Cuidando da amizade com carinho
Sabendo quanto é frágil sentimento.
Muitas vezes fiquei aqui sozinho
Jogado, sem saber qual este intento
Que mostrando a nós todos o caminho
Indica a direção de um brando vento.
Pois quando na verdade sempre alinho
Eu sinto que desfaço o sofrimento.
Mas tenho, com certeza uma verdade
Guardada, que aprendi depois da dor.
Toda a delicadeza da amizade
Compensa este cuidado tão profundo.
Espinho desleixado mata a flor,
Não deixe de pensar nisso um segundo...
X
Depois de nosso tempo, samba, cama
Arranco teu decote a boca e dente.
No pátio, no quintal, no seco à lama
Do jeito mais sacana e mais urgente.
Adentro tua casa, exploro inflama.
No manto da loucura amor se sente
E faz de nova lua a velha chama
Amar será pecado ou indecente?
Vizinhos que se danem, risos soltos,
Usando o teu varal como cabide.
Nos turbilhões de estrelas, mais revoltos,
Amar sem ter limites, mato e morro.
Dane-se quem conter ou quem duvide,
No amor, que é vitamina, me socorro...
X
Nós somos a fagulha que incendeia
A terra nos vulcões mais violentos.
Teu fogo em minha chama tanto ateia
Que às vezes entornamos sentimentos.
Desejo inoculado em minha veia
Rompendo tantos diques, pensamentos.
Vermelho nosso mar em branca areia
Vestindo só de pele, barcos lentos...
Aporto nas borrascas nosso sexo
Que é feito com calor, sofreguidão.
Perdendo depois disso todo o nexo
Nessa fagulha intensa vou queimar,
Teu corpo no meu corpo com tesão,
Subindo num segundo no luar...
X
Eu quero o nosso amor imenso e puro |
X
Penetro nos abismos deste mar |
X
Eu quero esta alegria de poder |
X
Matando nossa sede neste rio, |
|
|
|
X
Eu sinto o teu perfume; empesta o ar |
X
Amor sempre gerando uma esperança,
Braços embaladores de mulher
Que sabe quando a noite já me alcança
E traz uma alegria se quiser.
Pensamento enlouquece e tece veios,
Caminhos tão formosos de alegrias.
A mão que te passeia pelos seios
Bem sabe das delícias que pedias
Com olhos sedutores de pantera
Brilhando em minha cama, está sorrindo,
As garras escondidas desta fera
Aos poucos de prazer vão me ferindo.
Delícia de viver em tal festim,
Inteiro, toda noite, sempre assim...
X
Teus olhos na moldura divinal |
X
Não quero desatar o nó da vida |
|
X
Nas ondas deste amor perdi meu barco
Sou náufrago buscando pelo cais.
A vida se descreve como um arco,
Termina nos seus braços, nada mais...
Não quero me apartar nunca de ti,
Macio e tão suave este teu porto
Formado por teu corpo. Me perdi
Na mansidão divina do conforto
Que encontro tão somente em nosso amor.
Jazendo meu cansaço deste mar
Da vida que se fora sem se por
Em porto onde dormir e descansar.
Nas ondas deste mar achei a vida,
Que andara antes de ti, cega e perdida...
X
Como é difícil ver tanta miséria |
X
Esperança perdida, triste sina
Deste amor que se foi e não mais volta;
Vai turvando a minha alma cristalina,
Inundando meu peito de revolta...
Quem me dera saber de uma saída,
Quem me dera encontrar um novo bem.
Esperança que tinha, já perdida,
Nosso quarto me diz: não tens ninguém...
Mas verei, com certeza, amanhecer,
Depois da terrível tempestade.
Meu amor em desejo converter,
E viver novamente, mesmo tarde...
Esperança, te encontro no sorriso,
Menina primavera, paraíso...
X
Brandura de querer meu bem que quero
Da forma que quiser meu bem querer.
Eu quero teu amor; pois nele espero
Esta querência boa de viver...
Às vezes vou sozinho e, sem querer,
Encontro a solidão que não mais quero
Matando essa tristeza não espero
Que volte e que incomode meu viver.
Entenda como é bom se, por querer,
Eu for um passageiro deste sonho
Que transformará todo esse viver
Num futuro feliz e mais risonho...
