Redenção
A noite me trazendo o mar imenso
Em mansa calmaria que me invade,
Acendo meus desejos neste incenso
Qual fora em atitude uma saudade...
Saudade deste tempo que passei
Em busca deste Deus que não mais vejo.
Agora que a mortalha traz a lei,
O manto desta dor, forma o desejo...
Desejo de saber do meu futuro
Nos olhos desta guia, primavera...
O resto da canção, seguindo escuro,
O tempo que passei, minha nova era...
Agora que te encontro ao fim do dia,
Renasce meu amor, em poesia...
Amor e Sonho
Cortando num galope pelo céu
Mergulha em teu sorriso, num segundo,
Receba com carinho teu corcel
Que sonha vir também tragando o mundo...
As mãos que acariciam teu desejo
São mãos mais delicadas e precisas,
Fazendo dos meus sonhos, sem ter pejo,
As horas e delícias mais concisas...
Corcel que deleitando não se cansa
De ter uma esperança de te ter...
Recebe todo o vento da lembrança
Do sonho que começa a te envolver...
Não deixe que se queime quem te espera,
Corcel que se devora por pantera...
Amor e Desejo
Serpente que sonhavas
Por
Fazendo dos prazeres e sevícias
Desejos que deliras desfrutando...
Quem dera ser a serpe que t’anseias
Nas noites delicadas e gentis,
Entrar e penetrar por tuas veias
Causando teus delírios mais febris...
Enrosco em tuas coxas tão morenas,
Depois de conhecer os teus caminhos,
Com tais temperaturas não amenas
Deitar tão bravamente nos teus ninhos...
Desejas da serpente, um louco beijo,
Serpente que te invade, com desejo...
Eu te Desejo, meu Amor...
Amargurada tramas com a lua
Maneiras de forjar loucos desmaios,
No cio que te encontro, seminua,
De todos os desejos, mansos raios...
Desfruto dessas flóreas emboscadas
Que tramas sem saber que te tocaio.
As prendas que me deste, vão guardadas
Nas flores que escondeste, logo caio.
Pairando nossos sonhos mais secretos,
Em torno desse mar que já se orvalha.
Os dedos competentes seguem retos,
Cortando teu prazer, doce batalha...
Te quero desejando sem ter medos,
Amor que já desvenda teus segredos...
Minha Grande Amiga
Amiga, nossa noite já promete
Portanto não se esqueça do detalhe
Que quando tanto amor já se intromete
Promessas de desejos fundo entalhe.
Amiga como é bom saber que vens
Trazer quem sabe a luz que necessito.
De todos os meus toscos, pobres bens,
A noite que vieres, nosso rito.
Amiga me fartando de teus beijos,
Não deixo de sentir certo ciúme
Sabendo que repartes teus desejos,
Quais flores que se encharcam de perfume.
Mas venha, nessa noite, minha amiga,
A mão que acaricia, em si me abriga...
Amor |
Onde andas? |
Meu Jardim...
Flores no meu jardim esquecidas...
Jasmins e brancos lírios derradeiros,
Crisântemos e rosas ressequidas
Amores se perdendo, corriqueiros...
As rosas, violetas, dálias, lírios;
Não sabem quanto tempo eu procurei,
Passando meus amores nos martírios
Achando que podia, mergulhei...
Agora que o jardim, tão sem cuidado,
Em urzes, nos espinhos sequer flor,
Eu lembro desse amor novo, encantado,
Quem sabe possa ser o salvador?
Porém, ao ver distante o teu abraço,
Deitado em meu jardim, vem o cansaço...
Eu sempre vou amar...
Eu amo meu amor completamente,
Em atos e palavras, cada dia...
Vertendo nesse amor, o corpo, a mente,
Invade mansamente a poesia...
Amor que não se mede e se procura
Em atos e desejos delirantes.
Vibrando totalmente de ternura,
Amor que se tortura nos rompantes...
Amantes deste amor quase sincero,
Dormimos abraçados, sonhos vários,
Nos braços que mergulho sempre espero
O canto em liberdade dos canários...
Amor que plenamente não me ilude,
Porém vivo esse amor em plenitude...
Eu Quero Teu Amor
Nessas tênues vertentes deste rio
As águas que te banham deliciam.
Diluo meus desejos no teu cio
Pelúcias que os amores propiciam...
Desfilo meus dedos em teus portos
Atraco meu navio no teu cais.
Os medos não demoram, vivem mortos,
Pois sabem que temor não terei mais...
