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Thursday, October 12, 2006

Textos 01 A 05 de outubro

Saudade
Nostálgica mistura lusitana,
Trazendo amargor junto com doçura.
A mesma mão maltrata e logo abana...
O mesmo beijo adula na amargura...

Sagrada insanidade me desperta,
Nos sonhos traga luz e já m'ofusca
Adormece-me manso, mas alerta,
Carícia que me corta, por ser brusca...

Remédio que envenena tarda a cura,
Maremoto sereno nos afoga
Imersos nesses breus, tanta brancura.
Nos traz muitas lembranças, frágil droga...

Nas minhas noites brancas, companheira.
Nos meus desejos loucos, forja farsas.
A paz que me levaste, verdadeira,
O peso que carrego nunca esparsas...

Nenúfares terrestres conta-senso,
Nefária calmaria, mansidão...
Flores pequenas, jardim tão imenso.
Traz na mão que tortura compaixão!

Sortilégio beático, carnal...
Temerário menino, sem maldade.
Prostituta que sente-se vestal.
Eqüina montaria na cidade...

Parturiente louca por luxúrias,
Pacifista que se arma até os dentes.
Leve brisa que traz dos ventos, fúrias.
Brancas mãos calejadas nos nubentes...

Como restos de sangue no sorriso,
Como a fome deixada nos banquetes,
Voluntária no pássaro indeciso,
No silêncio dos fogos dos foguetes!

Sedenta na amazônica floresta,
Uma enchente saárica, desértica...
O dobro do que tinha é que me resta,
Insensível na pura arte poética...

Simulando real ingratidão,
Agradece depois o que não feito.
Bem calma, disparando o coração.
Imperfeita no que fora perfeito...

Sargaços que nos salvam do naufrágio
Âncoras que nos levam flutuar.
Qual funkeiros repiques num adágio.
Tal qual sol se banhando no luar...

Vacilante passada dum intrépido
Um olhar mais sereno em um insano.
Lentidão nos caminhos do mais lépido.
Oração formulada por profano...

Partitura que toca um olho cego,
Claridade que traz escuridão.
Afirmativa audaz que já renego,
Serviçal que comanda seu patrão...

És a rainha louca que condena,
És a vontade lúcida de um pânico,
És a atriz que se perde numa cena,
És divinal sorriso mais satânico!

Teus cabelos ao vento fazem sombra,
Os meus velhos tormentos fazes coro
Em tantas minha fraquezas, se assombra,
Penetras num segundo qualquer poro...

És sutil matreirice mais feroz,
És verdugo que salva, salma e trata.
És ferrenha inimiga mais velos,
Muitas vezes amiga me destrata...

Quando distante muitas vezes perto,
Quando inconstante tantas vezes luto,
Quando errático, sempre estou mais certo,
Quando mais manso, muitas vezes bruto!

É companheira sempre diz amor,
É verdadeira, mesmo quando falsa,
Sempre certeira, nega desamor...
Dançarina cruel, dança essa valsa...

Fatalidade, novo recomeço...
Novas marchas nos pés que se cansaram...
Mostrando-nos reversos desse avesso,
As minhas mãos cansadas, buscaram...

Em lodo se mudando, toda vez...
Em lobo transformando simples cão.
Dos simples mais humildes, altivez.
Enchentes que inundaram meu sertão...

Quem dera nato fosse meu soneto,
Sem marte nem mentiras me poeto...
Nos braços que me embaças me arremeto,
Nas partes que me partes me completo...

Te fiz essas quadrinhas sem ter mérito.
Nos tempos que passei não tem futuro,
Na vida que bebi, sempre pretérito.
O salto que tentei, quebrei meu muro.!

Recebo de teus dedos teu bofete,
Nas cartas escondidas nessa manga.
Os carnavais se foram sem confete,
Das fantasias sobra tal miçanga.

Repentes mais formais, deformam formas
Nos fornos que forjei fórceps ferrenhos,
Das notas anotei as novas normas.
Lutas lentas lutei, levei meus lenhos...

As parcas nessas barcas poucas arcas,
As asas assaz sinas assassinam...
Manhas sem manhãs, minhas mansas marcas...
Ensejos entranhei erros ensinam...

Salvei saúde sem sentir certeza.
Cerrei os cortes cegos, cimitarra,
Baús das brancas bélicas belezas...
Nos gritos dissonantes da guitarra...

Nos medos de transpor meus sentimentos,
Nas velas que velei, só veleidade...
Nas termas que teimei, tantos tormentos,
Soçobram meus sentidos, sã saudade!


Baseado Na Carta 1 de Derniers Jeux Noite num bar
Noite num bar, no mesmo bar diário.
Noturnos nossos beijos nunca dados,
Da sedução barata, um honorário
Uma mentira a mais... Rolam os dados...

As curvas generosas, batom, rouge...
Nos seus olhos dengosos, nos cabelos...
Leão adormecido vem e ruge,
Seios deliciosos, é bom vê-los...

Músicas nessa noite e em meu ouvido...
A vida serpenteia em minhas mãos...
Quem dera não tecesse tanto olvido!

Os lábios que me fingem, prenunciam,
Corações de serenos lagos vãos...
Tempestades de corpos se anunciam...


Deserto

Numa tenda, desértica paisagem...
Tempestades de areia, ventania...
Pensamento pedindo uma passagem
Que faça renascer tal fantasia...

Distante de teus olhos, u’a visagem...
A lua no deserto em pleno dia...
O que quer me dizer essa mensagem?
Eu me recordo, pleno de Maria...

Maria que se foi do meu camelo,
Esperança mediúnica fugiu...
Essa areia penetra em meu cabelo...

Maria onde estará? Ninguém a viu...
Numa tenda, desertos por passar...
Maria, refletindo esse luar...


Luz dos Olhos
Luz dos olhos, refulgente,
Ofuscando essas estrelas.
Como estar sem poder vê-las?
Pergunto pra toda gente!

Não posso passar sem tê-las
Não viveria contente...
Caminhar sem percebê-las
É morrer tão de repente...

A luz dos teus olhos, mar...
As telas que não pintei,
Velas a me iluminar...

Nos castigos que preparas,
Nos teus olhos serei rei,
Olhos verdes, vidas claras...


Nevoeiro
Te procuro, nevoeiros...
Onde estás que não te vejo?
De janeiros a janeiros,
Só aumenta meu desejo!

Campos, mares verdadeiros,
Nas palomas do teu beijo,
Nas baixadas, rios, beiros...
Nessa sorte que pelejo!!!

Te procuro, triste sina.
Não te tenho então, entoa;
A certeza perde crina,

O que tramo é só remendo...
Minha vida cai, garoa...
Nevoeiro vai chovendo...


Esperança
Pela vida deixei caminhos claros,
Cansados velhos pés e tristes mãos...
Os medos se repetem não são raros...
Os dias se tornaram meus irmãos!

As dores, companheiras dessa estrada,
Não querem permitir tua visita.
À noite não me resta madrugada,
O coração destrói-se, dura brita...

Jardim morrendo, perco uma tulipa,
Já morta, não deixando a flor de lis.
A dor veloz, sorrindo me antecipa,
Irônica me diz: não és feliz!

Nas pontas das chibatas, desatinas...
O sangue que se escorre nunca estanca...
As praias no deserto minhas sinas,
A noite que sonhei, termina branca!

