Talvez sonhasse amor, com teu carinho, |
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Na antiga desventura em que vivia
As lágrimas constantes me afetavam.
A vida proibia a fantasia
Nem mesmo as poesias me alegravam.
Andava sem destino por aí,
Catando uma emoção sem encontrar.
Por tantas vezes, louco, me perdi,
Uivando nestas noites de luar...
Tantos esparsos sonhos me diziam
Que ser feliz jamais podia ser.
Meus olhos sem ter rumo se perdiam,
Vontade desgraçada de morrer.
Mas vejo que me salvo deste tédio,
Nos olhos tão castanhos, meu remédio...
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Achar na treva a luz que necessito, |
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Como a floresta densa, impenetrável,
Meu coração vivera tanto tempo.
Temendo o sofrimento interminável
Do amor, este difícil contratempo...
Assim também seguia
Pela
Não conheci sequer nenhum momento
Da bela primavera ou dum estio...
Hoje entre os ramos mansos desta flor
Conheço a primavera, sei do orvalho,
Vivendo plenamente o nosso amor,
Na solidez hercúlea do carvalho.
Tingindo esta floresta de outras cores
Aprendo a conhecer frutos e flores...
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Tu ouvirás o canto da esperança |
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Toda essa ansiedade tem motivos,
Eu quero te encontrar aqui, em breve.
Falando dos meus sonhos emotivos,
Tornando nosso mundo bem mais leve.
Eu quero que me acolhas nos teus braços
Depois me faça amor, durma comigo.
Eu quero que estreitamos nossos laços,
Vivermos cada dia em nosso abrigo.
Tu és de uma bondade rara e pura,
Eu te busquei, decerto, toda a vida...
Encheste meu deserto de ternura,
Por isso é que te chamo amor, querida...
Entre as estrelas soltas na tiara
Celeste, com certeza és a mais rara...
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Rever este caminho que fizemos
Em busca deste espaço que sonhamos.
O medo de viver, nós já perdemos,
Agora somos mais do que pensamos.
Estrada pavorosa da tristeza,
Bem sei que tão difícil,tão escura.
Deslinda nesta lua uma beleza,
Premente de calor e de ternura.
Não temo mais a dor, sou infinito
Neste amor que não me cobra.
Teus olhos, toda noite, vou e fito,
Minha alma de prazeres se desdobra...
Palpita um coração tão desejoso
Que sabe, deste amor, ser orgulhoso...
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Eu quero mergulhar nos teus desejos,
Não permitir sequer que tu me negues.
Desejo decifrar milhões de beijos,
Na boca que te peço que navegues...
Eu quero desnudar minha esperança
E ver a cicatriz que amor te deu.
Desejo te querer numa lembrança
Do mundo que sei meu e será teu...
Desejo te conter sem mais delongas
E ver-te renascer nos braços meus...
As tardes sem te ter correm tão longas;
Não quero minha amada, o triste adeus...
Desejo desejar-te desejosa,
Depois despetalar-te, minha rosa...
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O canto que te faço, minha amada, |
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Tantas almas colhidas pela dor,
Plantadas nos canteiros da ilusão.
Sei que amor pode ser bom lavrador
Ou secar-se sem ter uma emoção.
Almas errantes perdem o seu rumo,
Entornam tantas lágrimas, sem fim...
Doridas, as saudades perdem prumo,
E trazem tantas mágoas, são assim...
Porém, quando encontrei amor na vida
A sorte benfazeja me beijou.
Por isso te agradeço assim querida,
És mais do que metade do que sou.
E peço, nunca deixes de me amar,
Por isso nunca esqueço de te arar...
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Neste eterno ansiar pela presença
Daquela que se foi pra nunca mais;
A dor vem castigando e dá a sentença
E me diz: Ser feliz? Nunca, jamais!
Transtorna-me o viver me maltratando,
A existência parece sem sentido.
O tempo tão comprido, se arrastando,
Encontro-me sozinho, estou perdido!
Porém quando te sinto, minha amiga,
Acalma-se a tristeza, a dor se abranda.
Uma emoção serena em ti se abriga,
A vida se transforma calma e branda.
Minha alma canta suspirando leve,
Me dando forças, nem a dor se atreve!
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Meu amor tem tal beleza
Que se encontra nesta flor
Trazendo tanta pureza
Na natureza do amor.
