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Eu vi teu nome exposto na manchete |
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Pela estrada da vida caminhando, |
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Tomando cada verso como espelho
De um dia que sonhara e nunca veio.
Na vida não ouvi sequer conselho,
Seguindo cada passo sem receio.
Um amuleto trago, um céu vermelho,
Usando a liberdade como um meio,
Eu não irei meter o meu bedelho
Aberto o coração, num devaneio...
Do medo em que emergi, nada mais trago
Nem mesmo a solidão traz dor e pranto.
De tudo o que vivi sobrou o estrago
Dos olhos esquecidos sobre a mesa,
Amiga, não permita que este canto
Te torne bem mais frágil e indefesa...
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Eu trago para ti meus tristes olhos,
Marcados pelas dores do passado,
As flores prometidas, morrem molhos
Meu medo sempre foi bem demarcado.
Pastores colocaram tais antolhos,
Negando uma visão, não tenho lado,
Sobrando a plantação destes abrolhos
Do amor sempre distante, destroçado.
Mas trago meu olhar, Senhor meu Pai,
Apenas o que tenho nesta vida.
Se a tarde em desespero sempre cai,
Amigos que plantei nao os colhi,
Por isso meu amigo, em despedida,
Tu és a redenção que recebi...
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Falando deste sonho de moleque |
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Sentir em cada toque mais ardente |
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Cismando pelas ruas, solitário, |
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Inundando esta imensa vastidão |
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Teu sexo perfumado e tão gostoso, |
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Galgando cada parte deste sonho
Vislumbro mil montanhas, belos vales.
Depois deste delírio tão risonho
Debaixo do vestido,saia e xales.
Amor sem sortilégios te proponho,
Não deixo que em mentiras tu me cales,
Vibrando em cada dedo que te ponho,
Gemidos e suspiros, que tu fales...
Num átimo um desejo tão carnal
Vencendo uma razão que se perdeu.
Nesta opereta insana e assim carnal,
Rebenta toda a corda, sanidade,
Teu corpo se confunde com o meu
Nos atos que profanas, liberdade...
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Vislumbro uma voraz insaciedade
Tomando a bela forma de mulher.
Levando assim a tal insanidade
Do jeito que puder e que vier.
Pedintes, os teus olhos, me suplicam
Amor como um vulcão que não se aplaca,
Estrelas em teu corpo já salpicam,
Nos olhos desejos uma estaca
Que adentra tua sala, cama e quarto,
Em tal sofreguidão que não descansa.
Até deitar contigo, amor bem farto,
Tu sabes e desejas uma lança
Que vem e te sacia num segundo,
Bebendo o teu prazer no qual me inundo...
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Menino que corria entre bandeiras, |
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Ao ver-te se afastando dos famintos, |
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Viemos de outras terras tão distantes,
Marcados pelo ferro dos grilhões.
Nos barcos que viemos delirantes
Na fome e na desgraça em borbotões...
Viemos desses medos, dos farsantes,
Exclusos e vendidos, sem perdões.
Do ventre de outras terras, mais errantes,
Dos quilombos marcantes podridões...
Viemos não em busca de riqueza,
Sangrados em prostíbulos insanos.
Guerreiros libertários soberanos,
Na marca dos terrores, da tristeza,
No gosto da suprema liberdade,
Clamando tão somente uma amizade...
X
Tua boca desliza mansamente,
Roçando no meu peito, tão voraz...
Meus pelos arrepias levemente,
E mostra-se feroz e mais audaz...
Me entrego nos teus braços totalmente,
Além do que pensara ser capaz.
Sentindo tua boca, doce e quente,
Volúpias e desejos amor traz...
E aos poucos devorando cada gota,
Deitada sobre mim, sorriso branco...
A noite em mil carinhos não se esgota,
Te quero sempre mais, amor sou franco,
Depois de tanto tempo, mergulhando,
Te digo, simplesmente, estou te amando!