Perdido, me desfaço nos teus veios...
A lua não permite esse esplendor.
A mãe que me sustenta nega seios,
Estranhas tempestades, desamor!

Das rosas nunca tive seus eflúvios,
As portas que fechaste, são etéricas,
Os medos transformados em dilúvios,
As mortes são sinfônicas, histéricas!

Sonhara sempre ter comigo as graças,
Pensara tantas vidas imortais.
A vida me prepara tais desgraças.
Os sonhos que sofri, não quero mais!

Nas torpes caminhadas tantas eras,
As bocas escarrantes dos amigos...
As pragas meu castelo, velhas heras,
Não me protegerão desses perigos!

Num recôndito deixo o podre templo,
Não queira mais saber nem sei mais onde...
O resto dos meus laços, não contemplo.
Nos passos derrapantes perco o bonde...

Tantas vezes tentei saber segredos,
Muitas vezes perdi-me em teus ciúmes...
Nas portas da ambição velhos degredos,
Nos parques da emoção tensos queixumes...

Pois, como me deixaste em tenebrosos
Pesadelos, jamais vida circula
Entre os restos mortais, vis pavorosos...
A morte sanguinária traz dracula!

O meu desesperado tinto, sangue.
Vinícola fartura apaixonado...
No que me sobrar: podre, mar, mangue,
O passo que pensei descompassado...

As vísceras expostas, minha morte.
As pétalas rasgando o manso sonho...
Queimando-me venais expulsam sorte.
O karma minha herança, é mais medonho!

Nas vastidões perdido, pois sei frias,
Percebendo, ansiado, tal fluidez...
Nos pântanos nos pélagos, morrias.
Agora, percebi, é minha vez!

Quem me dera saber de teus mistérios!
Quem sempre fora amante, vai simbólica!
Dos tons que me dedicas, cemitérios,
Antenas minhas dores, parabólica!

Perdido, em desespero, olhos tão lívidos,
Bem sabes que legaste olhos mais frios.
Matando as sensações de serem vívidos,
Respingas teus venenos mais sombrios!

Muitas vezes perdido, sem ter rumo.
Adormecido em sarjetas velhas praças...
Jamais sobreviver, levantar prumo.
Servindo de isca viva para as caças.

Nas pontes, velhas fontes, nas Igrejas...
Dormindo pelas ruas da cidade...
Cansado das derrotas nas pelejas,
Buscando pela vida, claridade!

Resumo de fatal encenação,
Verdugo de mim mesmo, sem futuro.
Não sei de meus caminhos nem portão!
As cordas que salvam, salto o muro...

Vacinas e bacilos são venéreos
Espadas que me cortam, passageiras.
Os sons que me repetes nunca estéreos
Mordes-me com as presas verdadeiras!

Sorrateira manhã que não atrevo
A ponte que me deste, levadiça...
A vida sempre deixa um cruel trevo.
A morte me namora e me cobiça!!!

No meu quintal brotou urtigas, urzes,
A franja da ilusão raspando irônica.
Nas costas tanto peso, lenhos, cruzes...
Gargalha a gralha rindo-se histriônica!

Nos pontos de partida, sem destino.
As portas da saudade são ferozes.
Quem fora simplesmente esse menino,
As pernas nunca marcham, invelozes!

Só sei deste meu nada em nada creio,
Castelos de princesas desabados.
Não sou metade nunca tive um meio
Apelos que já fiz, desesperados!

Espero pela dor depois da curva,
A morte se prepara para a festa.
A vista que me deixa, fica turva
O lobo me devora na floresta!!!

Mereço ter meu mundo estropiado,
Rasgado pelas garras desta peste.
Os prêmios que perdi, paguei dobrado.
O fogo vem subindo em minha veste.

Cáspite! Merecia melhor sorte!
A dívida que tenho nunca acaba.
Quem sabe sorriria para a morte,
A noite no meu norte se desaba!

Vasculho nos meus bolsos, nada tenho..
Vasculho em minha cama, nem lençol,
Persigo meus defeitos de onde venho,
Não pude nem conheço nascer sol!

Nas catedrais silentes, velhos túmulos...
Homúnculos vestidos de quimera.
Nos altos dos meus sonhos, ledos cúmulos
Nas cartas que não fiz, parca e megera!!!

No parto que enfrentei, resta placenta.
A porca que engordei, morde ferrenha.
Resumos que não fiz, a noite venta,
Na mata sem saída a vida embrenha...

Nada mais tenho, nada mais terei,
Num canto, abandonado, fico mudo.
A vida me deixou u’a fatal lei.
O pássaro não voa, sou miúdo...

A bala engatilhada me responde.
Num revólver, resolvo meu problema.
Quem pensaria nobre, qual visconde,
Não deixa de cumprir esse dilema...

Da rapa do meu monte da lembrança,
Desperta, num momento essa aliança,
Vida, não sei se amor ou por vingança.
Num átimo reluz velha esperança!!!!


Andarilha
Pés cansados da velha caminheira...
Andarilha, desertos, campos, vales.
Andina sabe toda a cordilheira...
Nas noites frias, lhamas, véus xales...

No verão feroz, doce condoreira
Sábia não se conforta, nova Palis
Traz a esperança louca e verdadeira
Futuro de irmandade en nuestras calles!

Neruda, Mistral, Márquez e Buarque,
Simon, Perón, Morales tantos nomes...
Das altas cordilheiras, charco, charque,

Nas distâncias gigante força emana.
Tentam te destruir, na altura somes.
Unidade latino americana!


Malabares
Aterroradamente me perturbas,
As costas vergalhadas, meu presente...
Nas chibatas rosáceas críveis turbas
Não deixam nem espera por semente.

Solitária demente te masturbas,
Na noite mais vazia que pressente.
Mascaras as senzalas velhas tubas.
Distâncias são crepúsculos na lente...

Me castras esses astros que vergasto
Meu ópio se fui sépio, nada fica
O símbolo pedido meu repasto.

Aportes de sutis malabarismos...
Revigoro solventes, pele estica
Estio nos teus trilhos, meus abismos!


Estopins
Nosferatu deixou-me solitário,
Minhas cartas jogadas no colchão.
Cobrindo certamente meu horário
Deixei a poesia, supetão!

Noutros tempos carpia-me templário,
Não vesti nenhum traje de facção
Meu coração deixei no mostruário
Monstrengo não mereces atenção!

Grilhões atados vou para as galés
Feridas sobrepostas fazem fendas.
Os cactos, tantos cacos, nos meus pés.

Os mandriões farsantes mandarins,
Sacrifícios perfazem podres lendas.
Estorvam minhas bombas, estopins!


Deusas das Matas
Sonetos, serenatas e sonatas,
Certezas, sobremesas e serpentes.
Carmins, caminhos, karmas, casamatas,
Vaticínios velórios evidentes...

Sobraram certamente poucas matas,
Mataste não permites penitentes,
Castrastes cachoeiras e cascatas,
Demônios destruíste mais dementes...

Refaço meu cansaço em teu regaço
Reparo os anteparos que disparo
Nas danças que choveste véu espaço.

Fortuitas são gratuitas tuas mantas.
É bom poder ouvir, sentir Kitaro,
Notas que não remontas foram tantas...