Eu quero teu amor, minha mulher,
Nas pétalas do amor do bem-me-quer...
X
Mil beijos prometidos e já dados,
Mil dados onde jogas minha sorte
Amores que tivemos são fadados
Lançando flechas, dardos; bem mais forte.
Sedados pelos sonhos maviosos,
Se dados com amor e com prazer
Sentidos os cabelos mais sedosos
Somados nossos sonhos de viver.
Se somos o que somos temos sumos
Iguais em perfeição, nossos destinos,
Seguimos por iguais sendas e rumos,
Sentindo esses desejos peregrinos...
Que roçam nossas peles e nos tragam,
Para os desejos tontos que se afagam...
X
Nas cores luminosas, teu neon,
Raiando nesta cama seus mistérios,
Amar é se fremente e ter o tom
Do dom de se entregar sem ter critérios.
Eu quero os madrigais esplendorosos
Recíprocos estios numa aurora.
Vestindo nossos sonhos olorosos
Eu quero-te depois, mas venha agora.
De bênçãos e carinhos inundado;
Meu fado é teu destino, sem temor.
Eu trago meu jardim bem cultivado
Pois sei quanto é difícil ter amor.
Nas cores cristalinas, diamantes.
Forrando nossa cama, deslumbrantes...
X
Amigo eu te encontrei pedindo esmola
Nas ruas, nas favelas e nos portos.
Tu eras a criança com a cola
Mostrando teus caminhos, todos mortos...
Tu eras meretriz, pobre menina,
Vendida por centavos, corpo exposto.
Lavavas a tua alma na latrina
Sentias podridão com fino gosto.
Te vi nos miseráveis combalidos,
Vestidos de fantasmas sem futuro.
Os pés já derrubados, distorcidos,
A morte te esperando atrás do muro.
Amigo eu reconheço pela cruz,
Crucificado sempre, vai Jesus...
X
Meu amor não mais permita
Que este sonho, um dia acabe,
Quem provou de uma desdita
Sabe quanto amor já cabe
A minha alma sempre agita,
Do meu destino já sabe,
Encontrar uma pepita
Antes que a vida desabe
E faça-se em sofrimento,
Em tanta dor afinal.
Não esqueço um só momento,
Ao olhar o firmamento,
De teu corpo sem igual,
Minha alegria e tormento...
X
Vestígios deste mar dentro de mim
Trazendo a força intensa da paixão.
Vagando bar em bar amor sem fim
Inebriado, vive de emoção.
A boca desejada, carmesim,
O corpo sensual... Meu coração
Se perde nesta imensa sedução,
Encontra-se em deliro, segue assim
Por rumos e por tramas tresloucadas,
Vibrando no teu corpo, meu afã
Rompendo as noites segue em madrugadas
Sem medo não termina bem pretende,
Depois... No sol tão quente da manhã,
De novo todo o fogo reacende...
X
Eu me queimo no fogo da paixão
Buscando tua sombra pelas ruas.
Vagando nada encontro. Solução?
Deixar teu nome entregue às loucas luas...
Olhando para as luzes da cidade
Apenas os anúncios, néons mudos.
Rasgando escuridão vã claridade
Os gritos e as buzinas tons agudos...
As janelas são pontos luminosos
Em qual delas se esconde esta mulher?
Os sonhos vão famintos andrajosos
Apelo para o santo que vier.
Um anjo exterminado sorridente
Abrindo suas asas; ri... Demente...
X
Dessa Janela Sozinha |
X
Me Calo Ouvindo Seu Nome Por Entre A Cidade
Jards Macalé
Busco em cada sinal, em cada esquina
A sombra de quem foi morte e começo.
Qualquer sinal chegando me alucina
E nos meus pés, teus rastros, eu tropeço.
Corto meus pulsos, sangro; cego a sina
Que muda todo instante de endereço.
A lua penetrando esta cortina
Servindo de consolo e de adereço.
Como o Rio de Janeiro me inebria!
Teu nome repercute como um eco.
A noite tropical depressa esfria
Esguia esta cidade é muito pouca.
Entrando num cortiço ou num boteco
A corda em meu pescoço abrindo a boca
X
Não quero mais qualquer insensatez
Somente o que restou do coração.