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Sentindo cada dedo deslizando |
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Ah! Como vais negar que foste minha
Se a boca está marcada pelo beijo.
Se a vida te desfez e vai sozinha,
Te quero com a força de um desejo.
Se a sorte no meu peito inda me espinha,
Se o tempo se perdeu, e nada vejo,
Se a morte deste amor já se avizinha,
Se nada mais percebo, e o fim prevejo.
Estás em cada verso que proponho,
Estás na fantasia que alimento.
Tu vives na verdade em cada sonho.
Embora noutros corpos me esquecesse,
Tu és o que me resta, o meu alento,
O beijo que me deste, a minha prece...
Baseado em NEGUE
X
Ouvindo-te dizer: como é tristonho!
Percorro velhas ruas, tantos becos...
Do mundo um paradeiro que proponho
Não ouve e nem recebe mais os ecos...
Quem fora uma alegria, um belo sonho,
Jamais se permitiu os repetecos.
Vivendo o frio vento, tão medonho,
Os olhos sem ter lágrimas, vão secos...
Tomado por tristeza e duro tédio,
Sabendo da enfadonha calmaria,
Não vejo nesta vida outro remédio,
De ter uma esperança que prossiga;
O toque mais sagaz desta magia
Que emana de teus braços, minha amiga...
X
Quando uma solidão bater à porta,
Já tão cansado, inerte, assim vencido;
A vida num segundo se reporta
Ao tempo mais distante, percorrido.
Toda a tristeza muda, se conforta,
Nos olhos de quem sabe já ter sido.
O frio temerário que me corta
Acalma-se depois de ter morrido...
Eu levarei teu nome, minha amiga,
E sonhos que se foram, tanto tempo.
Amar não foi somente um passatempo,
Foi o melhor que tive, nada mais.
Se a solidão no peito enfim se abriga,
Um resto de alegria, amor me traz...
X
Sentir o teu perfume alucinante
Gerado nestes êxtases sem par.
Estar contigo aqui neste rompante
Depor as minhas armas, me entregar
Ao gozo da luxúria deslumbrante
Deste mormaço insano a nos tocar...
Teus frutos, framboesas, mel e cana,
Nessa umidade doce e magistral
De divindade nua e soberana
Rolando nesta chama sensual,
Menina fantasia tão profana,
Um paraíso humano, amor carnal,
Rainha destes sonhos tropicais...
Morena tenho tudo e quero mais...
X
Depois de ter passado a vida inteira
Numa procura insana por amor.
Uma ilusão completa costumeira
Forrando este meu peito sonhador.
A sorte nunca foi a companheira
Deixando em suas marcas, sempre a dor.
Inverno vem chegando, vou sem eira
Restando só tristeza a me compor.
Quem dera a juventude retornasse,
Pudesse retornar aos belos dias.
Quem sabe assim amor eu encontrasse...
Mas nada me restou. A vida passa,
Retoma o que me trouxe em fantasias,
Cobrando pelo que me deu de graça...
X
Anjo noturno em asas deslumbrantes,
Andando nos meus sonhos, brancas ruas.
Os olhos, dois perfeitos diamantes,
As asas descobertas, carnes nuas.
Sementes espalhadas em rompantes.
Um anjo que me entorna bocas cruas,
Em sombras tão bonitas, radiantes...
Mulher que angelical, assim flutuas...
Virando-te do avesso, sexo e gozo,
Na dor transcendental de ser assim
Desejo que se fez voluptuoso,
Ardendo em sonhos loucos,sede e brasa.
Segredo meus anseios, cedo ao sim.
Desfruto de teu corpo, minha casa...
X
Saber de cada parte, corpo exposto, |
X
Compondo uma esperança em puro amor,
Destroços rebentando do meu peito.
Abortando em botão matando a flor,
Deveras nada esteve do meu jeito.
Vazio que sobrou, nada compor,
Amor morrendo assim tão imperfeito.
Soçobra meu navio em plena dor.