Para aquela que amo
Desofusquei meus olhos ao te ver,
Beleza que transcende à liberdade!
Que sonho meu Senhor, alvorecer
Criaste tal mulher sem humildade!

Nem mesmo a maciez duma pantera
Pode, com precisão, equiparar-se,
Tens a brandura amarga duma fera,
Teu sorriso, um remanso num disfarce...

A luz do meu verão, tu és meu sol!
Me queimas e bronzeias com delícias.
Perdido, vou tentando um girassol,
Tresloucado, procuro por carícias...

Refulges, da natura és a rainha...
Oásis mavioso em um deserto...
Quem dera tanta luz fosse só minha,
Ofuscas quem quiser chegar mais perto!

Feliz a nação de onde tu vieste!
Iluminada brilha solar êxtase!
Rebrilhando esse mundo oeste a leste,
Meus passos paralisas numa estase...

Catarse, catatônica ilusão!
Amar-te na platônica jornada.
À parte em histriônica paixão,
Beleza arquitetônica mostrada!

Furacão de matizes delirantes,
Meus olhos enebrias sutilmente...
Absinto teus olhares penetrantes,
Desfaz completamente minha mente...

Riacho mais piscoso da beleza,
Levante boreal forjado em ouro
Penetras, impedindo uma defesa,
És ilha da magia e do tesouro...

A boca desenhada por pincel,
Na fala traz a mansa, doce brisa,
Sorrindo me refletes belo céu,
Enigmática, nova Mona Lisa...

Teu hálito perfume que transcende
Recorda o das mais lúbricas essências!
À mistura de flores sim, recende,
Num misto de torpores e indecências!

Lábios carnudos, veros espetáculos!
Mordiscando tenazes que deliram,
Beijando funcionam qual tentáculos
Pena que para mim jamais se abriram...

Tens a pele suave de criança
Os cabelos produzem ventania.
Os olhos reparei, bela esperança,
Amar-te simplesmente, uma mania!

Perdido em tal beleza, me embeveço,
Não posso caminhar sem ter teus passos,
Quem dera te pudesse, mas mereço?
As cordas se romperam, velhos laços...

Os órgãos todos querem teu orgasmo,
Os mares que percorro te procuram,
Não te encontrando, fico louco, pasmo,
As noites mal dormidas me torturam!

Visto minhas melhores ambições
Fumando, desbragado, fico insone...
Nas jaulas aprisiono meus leões,
E salto a cada toque, telefone...

A voz que me procura não é tua,
A boca que beijei não te pertence,
O sol que tanto quis verteu-se lua
A sorte de não ter não me convence...

Quis um momento simples de ternura,
Um segundo somente mas não tive...
Macias tuas mãos, fruta madura,
Nas fotos que guardei, eterna vive...

Definitivamente és obra prima,
Não posso e nem pretendo me envolver,
Acima disso está minha auto estima,
Se não parar talvez possa morrer...

Mas, cada vez que passas o que faço?
Não posso me queixar nenhum segundo.
No universo gigante, tanto espaço.
És razão de existência deste mundo.

Saber que vives basta a quem tanto ama.
Para quem viveu sonhos mais ateus
És finalmente, toda luz e chama.
És a prova cabal que existe Deus,


Porcelana
Quando a vi, me parecia humana..
Os olhos esmos, livres passarinhos...
Pensei na minha dor, na dor mundana...
A roupa esfacelada em desalinho...

Imagem que senti, santa e profana..
Reparei, neste instantes, sou sozinho...
Quem me dera ter alma assim, cigana!
Cabelo revoltoso em desalinho...

A morte se aproxima, vem temprana,
O sonho se refaz em tal beleza...
Desfaz a mágica cruel, tristeza...

A dor que se portara tão tirana,
Minha alma se renova com certeza
Na alma dessa boneca, porcelana...


sobre texto da poetisa Ledalge Alma de Porcelana


Vestido dessas saudades
Vestido dessas saudades
Procurei pela esperança
Vasculhei pelas cidades
Ninguém me manda lembrança;
A saudade se disfarça...
Esperança? Fez pirraça!


Minha alma sozinha... Sextinas
Minha tapera tem lua,
Tem viola e tem sertão,
Tem Maria toda nua,
Disparando o coração.
Tem um ninho de andorinha
Tem minha alma tão sozinha!!

Tapera que fiz no mato,
Cobertura de sapé,
Na margem desse regato,
Lá plantei muito café,
Toda tarde e de noitinha,
Tem minha alma tão sozinha!

Não quero falar de dores,
Nem tampouco de saudade
Na tapera, meus amores,
Procuram por claridade.
Quem me dera fosses minha,
A minha alma é tão sozinha!

Meu roçado tem feijão,
Tem milho e tem capineira,
Tem também um coração,
Que chora uma noite inteira.
Quando a noite se avizinha,
A minha alma está sozinha!

Na tapera que te fiz,
Nunca vieste morar,
Por isso não sou feliz,
Onde posso te encontrar?
Sem te ter perdi a linha,
Minha alma vive sozinha!

Recebi tua mensagem,
Quando é que vais voltar?
Não vais perder a viagem
Estou louco a te esperar!
A minha alma coitadinha,
Não quer mais ficar sozinha!!!


Te Amo
A vida que renasce os sentimentos
Felizes de quem sonha liberdade,
Porta aberta permite mansos ventos,
Amores que escancaro na cidade...

Receba suavemente meu recado,
Permita que consiga te dizer,
Do coração que sangra apaixonado,
Rasgando todo medo de morrer!

Nas páginas do livro desta vida,
Marcadas por perfume e chocolate,
Nossa história refaz-se repetida,
No sonho que de noite vem, abate...

E respingam divinas esperanças,
Produzem todo senso de vitória,
Me recordo quando éramos crianças,
Teus olhos não me saem da memória.

Brincávamos libertos, nossa rua;
O mundo que esperávamos imenso,
O pensamento voa, vai, flutua.
A paz vem me invadindo traz incenso...

Olhávamos distantes amanhãs,
Sorvíamos da vida pura essência.
Tu eras minha linda cunhatã,
A vida sempre fora essa inocência.

Sorriamos de tudo sem ter medo,
Dançávamos, nos sonhos pueris,
Guardávamos embalde tais segredos,
Mas o céu se ofuscou nas cores gris...

Nascemos de vitelos tão selvagens,
Vertíamos desejos mal contidos,
Durante nossas lúdicas viagens,
As bocas se perderam nos olvidos...

Nos ouvidos perdiam-se as línguas
Mas nada se podia comparar,
Nossos comas tetânicos às minguas,
As mãos se deliciam, passear...

Mas nada disso foi realidade,
Delírios desse jovem tresloucado.
Mudaste teu reinado de cidade,
Restou-me então ficar, descompassado...

Eu conheci diversas companheiras,
Neste jogo cruel da sedução.
As loucuras tornaram verdadeiras
Embrenhei tantas matas no sertão.

Sutilmente, não tive mais sossego,
Me casei, descasei, casei de novo...
Pela vida fingi perder apego.
Mentiras não me causam mais estorvo...

A ponta desta lança que deixaste,
Partida não permite mais a guerra,
Escuridão que sempre iluminaste,
Agora vem percorrendo toda a terra.

