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Saturday, August 12, 2006

Trovas

Trago meu tempo e ternura,
Esperando convencer
Quem, tanta paz e brandura,
Trouxe para o meu viver.

Foi magia e desencanto,
Que me roubou de você,
Nosso amor pegou quebranto,
O quê que eu posso fazer?

Vivendo só da saudade Décimas

Vivendo só da saudade,
Percebendo a solidão,
Companheira nesse chão,
Onde errante, cedo ou tarde,
Procurei felicidade.
Nada tive, vou sozinho,
Buscando novo caminho,
Partindo pelas estradas,
Nas noites enluaradas,
Vou voando, passarinho.

Décimas - Sou natural das Gerais.

Sou natural das Gerais,
Da terra de Tiradentes,
Lá da Mata e das Vertentes.
E, da vida, quero paz.
Tudo que a sorte me traz,
Eu guardo em meu embornal,
Da terra, Deus é meu sal.
E peço a Nosso Senhor,
Que multiplique o amor,
Para o bem vencer o mal!

Décimas - Minha vida faz sentido

Minha vida faz sentido,
Somente se for você
Quem, comigo, for viver.
Senão, meu mundo perdido,
Perde todo o colorido.
O azul dos olhos seus,
Que, quem dera, fossem meus,
Seriam a salvação,
Pediria, por perdão,
Esses meus olhos ateus!

Décimas - No sertão do Ceará

No sertão do Ceará
Encontrei linda princesa,
Carregada de tristeza,
De tanta dor prá contar.
Beleza igual ao luar,
O luar do meu sertão,
Que, com toda essa emoção,
Não consigo lhe esquecer.
Tão bela quanto você,
Não fez Deus, na criação.

Décimas - Nunca mais saber teu nome

Nunca mais saber teu nome,
Nem querer te conhecer,
Preferia, assim, viver,
Sabendo que tudo some,
Vivendo amor sem ter fome,
Nem escolhendo parada,
Devorando a madrugada,
Da poeira, companheiro,
Seguindo esse mundo inteiro,
Sem ter medo, sem ter nada!

sextilha - De tanto escrever na areia

De tanto escrever na areia,
O teu nome, minha amada,
E, depois, na maré cheia,
Não sobrar, dele, mais nada.
De tanto sonhar contigo,
Buscando teu colo amigo.

De tanto querer em vão,
Poder ter teu pensamento,
Vasculhando todo o chão,
Em busca d’um só momento,
Podendo estar a teu lado,
No final, desesperado...

Por acreditar em ti,
Por não crer mais, nem em mim,
No que fui, tanto perdi,
Queimando a dor, tão ruim,
Quero viver um segundo,
Em ti, o meu novo mundo.

São palavras que lamento,
São verdades que não digo,
Tanto ardor, tanto tormento,
Vida correndo perigo.
Minha sede, no teu beijo,
Matando mais que desejo...

Foi embora, mas, fiquei.
Esperando te encontrar,
Dessas dores, eu bem sei,
Não consigo nem lutar.
Quero afinal, meu descanso,
No mais sagrado remanso.

Teimando em nunca temer,
Achando, sem valentia,
Onde encontrar meu querer,
Seja noite ou seja dia,
Montado nesse alazão,
Que se chama: coração!

Trovas e contra trovas Marcos Loures e Olga Matos

I

Bebi água na torneira,
No riacho me afoguei,
Se já fiz tanta besteira,
É que, menino, fui rei...


Bebi a fresca da fonte
no remanso m'afoguei
para encontrar o amor...
mas como se não conheço?


II

Sei do seio da saudade,
Da saudade, tão profunda,
A lua, por caridade,
De claridade, me inunda...

Na saudade fiz meu ninho
nas suas penas deitei
afundei em seus espinhos
da lua me distanciei.



III

Beija flor, beijando a boca,
Essa boca que beijei,
Beija flor deixando louca
Tanta boca que amei


Beija-flor não me beijou
na boca que ofertei
acabei ficando louca
por bocas que não beijei!


