Cristais do teu sorriso me tragando
Nas loucas vibrações de nossos beijos
Por rios, oceanos, vou vagando,
No céu destes teus olhos, azulejos...
Fulgindo nosso sol em plena noite,
Reflete no teu corpo em cada raio.
Promessas que em teus braços já me acoite
Na sensação divina de um desmaio.
Os turbilhões girando sem ter nexo,
Nesse canibalismo prazeroso,
Na noite de desejos e de sexo
Neste tropel infindo, nosso gozo.
Te quero minha amada que me afaga
Curando com ternura cada chaga...
X
Que o pólen que emanaste, minha flor. |
X
Formas do amor, longínquas esperanças!
Nas longilíneas mãos, tanto carinho.
Dolências delicadas, longas tranças
Descendo sobre um colo de alvo linho.
Visões de uma alegria sem igual,
Incensos que inebriam vaporosos,
As formas do prazer tão sensual
Promessas de delírios e de gozos...
Infinitos caminhos que percorro
Em cada nova noite radiante
Conheço cada vale, cada morro,
E vejo em ti destino deslumbrante...
Réquiem maravilhoso na alma pura
Embarco nestas formas, com ternura...
X
Hei de encontrar teu cofre delicado |
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Amiga que encontrei nesse recanto |
X
Conservo o teu perfume extasiante,
O cheiro desta pela que me atrai.
Rolando em nossa cama, delirante,
Meu pensamento voa, inda me trai.
Eu vejo esta beleza alucinante
Em cada verso meu. A noite cai.
Não deixo de pensar um só instante,
De ti restou apenas um bonsai
Deixado nesta sala da ilusão,
Como um retrato vivo deste amor
Que foi a perdição e salvação.
Mas amo-te eterna e mansamente
Estás dentro de mim. Nenhum temor
Impede que eu te chame, novamente...
X
Quem fora sempre tanto agora não me quer.
Procuro, vou errante, e nada mais percebo.
Em toda fantasia o rosto da mulher
Que quero para mim e, em vão, eu já concebo...
Não trago esta certeza embora minta sobre.
Eu desconheço o canto ingênuo da sereia,
Apenas esta noite, em desejos, me cobre;
Na praia do meu sonho as ondas sem areia...
Mas sei que tu virás, embora não te saiba,
Virás na fantasia ou quem sabe és real?
Não quero te dizer que no meu peito caiba
A dúvida cruel, talvez até fatal.
Mas tenho esta esperança, a última que morre,
Que possa renascer da lágrima que escorre...
X
Amigo quero tanto te falar
Das noites sem disfarce que passei,
Buscando nas estrelas o luar
Depois eu percebi que me enganei.
O brilho da esperança é diferente
Não pude discernir neste horizonte.
Por mais que ser feliz pareça urgente
A vida, quase sempre, nega a fonte.
Amigo, não me escondo da verdade,
Eu sei que me iludi sem perceber,
Por isso, devagar, essa saudade,
Já toma quase todo o meu viver.
Não peço-te conselho, não mereço,
Apenas que me compreenda meu tropeço!
X
Se queres meu perfume, não se esqueça
Que tenho meus desejos incontidos...
Por mais que tantas vezes enlouqueça
Os sonhos que vivemos, divididos...
Eu sinto que tu queres novos mares
Nos ares que voamos, passarinhos.
Se quero me perder nos teus olhares,
Não deixe que meus sonhos vão sozinhos...
Recebo tua mão nas minhas mãos,
Recebo teu carinho como um beijo.
Eu quero me perder pelos teus vãos
E mergulhar meu mundo em teu desejo...
Se veio tanta força no querer,
Não sabe como amar me faz sofrer.
X
Não vivo de mentiras nem fantasmas,
Apenas teu amor eu quero em mim.
Não creio que vivendo com miasmas
As chamas deste amor terão um fim.
Mas peço que tu mates o passado,
Não quero te impedir de se lembrar
Mas saiba como dói ao ser amado
Saber que tu não vais se libertar...