E vives és eterna no meu peito.
A foto que guardei sempre revejo...
O mundo vai rodando do seu jeito,
A memória não trai o doce beijo...

És o amor que recorro, sempre amigo,
Nos momentos ferozes, solidão...
Teu retrato carrego bem comigo,
Amuleto que salva o coração...

És paixão que jamais irá morrer,
Nunca quero nem posso te deixar.
Esqueci tentação de te esquecer.
Para sempre, decerto, eu vou te amar...

A beleza feliz que sempre trazes,
Emoldura o passado que foi meu...
Nos meus sonhos delírios mais audazes,
Um poema divino, santo ateu...

Não me deixes, jamais teria forças,
Se seguisses caminhos tão diversos.
Nos teus lépidos passos, fossem corças,
Resumem minhas musas e meus versos...

Agora, cedo soube da chegada,
Vieste retornaste para cá.
Minha alma pede força redobrada,
O que fazer, o tempo me dirá!

Mas, pensando, te imploro que não venhas,
Meu amor louco irá desmoronar,
A chama do meu peito pede lenhas,
O carvão que jamais vai retornar...

Não quero nem procuro te rever,
Decerto nunca mais serás tão minha
O sonho que vivi pode morrer,
És retrato por sobre escrivaninha...

És o que foste e nunca mais serás.
Simplesmente passado que ficou...
Não és o hoje, decerto não virás,
És a felicidade que restou....


Você tem soja prá exportar?
Há uma situação explicita neste segundo turno.
Com o dólar baixo e o real forte, temos um país dividido entre os exportadores mais ricos e os brasileiros mais pobres.
Com esta queda do dólar, o preço da soja, da carne e de outros produtos de exportação se tornou mais competitivos lá fora, mas, há uma clara queda da rentabilidade dos grandes exportadores, que recebem menor quantidade de dinheiro em reais.
Por outro lado, como a cotação dos produtos é dolarizada, temos uma queda do preço dos alimentos no Brasil, inclusive dos insumos importados.
E isto faz com que os mais pobres possam se alimentar e vestir melhor. Ou seja, dá maior dignidade ao nosso povo.
A divisão deste bolo é explicitada da seguinte forma. Quanto maior a fatia que sobra para as elites exportadoras, menor a fatia para os mais pobres e para os trabalhadores em geral, inclusive para os empresários de menor porte e de produção visando o mercado interno.
Uma coisa que me chama a atenção é a divisão perfeita dos Brasis diversos.
Concordo plenamente com o eleitor consciente de Alckmin, este apresenta uma característica marcante. Vejamos um cidadão acostumado a ter lucros exorbitantes com a produção hipervalorizada por um câmbio favorável associado a um baixo salário dos seus empregados.
Obviamente deve estar muito chateado de ter que dividir o famoso bolo com os mais pobres.
Claro que isto significa que não poderá comprar um avião de dez milhões de dólares, tendo que se contentar com um de cinco!
Esse eleitor de Alckmin espera e cobrará, caso ocorra a eleição deste, que o dólar se hipervalorize, aumentando seus lucros à custa do aumento dos produtos agrícolas, dolarizados.
Ou seja, aumenta dólar, aumenta o preço da soja e o lucro dos exportadores e em contrapartida, aumenta o preço do arroz, feijão, pão, macarrão, etc... O que, convenhamos, é péssimo para os mais pobres e para os trabalhadores, até mesmo para os que simplesmente não exportam soja ou carne...
Ah! OUTRA COISA IMPORTANTE: ESTÃO COMEÇANDO A ESPALHAR QUE LULA IRÁ ACABAR COM O DECIMO TERCEIRO E COM AS FÉRIAS.
ISSO É UM DOS MAIORES ABSURDOS, MAS O POVO ACREDITA EM TAIS BALELAS.
Com relação ao que expus antes, pense duas vezes:
A – se você tem soja para exportar, carne entre outras coisas PARA A EXPORTAÇÃO, VOTE NO ALCKMIN. ELE TE REPRESENTARÁ COM TODA A GARRA E COMPETÊNCIA
B-Mas, se você não tem soja nem carne para exportar, NÃO VOTE NO ALCKMIN, POIS É DO PRATO DOS SEUS FILHOS, DA EDUCAÇÃO DE SUAS CRIANÇAS E DA SAÚDE DE SUA FAMÍLIA QUE VIRÁ O DINHEIRO PARA PAGAR FAZER COM QUE OS RICOS EXPORTADORES DESTE PAÍS FIQUEM CADA VEZ MAIS RICOS E POSSAM COMPRAR SEUS AVIÕEZINHOS DE 10 MILHÕES DE DÓLARES.
O BOLO É UM SÓ, A DIVISÃO DELE DEPENDE DO SEU VOTO!!!!


Prelúdios
Perdido nos prelúdios das manhãs,
Buscando me encontrar, vagos desejos.
Espaços transtornados, dores vãs;
Tentei cantar a vida em teus solfejos...

Tuas unhas arranham, sangram lãs,
Miscelâneas, vertigens toscos beijos...
Natalinas as nozes, avelãs...
Nas fornalhas forjando pães e queijos...

Vicejaste brilhantes esperanças.
Me roubaste afinal minhas horas...
Vieste com ternura de crianças,

Em tantos madrigais já te perdi.
Em tantas tempestades nunca afloras,
És o que não conheço mas vivi...


Vida
A vida se esvaindo em diluências,
Nos escribas, falsários, testemunhas;
Tantos rasos cortando amor em cunhas,
Já reverbam meu tempo em inclemências!

Vestido de servil inapetência,
Quis teus olhos, mirando no passado.
Quem viveu condescende na impotência,
O meu rastro não sabe, vitimado...

Sacrificante, ledo, apaixonado...
Das resinas formais vêm meus defeitos.
O parto que negaste placentado,
Os ossos me quebraste deste jeitos...

As balas que me atiras, de confeito,
Os traços que não falho, são mentores,
Amor tão desbragante no meu peito.
Anseios, sortilégios, meus pendores...

Quem, brusca, me negou são amadores,
Oásis que não seca minha fonte...
Costumes que menti progenitores,
A luz maravilhosa no horizonte!!!

Gramínea essa paixão suplanta a ponte,
Expressando vestígios que não firmam,
No parque do que resta foi Creonte,
As mortes que me legas não me arrimam...

Vértices portentosos são disformes,
Minha culpa ferina e mais felina....
Despista quem cortava, são enormes
Os lodos que tropeças, saturnina...

Quando não me querias fui feliz,
Andávamos perdidos sem resquícios,
Nas portas dos meus medos, nuvem diz
Quem viver é delícia, santo vício!


Salmo 8 Em versos brancos
Senhor Nosso, admirável o seu nome
Por sobre toda a Terra, tua glória
Está acima de todas as coisas vãs!
Nas bocas das crianças, tua força!
Calando a inimigo e vingador.
Quando vejo estes céus, obras dos dedos
Teus. Essa lua e estrelas que preparas!
Que é esse homem mortal para que lembres?
E seu filho por que enfim o visitas?
Porque pouco menor que Vossos anjos,
O fizeste... De glórias o cobriste!
Faze com que ele tenha tal domínio
Sobre as obras das Tuas Santas mãos!
Porque tudo puseste sob seus pés!
Tantas ovelhas, bois, bichos selvagens,
As aves deste céu, peixes marinhos,
Tudo o que passará pelas veredas
Dos mares. Ó Senhor, quanto se admira
O Teu nome por toda nossa Terra!