IV

Beijando a boca da noite,
Cavalgando no cometa,
Constelações como açoite,
Montado nessa lambreta...

Beijou-me a boca da noite,
taciturna e sombria
bafejou-me mil açoites
no dorso de longos dias!



V

Rosalinda, minha rosa.
Linda rosa, na roseira.
Moça linda, mas tão prosa,
No rosal, és a primeira...


Cravo cheirando a vigor
beija a rosa linda e rosa
viceja as suas cores
mas de amor a rosa morre!



VI

Sou mineiro, de verdade;
Demorei a ver o mar,
Quando vi, me deu saudade,
De quem aprendi a amar...


Sou gaúcha verdadeira
nasci olhando o mar
cá destas serras fagueiras...
de beleza sem igual!



VII

Lancei toda minha sorte,
Nas ondas do rio mar,
Mariazinha, por sorte,
Tá aprendendo a nadar...


Lancei as cartas na mesa
pra ver a vida girar.
Girou com tal rapidez
que não consegui jogar!



VIII

Alameda d'esperança,
Criança corre, a brincar,
Vivendo em minha lembrança,
Vai brincando, sem parar...


Cheiro do pão e cafe
emanam das emoções
das sangas molhando os pés,
daquelas saias crianças!



IX

Bebo a vida sem ter medo,
Posso `té me embriagar,
Quem quiser saber segredo,
Procure conchas no mar...


Dei a volta no meu rancho
campeando a esperança...
penduraram-na num gancho
que ficou cá na lembrança!



X

Poetando poesia,
Vivo sempre a poetar,
Quem poeta todo dia,
Conhece manhas de amar...


Penso que faço poema,
mas acho que é engano
o poema é semente,
a poesia é seu chão!



XI

Vindo de triste partida,
Não pude recomeçar.
Minha sina, nessa vida,
É viver sem te amar.


Por aqui fiz a morada
não me interessa partir,
tão pouco quero voltar,
quero seguir e vou indo...



XII

Trevo entre a vida e a morte,
Na curva desta promessa,
Onde a vida teve a sorte,
Onde minha sorte começa.


Entre a vida e morte,
qual a sorte da primeira,
se a outra deita e rola
durante a vida inteira?



XIII

Foste forte fui tão fraco,
Fracassei sem ter perdão,
Pus, na corrente, meu barco,
Embarquei meu coração!


Entre o forte e o fraco
alojei o equilíbrio
quando abri meus curtos braços
só abracei o vazio!


Marcos Loures

Olga Matos

Ao Amigo Moacir


Meu querido Moacir,
Me emocionas, de fato.
Que bom é poder sentir
A doçura do regato,

Onde a brisa bela ondeia,
Por onde passa esse vento,
Que alimenta, na veia.
Água benta pro sedento...

Teus versos são melodias
Trazendo emoção, calor
A Musa, nas fantasias,
Se entrega por tanto amor...

Companheiro, que beleza,
Teu cantar belo, reluz.
Espanta toda tristeza,
Traz para as trevas, a luz.


Muito obrigado, Moacir.

Com um abraço Marcos Loures

Sobre Sextina Tereza Do Amigo Moacir I. Costa Jr.

lamentação de uma alma dorida
mas que se faça logo esquecida
somente o vero Amor dá Guarida
enquanto se vive na humana lida

belos versos, ó Amigo Poeta.
que a inspiração seja como a brisa,
um vento suave que o cabelo alisa,
como uma Musa, formosa e dileta.

um fraterno abraço

Moacir

sextilha - Na curva da saudade

Nessa curva da saudade,
Encontrei meu bem querer,
Procurei felicidade
A razão para eu viver.
Mas, me deixaste sozinho,
Coração tão miudinho...

Foste buscar n’outros braços,
Aquilo que eu quis te dar,
Meus olhos ficando baços,
Silêncio no meu cantar.
Me negaste teu anel,
Por que foste tão cruel?

Quis te dar minha amizade,
Nem isso quiseste ter,
Para falar a verdade,
Eu preferia morrer,
A viver sem teu carinho,
Meu coração pobrezinho...