Do vago que restou, um nada feito.
Mas vejo uma alegria em pleno breu.
Um gosto de ilusão, do sonho meu.
Bonança que se fez da tempestade.
Tocando o coração, fico contente.
Da sensação de paz, mais docemente,
A força benfazeja da amizade...
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Viver apaixonado, sem medidas, |
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X
Caminho por estrelas quando vejo
Os olhos divinais que tanto quis.
Sabendo que vertido meu desejo
Na boca que me fez ser tão feliz...
Montanhas escaladas nos mistérios
Das noites que passamos acordados,
Amores envolvidos sem critérios
Demonstram velhos sonhos decorados...
Amada que me trouxe liberdade
Das fontes que percebo inigualáveis,
Vasculho pelos becos da cidade
Os olhos divinais inalcançáveis...
Divinos sentimentos são capazes
De penetrar amores mais vorazes...
X
Roçando minha boca em tua pele,
Aos poucos te despindo, mansamente.
Ao mais louco mergulho tudo impele
E avanço tuas trilhas calmamente...
O vento que te toca e te arrepia,
Na brisa tão suave dos meus lábios,
Em tantas profusões desta alegria
Percebo teus carinhos, loucos, sábios...
Me aventurando tanto pelas trevas
Que mostram belas sendas que procuro,
E peço que em meus mundos tu te atrevas
Trazemos nossas luzes, neste escuro...
Amando tão fremente esqueço os breus
Nos lumes, nas lanternas, todos teus...
X
Nossas peles retintas dos matizes
Diversos que o desejo preparou,
Roubando toda a cena, como atrizes
Que o tempo, sem saber, emoldurou.
Noites a fio somos mais felizes
No mar que nosso amor nos preparou.
Deitados sob a lua, nas marquises
Promessas que este tempo enclausurou
Nas nossas aventuras qual dementes
Roubando uma verdura destes matos,
Roçando com as bocas, olhos, dentes...
Impérios dos sentidos todos, tantos...
No sacrilégio insano, os meus retratos,
Fazendo nosso amor, imersos... Santos...
X
Vivendo tantas vezes por viver
Vencido por cansaço e sofrimento.
Espelho onde custei reconhecer
As marcas, cicatrizes do tormento.
Não quero mais um porto, nem um cais,
Seguindo minha vida sem timão,
Um sonho, ser feliz, não sonho mais;
O vento derradeiro, furacão...
Não posso mais falar, vou sem sentido...
Em tudo fracassei, isso é verdade.
Meu mundo, num segundo repartido,
O que posso dizer? Sequer saudade...
E surges mansamente e me domina,
A luz, que ao fim do túnel, ilumina...
X
Amiga, neste mundo triste e vão,
Toda a tristeza imensa, quase nada,
Matando pouco a pouco o coração,
Na sorte que se mostra abandonada...
As flores espalhadas pelo chão,
Na vida que se foi, despetalada...
Envolto pelas garras, solidão,
Amor, uma palavra assim riscada...
Amiga, me perdoe se não falo
Das coisas tão bonitas desta vida.
Destino se tornou um forte abalo
Trazendo para a vida, a tempestade...
A tarde vai morrendo, a dor cumprida,
Restando tão somente essa amizade...
X
Em busca da pantera dos seus sonhos,
Corcel desesperado alça um vôo
Por sobre tantos mares mais risonhos,
Os sonhos do corcel, cedo eu perdôo...
São sonhos como os meus, minha querida,
Envoltos em total ansiedade...
Esqueço destes males, salvo a vida,
Aguardo tanto sonho, liberdade...
Amor como nas tramas mais sutis,
Não cabe mais nos sonhos do corcel,
Que em toda sua vida sempre quis
Alçar um manso vôo pelo céu...
Pantera mostra as garras delirantes
Amor doma o corcel bem cedo e antes...
X
Mergulhando nos sonhos mais bonitos
Abraçando minha deusa tão amada.