Comparsas
Nunca fomos comparsas nem amigos,
Catalisamos várias tempestades...
Corremos os diversos vãos perigos,
As marcas que ficaram são cobardes...

Os pastos que venci, nossos umbigos,
A terra não permite falsidades,
Não posso competir versos e trigos
Com olhos que teimaram santidade!!!

Se vi, depois da curva assassinato,
Não queimo meu quintal nem meu jardim.
O parco que me embarco, simples mato.

Amor que tempestuo chega ao fim...
Na porta que futura meu retrato,
Pasmado, meu passado morto em mim...


A lua soberana
A lua soberana, brinda a noite,
Transmite veleidade e sentimento...
Não há quem não perturbe-se e se afoite
O resto plenilúnio vem do vento...

No que farturas flanges não me acoite,
Sensatos se suprimem sem sustento.
A boreal fantástica do açoite
Que vermifuga a dor de ser sedento...

Merencoricamente lua serva,
A seiva que m’absorves se conserva
Nos potes divinais desta esperança!

A coorte que fiz nunca repara
Nas causas das loucuras que se avança
Nas lunáticas veias, me antepara...


Serenata
Poetizando sonhos minhas liras,
Concretizando farpas sem ter lupas.
As novas certidões nunca confiras
As cândidas mortiças servem culpas...

Se tendo a não te termo, temo termitas .
Se não castro astros rastros me permitas,
As pontes levadiças são sagazes,
As contas que me bisas sei vorazes...

Não sei se não senão seria sim
Se sim fosse senão não caberia,
Assim peço perdão por ser vazia

A cuba que não cabe mais em mim...
A culpa de não ter mais serenata,
É do mata... É da mata, é de quem mata!


Amar a quem jamais amei!
Quando a vi, envolvida na neblina
Das mágicas poções sempre conquistam,
Minha vida promessa, cristalina,
Ressurgia, em teu corpo que alucina!!!

Teus olhos, negros, belos como o breu...
Brilham como a buscar mais claridade,
Coração que decifra, camafeu...
Vida quimerizada em brevidade...

Não sei se me visitas ou se foge,
Não percebi distâncias que separem...
Carrego tanto amor no meu alforje,
Defesas esquecidas que anteparem...

Vistosas mãos carinhos prometidos...
Sestrosos dedos, lúdicos brinquedos,
Quem saga não reparte sãos sentidos,
Mestiços sentimentos mentem medos...

Vê-la envolta, neblina sensual.
Réstias, hóstias, segredos seculares...
Caminhas teu disfarce casual,
Simulas teres vindo dos altares!!!

Nas horas mais difíceis não conferes,
Constranges m’as fenícias invasões,
Pesadas consciências por halteres,
Conspiras contra tolos corações...

Neblina que me nega ver teu rosto,
Embalde procurei por teu retrato,
Nos jardins poluídos meu desgosto,
Nas partituras métricas, maltrato...

Trepido meus farsantes sentimentos.
Vasculho por um lápis, lapiseira,
Não consigo lembrar quais os momentos...
Te perdi, num segundo, a vida inteira...

Não foste pois, sequer a despedida,
Não tenho outra lembrança mais feliz.
Respondo a toda lua que convida
Amante nebulosa, meretriz...

Nas neblinas, garoas e nos fobs
Entrevi teus macios espetáculos,
Nas certezas que perco, não afobes,
A vida me negou não quero oráculos.

Acalmo-me, fantasma delirante,
Não verto mais as lágrimas vazias.
Repouso os sentimentos numa estante,
Ao mesmo instante, logram-me valias...

No cárcere saudoso teatral,
As pombas nunca mais retornariam,
Arquipélagos reinam meu astral,
Quiçá foram manobras que mentiam...

No cais que deveria ser meu porto,
Começam meus saveiros naufragantes
Perfazes tão somente um triste aborto,
Não pude mergulhar qual navegantes...

Restando tua ausência neste barco,
Que a vida nunca turve este teu céu.
No fulcro da discórdia, tinges arco,
A porta que entreabriste, dum bordel...

Amantíssima orgia que não pude,
Ambrosias me deste por engano.
Verdadeira sonata do ataúde
Que formam derradeiro, cego plano...

Nos surtos fantasias e complexos,
Nos cantos melodias e serpentes...
Mascate negocias trapos sexos,
Os beijos nas neblinas absorventes.

Tentei quitar as dívidas com Deus,
Eu quis me transbordar desse desejo...
Não tive nem promessas, himeneus,
As mãos vazias nunca se calejam!

Quando a vi, nebulosa, mascarada.
Sangrei por todos poros, hemorrágico.
Não pude concluir, te vi calada,
O que pensei romântico é tão trágico.

Mas beijo esse teu manto de princesa,
Não podes me surtir nenhum efeito.
Da morte, te forjei, a realeza,
És parte deste amor meu, contrafeito...

Fenestras que fechaste não refiz.
Nas frestas meus fantasmas buscam farpa.
Não me permitirão nem ser feliz...
A morte dilacera, corta, escarpa...

A moça emoldurada justifica
A dor de me saber velho e ignaro...
Nos lodos que freqüento se amplifica
Mortalhas me seguindo, torpe faro...

A podridão que invade, traz minha alma
De encontro a rapinais aves de agouro.
Não deixando enlutada uma vivalma
Não deixando sequer mapa ou tesouro!

Tu foste amortalhada mansidão.
Mirraste meus delírios de grandeza.
Pachorrenta andorinha sem verão.
Loteaste infortúnios com vileza...

Fui latifundiário sem limites,
Amei dissimulando tantas vezes...
Criei amores falsos, paixonites,
Mereço por mentir dias e meses...

A minha cicatriz não se consuma,
A parte que me cabe não consola,
Das leis que te omiti, formaste suma.
Hemorragicamente foi escola...

Me sinto tão cretino, não te nego.
Meu par enebriante foi um mito.
Dos olhos nebulosos que carrego,
Um grito emana, salta ao infinito!

Não vês que me embriago de luxúrias,
Não viste que fingi um ser errante.
As marcas no teu corpo são espúrias.
O beijo da pantera asfixiante...

Te deixo, sepultura minha, em vida...
Refaço meu caminho sem segredo.
Mecânicas as mãos na despedida,
Os hóspedes não fingem sequer medo..

O coração piloso, t’as melenas...
O peito analfabeto quer poemas...
Não deixo por querer as velhas penas...
Amor e sofrimento, os mesmos temas!

Espraio meus sentidos pelo norte,
Vasculho cada canto do meu ser...
A poesia farta-se de morte,
Partilhas vai fazer, depois morrer...

Amada, me perdoe não ter tido
O filho que jamais querias ver.
Amante mais boçal, mais distraído,
Irias nesse mundo conhecer?

A tua face escondes azul véu,
O velcro da saudade foi satânico.
Impede conceber viver o céu,
Não deixa refletir senão meu pânico!

Despeço-me de ti, ó fantasia!
Na névoa abençoada te criei.
A porta do barraco, permitia
Amar assim a quem jamais amei!


