Incrível como os raios deste sol
Invadem a minha alma totalmente.
Lutando tantas vezes, sigo
No
E sinto, enamorado, em cada raio;
A força e a potência desta estrela.
Me prende, não consigo, nunca saio,
Da simples emoção de querer vê-la.
No toque carinhoso matinal,
O sol do seu olhar, cedo me invade,
Na praia dos desejos, sol e sal,
Não posso mais lutar contra, quem há-de?
E quero que me beije com furor
Entregue a seus carinhos, meu amor...
X
Nas mansas águas claras onde embarco, |
X
Depois de ter passado tanto tempo,
Vestido de ilusão não mais me mostro.
Não quero ser teu simples passatempo,
Sorver da vida a força de um colostro.
Que faço desses versos, te pergunto;
Que faço dessa vida sem meus versos?
Não vejo mais leveza neste assunto,
Seguindo por caminhos mais diversos.
De versos, diversões, tuas versões
São várias as verdades que inventaste.
Vencido sem saber mais de verões
Não quero que me trates como traste.
Eu amo, simplesmente, nada mais;
Por isso meu amor, até jamais...
X
Sem hora de ser tudo assim, senhora, |
XXX
Amiga, nestes versos que te faço
Não traço nem caminho nem desdita
Se passo tanto tempo e me esfumaço
Talvez seja por sorte tão maldita.
Se aflita te encontrei sem ter ninguém
Se vem essa vontade de chorar
Se imploras pela vinda deste alguém
Que teima e não se cansa de chamar.
Amiga, o meu destino é sempre a esmo,
Se mesmo de te amar não bastaria,
Se alegre ou se estou triste, sou o mesmo,
Na dor meu coração já te sorria.
Amiga, contarás sempre comigo,
Eu sou, tenha a certeza, teu amigo!
XXX
Aos poucos te conheço e reconheço |
XXX
Eu quero a sensação da liberdade |
XXX
Encontro, nos teus olhos, o segredo
Que tanto procurei, sem ter sucesso.
Os raios deste sol que nasce cedo
Concedem aos desejos, réu confesso...
Amar, serenidade, com ternura,
Que invade toda a tarde e toda a noite
Mergulho, insaciado na ranhura
Da boca e também do doce açoite.
E quero a cicatriz em carne viva
Do amor que me inundou, mel e garapa.
Rompante luz solar, luz radioativa
Ao teu calor, a lua, nunca escapa.
E deixa-se entregar intensamente,
Aos raios deste amor, deveras quente...
XXX
Quanto mais repartires sentimentos |
XXX
Como curar, de amor, a tal ferida;
Que invade terebrante e não me deixa.
Se sinto se esvaindo a própria vida,
Amor quando demais, traz sempre queixa.
Não posso contra amor, sem resistência,
Nem posso com a dor que amor me traz.
Deveras é preciso paciência,
Lutar contra esse amor não sou capaz.
Entregue na batalha, sem defesa,
Entregue nos teus braços, fogo ardente.
Eu sinto que te quero com certeza,
Vencendo que de amor era descrente.
Querida; todo amor que vale a pena,
De penas e de luzes, pinta a cena...
XXX
De manhã acordando tão feliz
|
XXX
Nas grandes esperanças que trazia |
XXX
Vivendo essa aventura com afinco
Sabendo que me perco e não reparto;
Debaixo do telhado, o mesmo zinco,
Saudade do que fui, cedo descarto.
Não tenho nem ternura e nem afeto,
Sou brusco como nunca imaginei.
Depois de tanto tempo um esqueleto
Agora mais direto, escancarei.
Em toda essa certeza, a timidez,
Que sempre foi voraz uma adversária
Tentando disfarçar essa nudez
Numa agressividade temerária.
Amor foi tão difícil declarar,
Que sempre me escondi, morri no mar...
XXX
Desperto, e de repente nada vejo. |
XXX
De tanto mergulhar no nosso mar
Em busca do que penso ser saída,
Por vezes me permito imaginar
Como é profunda e bela nossa vida...