No couraçado perco minha vez
Invado a carapaça da emoção.
Não sei nem me pergunte o que se fez
Do verso que em feitio de oração
Foi mártir, despedida onde fui rês
Sonante como um sonho em explosão.
Sou bicho mansa fera sem clemência
Vingando cada ausência repartida.
No fundo não sou mais que uma excrescência
Sou vago, vou vazio, ganho o fim.
Percalços? Encontrei em minha vida,
Amante desta sombra que há em mim...
X
O amor só mostra a face quando acaba,
Em plena despedida se agiganta.
O mundo que sonhávamos desaba
A sorte num momento já se espanta.
Se quando verdadeiro nos maltrata
Ao mesmo tempo esgota-se sem dor
Quando vazio e tolo se descarta
Bem antes já morrera em desamor.
Um sofrimento imenso se prepara
Na morte de um amor em redenção.
A perda desta jóia fina e rara
Trasborda em sofrimento o coração.
A face derradeira bem ou mal,
Só mostra-se sincera no final...
X
Não basta tu amares quem te odeia,
Embora; tão difícil ser assim.
O sangue que percorre tua veia
É tão vermelho quanto. Mesmo assim
Às vezes nos parece inalcançável
Perdoar quem nos ofende e nos magoa.
Mas se tu conseguires; invejável!
Merece ter a vida sempre boa...
Agora; não se esqueça dos amigos...
São anjos que permitem teu caminho
Alertam para as urzes e perigos.
Quem tem um bom amigo tem carinho,
Amar os inimigos? Sim, convém.
Mas faça desse amigo o maior bem
X
Meus olhos no futuro, quando os ponho; |
|
X
Tocar todo o teu corpo com meus lábios,
Vertendo em mil desejos e vontades
Guiado por carinhos, dedos sábios
Deslumbro tocas, grutas, tempestades...
Exposta, inteira, nua em pleno cio,
Num ápice, excitada, vem inteira...
Em plena sensação de desvario
Cavalgas meu amor, tão verdadeiro...
E chega na amplitude, sensual,
Farejo o teu prazer, bebo sedento.
Num êxtase profano, amor carnal,
De tanta maravilha, meu sustento...
E singro por teus mares, adentro o cais,
E quero repetir, nunca é demais!
X
Buscando conhecer quem sou, quem fui,
Procuro em ti querida esta resposta.
De tanto que amizade nos influi
A face que ocultei; em ti exposta.
O tempo tantas vezes tudo pui
E corta um sentimento, aberto
Tudo
Para quem sabe e mesmo assim nos gosta.
Amiga me conheces muito bem
Valores que carrego, sabes todos...
Uma amizade intensa sempre tem
Poder de nos mostrar quase que inteiros
Não admite nem erros nem engodos.
Espelhos que nos mostram verdadeiros...
X
Não temo nem a dor nem a saudade
São pedras principais do meu cantar.
As asas preconizam liberdade
A liberdade busca o vôo, o ar
Não acredito em medos, veleidade,
Espalho meu tormento, intenso amar,
Bebendo temerário, a tempestade
Soltando a minha voz, vou sem parar...
A fé num novo dia que renasce
Em toda a fantasia que tiver
Vivendo sem segredo e sem disfarce
Meus olhos refletindo os olhos teus,
Tua beleza intensa de mulher
É prova sim, que existe um grande Deus...
X
Quando eu tento cantar uma alegria,
Trazer felicidade para alguém
Na luz deste meu canto que irradia
Um sorriso demonstra um grande bem.
Nos versos que pretendo, a fantasia;
Aos poucos, devagar decerto vem,
E nisso, toda a paz e simpatia
Tomando voz e corpo para outrem.
Às vezes um sorriso te incomoda?
Quem sabe se lembrasses da criança
Brincando com cantigas das de roda
Não possa te mostrar quanto é possível
Viver com alegria na esperança
De um mundo bem melhor em outro nível.
X
“Braços abertos sobre a Guanabara”
Abençoando a todos... Ah! Quem dera
Se a sensação divina, posto rara
Trouxesse para o povo a primavera!
A dor de uma esperança que é tão cara
Morre na realidade triste fera
Que devora, revolta e nunca pára
De matar nossos sonhos, nossa espera...