Voando por espaços infinitos
Em busca da manhã iluminada;
Os raios deste sol brilhando tanto
Trazendo uma esperança, vivo amor.
Envolto na alegria, enfim te canto
E roubo deste sol todo o calor.
Amada como é bom viver contigo
Sem medo do tormento e da saudade.
Aqui, eu já pressinto, sem perigo,
Eu posso conhecer felicidade.
Amada, vem comigo, eu te proponho,
Na noite viajar, planeta sonho...
X
O mar que me levou; levou amor |
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X
Amiga, percebendo que chamaste
Por meu nome no vento que te trouxe,
Em alegria imensa transformaste
Um sonho que jamais pensei ser doce.
A sorte que por certo já banhaste
Muito mais que pensei que um dia fosse;
Quem antes se julgara um simples traste,
Num segundo mais forte iluminou-se.
Amiga assim tocando uma triste alma.
Em benção divinal por certo acalma
Quem antes só sofrera ansiedade.
E assim, pouco a pouco, vai surgindo,
Um dia mais feliz, decerto lindo,
No peito renasceu felicidade...
X
Espreito de tocaia quando passas, |
X
Sem tino e sem juízo, me perdendo, |
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Montado em meu cavalo,o pensamento, |
X
Quem dera prisioneiro em tua cama, |
X
Vieste nestes sonhos benfazejos,
Montada em teu cavalo, nua em pelo.
No fogo sedutor dos meus desejos,
Não tenho mais saída e nem apelo.
Roçando minha pele com teus beijos,
Tocando no meu rosto, o teu cabelo.
Os lábios que me tocam, relampejos,
Forrando minhas pernas, teus novelos...
Os sinos repicando, teus sinais,
Na glória do prazer estrela nua.
Imerso nos teus seios, quero mais.
Na fome de te ter, minha alma sua
E vibra nos esteios, catedrais,
Avança e te invadindo, não recua...
X
Levanta o teu vestido, o vento audaz, |
X
Querida se percebes meus enganos,
Por que não reparaste nestes teus?
Os erros cometidos, soberanos,
São trevas que transtornam, negros breus.
Se foges dos princípios , dos teus planos,
Teus olhos vão perdidos, são ateus,
Tu causas, sem saber, os desenganos.
Magoas todo mundo, nega a Deus.
Mas logo tu disfarças, minha amiga,
Achando que ninguém vai reparar.
A tanta gente assim, já desabriga
E causa uma tristeza que é sem par.
Eu posso te dizer: sou imperfeito,
Mas tu és igualzinha, o mesmo jeito...
X
Quem pensa que o amor é simples jogo,
Não sabe da potência que ele emana,
Quem brinca sem juízo, com o fogo,
Ardendo totalmente já se engana.
Pois amor nunca admite sequer rogo,
É força que nos doma, soberana.
Nos lagos deste sonho que me afogo
A sorte sem limites, já se explana.
Na chama em que se faz tal sentimento,
Aos poucos nos domina e, assim, clareia.
Teu nome não me sai do pensamento,
Embora me apavore, estou te amando.
A brincadeira agora me incendeia,
Não sei nem responder mais até quando...
X
Tuas palavras sempre me enlouquecem,
Convidam para a festa mais profana.
As dores nos teus braços já se esquecem
A sorte de te ter jamais engana.
Os meus sentidos todos te obedecem,
Tu és a minha Fada soberana,
As pernas sensuais em rendas tecem
A noite que desejo, amor se explana.
Adentro tuas matas, teus mistérios,
Vasculho ponto a ponto teus segredos.
Amar é nunca ter sequer critérios,
Trazendo para a vida o gozo pleno,
Passeio no teu corpo, sábios dedos,
Molhados, saciando o teu sereno...
X
Quando acendeste em mim o teu desejo,
Minha alma iluminou-se sem perdão;
Na febre que tomaste em cada beijo
Uma verdade escondida por refrão.