A vida segue doendo,
Eu, na vida vou tão só,
Na vida, sigo morrendo,
E ninguém, de mim, tem dó.
Quero somente te ver,
Não consigo te esquecer...

Marcada por essa sina,
Minha vida não tem graça.
Sem saber, és assassina,
Culpada pela desgraça,
Que se abate sobre mim,
Não sabes que és tão ruim...

Meu amor, por caridade,
Não me deixe morrer não,
Me mande essa novidade,
Ajude meu coração.
Fale que gosta de mim,
Não me deixe, triste assim...

A cruz - Soneto

A cruz abandonada no caminho,
Traduz a sorte; morte sem perdão.
Quem passa e nem percebe, vai sozinho,
Riscando pelas trilhas, novo chão.

Mal sabe que viveu, nesse sertão,
A dona dos meus olhos, meu carinho,
Razão de vida, pobre coração.
Que teima , vai batendo, passarinho...

Essa cruz foi fincada por alguém,
Que nunca poderia imaginar;
Que ela também fora meu triste bem.

Mas, meu Deus, nunca posso revelar,
Nem a Ti, nem sequer mais a ninguém,
Esse amor, segredado ao luar...

Pai

Tens a força , gigante tão sereno,
Que sabes conquistar sem ser tirano.
Carinho, sentimento que sei pleno,
Amores que já tive, ledo engano.

Tantos colos, jamais um tão ameno.
E, nos tropeços, tuas mãos. Insano
Coração procurando por veneno,
Encontrando, deveras, abandono...

Eu sei, sempre estiveste me esperando,
Teu apoio, na queda, me levanta.
Pois quanto mais a vida, magoando,

Mais a tua presença a mim, encanta.
A teu nome, meus versos, dedicando;
Pai nesse dia teu, minha’alma canta!

No contrapé dessa saudade insana,


No contrapé dessa saudade insana,
Eu percebi teus passos, titubeias...
Vencer todos os medos, tanta gana,
No final disso tudo, novas teias,

Emaranhadas, fétida cabana;
Onde, meus pobres sonhos, incendeias.
Mas, no fundo, pasmada dor sacana,
Percorrendo silente, minhas veias...

Eu mal sei nomear teus artifícios,
Nem ceder aos teus caprichos,
Se queres, não terás meus sacrifícios.

Pois procure encontrar, teus novos nichos,
Aonde cultivar teus velhos vícios
Sumas, de ti não quero nem indícios...

Friday, August 11, 2006

Trova

Bebi água na torneira,
No riacho me afoguei,
Se já fiz tanta besteira,
É que, menino, fui rei...

Trova

Sei do seio da saudade,
Da saudade, tão profunda,
A lua, por caridade,
De claridade, me inunda...

Trova

Beija flor, beijando a boca,
Essa boca que beijei,
Beija flor deixando louca
Tanta boca que amei

Trova

Beijando a boca da noite,
Cavalgando no cometa,
Constelações como açoite,
Montado nessa lambreta...

Trova

Rosalinda, minha rosa.
Linda rosa, na roseira.
Moça linda, mas tão prosa,
No rosal, és a primeira...

Trova

Sou mineiro, de verdade;
Demorei a ver o mar,
Quando vi, me deu saudade,
De quem aprendi a amar...

Trova

Lancei toda minha sorte,
Nas ondas do rio mar,
Mariazinha, por sorte,
Tá aprendendo a nadar...

Trova

Alameda d’esperança,
Criança corre, a brincar,
Vivendo em minha lembrança,
Vai brincando, sem parar...

Trova

Bebo a vida sem ter medo,
Posso ‘té me embriagar,
Quem quiser saber segredo,
Procure conchas no mar...

Trova

Poetando poesia,
Vivo sempre a poetar,
Quem poeta todo dia,
Conhece manhas de amar...

Trova

Vindo de triste partida,
Não pude recomeçar.
Minha sina, nessa vida,
É viver sem te amar.

