se esvoaça
E dorme nos teus braços,esperança!
X
Tantas vezes, nas noites constelares, |
X
Mares e marés, matas, cachoeira
O canto da promessa já se cala.
A dor que me tortura a vida inteira
Batendo nesta porta, entra na sala...
E traz a tempestade verdadeira
Que pesa em minha vida, quero amá-la;
Tomando em meu destino, a dianteira.
Calando-me não deixa sequer fala.
Quem sabe encontrarei no fim da vida
Depois de tanto amor
Depois
No cimo das montanhas, meu cansaço,
Encontro nestes rastros o teu traço
Trazendo para mim a primavera...
X
Nos jardins desta vida, tantas flores, |
X
Amada não permita que ambição
Destrua cada sonho que tivemos,
Vivendo tanto tempo; uma lição
Depois de certos dias aprendemos.
Quem cega com desejos, coração,
Não sabe quanto amor; na vida, temos;
Tomados por imensa sensação
Dessa alegria toda que vivemos
Quando não queremos nada além
Da doce recompensa do prazer
Que damos para quem nos quer também.
Querida, nosso amor merece tanto,
Por isso é que não posso te perder;
Abrindo o coração, ouça o meu canto!
X
A vida sempre trouxe tanta dor,
Embora em poucas lutas que venci
Guardei essa esperança por aqui
Sabendo que jamais verei a cor
Duma felicidade e seu calor.
Por tanto que lutei sempre esqueci
Que a noite quando chega traz
O
Mas nada me trará outro caminho.
Meu mundo percorrer a pé, sozinho,
E nada mudará a triste história...
Porém ao acordar nesta manhã,
Ao ver essa menina, novo afã,
Será que enfim, terei minha Vitória?
X
Se tudo que me trouxe a madrugada
Se esvai mal amanheça o novo dia,
De que me valerá esta poesia
Um canto que não serve para nada.
Não posso conceber mulher amada
Que não me traga luz e fantasia
Na vida um novo mundo
E
Desculpas não aceito por não ter
Verdades neste mundo por saber.
Eu canto sem temer, pois neste canto
Misturo sentimentos que disfarço
E guardo no universo que não traço.
Embora vá sozinho e sem espanto...
X
A vida não teria tanta luz
Se quem eu sempre quis não me quisesse
Aí não bastaria toda prece
Imagem que no olhar se reproduz.
Sem medo da saudade; amor traduz,
Bem mais do que meu canto já merece.
De todos os meus sonhos não se esquece
Aquela que em meu verso se seduz,
Somente essa menina que chegou
Em meio à tempestade, já brilhou
A flor do meu desejo mais profundo.
Mar e sol, lua e vida soberana
Um peito apaixonado não se engana
E morre nos teus braços num segundo...
X
Dourado sonho dominando tudo...
Os olhos esquecidos adormecem...
Nas horas mais doridas não esquecem
E deixam o meu dia quase mudo...
Não posso compreender, porém, contudo,
Que as noites que vieram se padecem
Dos sonhos que perdemos e enlouquecem
Fazendo um coração já tartamudo.
Amor interagindo com saudade
Matando, sem querer, felicidade.
Nos braços que me entrego, em fantasia...
A vida me promete este tesouro,
O sol que me ilumina, onde me douro,
Tu és a minha estrela da alegria!
X
"As feridas da alma são curadas com carinho, atenção e paz. |
X
No viço destas folhas, primavera
Reflete-se nos raios deste sol;
Paramento divino, girassol
Altares catedrais, uma tapera.
Tudo reluz, paisagem, quem me dera
Pudesse percorrer, ser o farol.
A natureza orgástica... Na fera
Que repousa, reparo um triste rol.
As marcas tão profundas, dentes, garras.
Escondo-me, sou presa, neste arbusto,
Num átimo rompendo essas amarras
Reparo nos teus olhos, minha fada...
De frágil, num repente, sou robusto.
Na força que me dás, querida amada!
X
Fonte límpida e fresca dos amores...
Nos cantos destes pássaros felizes,
As searas prometem tantas flores,
Abraçadas nas asas das perdizes...
Na pompa onde se mostram tais pendores,
Não sei desses receios nego crises.
Os álamos as luzes os odores
No mato se misturam mil matizes...
Neste missal criado por um Deus
Luxuoso desfile se repete,
Nas várzeas e montanhas, olhos meus
Deslumbramento tal que me compete
Pintar na poesia luz e breus,
No centro deste quadro amor reflete...
X
Recebi sua carta, minha amiga.
Em todas as palavras um adeus...
No fundo de minha alma vá, prossiga,
Consigo não irão os olhos meus...
A sensação que tenho, tão antiga,
Desfeitos tantos sonhos de himeneus,
E de querer, enfim, que já consiga
Viver mais plenamente os sonhos seus...
Bem sei que depois disso vou sozinho...
É certo que tentamos ser felizes.
O fio deste amor jamais foi linho,
Não quero recordar a nossa dor.