Que se perfuma no sonho
De viver manso carinho;
Nosso amor que te proponho
Não reconhece um espinho
E vive completamente
Sem temer a solidão
Felicidade é urgente,
Vivo pleno de emoção
Tanto amor tenho por ti,
Minha rosa; eu colibri...
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Tenho medo da noite embora não discuta, |
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Entregue a sensação de ser amado
Amando tantas vezes sem descanso.
Meu verso se por certo está cansado
Por outras as alturas eu alcanço...
A sorte tão diversa, passos lassos
Pesando sobre as costas de quem segue
Sentindo tal calor nos teus abraços
Depois de tantas quedas se prossegue.
Se o canto que te canto soa fútil,
Amiga, não se esqueça que num dia,
Amor que te pareça mais inútil
Apóia quando em queda, escadaria...
Deitada no meu colo vê se acalma
O furor desmedido de tua alma...
X
Quando a tormenta invade nossa vida
E tudo se parece mais distante.
A noite se aproxima
E
O vinho da amizade enfim ressurge
Num brinde em que encontramos coração.
Talvez a solução num átimo, urge
E seja tão somente ter perdão.
Mas verdadeiramente és meu amigo,
Eu sei que em ti eu posso confiar.
Quem erra necessita ter castigo
Porém não é preciso magoar.
Em toda a tempestade uma esperança
Somente esta amizade traz bonança...
X
As tuas mãos guardando este segredo
De tempos mais antigos, dolorosos...
Teus olhos refletindo todo o medo
Dos dias mais difíceis, temerosos.
Percorro as alamedas do teu todo,
Fazendo em cada ponto um porto meu.
Não quero mais que a vida traga engodo,
Meu barco no teu cais já se perdeu.
Arraso seus castelos sem querer,
Invado tuas praias sem aviso,
Preciso de teu mundo pra viver
Meus olhos nos teus olhos eu repriso.
Mas quando o mar molhar a fina areia,
De novo, teu castelo se incendeia...
X
Recordo ao meu amor como é tão breve
A tarde que teremos de prazer.
Permita que minha alma sempre enleve
Na leve sensação de te querer.
A paixão que chama não desiste,
Insiste em brincar de me envolver.
Não deixe que eu jamais volte a ser triste,
Aos poucos envolvendo todo o ser.
Respiro em tua boca, perco o ar,
Aqueço-me em teu corpo, vou sem frio.
És doce fantasia, és meu luar;
Renasce em teu desejo o meu estio.
Ando perdido em nosso sonho intenso,
No mar de tanto amor me recompenso...
X
Não faço mais o tempo que não tenho,
Apenas sou o verso distraído.
Ser o que sou merece o teu empenho?
Destas defesas nunca haver saído.
Mas caracol desnudo não te assusta
Apenas talvez nojo ou gargalhada.
Falar de penitência sei que custa
Até por que não sobra quase nada.
Inerte como o mar que não tem ondas,
Vazio como o copo meio cheio,
As formas não atléticas redondas
Demonstram a sensação de ser recheio.
Vadeio sem voar na lua plena
Este espelho trincado já me acena...
X
Nas névoas do desejo te encontrei
Em meio a nebulosas noites vagas.
Agora que em teu brilho iluminei
Os mares dos desejos, ondas, vagas...
Na vastidão dos céus, traço cometas
Buscando no teu corpo uma visagem:
Amor! Por mais loucuras que cometas
Jamais eu perderei a tua imagem.
Deitada em minha cama, ressonando,
Trazendo para a terra novos sóis,
Eu quero prosseguir somente amando
Vivendo nos castelos que constróis.
Meu mundo no teu mundo tem conserto,
Dos astros harmonias em concerto...
X
Dormindo como uma onda em calma praia
Te vejo suspirando, delicada...
Na areia deste sonho, o sol desmaia
Deitado em tua pele bronzeada...
Dormindo com pureza sensual,
Cansaços e delícias desfrutados;
A noite foi sem par, fenomenal,
Meus sonhos se tornaram tão dourados...
Ao ver-te molemente extasiada
Percebo como é bom poder te ter.
Sacias meus desejos, minha amada,
No livro que sabemos, juntos, ler...
Que bom que concebemos nosso caso,
É sol que brilha forte em meu ocaso!
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Balbucio seu nome, estremecido. |
X
Na noite que dormias ao meu lado,
Estrelas decorando uma nudez,
Do sonho que tivera, enamorado,
Querer viver intenso, sem talvez...