Trova

Trevo entre a vida e a morte,
Na curva desta promessa,
Onde a vida teve a sorte,
Onde minha sorte começa.

Trova

Foste forte fui tão fraco,
Fracassei sem ter perdão,
Pus, na corrente, meu barco,
Embarquei meu coração!

Trova

Tempo, vento catavento,
Contratempo, vendaval.
Tento tanto, me contento,
Com teu tempo, temporal...

Fatalidade -Soneto

No túmulo da amada vejo o nome
De quem, por tantas vezes já chorei.
A dor fria, noturna, me consome...
Essa dor de saber que tanto amei!

Partindo, nada fica, tudo some;
Na poeira atroz, restos do que sei.
Da solidão vertida, resta a fome,
Dum mundo mais feliz, onde essa lei,

Que faz perder a vida de quem ama,
Que faz sofrer assim, por tant’amor,
Vivendo agonizando, velho drama...

Oh! Meu Deus, me perdoe, por favor,
Não deixe que a saudade crie fama,
E não deixe a minha’alma a ti s’opor!

Felicidade - Soneto

Quando te vi; cansada viajante,
Eu nunca poderia adivinhar,
Que, na vida, tu foste tão constante.
Embora nunca pude te encontrar...

Eu bem sei de teus passos; errante
Companheira noturna do luar.
Sempre perto, sentida tão distante,
Navegante de todo céu e mar.

Amiga, bem tentei te conhecer,
Pois nunca me mostraste tua face,
Não pude nem querer saber por quê.

Pois só me permitiste teu disfarce.
Lutando, conheci só o perder,
Enfim, felicidade vem atar-se!

Fantasma - Soneto

Teu fantasma rondando a minha cama,
Ouço tua voz, tétrica, me chama...
Bem que tento fugir, mas não consigo.
Pois me persegues tanto, estás comigo;

Desde o primeiro instante, feito chama
Que me queima, me fere, enfim, inflama.
Eu muito te conheço, és um perigo.
Bem sei de ti; jamais, contudo, digo.

Se és amiga, convives, companheira.
Mas quando me maltratas, sem perdão,
Dilacera o que fora vida inteira.

Eu conheço teus passos nesse chão,
Na minha vida sempre, verdadeira,
Foste minha parceira, SOLIDÃO!

Thursday, August 10, 2006

sextilha - Tereza

Seu moço, minha tristeza,
Vem desse amor acabado,
Perdendo minha Tereza,
Tanto sonho desprezado,
Me resta somente dor,
A saudade desse amor.

Nasci nas Minas Gerais,
No meio desse sertão,
Seu doutor, não posso mais,
Me dói a recordação,
Daquela moça morena,
A minha bela pequena.

Foi embora sem deixar,
Nada mais do que saudade,
Como é que posso ficar,
Sem lembrar tanta maldade.
Daquela que tant’ amei
Prá onde foi? Eu não sei...

Minha Tereza era linda,
Bonita como uma flor,
Eu guardo no peito, ainda.
A foto que me restou;
Na lembrança, na retina,
Daquela doce menina...

Foi-se embora prá não mais,
Nunca mais saber por que,
Tudo deixando prá trás,
Levando meu bem querer.
Tereza moça maldosa,
Espinho num pé de rosa!

Meus companheiro acredita
Que ela num quer mais voltar,
Levando o corte de chita,
Que tanto custei pagar.
Mas, pior que esse chitão,
Me rasgou o coração.

Quando, de noite faz lua.
Me bate a melancolia,
Vou saindo pela rua,
Nela amanheço meu dia.
Perguntando pra quem passa,
Só encontro na cachaça...

Seu moço me dê licença,
Vou voltar prá minha caça.
Talvez tenha a recompensa,
Depois, dormindo na praça,
Quem sabe, então, toda nua,
Ache Tereza na lua...

A liberdade, sonho principal

A liberdade, sonho principal,
De quem, menino, conheceu pobreza.
Para quem já viveu descomunal
Miséria, sem poder ter realeza.