Vivemos nosso céu, vieram crises,
Mas sinto um novo vento... salvador..
X
Amor que tão distante, em vão não me compete...
Vestida de saudade, a lua se entristece...
É lagrima que cai, inunda este carpete.
A dor, embevecida, amarga tela tece...
Amor que nunca cura, embalde se repete,
Não adianta crença, esqueça sua prece...
Desfila a solidão, a lua por vedete,
Minha pobre esperança, em lágrimas fenece...
Porém me resta o canto, o meu fiel parceiro...
A benção mais divina inunda o mundo inteiro!
Por tanto tempo quis o brilho da manhã!
O canto abençoado atravessando o mar...
Inunda o sofrimento, acorda o meu luar.
Nas bênçãos deste amor, o meu belo amanhã...
X
Nossas noites passando vãs, errantes,
Lascivas sensações, à flor da pele...
Meus lábios no teu corpo, navegantes,
Espreitam na nudez que me revele
As escondidas minas, diamantes.
Pedindo que em meus sonhos já se atrele
Os sonhos de quem quero, por instantes.
Antes que a solidão venha e congele...
As nossas carnes, vivas ardentias,
Intumescidos lagos, empoçados
Vibrantes os desejos, fantasias...
As sombras bruxuleiam, nosso quarto,
Delícias destes rios desaguados
No mar tão prazeroso. Pleno e farto...
X
Quantos caminhos tenho até chegar
A mansidão do colo de quem amo,
Passando por montanhas, vales, mar,
Vivendo qual cativo fujo d’amo
E busco a liberdade par
Com
Na fúria de poder não mais deixar
Que o tempo se assoberbe em cada ramo
Das matas ciliares do que penso,
E tramo toda noite em minha cama;
Vivendo em tal angústia; sempre tenso,
Aguardo que termine nossa história
Da forma que mais quero e que reclamo,
Louvando o nosso amor em plena glória..
X
Eu sempre te quis, nunca percebeste |
X
Eu quero o teu sorriso esculturado
Em teu rosto tão belo, angelical.
Distante do que fora amargurado,
Maliciosamente sensual...
Meu verso te buscando extasiado,
Encontra-te querida, bem e mal,
Ferindo um coração apaixonado,
Rolando meu desejo pelo astral...
Às vezes te concebo noutra história,
Amante de meus sonhos mais queridos.
Vencer todos os medos, minh glória,
Bem sabes quanto quero o teu amor.
Porém destes meus sonhos, vãos, perdidos,
Espero renascer jardim e flor...
X
Menina nunca esqueça que o encanto
Que trazes nesta vida é passageiro.
Depois deste período, o derradeiro
Sonho virá trazendo um triste pranto.
E destas flóreas sendas; manso canto
De um pássaro ferido por inteiro
Será talvez teu último parceiro
Todo universo enfim em desencanto!
Mas não temas a noite, ela virá
E tantos pesadelos te trará
Perceba, a juventude sempre engana...
Teus olhos de risonhos, doces brilhos,
Procurarão, embalde novos trilhos,
E sobreviverás, pois soberana...
X
Rolando com as pedras no caminho,
Imaculados sonhos, anjos, vícios.
As mãos que se misturam num carinho,
As pernas nos beirais, nos precipícios...
Em toda a castidade proclamada,
Revestes os teus sonhos de princesa.
Na boca que ofereces, desejada,
O rastro de delícias sobre a mesa.
Nos lodos misturados, aturdidos,
Profundas emoções diamantinas..
Segredos sob os mantos bem urdidos,
Tremulam tuas mãos, quase meninas.
E deitas do meu lado, tão gentil,
No toque prazeroso, enfim... sutil...
X
Desejo desnudar teus belos seios,
Intumescidos, loucos e sedentos,
Nos toques mais suaves, meus anseios,
Fragrâncias delicadas, pensamentos...
Entrar por tuas minas e teus veios,
Calando meus caminhos mais sedentos,
Deitando em teus cabelos, meus enleios,
Meus dedos te percorrem, calmos, lentos...
Nos rumos que me levam aos mistérios
Que tento desvendar, tua nudez...
Sabendo desfrutar gozos etéreos.
Carnais estes meus sonhos mais intensos,
Sangrando assim, total insensatez...
Momentos deliciosos, livres, tensos....
X
Nos umbrais percebendo o vento frio
Que invade sem perguntas, toma tudo.
Coração vai entregue e tão vazio,
Sem canto e sem promessa onde me iludo.
O meu mar se asfixia, perde um rio
No sentimento ignóbil, seco, rudo,
Impede a sensação de um novo estio,
Deixando-me calado, inerte, mudo...
Somente me restando uma saída
Do labirinto atroz desta saudade.
Tramando a solução em minha vida,
Pr’a todas incertezas quando houver,
Sozinho, sem ter porto, sem mulher...
Restando só um sopro da amizade...
X
Desfraldam-se essas nuvens altaneiras
Nublando todo o céu de uma esperança.
De todas as certezas, as primeiras,
Que nevam e me negam toda dança.