Cortejo cada toque mais profano,
Remessas de delírios e prazeres
Noturnas fantasias sem engano,
Que são tramadas, basta tu quereres...
Eu quero teu amor, manso cortejo,
Em tantas explosões do meu desejo...
O Nosso Amor |
Desejos de Amor |
Nossos Sonhos de Amor
Nos sonhos mais febris, alvissareiros,
Procuro teus espasmos sobre mim,
Guerreira conquistando outro guerreiro
Inundo as fortalezas, perco enfim...
E ganho na derrota imaculada
Sem medo do castigo que mereço,
Avanço tuas rotas minha amada,
Em cada novo passo, um endereço.
Roçando meu desejo em teu delírio,
As rocas encontradas cada atol,
Servindo de ternura e de martírio,
Aguardo o nascimento desse sol.
Que trama nosso amor, doce veneno,
Matando e me tornando mais ameno...
Amor, por acaso...
Eu não temo má sorte nem quebranto
Apenas acredito nesse amor.
Que vive e sobrevive desse encanto
Que trama e que transforma em vencedor.
Amor que não se intera com fastios
Em mansa letargia sempre vence.
Quebrando tolos potes mais vazios,
Em todas as essências me convence...
As pernas que me traçam tantos nós,
Os dentes que já cravam minhas costas.
Nas horas em que estamos mais a sós,
Vencemos dos quebrantos as apostas...
E nada mais supera nosso caso,
Nascido e construído num acaso...
Amor e Fantasia
Qual mansa borboleta em vôo breve
As asas delicadas deste amor,
A mão de quem deseja não se atreve
Com medo de ferir a leve flor...
As luzes bruxuleiam lusco fusco,
A lua entreabrindo-se modesta,
Não cabe um movimento se mais brusco,
A natureza amando em plena festa...
O sol devagarinho sobe a serra,
Tramando nos seus raios sensuais,
Amores se espalhando em toda a terra,
Vontade de te amar, de querer mais...
Amada não se esqueça deste dia,
Amor que nós fizemos, fantasia...
Meu Amor... |
Te Desejo!
Os braços belos, livres sobre mim
Tramando seus segredos, desatinos...
A boca desejosa e carmesim
Badalam pensamentos tantos sinos...
Eu quero te querer a cada dia
Desta forma mais mansa e solidária
De toda minha luz em fantasia,
A vida nunca mais tão temerária...
Sem mágoas ou torturas, nosso céu;
Nos sonhos mais dourados e felizes.
Espero me esconder em teu dossel,
Curando minhas dores, cicatrizes...
Amor que não me esqueço de cantar,
Espero teu desejo em meu olhar...
Amor e Paixão |
Amada..
Na mágica opulência de teus braços,
Deitado entre tais prismas da beleza,
Recebo da ternura finos traços
Envoltos nas luxúrias, fortalezas...
Te quero meu deslumbre e fantasia,
No frescor da manhã que já desponta,
Vivendo nosso amor em harmonia,
No reino que bem sei, do faz de conta...
Amada a quem dedico esses meus versos,
Abraços e carinhos são meus motes...
Nas fontes de tais gozos mais diversos,
Desejos que me encarnas, vários lotes...
Amada quem me dera ser teu nexo
Na noite que tivemos, suor, sexo...
Olhos vorazes
Caminho por estrelas quando vejo
Os olhos divinais que tanto quis.
Sabendo que vertido meu desejo
Na boca que me fez ser tão feliz...
Montanhas escaladas nos mistérios
Das noites que passamos acordados,
Amores envolvidos sem critérios
Demonstram velhos sonhos decorados...
Amada que me trouxe liberdade
Das fontes que percebo inigualáveis,
Vasculho pelos becos da cidade
Os olhos divinais inalcançáveis...
Divinos sentimentos são capazes
De penetrar amores mais vorazes...
As Tramas do Amor
Dançavas sobre a cama nos volteios
Em formas delicadas de serpente
As mãos vão deslizando sobre os seios
Fazendo nosso amor onipresente...
Volúpias e carinhos se procuram
Retorcem delirantes nessa trama
Levemente as bocas se torturam
Trazendo essas estrelas para a cama.
Recebes meu amor com frenesi,
Descanso minha vida sobre a tua,
Depois de tantas coisas que perdi
Me encontro em paraíso, toda nua...
Amando quem me fez um vencedor,
Vencido pelas tramas deste amor...