Realidade nada virtual,
Que nega até comida, sobr’a mesa.
A noite mal dormida, é usual.
A vida apodrecida na magreza.

Liberdade, poder comer da fruta,
Flutuando o prazer velha labuta,
Conhecendo o futuro sem ter medo.

Saber que, lá bem longe, sem segredo,
Não há somente o mal, raposa astuta.
Quem me dera, essas feras no degredo!

O que não será destaque na Imprensa 10 - da tecnologia - pesquisas

Agência Brasil (09/08/06)
Para cientistas, nenhum governo investiu mais em conhecimento
O governo Lula foi o que mais investiu em ciência e tecnologia na história do país, segundo os cientistas que participaram do encontro com o presidente nesta quarta-feira (9), em Brasília. Na reunião foram debatidos os avanços e os problemas do setor, além dos projetos que devem ser priorizados em um segundo mandato. Mais de 55 cientistas participaram da reunião. Todos eles reconhecidos nacional e internacionalmente na sua área de atuação, como os físicos Luiz Pinguelli Rosa e Rogério Cerqueira Leite.

Este governo investiu e construiu os alicerces para que o país possa crescer com soberania e desenvolvimento tecnológico", disse Cerqueira Leite. Já o cientista da área de fármacos, Eliezer Barreiro, da Universidade Federal de Pernambuco, ressaltou que o atual governo foi o primeiro a reconhecer a importância estratégica da sua área de pesquisa para o país. "Recebemos mais investimentos e, conseqüentemente, avançamos em pesquisas de elementos que serão utilizados para o tratamento de doenças".


Essa é uma das mais alentadoras notícias que tivemos nos anos, com relação à evolução tecnológica, o que quer dizer, capacidade de competir, do país.
Se compararmos com o Brasil de uns tempos atrás, teremos uma situação que começa a se reverter. De importador, e somente isso, de tecnologia, passamos a entrar no mundo com mais competitividade, podendo adquirir nossa soberania, caminhando célere para um mundo melhor.
Como exemplo clássico, temos o captopril, medicamento anti-hipertensivo descoberto a partir do veneno da jararaca, por pesquisadores brasileiros e que acabou, às expensas de falta de apoio para as pesquisas, indo para outros paises que hoje recebem os royalties de tal produto.
O interessante é vermos, sem querer minimizar o ato, que a mais brilhante ação do Ministro José Serra foi a regularização e efetivação da utilização dos medicamentos anti –Aids, sem pagarmos os devidos royalties. Ou seja, sem entrar no mérito da questão, nada mais nada menos do que a efetivação da pirataria tecnológica.

Tucanolândia - capítulo 36 - da melhor forma de arrecadar impostos - a César o que é de César...


Don Gerald Aidimin é um homem coerente e sábio. Um dos maiores motivos para que se possa constatar isso é o aumento da taxa de licenciamento veicular no seu governo.
Como tivemos uma inflação controlada nesse período, com índices excelentes e isso não podemos negar, as fontes de arrecadação ficaram estabilizadas.
O que fez o nosso amado presidente provincial? Providencialmente, aumentou a taxa para quem pode pagar; ou seja, os proprietários de automóveis.
Se há de convir que é melhor aumentar os impostos para quem pode pagar do que controlara os gastos, com saneamento de bancos antes de vender, com o perdão fiscal para os empresários, entre outras medidas de urgência e altamente benéficas para o povo tucanolandês!

Trovas várias

Sendo a vida solução,
Esperança é minha praia,
Sabendo dizer o não,
Montado na égua baia.

Noites de luar, sertão...
Noites sem Mar nem Maria
Tocando meu violão,
Transformado em melodia...

Minha vida sertaneja,
Meu mundo na capital,
Bem antes que alguém me veja,
Desejo o bem, nunca mal...

Vivendo amor sem perdão,
Sem ter o que perdoar,
Dedilhando essa canção,
Apaixonado, ao luar...

Sorte tem quem a merece,
Eu não nego essa verdade,
Meu amor, então padece,
Dessa tal felicidade...