Meu Caro Amor
Olhos esmeraldinos, bandeirantes.
Nas mãos a cristalina juventude.
Aurífero pendão trazem brilhantes
Diamantina forma e atitude.

Qual turmalinas finges delirantes,
Vermelhidão rubi, dama e quietude,
Coralinas belezas mais constantes,
Nos píncaros prateias, atitude...

Refaço meus caminhos velha fênix
Em busca de teus seios de marfim.
Na moldura descreves um belo ônix.

És a contradição do âmbar, perfumes....
És a melhor porção que guardo em mim...
Responda: como não sentir ciúmes?


Desencatos
Tenho medos, sentidos são opostos,
Temerário temi por não te ter...
De sangue e de conservas são compostos,
Princípios que perfazem meu viver.

Veiculando sem nunca perceber,
Que transbordei saúvas, meus impostos,
Aliterando literal saber,
Obliterando vermes decompostos...

Vou avalizo abalo quase sísmico.
Nas balizas das brisas sou sorvido.
Nos derrapantes antros vou abísmico.

Nas bandejas batísticas servido...
Salomés me negaram seus encantos.
Os meus poros dejetam desencantos...


Embriagado

Na escuma fria, olhos delicados,
Amores santos, minha companheira...
Os medos se transformam velhos fados,
A mão que acaricia, derradeira...

Os montes desse olvido esfacelados,
Na boca que beijei mais sorrateira,
Teu seio alabastrino, doces prados,
Por onde me embrenhei a vida inteira!

Não zombes tão sarcástica, te temo...
Amiga tuas pálpebras fechaste.
Por mares que perdi, quero teu remo,

Declino-me cansado sem ter haste,
És jade que encontrei no meu caminho...
Embriagado, cego por tal vinho!


Renascer

Tu eras a mais bela criatura
Que encontrei, tartamudo, em meu caminho...
Bela noite, roubaste esta candura,
Tua voz, encontraste, passarinho...

Recipiente lúdico, ternura.
Envolvente, chegaste no meu ninho...
Amar-te é conviver real brandura,
Meu coração dominas, pobrezinho...

Mas me deixas agora em tal torpor,
Que farei sem teus mantos de beleza...
Rasgando tresloucando-me na dor,

Em pânico desfiro contra tudo.
Me esfacelando visto esta tristeza,
O dia nascerá, depois, contudo...


Apocalipse
Apocalíptica visão do fim
Aproximando-se feroz demônio.
Mundo resume-se, navego enfim.
Desde o primeiro virtual mecônio.

Quem nascerá pedirá por mim,
A carpideira secular, amônio,
No meu tentáculo reflete assim,
Fratura pernas, tíbias e perônio!

Me lassas, danças resumindo, riso
Me cremas farsas, resplendor e canto...
Partícipe voraz me negas friso,

Revigoras teus lastros, rasgo o peito
Nos marinhos abismos, celacanto,
Minha morte restringe-se ao meu leito.


Palidez
Palidez mortal, lívida e sombria...
Sobre teu leito adormecida, linda...
Como fora um cadáver que dormia
A madrugada companheira ainda

Espreitava a chegada, novo dia...
A aurora que transforma se deslinda.
O mundo repetirá sua melodia...
Manhã ensolarada vem, bem vinda...

Amor palpita, terremoto, luta...
Olhos ebúrneos prateada vida...
Agonizante, força vera bruta,

Não posso te negar essa esperança.
A dor que se aproxima, mal contida,
Convida nosso braços pr’essa dança!


Desamor
Resplandeceste cruelmente bela...
Nas tuas mãos, relíquias maviosas,
Pintores mais felizes buscam tela
Na alvura quirodáctila olorosa...

Tem delicada formosura, face...
A mansidão serena deste rio...
Não há nenhum pecado que disfarce
A brandura feliz do desafio.

Amor, cabedal frêmito, falácia...
Penúrias das canduras e dos medos...
Cortando friamente toda fáscia,
Percorre meus tendões, perfura os dedos...

Frenéticos sentidos se misturam,
Levedo com segredo simples rimas,
Amores sem desejos não maturam,
Laranjas para suco não são limas...

Estimas sem amores, amizades.
As luas sem luares vertem medo.
Primeiro Deus criou as claridades
Depois o sol, me conte esse segredo!

As mãos que me passeiam não são tuas,
Nunca acupunturaste tais agulhas,
As bocas que mordeste estavam cruas
Nos beijos que roubaste, nem fagulhas...

Antítese venal, amor doloso.
Recíproca fatal, versos em branco...
Amores carnaval, sou mais guloso,
Sangria vendaval que não estanco...

Mentores de favores flatulentos,
Não fazes curativos queres gazes?
Não pedes certidões nem documentos,
Bolívia proibindo tantos gases...

Marinha americana, Portobello,
Esquadra escravocrata traz a morte.
Defesas sertanejas num rastelo,
A América sanguínea vem do Norte...

Amores são perfeitos imbecis,
Esquecem de saudades e de medos...
Apanham vergonhosos pedem bis...
Pedradas atropelam os penedos...

Rasteja com idônea insensatez
Vasculha tantas coisas que se perde...
Respinga tempestade sem talvez,
Desfaz esperançosa luta verde...

Amores são palhaças ilusões,
Restolho do que nunca houvera sido.
Abrindo logo fecha os meus portões,
Repara disfarçado olho comprido...

Nas bocas o mau hálito disfarça,
Quem fora indiferente nem parece,
Quem já foi companheiro hoje é comparsa,
Amores infelizes quem merece?

Sisudo cavalheiro vira infante,
Mostrando mais sutil embasbacado,
Formigas se transformam elefante.
Difícil discernir se apaixonado!

Cigarros vou fumando, sem parar,
Cartelas e cartelas devorando...
A lua apaixonante num luar,
As horas demorosas vão passando

Escrevo meus sonetos faço versos,
Respiro mais custoso, quase morro...
Mirando las estrellas do universo,
Não há quase ninguém a dar socorro!

Amores criadores, tanto caso,
Não deixam respirar a criatura..
Do que me restará de vida, ocaso.
Faz parecer um corte, arranhadura...

Melindres se transbordam viram cena.
Sensíveis palavrões a boca rota...
Voando sem ter asas sequer pena,
A vida vai levando à bancarrota!

Disfarçado de rei se sabe reles,
Quem sonha ser princesa espera o sapo.
Amores disfarçados, tantas peles,
No final não dispensa nem sopapo.

Amor é cantilena sem refrão,
Depois de certo tempo, brotam filhos...
As rugas enraivecem coração.
Quem já sonhara esquece os estribilhos!!!

Amores verborrágicos patéticos,
São venais mestres na arte de enganar.
Começam serenáticos, poéticos,
Estrambóticos, bélicos, sem mar...

Martírios, marionetes são palhaços,
Delírios, apoplécticos, mortais...
Amores desfolhantes, visgos, traços;
São bem vesgos, estrábicos, banais...

Amores tartamudos tartarugas.
Canhões se disfarçando em mansidão.
Depois, inevitáveis, vêm as rugas,
A tropa se desfaz do pelotão.

Não quero tais amores, nem pretendo...
Siameses, telúricos, almáticos...
Nem esses lindos olhos, nego, vendo...
Amores que se quebram, são reumáticos...