São versos que te faço, companheira,
Palavras que soltei num vento amigo.
Eu quero ser feliz a vida inteira
Levando teu amor sempre comigo.
A noite empalidece com a lua
Esfuma uma esperança nos meus versos,
O canto que te fiz, se perpetua,
Singrando qual cometa , os universos.
Deitado neste intenso pratear,
Eu sinto nosso amor, pleno voltar...
XXX
Quem luta contra amor, nunca resiste. |
XXX
Amor que me tramara novo canto
Se espanta com teu brilho, mulher-sol.
E vive se explodindo num encanto,
Na mágica atração por teu farol.
Das Minas mais douradas do meu sonho,
As pedras preciosas, diamantes.
Te quero, minha rosa, te proponho,
Os dias mais amantes e brilhantes.
Conquanto nosso amor é néctar puro,
É sol que se embrenhando traz a lua.
No mármore esculpi nosso futuro,
E a vida, transformada, continua...
E sinto que faremos novos filhos,
Nos raios tão sedentos, nossos trilhos...
XXX
De tanto que este amor, amor emana,
De tanto que esta luz implica fogo;
A força que me traga, é tão tirana,
Que sempre irei perder, no fim, o jogo.
É fonte de ilusão mais cristalina,
É fonte dos desejos e dos sonhos.
Amor é ponte louca que domina,
Entre dois portos rudes e risonhos...
Nos cacos que tivemos em junção,
Erguemos um castelo de esperança.
Unindo dois num só, revolução,
Coração-coração, uma aliança.
Eu misturo meu sangue com o teu,
Todo o teu misturado com o meu...
XXX
Não quero inimizade de ninguém, |
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XXX
Te faço a confissão do meu delírio |
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XXX
Levando minha vida pelo mar,
Marés e tempestades, maresias...
Abraços entre lua, sol, amar,
Marulhos de prazeres, alegrias...
Quem dera timoneiro, pensamentos.
Quem dera solidez em novo cais.
Perdendo, nunca mais rosa dos ventos,
Espero pelos mares, mas, jamais...
Não quero perceber, do mar, a trilha,
Nem quero navegar sem sentimento.
Não me deixe sozinho, não sou ilha,
Eu quero teu amor, cada momento...
Levando minha vida; solto a vela,
Amor que tanto quis, já se revela...
XXX
Nos teus encantos perco todo o rumo... |
XXX
Não quero a noite eterna sem te ter;
Talvez fosse promessa que fizemos.
Se não consigo mais sobreviver
Meus versos; em carinho, concebemos...
Na noite que virá, sem outro dia,
Espero que me encontres. Dê um jeito.
Não deixe esmaecer a fantasia,
Morrer fazendo amor: Isso é perfeito!
Num ato carinhoso de lazer,
Deitado nos teus braços, cavalgado,
Numa agonia intensa do prazer,
Num gesto assim divino, abençoado..~
A certeza absoluta que preciso,
Entrar pelos portais do paraíso!
XXX
A vida que se sangra em cada porto,
Vertendo em hemorrágicas saudades.
Não vale o que se leva tão absorto,
Esquece de brindar realidades.
Eu dou meu testemunho se quiseres,
Eu sou o que seria se não fosse
Amor da forma louca que vieres;
Amor de qualquer jeito, me remoce!
E faça do outonal, primaveril.
E fale com firmeza e com ternura.
Mudando meu destino, amor sutil,
Que emana e se alimenta em fonte pura.
Vislumbro melhor tempo de chegada,
Depois destas procelas, minha amada...
XXX
Deitando calmamente no teu colo,
Depois desta batalha sem ter fim.
Forjando nova vida deste solo,
Plantando tanta luz de amor
Granulo
Nos versos irmanados, tu e eu.
Ouvindo teu carinho, tão amável,
O medo de morrer, enfim, morreu...
E quero ser semente que engravida
A vida sem temores que propomos;
Tristeza nada faz, morre esquecida,
E como da alegria, tantos gomos.
E quero lambuzar-me neste sumo
Perder, no teu quintal, meu senso e rumo...