Fiz meu bote na montanha,
Pois eu sei mais nadar,
Quem perde, perde e não ganha,
É melhor nem arriscar...

Tanta morena bonita
Tanta moça nesse mundo,
Coração, já não palpita,
Agüenta mais um segundo...

Tive tempo para ter
Não tive para negar
Negando assim, vou viver,
Vivendo bem devagar...

Pega carona, cometa.
Cometa sem paradeiro,
Eu sou velho, sou ranheta,
Amando, sou verdadeiro...

Horas passando, sem sentido algum ...

Horas passando, sem sentido algum ...
Solidão transformada em sofrimento.
Procuro, nada encontro, sou nenhum...
Fugindo sempre, braços dados, lento...

Morrendo em cada esquina, sou mais um.
Nada do que já tive, só lamento.
Me embriago, cansado, és o meu rum,
Amargo chimarrão, meu sentimento...

Nunca mais poderia planejar
Outro mar, vagabundo coração.
Nem nunca mais quereria viajar

Pelos teus mares , luas e sertão.
Sem rumo, nexo, o sexo trafegar,
Buscando, nos teus braços, o meu mar...

Quadras em redondilha - Tanta alegria, disfarce

Tanta alegria, disfarce;
Tanta promessa, mentira.
Amor tanto que me embace,
Tanta dor que sempre fira...

Na verdade, tanto atira
Quanto mata, sem ter dó.
Meu coração tá na mira
Precisa dum tiro só.

Não poderei resistir,
Embora diga o contrário,
Eu nem penso conseguir,
Isso é conto do vigário...

Me pegaste, bem de jeito,
Não conseguirei fugir,
Amor batendo no peito,
Bate tanto até partir...

Quebrando o verso, sem pena,
Fazendo esse carnaval,
Amor, de longe m’acena,
Trazendo seu vendaval.

Querida, não vás embora,
O vazio que virá,
Sem ter dia nem ter hora,
Nada mais me restará...

Saudade, moleca triste,
Penetra bem de mansinho,
Matando tudo que existe,
Cortando, devagarinho...

Saberei sobreviver?
Pergunto-me todo dia,
Como poderei viver,
Sem a minha fantasia?

Por favor, minha adorada,
Não me dês a tempestade,
Não quero a vida sem nada,
Vou viver felicidade...

Caminho qual peregrino,
Procurando uma parada,
Quero ser o seu menino,
A primeira namorada...

Tenho medo, não te nego,
Da solidão, desamor,
És a luz, ficarei cego,
Se perder o teu amor!

Das cidades, capital,
Das montanhas és o cume,
Dessas festas, carnaval,
Nas noites, és vaga-lume...

Vou caminhando pelas madrugada - Soneto

Vou caminhando pelas madrugadas.
Sem sequer conhecer qualquer cansaço,
As minhas noites são enluaradas,
Meu tempo todo, caço teu abraço..

Mas mal sabes querida, revoadas
De sonhos se perdendo, sem ter laço,
Nossas noites que foram consagradas,
N’orgística canção do nosso abraço.

Por onde segues, noites perguntando,
Sou a sombra, resquício duma vida,
Meu pensamento tímido, vagando.

Tanto tormento teima na ferida,
Que pouco a pouco, queima, matando,
O que pude conter, na despedida...

O sol, nascendo vai tragando a lua - Soneto

O sol, nascendo vai tragando a lua,
E transformado, escuridão na luz.
De longe nesta estrada, vejo nua,
Toda nua, a mulher que me seduz.

Com seus cabelos soltos, vem, flutua.
Tal efeito, delírios, me produz,
Quisera minha vida ser só tua,
Quisera ser corcel, seu andaluz.

Mas, nada mais terei, só ilusão.
Me segredam os raios desse dia,
Nunca serei, assim, além do não.

Eu nunca poderei ser meio-dia,
Sendo raio lunar, tenho outro chão,
São outras, minhas trilhas, fantasia...

Tua distância, companheira amada - Soneto

Tua distância, companheira amada;
Retrata esse disfarce tão usado,
Vou teimando ser tudo, sem ser nada.
O meu canto seguindo, atropelado.