Agora que esta sorte não prevejo
Sou vítima, querida tentação,
Além de todo o céu que não mais vejo,
Meu mundo se perdendo em explosão...
Vieste, namorada que sonhei,
Estrela que me guia bem além.
Mudando toda a sorte desta lei
Que diz que a noite triste sempre vem
Depois do dia calmo que passamos,
O certo é que talvez já nos amamos...
X
Vontade de sentir tua nudez |
X
Vasculho, no teu corpo, intimidades; |
X
As mãos que se procuram, clandestinas,
Derramam seus desejos pelos dedos.
As águas que escorrendo, cristalinas,
Expondo pelas ruas, meus segredos.
Tu tocas mansamente e me dominas,
Provocas entretanto tantos medos.
Beber de tuas fontes, doces minas,
Criando novamente meus enredos...
Amar além de tudo, risco pleno,
Sangrando em mil desculpas os engodos,
As pérolas criadas nestes lodos,
Sorvendo calmamente o teu veneno.
Nos ápices dos gozos sensuais,
As mãos que se procuram, querem mais...
X
Tomar-te em conta gotas, maravilhas... |
X
Tu és minha loucura, o supra-sumo
De todos os desejos que pressinto.
Viver assim distante é perder rumo,
Deixando meu vulcão quase que extinto.
Mentira se eu disser que me acostumo,
Teu cheiro em cada canto, amor eu sinto,
Te vejo em espirais no leve fumo,
Te bebo em cada gole, meu absinto.
Comer-te doce fruta em cada gomo,
Abrindo tuas belas framboesas.
Meu mundo sem teus laços não retomo,
Cavalo que se vai, sem ter arreios,
Sou rio que se perde
Distante
X
O vento que te fez em poesia,
Em versos desenhou o nosso amor,
Sorvendo em tua boca esta alegria,
Bebendo de teu corpo, um bom licor.
Fazendo da receita a fantasia,
Do lago que freqüento sem pudor.
Fartando-se do mel que mais queria,
Te trago noite e dia, aonde eu for.
A calda que me dás, gozo e compota,
De todo amor que a gente sempre quer.
Perdendo nos teus braços, rumo e rota,
Encontro com malícia essa mulher,
Banquete bem servido e devorado,
Com fúria e com paixão, extasiado...
X
De novo retornei a ser criança
Envolto nos teus braços, noite amena,
Depois de ser escravo da lembrança
A sorte benfazeja, amor acena.
No verde dos teus olhos, esperança,
Delícia só se encontra na morena,
Menina, reconheço cada trança,
A flor da minha sorte, uma açucena...
Não falo e nem reclamo da velhice,
Apenas recomeço dia a dia,
Amor que me invadiu sempre me disse
Que o tempo recomeça a cada instante,
Na boca carmesim uma alegria,
No corpo da morena amada amante...
X
Às vezes mal disfarço o sofrimento |
X
Embora me negasse teu amor
Não me sinto, por isso, derrotado.
Nem sempre se encontrou um vencedor
Deixando um sentimento bom de lado.
Guardando esta verdade aonde for
Quem perde pode ser recompensado.
Distante de quem vive em desamor,
Uma esperança brota do passado.
E saibas que isso tudo me faz ver
Que a vida traz lições, querida amada,
O dia sempre irá, pois, renascer,
No brilho de outro sol, noutra alvorada.
Quem tudo nesta vida pensa ter,
Depois de certo tempo, vai sem nada...
X
Amor quando impossível traz tristeza,
E faz de um sonhador um vago ser;
Nadar assim, ir contra a correnteza,
Depois de tudo sempre faz sofrer.
Um rei sem ter reinado nem princesa
Vai vendo o seu castelo fenecer.
Uma alma tão sozinha, sem defesa
Prefere tantas vezes ir, morrer...
Julgando-se vazia e desprezível,
Fazendo da amargura seu refrão.
Um sonho tão longínquo e impossível
Muitas vezes nos toma todo o chão.