Na injustiça que rouba uma esperança,
Na fome de ilusões, velhas favelas,
Na chaga que se estampa na criança
Nos dissabores todos, calo a voz.
Acendo o coração imerso
E
X
Amor nos traz prazer e sofrimento;
Transforma a nossa vida, fragiliza.
Tornando-nos reféns por um momento
É tempestade imensa e sopra brisa;
Amar é se entregar; vivo tormento;
A mão que nos maltrata nos alisa.
Roubar da fantasia o sentimento,
É dor que nos seduz e não avisa...
Vibrando neste amor, nos conduzimos
Ao céu e o mesmo tempo ao purgatório.
Os erros cometidos; repetimos.
E somos qual criança curiosa
No fogo que nos queima, crematório,
Perfume delicado de uma rosa...
X
Meu verso homenageia-te querida,
A minha companheira nas desditas.
Através dos caminhos desta vida
As mãos que me acarinham são benditas...
Por vezes não achando mais saída
As horas se passando tão aflitas;
A dor já me abandona, vai vencida
Por palavras bem doces, e bem ditas.
Eu faço este meu canto em teu louvor
Ao lembrar quantas vezes me ajudaste.
Meu caminho; douraste com amor.
Se quando necessário, sempre abriga
O peito dolorido, fincando haste
Tão firme. Te agradeço, minha amiga!
X
Não quero mais silêncio concebido
Num momento fatal em despedida,
Pois todo o sangramento foi perdido
Encontro, agora toda a minha vida!
Eu não quero saber se foi havido
Ou sequer se ela vai despercebida,
O sofrimento perde o seu sentido,
Qual fruta sem valor, apodrecida...
Não vou mais só, sem tempo e sem espaço,
Vou levando a paz, perco o meu cansaço,
Nem quero mais saber desse senão.
Recuperando a cor, meu coração,
Não quer mais ter limites neste abraço,
Por onde vou, eu bebo essa amplidão!
X
Minha alegria às vezes te incomoda;
Bem sei que isto parece um contra-senso
Porém eu não admito qualquer poda,
Se trago em minha vida amor imenso
Permita que eu sorria; companheiro...
Se espero desta vida algo melhor,
Talvez pela metade, ou bem inteiro,
Talvez pouco menor, até maior,
Só sei que tenho em mim esta esperança
De que num belo dia, esteja bem,
O bom humor me traz boa lembrança
E dá felicidade para alguém.
Espero em ti, também, esta harmonia
Que traz, em sintonia, uma alegria!
X
Envolto em tanta lava, sangue e terra |
X
Todos os bens da vida, passageiros, |
X
Na rajada do vento da loucura Que trouxe esse desejo, essa paixão... Buscando em teu castelo a minha cura, Pintando de rubor nossa amplidão... Não faça desta noite uma tortura, Deixe que nos venha sedução Na forma mais suave da candura, Depois em nossa cama, uma explosão. O sol brilhando lento, no mormaço Amorenando tudo, e me vertendo, Sofreguidão de um beijo prende o laço E faz de tua boca a guardiã Dos raios de teu corpo recebendo O gosto deste orvalho, na manhã... |
|
X
A flor da mocidade no meu peito |
X
Distante de quem quero e que desejo, |
X
A vida se entornando na paixão
Não deixa qualquer força suplantá-la!
No começo e no final de uma estação
Bem mais alto que tudo sempre fala
Trazendo para a vida uma emoção
Que bem dentro do peito tanto cala
Em nosso dia a dia a sensação
Divina de poder sentir a gala
E o glamour que nos traz felicidade.
Embora tantas vezes venha a dor,
Valendo por si só a claridade
Que somente a paixão pode trazer
Abrindo todo o peito em destemor,
Sem medo da amargura e do prazer...
X
Meu desejo é teu beijo rosa bela,
Plantada no canteiro da esperança.
A sorte em tua boca se revela,
Na noite que promete e o bem se alcança.
A rosa que é vermelha e amarela
Não sai do pensamento e da lembrança
A vida que passei foi só por ela,
A rosa não deixou de ser criança
E solta seu perfume por aí,
Deixando o coração tão apressado,
Amor que procurava achei em ti,
Um bem te vi te viu tão verdadeira
Porém um colibri apaixonado,
Sofrendo com espinhos da roseira!