Tens origem no mar que mergulhamos
Nas noites belicosas, insensatas,
De tanto que nas vagas nos amamos,
Desfilam nos teus olhos, as cascatas...
As púrpuras violetas que cultivo
Em lástimas que tento não fazer,
São feitas deste mundo mais esquivo
Que invado, toda noite, no meu ser...
Surgindo como a lua nos espaços,
Vindimas dos amores no meu peito.
Trespasso assim as algas e sargaços,
Plantando no meu peito, amor perfeito...
Nas cores das auroras que procuro,
Nas ondas deste amor, já me torturo...
Abraço Amigo |
|
Minha Amiga
Não quero teu silêncio minha amiga
A noite poderá ser derradeira...
A vida que em promessas se periga
Denota uma saudade verdadeira...
Saudade do que fui e já perdi,
Saudade do que fomos, no passado,
Saudade que encontrei ao ver-te aqui
Saudade do que fora mais amado...
Saudade da verdade que não sei,
Saudade desse mar que navegamos.
Saudade do que nunca esquecerei,
Saudade dos amores, nunca amamos...
Saudade da mulher que é minha amiga,
Amada, uma ternura, tão antiga...
Ame!
Desejo que a verdade te agracie
Com os beijos delicados deste amor
Que nada neste mundo te resfrie
Intensos os desejos com fervor...
Acostumaste a voar sem ter as alas
Que, em veros versos sempre mentes.
As luas que pretendes açoitá-las
Penetram calmamente nossas mentes.
Mas foges destes brilhos sem saber
Embora somos feitos deste sal,
A vida que transtorna cada ser,
Em dívidas da sorte, no final...
Na dúvida que corta nosso canto,
Abrace nosso amor, em puro encanto!
Eu Amo! |
Sonho de Amor
A boca abrasadora que me toca
Ao mesmo tempo louca, se transforma,
Detalhe de minha alma não retoca
Pois quando enfim me beija, nada informa...
Teus olhos esquecidos adormecem
Num canto desfilando tantos lumes...
As horas que vivemos apetecem
Encharcam nossa cama de perfumes...
Roubamos tantas cores e fragrâncias
Embora não saibamos destes cais.
As cordas embebidas das estâncias
Dividem nossas mãos descomunais...
A boca escancarada sempre ri
Do sonho deste amor que trago aqui...
Amar Simplesmente
Desejo tão errante te procura
Estamos tão parceiros e distantes.
Na borda do caminho da amargura
Nas curvas das montanhas deslumbrantes...
Devíamos amar tão simplesmente
Quanto respiramos, sem perguntas...
As mãos se deslocando totalmente
Seriam bem mais fortes, quando juntas...
As pedras que carrego tão pesadas
Entranham em meus ossos, não me largam.
Os sonhos de manhãs mais orvalhadas
Em tantos palavrões mordem, afagam...
Mas saiba que eu te amei, porquanto te amo,
Por isso, dessa ausência, eu te reclamo!
Canto De Amor
Espinhos que coroam nosso canto
Em formas eriçadas tão agudas,
Vermelhos os desejos, verso e pranto,
Não queimam nem precisam mais ajudas...
São formas dolorosas deste fogo
Que espalhas pelos campos destas flores...
Amada não se pode crer no jogo
Que arriscam, mais ariscos, os amores...
O certo é que tremulo sem sentir
As pernas temerosas laceradas,
O canto nos espinhos do porvir
Afoga minhas dores des’peradas...
Enquanto tanto amor manso e cruel
Nos leva loucamente para o céu...
Caprichos de Amor
Caprichos dos amores que geramos
Gerânios e fragrâncias de jasmim,
Dourados os destinos que traçamos
Morrendo sem amor dentro de mim...
Mas nada mais recorda que teu canto
Em cordas e versões mais delicadas.
As portas, escancaras, não sei quanto;
Deitada nessas camas mal amadas...
Recordas nossos ramos, arvoredos,
As árvores morrendo sem teus olhos,
Jardins que te procuram, sem segredos
De flores que desmancham-se, sem molhos...
Amores que geramos não vivemos,
Apenas abortados mal nascemos...
Amor e Desejo. Por que não?
Se chamo meu amor aqui num canto
E falo que desejo seu prazer,
Parece que desaba um negro manto
Vontade de morrer ou de sofrer.
Ofensas quando falo que te quero
Parece, na verdade que não amas.
Se falo desse amor um riso fero
Desponta e reacende velhas chamas...