Tua distância amiga, vai calada.
Cortando meu silêncio, abençoado,
Forjando minha crença, nesta estrada
Onde sigo perdido, apaixonado...

Mas, no fundo, nas milhas, tantas milhas,
Onde me encontro vago, sem sentido,
Nem no que poderia, nem lá, brilhas.

O cálice d’amor, está partido.
Ator, eu vou fingindo, novas trilhas,
Permito-me viver amor mentido...

A noite traz a dança e toda a festa - Soneto

A noite traz a dança e toda a festa,
No ritual fantástico da vida,
Não quero mais saber da despedida,
Nem quero mais sentir se a dor empresta

Na vadia manhã que não me resta,
Na sorte, de há muito, já perdida.
A vida deve ser assim, sorvida,
Nem quero mais viver outra tempesta.

Somente vou viver sem amanhã.
Sentindo esse orgasmo sem ter medo,
Meus olhos só procuram vida vã.

Na catedral do tempo, meu segredo;
Guardado sem temer sorte malsã
Fazendo, da alegria, meu enredo!

Se nunca mais tivesse essa saudade - Soneto

Se nunca mais tivesse essa saudade,
Se nunca mais pudesse te esquecer;
A vida transcorrendo de verdade,
O tempo não parava de correr.

Mas, não posso, vivendo a crueldade,
Amarga, de querer saber porque;
Tu foste essa mistura: santidade
Que mata, sufocando, sem saber.

Não quero mais as mãos tão caridosas,
Nem quero nem consigo me iludir,
Perfumes que parecem ser de rosas,

Penetram, destruindo o que vivi.
De tanto parecerem maviosas,
Amores não serão iguais a ti...

Da curta e pitoresca carreira de uma cabeleireira

Ritinha estava ficando mocinha e, nos seus doze anos, queria porque queria ganhar os seus trocados, para poder comprar um ou outro confeito ou um enfeite, essas coisas de adolescente.
Apaixonada por um grupo musical portorriquenho de triste lembrança para os ouvidos mais apurados, consumia, vigorosamente tudo o que lembrava os miúdos, assim como; pulseiras, anéis, chicletes, entre outras bugigangas.
Maria, sua irmã mais velha, a esse tempo, casada e com duas filhas, havia se mudado para o Rio de Janeiro, e resolvera presentear a irmã caçula com um desses cursos de cabeleireira por correspondência.
Ritinha, afoita para começar a trabalhar e ganhar os seus trocados, fora aconselhada por Maria para que treinasse um pouco antes de começar a dar tesouradas nos cabelos santamartenses.
Gilberto, menino serelepe e último do clã, agrupado a longa fila de filhos de João Polino, chegando a ponta esquerda do time de futebol aos três anos de idade, estava à disposição!
Antes de tudo, vou dar uma pincelada na história de Gilberto: Filho caçula de um casamento entre um senhor já sexagenário e uma morena sestrosa e bem servida em formas e dotada de juízo inversamente proporcional ao corpo, dona da impetuosidade ímpar dos vinte e poucos anos, nascera numa época complicada para o casal. A morena começara a perceber que seu corpo chamava mais a atenção do que imaginara antes de se casar com o idoso senhor.
Num dos momentos de brigas entre os dois, resolvera abandonar o barco, deixando os meninos com o pai.
Acontece que o pai, adoentado, não conseguia mais levar o barco e, vendo que a canoa estava naufragando, a comunidade de Santa Martha resolveu acolher a meninada.
Beto iria para a casa do farmacêutico da cidade, lá em Ibitirama mas, como havia sido criado próximo à casa de Dona Rita, o menino, senhor dos seus dois anos de difícil e complicada existência, firmou pé.
Mordia, dava tapa, chorava, tentava exprimir de todas as formas o seu repúdio com a situação.
Tantas fez que o farmacêutico desistiu e dona Rita, partindo do ditado popular que dizia que onde come dois, come três; aceitou o menino em casa.
Para alegria de Betinho e olhar desconfiado de Ritinha, preocupada em perder o reinado.
A história de Beto inverte um pouco a adoção; na verdade, quem adotou a família de João Polino, foi Gilberto.
Mas, voltando ao disse me disse e ao lero-lero, Ritinha estava aflita procurando uma vítima para que pudesse começar a praticar a nobre arte de ser cabeleireira.
Vendo Gilberto andando pela casa, com seus cabelos compridos e lisos, Ritinha teve uma idéia. Fazer um corte de cabelo original.
Procurando uma cuia que pudesse servir de molde, encontrou algo parecido e, em comum acordo com o menino, às custas de duas ou três balinhas de recompensa, começou a cortar o cabelo da pobre criança.
João Polino, ao ver a cena, estranhou; mas preferiu se omitir, deixando o barco correr.
Quando dona Rita viu o caçula do coração sentado na cadeira, com o penico colocado sobre a cabeça, à moda Menino Maluquinho, e a caçula uterina com a tesoura na mão fazendo o maior estrago nos cabelos compridos e lisos do moleque, não pestanejou: deu a maior bronca na guria que, obediente parou imediatamente de cortar o cabelo do indiozinho.
Conversa vai, conversa vem, que isso não era coisa que se fizesse, tudo bem que o penico estava vazio, mas que o menino não merecia isso, que a menina pegasse uma bacia e que pedisse autorização, etc e tal...
Mas, o que as duas não repararam foi que, durante alguns dias, Gilberto passou a desfilar na casa e nas cercanias com um corte de cabelo extremamente original, na frente, cabelos compridos e atrás, uma deformada linha com altos e baixos, já que o menino não sossegava...
Começou e terminou, por aí, a pequena e turbulenta carreira de Ritinha como cabeleireira.
Por sinal, com um corte original e, no mínimo, esdrúxulo.
Mas, a partir daquele dia, Gilberto começou a ficar meio estranho; segundo João Polino, a única coisa certa dessa história, foi a utilização do penico, já que, pelo que consta, o conteúdo do recipiente, na mudança de função, não modificara tanto...