Por isso, minha amiga, só te peço
Teu colo carinhoso; isso eu mereço!
X
Nas espirais, cigarros me consomem,
Pela fumaça, vejo teu semblante,
Fui um dia, talvez, tão inconstante,
Mas as minhas lembranças, fogem, somem...
Pois quisera poder ser um outro homem,
Ser tão menino, embora ser gigante
Ser teu par, teu parceiro, teu amante,
Mas todas as lembranças, matam, comem
O que me restaria, contrafeito
Do que pudesse vida, me restar,
Mas trago em meu cigarro esse defeito:
Tentar caber no brilho do luar,
Tentar fingir que estou mais satisfeito;
Vou tentando obrigar-me a não te amar...
X
Quem amor com amor retribuir
Será bem mais feliz; eis a verdade,
No brilho desta luz a reluzir
Segredo para a tal felicidade.
Amar é conceder e repartir,
Acalma toda a dor em tempestade.
Toda a alegria assim a repartir,
Num ato de carinho e de amizade.
Assim a solidão fica distante,
A glória se faz clara e transparente.
Tomando o coração de toda a gente.
Jamais se apaga o brilho radiante
De quem fez de um amor o bem constante.
Por isso não desista, amiga, tente.
X
Tocando nos teus seios, festa boa.
Menina tão sapeca quer brincar.
O pensamento solto sempre voa,
Querendo sempre, sempre, namorar.
A vida vai passando assim, à toa,
Com jeito de querer comemorar.
Estamos, meu amor, mesma canoa,
Cuidado senão pode revirar...
Expondo em transparência, a silhueta
Em formas magistrais, moça bonita.
Percorrendo teu corpo qual cometa,
Meus dedos e os meus lábios cima em baixo.
Meu coração se apressa e já palpita,
No esconde-esconde, rápido; amor acho...
X
Reflito os mil fulgores desta lua |
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X
Plantei minha esperança no jardim
Das flores mais cheirosas deste mundo.
Batendo uma saudade dentro em mim,
Viajo nos teus braços, num segundo.
Na rosa que colhi, cor carmesim,
Perfume delicado e mais profundo.
Canteiro de ilusões morrendo assim,
Sangrando um coração tão vagabundo...
Somente o teu sorriso brotará
Em meio a tantas plantas sem semente.
Perfume de mulher, de resedá,
Beleza que me fez ser mais contente.
Espalhas teu sorriso o tempo inteiro,
Certeza que valeu fazer canteiro...
X
Neste quarto deserto; espelho, sombra e luz
Me mostram o contraste entre o que fomos
E o que penso que somos. Minha cruz
Se faz bem mais pesada. Corto em gomos
Os oscilantes sonhos; me confundem
A cada nova noite. Interessante
Perceber como às vezes me perfundem
Com a tua presença, mesmo distante.
Na luz bruxuleante do abajur
As sombras se misturam. Mal percebo
Amor como se fosse neste tour
Dar e retirar tudo o que concebo.
No espelho vejo as rugas à vontade
Tirando, do amor, possibilidade?
X
Só quero um novo alguém que possa vir
Depois de tanta chuva, para mim.
Não canso de cantar e repetir,
Preciso de um carinho; amor sem fim...
Que venha sem cobrar e sem pedir,
Os erros cometidos? Sei que sim,
Errei, e não concebo mais mentir,
Agora reconheço tudo enfim...
A solidão que queima e me atormenta
Se fez em versos tristes. Mas agora
Que a noite se promete, a dor se ausenta
E deixa uma esperança em seu lugar,
A vida se renova e se decora,
Do sonho de poder de novo amar...