X
A lua varandando em nossa casa |
|
X
Tu és minha expressão: felicidade!
Tu és toda a alegria que sonhei.
Perfume que traduz sinceridade.
Meu verso preferido dediquei
A quem ao me trazer a claridade
Foi tudo que o que buscara, e te encontrei.
Por isso meu amor, por caridade,
Saiba que nesta flor me perfumei...
Tu és o meu total deslumbramento
A força que me guia e me conduz.
Jamais te tirarei do pensamento.
Inebriante amor que me domina,
Procuro insano e quero a tua luz,
Neste sorriso lindo de menina...
X
|
X
Violeiro tocando seus acordes
Nas cordas do sonoro coração,
Depressa minha amada vem, acodes
Senão irei perdendo a direção.
Acordas coração destemperado
Que em cortes quase perde o seu caminho.
Vivendo o tempo todo apaixonado,
Um coração não sabe ser sozinho...
Eu quero o teu desejo para mim,
Menina que sonhei e Deus me deu.
Não deixe um violeiro triste assim,
Com medo deste amor que já perdeu...
Deitando meu amor em fortes laços
Eu quero adormecer em teus abraços!
X
Bem sei que o fim do mundo é todo dia
Depende de quem vai e de quem fica,
Por isso tantas vezes alegria
Parece sensação boçal. Implica
Em ter todas as gotas de harmonia
Nesta mistura nobre que é tão rica
Um pouco de esperança e fantasia
Encolhe por um lado noutro estica.
Mas vivo na alegria um corte de aço
Fazendo meu sorriso mais profano.
Não digo ser feliz é ser palhaço
Quem pensa desse jeito não resiste
Ao gosto do desejo soberano
E morre mais boçal por ser tão triste.
X
Montado em meu cavalo ganho o céu |
X
Não tema nosso amor, ele redime
A todas essas dores que passamos,
Não há ninguém por certo que te estime
Tanto quanto eu; por isso, vamos!
A vida qual cigana nunca pára
Nem deixa que dominem os seus passos
A sorte no futuro se antepara
Nas cores que se pintam, tantos traços...
A solidão congela o sentimento
Somente um outro amor vem e degela,
Não deixe que se perca num momento
Teu barco necessita de outra vela.
O leme desta bela embarcação
Encontra um timoneiro na paixão!
X
Com sede nestas noites mais febris
Buscando o teu agreste gosto e gozo.
Balanças tentadora teus quadris
Libertas minha fera. É tão gostoso
Vontade de chegar e pedir bis
Querer cada momento mavioso
Eu sei que se quiseres sou feliz
Senão o que fazer? Sofrer choroso?
Teus beijos me apontando ao infinito
São festas prometidas mas não dadas.
Teu nome nas estrelas foi escrito
Por olhos desejosos e sedentos.
As pernas caçam pernas enredadas
Aumentam as tensões teus movimentos...
X
Passarada cantando |
X
|
X
A beleza total vem do teu ser
Emerge a cada nova temporada
Vibrando esta vontade de viver
De ser a minha amante, amiga, amada.
Deixando devagar, te conhecer
Ternura em tua face decorada,
No coração depressa a debater
Com força e com tesão, apaixonada..
Amar o teu desejo é muito fácil,
Corando tua boca carmesim,
Com beijo em sentimento, frágil grácil,
Desnudo esta vontade louvo a chama,
Ardendo todo amor dentro de mim,
A boca tão sedenta já te chama...
X
Não cruzei o mar |
|
X
Estrela radiante do recanto |
X
Descobrir o bagaço dos engenhos
No melaço da cana mais um beijo
Zé Ramalho
Roubar de tua boca este melaço
Tão doce cana em caldo em mel desejo.
No beijo que procuro em cada abraço
Tão melado sentindo cada beijo.
Forjado pela vida em vil bagaço
O traço do prazer no corpo vejo.
O corte da navalha-olhar em aço,
Riscando céus, espaços, relampejo.
Viola ponteando sertaneja
Trazendo desta lua, raio e gozo.
Neste galope louco sempre arqueja
Rebentos do prazer andando nus.