Não quero misturar alhos com olhos,
Bagulhos nem bugalhos, nem cebolas...
Perdidamente louco nego Abrolhos,
Não quero essa Al Kaeda, nem Hizzbolahs...

Vertiginosamente não mergulho,
O mar já reconheço tempestades,
Distante das marés e do marulho,
Das pestes que me emprestas “veleidades”...

Vingativa virás hipocrisia.
Vastas visões vertigens são velórios.
Sedas sacras, senzalas sacristia,
Não pretendo suspeitos suspensórios...

Vou liberto, matando essas paixões,
Em cada nova ninfa vejo um Demo,
As flores que te dei boca leões,
As que fingiste negam crisantemo...

Nos cravos que entupiste um ataúde
Desejas bons sinais num idiota...
Se faço teus remendos viras grude,
Misturas fantasias, falsa rota...

Não cravo tantos dentes sou banguela,
Nem temo teus acintes, sou velhaco...
Não quero tantos cravos na capela,
Nem quero acompanhar o velho Baco.

Que fazes a chorar, sua imbecil?
Não quero teu amor, já o renego.
Não quero ter nenhuma, nem és mil,
Não posso desfazer se sempre prego.

Não chores por favor, não me comoves...
As lágrimas caídas, crocodilo...
Com sentimentos frágeis não me moves,
Não quero nem mais isto nem aquilo...

Não tentes disfarçar tuas mordidas,
Os beijos que prometes são venenos...
Serpente que se preza dá lambidas,
Depois a presa morta, nem somenos...

Não chores, te implorando por favor!
Não posso me enganar pois, novamente!
Quem fora já picado pelo amor,
Não morre envenenado por serpente!

Não chore assim, te peço caridade,
Os meus lábios secaram toda fonte...
A lua nunca entrega claridade,
A vida começou triste desmonte.

Vem cá, me dê teus braços num segundo,
Meus olhos já procuram pelos teus,
Que vou fazer meu Pai! Pare esse mundo,
Eu não suportarei a luz nos breus...

Não deixe que me leve essa vontade,
Não permita sequer que eu me enamore...
Quebranto vem quebrando a tal saudade
A boca inebriada te percorre!!!

Meu Deus, não me permita essa loucura!
Vem cá me deixe louco de prazer!
Afaste de mim Pai, tal criatura;
Mas se parares certo irei morrer!


We Can Fly

Nós podemos voar, asas do vento...
Nas linhas certifico meus pecados.
Augúrios que transtornam o pensamento,
Espúrios viajantes vão velados...

Meus medos santifico, sigo lento,
Revendo nas geleiras karma, cardos,
Nos parcos testemunhos, testamento.
Cordas, cinzas, cardíacos recados

Levarão-me, retornarei ao parto,
Umbilicais cordões, princípio e fim.
Não quero mais certezas, estou farto!

Quem me dera poder enfim, voar!
Transcorreria, correria assim,
As asas que são minhas, leva o mar...


Primavera sem Sol
Primavera sem flores e sem sol...
Setembro lembra julho na minha alma!
Nos meus jardins, vertidos cachecol,
O frio que me deste, nada acalma...

A saudade temerária em arrebol,
Pois demoraste tanto... Numa palma,
Espero pelo menos, girassol...
Vagando estou sozinho, nem vivalma!

Mas tenho, por sinal, uma esperança...
Esperança renasce a cada dia...
De repente, quem sabe a noite fria

Num momento qualquer traga a lembrança
De um amor esquecido, uma criança
Que traga, novamente, a poesia!


Noite dos Vencidos
Na noite dos vencidos, agonizo...
Meus dias se esvaindo sem piedade.
O tempo não socorre, traz granizo,
Na brandura frenética, saudade...

A solidão reforça todo friso,
Não me deixa pensar na claridade...
O vento tempestade, fora briso,
Lamurienta, bestial... Maldade...

As minhas poesias soem mórbidas.
Nas linhas peregrinas, minha sorte...
As naves que sonhei, descrevem órbitas

Diversas das que sempre persegui!
Na noite dos vencidos, vem a morte!
Estatueta algoz que mereci!


Amor que Já Perdi
A noite esfacelando-se me traga!
Mortalhas entranhadas me devoram...
O gesto melancólico me estraga,
Rosas avermelhadas se descoram...

Quebrantos vêm, trazendo amarga praga,
Urzes nos meus caminhos já se afloram,
Espero a morte em vida, já me afaga
Jogado ao desespero! Nunca choram,

Às expensas do riso que provoco,
Perdidas ilusões. São companheiras
Explícitas do canto que, hoje, invoco!

Restando em vida, tantas nuvens...
Despertei o desejo, carpideiras!
Invoco, tolamente, mas não vens...


Semente
Vou partir, deixarei esta semente...
Os olhos nebulosos não choraram!
Minha vida transporta um ser demente
Nem horas que tivemos recordaram...

Senhoras desta angústia renitente
As lanças que jorraste converteram
Os pés de quem sofrera, penitente,
Nas chagas carnes vivas, vis, sangraram...

A semente deixada se procria,
Transfigura teu corpo, te faz linda!
Semente que virá mais forte, um dia...

Teu corpo carregando em um rebento
A vida que renasce, resta ainda,
Semente que implantei, morrer mais lento...


Ventanias
Nas temerárias, pustulentas mantas
Que corroem orgásticos sentidos...
Determinaste loucas iras, santas
Mas nada restará, vitrais partidos...

Massas fantasiosas que decantas
Transpassadas por cândidos gemidos
Da espessura real que não espantas
Os dedos assassinos vão partidos...

Insanas ventanias me descoram,
Nas vastas amplitudes dos meus medos...
Plangentes solidões enfim decoram...

Meus pântanos vorazes, u’a charneca
Não se diluem. Francos, meus degredos,
Felicidade míngua, morre, seca...


Carandiru
Mirraste tantas mãos que acaricias,
Verdugo que delira em crueldade.
Devoras sem temer, as fantasias...
Prazeres histriônicos, maldade...

Chacinas, aos teus olhos são orgias,
Despertas violências... Ansiedade
Demonstras quando vês torturas frias...
A morte que revelas cedo ou tarde!

Nas páginas sangrentas do jornal,
Ao delírio te levam as notícias,
Carnificinas trazes no bornal...

És pântano sedento de sevícias...
Abutre que deseja tanta morte...
As mãos divinas geram tua sorte...


Louca
A boca carniceira pede beijo.
Não deixo nem demoro em sua frente.
Quem fosse penetrar no teu desejo,
Seria devorado, de repente...

Nas lautas noites frias que pelejo,
As pautas que deixaste simples mente,
Mentem sempre, destarte sonho almejo...
T’a boca carniceira, é envolvente!!!

Não quero ser fatia para os dentes,
Nem quero ser repasto p’ra essa aranha,
Nas teias que forjaste inconseqüentes,

As telas me protegem desta boca...
Nos lábios que me tentas, forma estranha,
Dos olhos que me brilham, resta a louca!

Embriaguez
Por esses doces toques que me embriagam,
Percebi tal distância que deixaste...
As noites que passamos, nos afagam,
As horas que vivemos num contraste...