XXX
Nós somos filhos desta encruzilhada
Que a vida, de tocaia, preparou.
Herdeiros do vazio, somos nada,
Apenas o que ocaso desenhou...
Da terra malfadada; pedra, espinho.
Do tempo que esquecido, já se foi.
Marcados pelas dores do caminho,
Sangrando neste arado, pé de boi.
Nós somos divisão duma esperança
Jogados nestes córgos, sem futuro.
Traçamos desde sempre essa aliança
Tramada neste chão que é seco e duro...
Mas amo cada palmo desta vida,
Arando meu desejo em ti, querida...
XXX
Ousando ter amor por quem temia, |
XXX
Dos mares tão mineiros que tramamos
Mergulhos nas montanhas das Gerais,
Macios nossos sonhos decoramos
Com mares que mineiros mostram mais.
Os ares das montanhas e das montes
Das fontes que jorramos nesta cama,
Das tramas que fizemos, do horizonte,
Dos versos verdadeiros, veras chamas...
Eu quero versejar e navegar
Os mares que me deste, por empenho.
Vencido pelas minas deste amar,
Das minas e montanhas cedo venho.
E cedo em teu carinho tal ternura
Que vejo em teu amor, a nossa cura...
XXX
Se trago tantos erros, quero acerto. |
XXX
Não quero o sofrimento como lema, |
XXX
Amiga, tantos versos dediquei |
XXX
Flechado pelas setas de Cupido, |
XXX
Quem dera ser lascivo passarinho
Que canta conquistando sua fêmea;
Assim com a viola e com meu pinho
Eu busco, no sereno, uma alma gêmea...
Distantes dos meus cantos não me escuta,
Sonhando com seu príncipe encantado.
De músculos bem feitos, força bruta,
Que pena que estará desencantado...
Princesa, me desculpe tal franqueza,
Não falo por inveja nem me escapo.
O dono de tal força e de beleza,
Aos poucos, virará terrível sapo...
Mas deixo que o futuro se apresente,
Apenas não te quero penitente...
XXX
Das cruzes que carrego, em sentimento; |
XXX
A luz de uma amizade se acendia
Em meio a tantas nuvens carregadas,
Traduzo teu carinho em alegria,
Ajuda nessas dores mal curadas...
Tomando toda a vida como base,
Amigos encontrei, decerto, poucos...
Curando essa ferida, põe a gaze
Impede que meus dias sigam loucos...
Melhor saber que existes, meu amigo.
Dá forças pr’a seguir a dura estrada.
Percebo, em cada curva, outro perigo,
A mão que me sustenta, abençoada...
Por mais que este caminho seja duro,
Nos passos co-relatos, me asseguro...
XXX
Que bom saber que estás dentro de mim, |
XXX
Quem dera ser criança novamente,
Brincar em seus jardins, em seus canteiros.
Correndo pela casa livremente.
Meus dias mais felizes, verdadeiros...
Da fruta que roubava no quintal;
Da roupa que quarava sob o sol...
De cores, minha vida, um festival.
No rio, uma esperança feita anzol...
Agora que te vejo assim, meu filho,
Noutros jardins, as mesmas brincadeiras;
Brilhando como o sol, me maravilho,
E vejo renovarem-se tais bandeiras
Do amor que me mostrou como é possível
Ser feliz. Renovar um sonho incrível...
XXX
Doces lembranças guardo do passado,
Dum tempo tão feliz em plena glória.
Sentindo-me, por ti, tão bem amado,
Jogado nos arquivos da memória...
Trazendo em largos dias, tanta paz.
Vivendo o que queria ser vivido.
O quadro na parede, o sonho traz,
Sabendo que jamais vai esquecido...
Erguendo, das saudades, uma taça;
Num brinde de esperança pro futuro.
Não deixe, meu amor, bolor e traça;
Reacenda esse quadro tão escuro...
E vamos renascer, nosso presente,
Amor que sempre fora mais contente...
XXX
Deitada na verdura do arvoredo, |
XXX
Quando em teus desejos percebia, |
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