Eu quero ter inteira sem seqüelas
Nem mesmo reviver as cicatrizes,
Esqueça que viveste tais mazelas,
Aí seremos sempre mais felizes...
Não vivo do passado que sei fera,
A flor revive em cada primavera!
X
Não acredito em nada que não seja
Produto do carinho e da verdade.
A noite que não quero me dardeja
Trazendo uma tristeza, uma saudade...
Numa imagem que alberga o sonho meu,
De mágicas lembranças do passado
Do tempo que sem rumo se perdeu,
Vogando pelo amor, apaixonado..
Mas sei que não desisto deste sonho
Pois sei que um desengano custa caro,
Nova realidade me proponho
Trazendo para o amor todo esse amparo
Que só nosso carinho, amor, garante,
Na imensidão divina deste instante!
X
Não me deslumbre o cheiro desta flor
Que sempre me enternece mal a lua
Nascendo no horizonte
Traga-me
Não me deslumbre o gesto soberano
De quem sempre esperou o meu cansaço
Após ter se coberto
Desnudo
Não me deslumbre o canto mais audaz
Em versos e desejos, que me encanta,
A doce poesia já te traz
Qual leve borboleta, livre e santa...
Eu quero deslumbrar-me simplesmente
No amor que pelo amor se faz contente...
X
No meu imenso anseio em poder ter
Carinhos desta flor lá do cerrado,
Levando poesia ao me viver,
Iluminando sempre o belo prado
E as sendas olorosas do meu ser
Deixando um coração emocionado.
Eu canto p’ra jamais ela esquecer:
Só quero o seu prazer: apaixonado!
Esse perfume intenso, flor exala,
Penetra nas narinas, coração.
Adentra minha casa, toma a sala,
Aos poucos invadindo minha vida
Tomando toda a forma de paixão,
Minha alma transparente está vencida..
X
Não faço mais as queixas ao luar
Nem canto mais tristezas e quimeras.
A vida não se pode transformar
Em tantas emoções amargas, feras...
Não temo mais a noite sem estrelas
Nem temo mais as curvas se fechadas,
Espero tuas mãos para aquecê-las
Nas nossas madrugadas tão geladas...
Não canto mais o mote da tristeza
Nem me deixo iludir pelos sinais
Que foram, no passado, correnteza
Agora no meu peito, nunca mais...
Liberto em teu amor tão solidário
Meu peito hoje se mostra libertário...
X
Bocas rubras traduzem meu desejo
Em ter o tom mais perto do prazer.
Na boca carmesim eu já prevejo
O mundo que pretendo percorrer...
O mar cheio de esperanças que navego
Sem ondas, sem procela e tempestade.
Selando um sentimento que carrego
De conhecer, enfim, felicidade...
Eu falo dos festins que nos esperam
Nas noites que trouxeram nossos barcos,
Meus sonhos nos teus portos se temperam
Descrevem nos espaços tantos arcos..
Eu falo destas noites delicadas,
As nossas bocas rubras saciadas...
X
Donde vem este amor tão desvairado?
O sol vermelho queima tuas coxas.
Mergulho neste mar, extasiado,
As flores da saudade morrem roxas...
Meu doido coração bate depressa
Beijando a carne inteira deste sol.
E sinto que minha alma já se apressa,
Morena, teu amor, meu girassol...
Voluptuosamente te procuro,
Sereia que encantou meu coração.
Teu verso enamorado, sempre puro,
Invade meu viver, louca paixão...
O sol vermelho trama nesta praia
Morena meu amor... Coxas e saia...
X
Recebo o teu carinho sem demandas, |
X
Todo o calor lá dentro que me espera |
|
X
Namorados passeiam sob a lua |
X
Paixão palpita louca no meu peito |
X
Nos lânguidos clarões da branca lua
Refletidos no teu corpo minha amada,
Cobrindo a silhueta bela e nua
Na forma de uma deusa prateada...