Amores e desejos quando fundem
Formando um só composto da paixão,
Apenas nossos lábios se confundem,
As pernas encolhidas no seu não...
Que faço, minha amada, simples beijo
Já basta p’ra acender o meu desejo!
Eu Te Amo, simplesmente...Te Amo!
A dor maior que trago, o desamor,
Festeja uma saudade que sentimos...
Vibramos com tesão, farto calor,
Nas horas divinais, nos divertimos...
Porém depois de certo desengano
Causado por ciúmes, não sei bem;
O vento vai mudando, novo plano,
Será que depois disso, sem ninguém?
Desculpe mas não quero ser mais chato,
Amor que tanto temos somos tantos,
As águas que inundaram outro regato,
Não podem te causar tantos espantos...
Amada, minha lua é par constante,
Seu brilho, já me basta, deslumbrante!
Meu Amor espero por ti...
Espero minha amada que não vem...
Eu creio que talvez jamais virá;
Por certo se perdeu com mais alguém
E nunca mais meu mundo encontrará...
Amada que desfeita num luar
Deitada numa relva tão macia,
Sabendo que talvez possa encontrar
As mãos silenciosas e vazias,
Buscando noutro porto, noutro cais;
Amores que se fazem mais constantes,
Não venha pros meus braços nunca mais,
Quem dera se eu soubesse, enfim, bem antes...
Mas saibas, minha amada, não sou mudo.
E canto nosso amor morto, contudo...
Amor Eterno...
Ela chegava, amada e tão silente,
Deixara minha porta escancarada,
Passo a passo, senti que simplesmente
Quase em nada lembrava minha amada...
Os olhos faiscantes do passado,
Agora estavam foscos, parco brilho.
Quiçá o que mudou, atordoado,
Foi o sentido claro do meu trilho.
Talvez aquele ardor que já sentira
Dormita nalgum canto tenebroso.
Embora o fogo queime em mesma pira
Contava nesse corpo o mesmo gozo...
Mas creia, meu amor inda é mais forte,
É meu último trunfo contra a morte!
Eterno Amor
Pensara que esse amor já se acabasse
Nas curvas que derrapa a cada dia.
Tentara acreditar simples disfarce
A máscara que usara, de alegria...
Pensara que teu braço mais cansado,
Envolto nos abraços fosse frio,
A mansidão do tempo, lado a lado,
O coração exaspera e vai vazio...
Pensara que jamais fosse tão franco
Ao ver envelhecer quem tanto amei,
Nestes cabelos, neve, todo branco
O manto da saudade que guardei...
Mas nada, eu percebendo que inda te amo,
Com olhos no passado, porvir tramo...
Amar Sem Medo
Não temo mais a face da quimera
Disfarces vou usando pela vida.
Eternamente em plena primavera
Espero por teus cânticos, querida...
Saudade tão perversa, não me toca,
Tocaias que preparo são diversas.
Amor mesmo demais, quando sufoca
Prefiro que essas dores tão perversas...
Não temo a solidão, inverno e frio,
Anseio pelos seios da morena...
Não temo um coração triste e vazio,
À noite a solução de longe acena...
E mostrando esse amor em claros dentes
Sorrisos dessas pernas envolventes...
Obrigado Amiga |
Perdoe Minha Amiga |
Amor Perfeito
“Da manga rosa quero o gosto e sumo”
Dos braços da morena meu regaço
Evaporando amor, etéreo fumo,
Deitando no teu colo meu cansaço...
Eu te desejo esteja certa disso,
Como quem beijaria mansa flor.
De todo amor que nasce em belo viço,
No vício um precipício em denso amor.
Perfumes inebrias, meu incenso,
Intenso como quem quer ser feliz.
Amor se bobear ficando imenso,
Deseja toda a rosa em seu matiz...
Não deixe que esse canto se desfaça
Brincando qual criança em plena praça...
Amor Ao Entardecer
Dois velhos caminhando pela praça
Futuro nos trazendo um bom passado,
A vida no momento em que se abraça,
Meu braço nos teus braços, apoiado...
Amiga que me deu a vida inteira
Nos braços que me dás, tantas histórias...
De vida que mostrou-se verdadeira
Guardada num recanto, nas memórias...
Aos poucos nos unindo sempre mais,
Tornamos espelhares mas distintos,
Unido sem ser uno, isso, jamais...
Nos sangues tão diversos, todos tintos...
Dois velhos caminhando com ternura,
Depois de tanta vida, uma ventura...
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