Os ranços de que fomos não estragam
As vidas que pensamos, forças, haste!
As dores simplesmente já se apagam!
Pois todos os tormentos carregaste...

Não temo teus segredos, cortesã.
Apenas peço nunca mais me deixe.
Não tenho outro temor nem outro afã,

Senão pensar em teu tocar feliz...
Embriagado peço a bela atriz
Que desse doce amor, nunca se queixe!


Bêjo
Já preguntei responda meu amô,
Vivê sem tê vancê é disgramado,
Já prantei no cantêro dessa frô,
Meu coração ficô apaxonado!

Iscute, meu amô, um cantadô
Que dessa triste vida num vê lado
Sem tê vancê vai me fartá calô,
Como é que vô vivê, desesperado!!!

Pru favô num me dêxe mais sozinho,
Ansim vancê me faiz um sofredô,
A vida sem vancê num faiz sentido...

Sem te tê vô ficá ansim perdido,
Pois arretorne, entonce meu amô,
Um bêjo te mandei, num passarinho


Desalentos
Nos desalentos perco minha vida...
As hóstias convertidas em veneno.
A parte decepada vai perdida...
Revoltas destruindo o peito ameno...

A cândida mistura travestida
Nas mantas que forjaste do sereno...
A rápida rapina despedida,
O cancro que me invade, segue pleno!

Estrambóticas manhãs, são hiperbólicas
As sinas que verti, morrem eólicas
Nos desalentos tantos, sinto frêmito...

Ascos que me recordas são eméticos
Provocas veramente tolo trêmito
Meus versos inseguros são patéticos!


Flor do meu sonho
Flor do meu sonho, bela mensageira,
Aberta nas noturnas fantasias...
Acorda tanto amor, és verdadeira
Fada! No teu perfume me extasias!

Mergulho mansamente, cachoeira,
Espero renovar meus ledos dias,
Segredos que me contas, companheira,
São mágicas ternuras, alegrias...

Meu sonho quis conter esse jardim,
Das rosas, monsenhores e camélias...
Quem dera nunca mais tivesse fim...

As flores que mergulhas no meu sonho,
Estrelitzas, begônias e bromélias,
Sem tê-las, é melhor morrer, tristonho...


Amor Fenomenal Com estrambote
Nas tuas mãos alvíssimas, divinas,
Espelho meus fantásticos momentos...
Alvíssaras me trazes... Opalinas
As mãos que já guardei nos pensamentos!

Nos cofres onde esconde as obras primas,
Um Deus apaixonado te guardou!
Em um momento breve, trouxe rimas
Provando que, poeta, tanto amou!

Tens a doçura mansa de um poema
Tens a beleza viva duma aurora!
A mão que me passeia, já decora

A terra inteira fica mais bonita!
Amar-te então saber da piracema
Que me carrega procurando Rita!

Tens meiguice silente catedral...
Tu és, da santidade, meu portal,
Amor que se mostrou fenomenal!


Noite de Chuva
Nesta noite, ventando na janela,
Espero seus abraços, mas cadê?
A lua se escondendo, foge bela...
Não sabe me dizer cadê você?

Respingos indicando, vem a chuva
A noite se tornou tão nebulosa...
Se tento levantar, a vista turva,
Saudade me tortura, dolorosa...

A chuva transformada em pesadelo,
Não tenho mais desculpas, sigo a sanha...
O tempo me envolvendo vil novelo,

A morte demonstrando solidão!
Quem dera nesta noite que me acanha,
Pudesse lhe encontrar! Peço perdão!

Tuesday, October 10, 2006

Carta Aberta a Geraldo Alckmin

Carta Aberta a Geraldo Alckmin

Geraldo venho por meio desta te dizer algumas verdades que precisas saber.
Em primeiro lugar me dirijo a você como Geraldo, sem lhe dar Senhoria por um motivo óbvio; tenho a mesma formação escolar que a sua, com um pequeno detalhe, enquanto você se formou em uma faculdade do interior de São Paulo, fiz medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro, antiga Faculdade Nacional de Medicina, a mais tradicional deste país; enquanto fizeste residência médica no interior de São Paulo, fiz no HTO, atual INTO, centro de referência em ortopedia no Brasil.
Sou diretor de um hospital do interior de Minas e funcionário concursado do Estado do Espírito Santo, portanto não devo-lhe nenhum tratamento diferenciado já que hoje não exerces nenhum cargo público.
Aliás, pleiteia um, o maior da República, o de Presidente da República.
Ao assistir ao debate realizado no dia 08 de outubro na TV Bandeirantes, e ao ver a forma com que você se dirigia ao EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA LUIS INÁCIO LULA DA SILVA, e com as palavras utilizadas por você, sinto realmente a necessidade de expressar a minha indignação enquanto médico e enquanto cidadão às suas atitudes, com um linguajar e uma forma de indignas tanto de quem ostenta um curso superior quanto de quem quer pleitear o cargo máximo da república.
Sua forma preconceituosa e agressiva não condizem com quer ter o apoio popular para governar um país sofrido e desigual quanto o nosso.
Em primeiro lugar, você é da roça, prefeitinho de cidadezinha do interior descendente de turcos e oriundo de uma classe média conservadora e inepta.
O fato de não pertenceres às famílias tradicionalmente dominantes de São Paulo te transformam num “socialmente aceito”, ao contrário do EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA LUIS INÁCIO LULA DA SILVA, cuja origem proletária e nordestina é vista com extremo rancor e preconceito por essa mesma elite.
Por exemplo, a sua filha pode ser aceita como gerentezinha da Daslu a Lurian nem passa perto...
Mas, quando você se referia ao PRESIDENTE DA REPÚBLICA da forma desrespeitosa com que você agiu, você passou a agredir não somente o homem mas, principalmente o cargo que você quer alcançar.
Respeito, você “exigiu” respeito... Mas se dê ao respeito em primeiro lugar, cara! Você não merece respeito a partir do momento que não sabe respeitar.
Imbecilmente você desrespeitava não ao Lula, mas sim ao PRESIDENTE DE MAIS DE 180 MILHÕES DE BRASILEIROS!
Eu, nas minhas andanças pelo mundo, nos meus 44 anos de idade, tinha tido referências sobre seu caráter cordato e educado.
A companhia de um homem como Mario Covas, de quem fui eleitor, parecia que te tinha dado algum brilho.
Mas, ao te ver domingo, me sobraram duas opções: se você é aquele mal educado e desrespeitoso que se mostrou, você é MAU CARÁTER.
Mas, se você representava, o que parece ser mais lógico, simplesmente um papel treinado e orientado por outros, você é SEM CARÁTER.
MAU CARÁTER OU SEM CARÁTER, VOCÊ SE DESMORALIZOU AO TENTAR DESRESPEITAR O CARGO QUE VOCÊ PRETENDE OCUPAR.
RESPEITE PARA SER RESPEITADO, não mereces o MEU RESPEITO até que, publicamente não peça desculpas ao EXCELENTÍSSIMO PRESIDENTE DA REPÚBLICA SENHOR LUIS INÁCIO LULA DA SILVA e a seus eleitores e não eleitores, ou seja A TODOS OS CIDADÃOS BRASILEIROS

ALEGRE, 10 de OUTUBRO DE 2006-10-10
Marcos V. Mannarino Loures.
COMES 5173
CRMMG 24123