Minha Afrodite meiga do cerrado,
Eu quero que me encontres no caminho,
No sonho mais feliz, enluarado
Envolto nas delícias do carinho...
A prata no marfim de teu sorriso,
Criando uma escultura divinal,
Amor assim demais e tão conciso
Nas formas desta deusa sensual.
E quero neste níveo sonho meu,
Atado ao teu destino, ser só teu...
X
Sonho agita-me, flórea primavera
Vestindo de magnólias e de rosas
Tua nudez prepara a doce espera
Formando novas tramas desejosas.
Soltando teus cabelos ondulados
Tu cobres o meu corpo nas melenas
Qual fossemos unidos, decorados,
Nas formas delicadas, vivas cenas...
Audazes minhas mãos vão percorrendo
E coroando em ti, milhões de beijos.
E neste quadro sinto renascendo
A vida emoldurada em teus desejos.
Vestindo tua pele sobre a minha
Tatuas na minha alma cada linha...
X
No topo da colina, a densa mata, |
X
Na vastidão dos ares te encontrei |
X
Assim como um guerreiro, lança em riste,
Adentro teus castelos sem temor.
Acordo teu desejo antes tão triste
Mergulho tão insano e sem pudor.
Recebes como um vento de esperança
Salvando-te das dores mais antigas,
Princesa que sonhara, uma criança,
Agora nos teus braços já me abrigas
Assim como um guerreiro que sonhavas
Espero que tu queiras sempre e tanto.
Acalma-te com ondas fortes, bravas,
E quer sempre te ter, meu puro encanto.
Eu quero reviver conto de fadas,
E quero que também meu peito invadas...
X
De finíssimas rendas, lingerie
Que vestes nesta noite tão ansiada,
Desejos explodindo... Estou aqui
Tentando vasculhar cada pegada
E descobri o mapa do tesouro
Em busca desta mina que entontece
Sabendo que terei as jóias d’ouro
Debaixo desta capa que enlouquece.
Se nessas transparências adivinho
A forma tão gentil desta morena,
Eu quero ter o gosto do carinho
Que a lingerie sugere e que me acena.
Permita que eu desfrute deste sonho,
Em que querer demais, já te proponho...
X
Trêmulo, levado à plenitude
De todo este esplendor que tu me destes.
Sabendo que encontrei a juventude
No corpo que desnudo, tiro as vestes...
Na pele tão morena e mais macia,
Nos seios a delícia de encontrar
Motivos para cada poesia,
No templo divinal, sempre te amar.
A flor tão delicada e escondida
Aromática essência do deleite.
Eu quero, minha amada, toda a vida
Que sempre que puder, venha e me aceite.
Eu quero me perder nesta certeza
Deste perfume nobre da pureza...
X
Nesta insensata guerra que travamos
Debaixo das cobertas, ofegantes
Molhando estes lençóis nos devoramos
Rompendo a imensidão, tão galopantes...
Na imaculada lua roubo o brilho
Te oferto como prova de carinho.
Seguimos o luar, tão belo trilho
E rumo ao infinito, nosso ninho.
Verás como é possível ser feliz
E ter a sensação de ser mais plena.
Te quero e sempre mais, de novo, bis,
Por certo nem a lua nos condena,
E cheia nos prepara esta festança
Regada ao bom tempero da esperança!
X
Bandeiras desfraldadas nesta torre
Onde avisto chegarem galopantes
Corcéis no céu que morre
Nas colinas em cores deslumbrantes.
Bandeiras desfraldadas nesta cama
Misturas de perfumes e de sonhos,
A voz aveludada não reclama
Os mantos descobertos e risonhos.
Bandeiras desfraldadas nesta busca
Do corpo pela pele que sonhara.
A mão que acaricia, nunca brusca,
Encontra em quente lago uma água clara.
No visgo deste lago me perdi,
Bandeiras desfraldadas, ‘stou aqui!
X
Carnais, nossos desejos sem juízo,
Os trêmulos carinhos se procuram.