Frescor do vento entrando em nosso quarto,
Janela escancarada da emoção;
Depois de tanto amor, deveras farto,
Uma vontade imensa de paixão.
Sob o clarão leitoso duma lua
Imensa, enlanguescente, delicada;
Olhando pr’a escultura bela e nua
A noite transcorria iluminada.
Sem ais meu coração se entrega inteiro,
Aos laços deste amor mais verdadeiro...
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Quando uma solidão bateu na porta |
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Rosa branca da paz no teu perfume |
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Tal qual um diamante, teu sorriso, |
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Prossegues teu caminho sem temer |
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Uma ilusão terrível dominara
O tempo em que, distante, não te via.
Por vezes teu olhar eu encontrara
No sol que iluminava em claro dia.
Achei o teu perfume no jardim
Que tanto cultivei, bom jardineiro,
Porém era um aroma de jasmim
Emanado das flores do canteiro.
No sensual desejo dos corcéis
Eu via nosso amor se repetindo.
Doçura de teu beijo em tantos méis.
Pureza de tua alma refletindo
Nos lagos transparentes, águas claras,
Rubis e diamantes, pedras raras...
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Esta aragem batendo no meu rosto |
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Como é belo teu rosto minha amada,
Parece que esculpido em marmol raro.
Como um belo luar na madrugada
Trazendo a sensação, divino amparo.
Quando o mar busca a areia desta praia
Suas ondas marulham sinfonia
Na beleza solar quando desmaia
Nascendo a calma noite e morre o dia
Eu me lembro de ti, que é tão formosa,
No silêncio da noite ouvindo a voz
Envolta nos perfumes desta rosa
Eu me esqueço, sem medo, dor atroz.
Na grandeza de ser, por ti, amado,
A certeza de estar apaixonado!
X
No ofuscador semblante de quem amo,
O brilho faiscante deste olhar...
Bem sabes quanto dói quando te chamo
E nada de me ouvir e me falar...
Não sei se em pleno céu eu te perdi,
Nem sei em que planeta te escondestes.
Só sei que em meu amor, estás aqui
Guardada nestes olhos, nestas vestes...
Não temo tua ausência, pois virás.
A noite te trará morta de sono.
Enfim, depois de tudo, terei paz,
Cansado deste tempo de abandono.
Minha alma transbordando de alegria
Espera, ansiosamente, o belo dia...
X
No ofuscador semblante de quem amo,
O brilho faiscante deste olhar...
Bem sabes quanto dói quando te chamo
E nada de me ouvir e me falar...
Não sei se em pleno céu eu te perdi,
Nem sei em que planeta te escondestes.
Só sei que em meu amor, estás aqui
Guardada nestes olhos, nestas vestes...
Não temo tua ausência, pois virás.
A noite te trará morta de sono.
Enfim, depois de tudo, terei paz,
Cansado deste tempo de abandono.
Minha alma transbordando de alegria
Espera, ansiosamente, o belo dia...
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Rasgando a capa triste da saudade |
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Auroras que imagino, vagos lumes, |
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Neste divã, qual diva, te enlanguesces, |
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X
Ao ler estes meus versos, meu amigo,
Perceba toda dor de uma paixão,
No campo deste amor, sou joio e trigo,
Sou mudo quanto entôo uma canção.
Um sentimento assim, ambivalente,
Permite tanto alívio e sofrimento,
Talvez se, enfim, chorasse de contente,
Soubesse como é bom beber o vento.
Andar em liberdade dolorida,
De amar e não poder ser o que quero.
No amargo deste mel de minha vida,
O sol com tempestade não venero.
Amigo, então, perceba a solidão
Tempero em minha vida... Solução?
X
Nas vastidão do amor perdi meu barco,
Acesa uma esperança que restara,
O mundo sem ter prumo, perde o arco
Sem forças de saber se a vida é cara.
Dois ramos engastados, os destinos
Que tanto nós negamos são os nós
Cerrados desde quando dois meninos
Sabiam deste amor que existe em nós.
Crescemos solidários
Após
Amor que conheceu a juventude
Aos poucos, mansamente, nos perdemos.
Mas temos o calor de uma amizade
Que aos poucos nos redime e nos invade...
X
Dos colossais desejos que me guiam |
X
Embora o medo trame gargalhadas, |
X
O coração de todo sonhador |
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