X
A noite está tão fria sem te ter... A chuva vai caindo lentamente, Quem sabe meu amor pudesse ver A dor que me transtorna, totalmente... Se a chuva perceber o bem querer Trazia a minha amada novamente. As águas alagando vêm dizer Que nada me fará bem mais contente... Meu sofrimento aumenta com a chuva Que não respeita nada nem ninguém, A porta escancarada... A visão turva... Saudades deste bem, que foi enfim, Razão da minha vida. E sem ninguém, A chuva não termina. Chove em mim... |
X
A chuva vai caindo e traz teu rosto Em todos os lugares, eu te vejo, Meu mundo está desnudo, estou exposto, Às tramas tão banais deste desejo... Procuro me sentar, cadê encosto? A boca está sedenta do teu beijo, O sol qual esperança morre, posto; Nublando todo o céu, finda azulejo... A chuva recomeça nos meus olhos, Em gotas que se escorrem deste olhar. As dores me cegando, são antolhos, A vida vai mudando pouco a pouco, O mundo num eterno transformar Só esta uma saudade... E eu... Tão louco... |
X
A bela flor de cor tão expressiva, Inunda o coração de bom perfume, Te faço esta canção ó sempre-viva Não deixe que esta dor já se acostume E venha toda noite, tão altiva Gerando com certeza o meu queixume, Minha alma que pretende estar mais viva Afasta esta tormenta do ciúme... Brilhando como a lua, areia e mar, Na noite-imensidão que se aproxima, Vontade meu amor, de namorar, Fazendo das estrelas meu colchão, Voando, vendo a terra lá de cima, Vivendo coroado de emoção... |
X
A mão que carinhosa traz amor,
Não deve ser deixada assim de lado,
Nos dedos divinais de um escultor,
Amor parece sempre engalanado...
Perfume que exalado desta flor,
Merece ser por Deus abençoado.
Inundam nossa vida de calor,
Deixando um coração desenfreado.
Mas quando maltratado, o coração,
Não queira que ele trague maciez,
Se feito com respeito e com paixão,
Amor sempre domina e satisfaz,
Porém quando o desprezo toma a vez,
Quem pode reclamar, quem é capaz?
X
Percebo quanto vale uma amizade Ao ver a solidão que me devora. Depois de ter negado a claridade, Minha alma, sem apoio, sempre chora. Talvez, quem sabe, nunca seja tarde Por isso estou pedindo: vem agora, Mostrando como é boa a liberdade Sem medo e sem temor, a qualquer hora. Desculpe este lamento que remeto Em versos desmedidos e sem métrica. O que tentei; aborto de um soneto, Foi para te dizer, querido amigo, Não deixe que esta vida seja tétrica, Preciso de teu braço aqui. Comigo... |
X
Depois de tanto tempo em lama e treva,
Vagando pelo mundo em duro rito,
Vivendo sem carinho em triste leva
Rendido ao pesadelo mais maldito.
Nem mesmo uma esperança se releva
De uma dor retumbando amargo grito,
Sem sonhos e desejos, sem reserva.
O peito empedernido num granito...
Percebo em tua boca mais voraz,
Promessa de outro mundo mais risonho.
Recendes ao perfume tão audaz,
Que trama na luxúria um louco cio.
Deitando nos teus seios, belo sonho,
Tomando um coração antes vazio..
X
A boca que me beija, venenosa |
X
Meus sonhos, belas dálias no meu peito,
Eflúvios da paixão indefinidos.
Num átimo buscando ser eleito
De amore que se fazem dos olvidos.
Num límpido segredo,satisfeito,
Eu adormeço a paz de ter sentido
Em esplendor raríssimo e perfeito
Todo o temor que houvera, resolvido.
Caminho pelas sendas florescidas,
Buscando pelas fontes sempre frescas,
Montanhas, cordilheiras gigantescas,
Não ousam impedir as nossas vidas.
No sonho em que esse amor já me enternece
Eu agradeço a Deus, louvor e prece...
X
Teus seios sem recato em opulências,
Entornam tua láctea brancura.
Amor que já se fez sem reticências,
Envolto em duras garras, me tortura.
Discretos os teus gestos de decências,
Fugazes, emergidos em ternura,
Roubando das estrelas florescências
Escrevem meu amor em mão impura.