Vivendo sem temer perder o siso,
Os males e as dores já se curam...
Nos frêmitos audazes lácteos veios,
Palpitações felizes e mordazes,
Enveredar meus lábios nos teus seios
Sugando em meus delírios, nossas fases.
Em cada frase sempre te dizer,
Nesta visões secretas, arrepios.
E sempre que sonhar estremecer
O mundo nos atando, nossos fios...
Carnais tocando os sinos da loucura
Na noite que te quero, nua e pura...
X
Nas flamejantes luas que mergulho |
X
Eu quero te alagar, inundação,
Fazer-te devorar meus sentimentos,
Num canto mais intenso de emoção
Sentir este soprar de loucos ventos.
Louvar cada segundo
Rasgar
Vencendo teus receios; fantasia
Que seca e que desmonta nossos medos...
Eu quero a formosura do teu rosto
Beleza sem igual, mais cintilante,
Provar de cada canto todo o gosto
E te fazer tremer, seios arfantes...
Eu quero a cicatriz que nos redime
Deste prazer imenso e tão sublime!
X
As flores delicadas da luxúria
Nascidas no canteiro do desejo,
Num rito de loucura mais espúria
Despetalando em cada novo beijo.
Não quero em teu prazer, uma surdina,
Eu quero que tu grites sem vergonha,
Mostrando tão voraz quanto alucina
Mordendo o travesseiro, rasga a fronha...
Porejem os suores mais brilhosos
Como gotas de orvalho nesta flor,
Aberta aos raios quentes, vaporosos,
Entregue a tais mormaços deste amor.
Neste jardim divino, no canteiro,
Só quero ser, querida, o jardineiro!
X
Da textura da seda em tua pele |
X
As fascinantes noites tentadoras
Produzem emoções tão fabulosas,
As coxas que se tocam redentoras,
Jardins que se procuram querem rosas.
As nossas carnes trazem tal perfume
Que vão embriagando em cada toque.
Vencida a tempestade do ciúme
Procuro em tuas formas meu enfoque.
Desejo destas doces, mornas fontes,
Neste mormaço intenso que me queima,
Observo neste sol meus horizontes
Na cama, me ofereces guloseima
Que quero desfrutar cada pedaço,
Sem me importar sequer com o cansaço...
X
Na corrente tão calma deste rio
Coloco meu desejo, embarcação,
Jamais me esquecerei do nosso estio,
O cais onde pretendo atracação.
No tempo mais preciso deste afeto
Abrias para mim o paraíso.
O frio, no teu cio ganha veto,
Calor tão flamejante que preciso.
Ao mar deste delírio, meu destino,
No labirinto perco meus sentidos.
Neste rubi que trazes, perco o tino
E sinto levemente os teus gemidos.
Amada. Neste rio busco o mar,
Imerso em tal fartura, quero amar!
X
Quisera ser vestal pra te cantar
Em versos babujar teu coração,
Deixando-te o desejo de cantar
Uníssona cantiga de paixão...
Quisera ser veneno que inebria
Numa aguardente insana e mais bacante,
Clamar-te meu delírio
E
Quisera ter teus seios ofegantes
Nos túrgidos desejos, nossa chama,
E ter eternidade por instantes
E me enredar na louca, intensa, trama.
Quisera conhecer os teus estios
Nos lambuzar do mel de nossos cios...
X
Encontro-te na cama, enlanguescente, |
X
Neste lábio fremente e carinhoso
Uma risada louca e transtornada,
Os olhos revirando em pleno gozo
Vontade de chorar e dar risada.
Dos teus seios escorre o puro leite
Qual fora dum vulcão a quente lava,
No corpo tão suado, um fino azeite
Que molha e que me toca, enquanto lava.
Nas ânsias tão etéreas, amplidão,
No aroma delicado de mulher
Na entrega tão voraz desta paixão,
Certeza de saber o que se quer.
Espasmos, contrações, rumos despertos
Inundações leitosas nos desertos...
X
Em ondas tão convulsas, explosivas, |
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