Verdades que se mostram quais bandeiras
Meu sonho sem temor, por certo alcança.
Nas montanhas gerais, azuis, mineiras,
Um grito benfazejo de bonança...
Altivas emoções que assim propagas,
Roçando meus cabelos, tuas mãos...
No vinho do desejo me embriagas,
Convidas para a festa, ganho o céu.
Dos dias que tivera, todos vãos,
As nuvens já se afastam, abrem véu...
X
|
X
Nascido de um momento mais sublime,
Verdugo de ilusões ,cala em meu peito.
Às vezes, insensato, me deprime,
Noutras já se mostra satisfeito.
Dos erros cometidos, me redime,
Em fúria estremecendo no meu leito,
Na sensação voraz remete ao crime,
Mortalha que emoldura do seu jeito.
Mas quando penso em ti, deusa vestal,
Recende teu perfume; raro olor.
Se torna levemente sensual.
Apascentando sempre, sem batalha,
Repleta meu caminho em puro amor,
Meu sonho, vivo fio da navalha...
X
Teu corpo majestoso assim floria,
Em meio a tantas flores, meu jardim.
Vivendo meu desejo em fantasia,
Nos imortais sonhares, trago enfim
O canto que me deste, em harmonia;
Amor que ao se entregar, jamais tem fim.
Envolto em minha voz, em poesia,
Aprende que a verdade existe sim.
Nas chamas, vibrações e nos anseios,
Espaços percorrendo, estrelares.
As mãos que acariciam os teus seios,
Silêncios destas bocas ocupadas,
Vagando em nossos corpos, mil lugares,
Nas horas mais divinas, aguardadas...
X
Ilusões povoando o pensamento, |
X
Ditando meus caminhos, alva lua |
X
Quem dera te envolver entre meus braços
E aos poucos no entrelace sensual
Invadir teus recônditos espaços
Numa troca de fluidos magistral.
Quem dera te tocar sob os lençóis,
E penetrar teus mares abissais
Nos brilhos de milhões de raros sóis
Nas fontes flamejantes e termais.
Violo teus segredos, os penetro,
E formo meus castelos, sou o rei,
Tocando teu prazer, invado, cetro...
Fazendo do desejo nossa lei.
Na conjunção de côncavo/convexo,
Delícias e loucuras perdem nexo...
X
Bendito seja amor que nos tortura,
Maltrata e nos corrói, depois redime.
Bendita essa mulher, que eu não estime
Outra, pois nela encontro minha cura.
Bendita seja a lua em sua alvura,
Que em seu louvor minha alma sempre prime.
Que meu verso em delírio sempre rime
Em toda essa altivez, toda brandura...
Bendito seja o sol, também a chuva,
Bendito seja o vinho, feito da uva
Sempre erotizada em fantasia.
Bendito seja o cio que transtorna,
Cálice do prazer, no gozo entorna.
Bendito nosso orgasmo dia a dia...
X
Alegria nascendo a cada dia
Trazendo um vento calmo de esperança
Na luta sem final contra a lembrança
De toda dor que mata a fantasia.
A cada novo tempo, a poesia
Inunda-se sem quer sombras da vingança
Rondando nosso amor
E
Crisântemos florescem no jardim,
Eu guardo belas flores dentro
Pedindo
Por mais que seja triste a madrugada
A vida se refaz nesta alvorada
Que trouxe o manso amor de Viviane...
X
A boca tão voraz que te descobre
Entregue em mil lascívias, languidez.
A pele delicada que me cobre
No contato integral, nossa nudez.
Insensatez profana e divinal,
Desejos se misturam, lambuzados...
No toque mais profundo e sensual
Dois corpos por si mesmos, devorados...
A noite fascinante não termina...
Volúpias não se bastam, querem mais...
O gosto desta boca determina
Que o tempo nunca passe... amor... jamais...
Na letargia mole de nós dois,
Cigarros e carinhos do depois...
X
Na cicatriz do amor que foi demais,
O gosto do que fora já se aflora.
Não sei se poderei falar agora
Do tempo que não volta nunca mais.
Descendo de esperanças ancestrais
Na voz que se calou, antes canora,
A tarde dessa vida, não sonora
Morrendo em cada curva, cala a paz.
Restando o sentimento de costume
Quando deste rosal, seca o perfume.
O medo do futuro sei que invade.
Não vivo mais pensando em ilusão,
Fechando toda a porta, coração,
Te peço pelo menos, amizade...
X
Ao ter já percebido que amizade
Supera qualquer trauma em nossa vida,
Vivendo enfim total felicidade,
Eu vejo uma tristeza em despedida,
Meus versos já supondo a claridade
Esbarram-se nas curvas de saída,
Saúdam desse amor prosperidade,
Cultivam esperança decidida.
Eu quero por sentindo no meu canto
Que ufana uma vitória sem temores.
Amiga não permita o desencanto
Que cala nossa voz, trama seqüelas.
Misturam-se nos céus milhões de cores,
Nas telas em que o canto bom revelas...
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