Sentindo o meu destino em ledo corte,
Sacrários mentirosos e marmóreos,
Engodos em caminhos antes flóreos,
Na presa da mulher feita serpente,
Amar festa impossível, que pressente
Momentos que anunciam minha morte
X
Desfraldam-se desejos, madrugadas, |
..X
A dor que quando vem nos entristece,
Ferindo muitas vezes nos humilha;
Negando ao próprio Deus, calando a prece,
Matando de um amor, a maravilha.
Tanta tristeza e mágoa sempre tece.
Aos corações amantes, cega, humilha
Uma esperança assim, cedo fenece;
Nem mesmo a fantasia compartilha...
Sozinhos, sem ter rumo, nada vem,
O gosto tão amargo, uma quimera.
Distante do que fora nosso bem,
O sol já se perdendo em falsidade.
Só resta em nosso peito a leda espera
Do brilho salvador de uma amizade...
X
Meus sentimentos vãos, loucos, terríveis,
Formando assim tão trágicos aspectos,
Percebem teus sorrisos impassíveis,
Distantes de meus males, mais secretos.
Embora parecendo incoercíveis
Meus medos vão tomando todo afeto.
Os sonhos se parecem insensíveis
Não trazem nenhum fato mais concreto.
Um coração se perde nas fanfarras
Dos dias em que fora mais feliz.
Rompendo, no final tantas agarras,
As dores que se foram, dilaceram,
Apenas noutros dias que se esperam,
Amor que bem distante, eu sempre quis...
X
Meus cabelos tomados pela prata,
As marcas de outros dias dolorosos,
A solidão que conheci já se retrata,
Dos sonhos que morreram, venenosos...
Vida de quem não ama, eu sei; maltrata,
Distante dos caminhos luminosos,
Perdido em ilusão, escura mata,
Somente estes momentos tenebrosos...
Amor que parecera ser bizarro,
Moldando nos teus braços, fino barro
Do qual eu renasci, minha querida.
Do medo que vivera no passado,
Cumprindo minha sina do teu lado;
Salvando, finalmente minha vida..
X
A noite que te trouxe, amargurada
Em fantasia imensa e vaporosa,
Deixando minha vida abandonada
Matando em meu jardim jasmim e rosa.
Depois de certo tempo, um quase nada
Traçando uma esperança dadivosa,
A noite se mostrou mais constelada,
Já menos sofredora e dolorosa...
Dormências em meus sonhos mais secretos,
Aos poucos emoções me dominando.
A chuva mansamente em meu deserto,
Encharca uma alegria em seus espaços.
A vida para mim abrindo os braços,
O sol em alvorada vem raiando..
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Lamber-te por inteiro, ser teu homem...
Molhando tua flor tão desejada.
Incêndios que nos tocam e consomem,
Na fúria que te fez por mim amada.
Desnuda-te, perfumas e me domas,
Em teu castelo, invado o teu jardim.
Bebendo gole em gole, tu me tomas
Sorvendo intensamente, até o fim.
Sem mais reservas, deixo-me tragar
Te dando todo amor que mais querias.
Alago com prazeres o teu mar.
Nadando em cada sonho, verso e canto,
Mergulho sem limites, fantasias,
E me entrego, sem rumo, ao teu encanto...
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Teu corpo desejado e tão lascivo, |
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Amiga não invejes mais ninguém,
Às vezes um sorriso só disfarça
Do nada tanto nada sempre vem,
Fingindo ser feliz quem já se esgarça;
Vazio sem sequer saber um bem,
Tentando se esconder de uma desgraça
Na busca da alegria, que não tem;
Volúvel e tão frágil se esfumaça...
Assim há tanta gente neste mundo
Que tenta demonstrar felicidade.
Se perdem da verdade em um segundo,
Sorrisos mentirosos, todos falsos,
Distante do que for sinceridade,
Preparam os seus próprios cadafalsos...
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