O beijo cristalino e tão gostoso
Com corte de paixão ardendo em cruz.
X
A noite vai passando amargurada
Distante da mulher doce, formosa
Na beleza noturna constelada
Tua imagem divina, maviosa
Na lembrança restando imaculada
Teu perfume emprestado à bela rosa
Reclama, mas não vejo aqui mais nada.
A noite então se faz tempestuosa...
Partiste por caminhos mais secretos
Deixando esse vazio em meus espaços.
Os verdes campos morrem tão desertos
Vasculho pelas ruas, nada vejo.
Procuro minha cura noutros braços.
Matar a minha sede em outro beijo...
X
Em tuas mãos amigas eu me entrego |
X
Se um beija flor tocar os lábios teus |
X
No sertão galopando a noite inteira
Voltando para a casa, que alegria!
Rever a minha amada companheira
Que o tempo já passou e deu saudade.
Falando, deste amor sinceridade
Te falo meu amigo de desdita,
Que a vida se parece mais bonita
No colo da mulher que é bem amada.
Poeira acumulada desta estrada
É como vitamina pro meu peito.
Mas vivo, dessa forma, satisfeito
Pois sei que ela me espera na janela.
Estrela que roubei levei pra ela
A vida que sonhei, foi desse jeito!
X
Minha lembrança guarda o teu sorriso,
Serenidade em meio a dissabores.
Roubando uma tristeza, mata as dores
E mostra que viver é mais preciso.
No verde de teus olhos me matizo
E sonho com futuro em outras cores
Recendendo ao jardim repleto em flores.
A sorte que se esvai não manda aviso.
E sinto que te apartas deste sonho
Distância que se aumenta no silêncio...
Coração! Haverá, pois quem convence-o;
Prevendo teu futuro mais tristonho;
Dos erros que cometes tão freqüentes?
Seus sonhos, para sempre, inconseqüentes?
X
A vida nos demonstra tantas chances
De mostrarmos amor a muita gente.
Por mais que te pareça não alcances,
Pequenas coisas fazem tão contente
Aquele que recebe uma atenção
Ou mesmo paciência pra escutar.
Um sorriso, um abraço, uma emoção
Por vezes nos ajudam. Se pensar
Nisso, meu companheiro, tu virás
Como é bom partilhar de uma alegria.
Assim propagarás por certo, a paz.
E viverás a vida em harmonia...
É nas pequenas coisas que sabemos
O bem que ao semelhante nós fazemos...
X
A lágrima mais triste que rolou
Desses meus olhos, velhos sonhadores,
Aquela que num dia te encontrou
A rosa mais bonita dentre as flores
Dizendo que este amor já se findou
Levando ao meu sonhar tantos horrores.
Querida, não pergunte mais quem sou
Meu canto vai morrendo. Os estertores
Daquilo que sonhara ser eterno,
Amor que resistia a tempestades,
A vida se tornou um vero inferno,
Restando tão somente estas saudades
De nosso amor que sempre fora terno,
Lutando pela vida e liberdades!
X
É querida, o amor é mesmo assim |
X
|
X
Tomado por paixões, meu coração |
X
O fogo que queimando me devora
Procura combustível coração
Na chama desse olhar que me decora
Em versos
Querendo o teu amor; querida, agora.
Despejo com furor a tentação
Sentindo tal deslumbre que decora
Minha alma de delícia e sedução.
Ditosos os meus dias quando vem
Na força flamejante deste sol
Dourando, incendiando; amor, meu bem...
Flambado em sentimento tão voraz,
Formando em nosso amor, vivo farol,
Somente nos teu fogo encontro paz...
X
Abraço essa morena, meu amor
Com gosto e com desejo persistente
Te quero, moreninha minha flor
Vem logo, o teu amor me faz contente.
Eu quero teu carinho redentor
Beijar a tua boca é mais urgente.
Eu busco o teu amor por onde for,
Não quero mais saber, nenhuma gente.
Lá longe o coração sempre te acena
Chamando para a gente namorar,
Na boca delicada da morena
O gosto do desejo acalentado.
Na fonte, no horizonte ou no luar,
Eu quero amor gostoso e acochado...
X
Meu verso como faca corte e gume,
Vagando pela noite sem limites.
Dos vales mais profundos; ganha o cume
Da dor que não aceita mais palpites.
A flor que pede espinhos sem perfume
Impede que meus olhos; nunca fites.
Um sonho: ser feliz nunca se assume
O risco de viver? Não me limites!
Meus pés são minhas asas, vão libertos
O gosto da discórdia me atraindo.
Tragando os insalubres, vãos desertos
Sou parte do que fora o não ter sido.
As máscaras aos poucos vêm caindo
Na farsa em que imbecil; tenho vivido...
X
Eu peço encarecido à luz solar
Que não desfaça o sonho desta dança
Que sabes muito bem nos faz sonhar
Com gosto e com magia sempre alcança
Os lumes verdadeiros corre o mar
E traz neste seu canto uma esperança
Divina de poder enfim amar,
Com toda uma alegria que não cansa.
Não deixe este poeta solitário
Que vive por teu brilho em seu caminho.
Por mais que o sonho te pareça vário.
No fundo tu bem sabes quanto a quero.
Em teus raios de luz, em teu carinho,
O bem de toda a vida sempre espero...
X
Às vezes não consigo te dizer |
|
X
Lembrando da menina lá no engenho |
X
Amiga não se deixe derrotar
Pelos medos da luta e da batalha,
Teus raios são tão fortes, um luar,
Que em mansidão e paz, ao longo espalha.
Em ti tanta certeza de lutar,
Que invejo tua garra que não falha,
Não deixo minha amiga de te amar,
Para isso meu amor sempre trabalha.
Não deixe de saber quanto te quero,
E tanto que confio nos teus braços.
Por mais que o desafio, negro e fero,
Às vezes não concede um só segundo
De paz; eu estarei; estreitos laços,
Contigo nem que seja em outro mundo...
X
Chegaste devagar, bem de mansinho |
X
Pareces que enfeitiças quando danças
Me sinto assim cativo e seduzido,
Em cada gesto mais mil esperanças,
Sonhando, inebriado, estou perdido...
Meus olhos eu bem sei que não alcanças
Mas mesmo assim te espero em vão; vencido
Pela tua magia em belas tranças
Largadas sobre os ombros. Iludido
Não paro de pensar na dançarina
Que quase me tocando, me feriu
Na pele amorenada da menina
Adivinho um sorriso encantador,
Um sonho do passado, de vinil,
Tocando uma balada, traz amor...
X
Sentindo no meu peito esta pressão
Que é misto de prazer e de tortura,
Aos poucos me sufoca essa opressão
Numa ansiedade crua que me cura.
Nos montes do desejo, o relicário
De amores que se foram sem ter nexo,
Meu rio procurando um estuário
Encontra sua foz em nosso sexo.
E sinto estes rochedos perfumosos
Nos seios que acarinho e me transtornam,
Os rios caudalosos e fogosos
Assoreadamente já se entornam...
E deito-me depois em manso solo,
Adormecido, imerso no teu colo...
X
Senhora dos meus sonhos tão incertos
A redentora amiga e companheira
Entorna dentro da alma a voz primeira
Que sela meu destino. Nos incertos
Caminhos que me tocam; meus desertos
É sempre a luz que guia, verdadeira.
Carrego desfraldada esta bandeira
Bendita nos meus olhos entreabertos.
Salvando um coração que fora frio
Imerso na tristeza e sem destino,
Fazendo de meu sonho de menino
Um mar. E quem viera tão vazio
Agora com verdades mais sinceras,
Amiga; se preparam novas eras.
X
Essa menina vai levando
Nos corações
Na onda azul
Nos carnavais
À flor da pele
Geraldo Azevedo e Carlos Fernando
Todos os corações vão te seguindo
Menina; à flor da pele, me enlouqueces.
Estrelas vão contigo competindo
Nem mesmo aos meus instintos obedeces;
A lua no teu corpo vai surgindo
Trazendo uma alegria de quermesses,
No bloco da paixão nem o sol lindo
Consegue demover-te, perco as preces...
Mil ondas galopando lá no mar,
Na praia nordestina carnaval.
Eu verso meu amor a te encontrar
Mas nada do que pude te interessa.
Ondeia meu amor, canavial.
Que faço? Só te sigo, vamos nessa...
No comments:
Post a Comment