Wednesday, August 9, 2006

Anjinho de Porre

“Menino tem cada idéia”, pensava João Polino, observando sua filha caçula, Ritinha brincando na chácara.
A menina, esperta como ela só, tinha a mania de sair correndo pelas ruas do distrito; calçando o sapato de salto alto da irmã mais velha, Maria, e com o rosto todo maquiado com o rouge e o lápis fantasiando o rosto infantil dos seus três ano, isso sem nos esquecermos do batom vermelho, acompanhado da indefectível chupeta...
Os cabelos alourados da pequena davam um aspecto angelical que contrastava com as atitudes da sapequinha.
João Polino, como todo pai que tem uma temporãzinha, babava quando via a espoletinha fazendo suas artes.
Quem não iria gostar da idéia era Maria; moça feita e bonitona, extremamente vaidosa e que não gostava de compartilhar nada. Principalmente se tivesse comprado com o seu dinheiro, como era o caso em questão.
Mas era hilariante ver o pequeno anjo mal se equilibrando nos sapatos de salto gigantesco e enfeitada como uma palhacinha.
Dona Rita, sabendo da encrenca que teria que enfrentar se não limpasse o rosto da filha, chamou-a para um canto e deu uma bronca, suave, mas incisiva.
A filha, com aquela cara de “juro que não faço de novo”, pediu desculpas e voltou para o quarto.
Criança quieta é coisa de se espantar, mas o silêncio é tão bem vindo que, às vezes, o pessoal se esquece do moleque e vai tocando o barco, quando vai ver...
Ritinha era a principal aliada das bagunças de Paulinho, o penúltimo da longa série.
Três anos mais velho, volta e meia aprontava alguma para a “santinha de pau oco”; a última delas foi quando incitou a menina a colocar uma pimenta malagueta inteira dentro da narina.
O desespero da menina deixou todo mundo preocupado, menos o sorridente Paulinho que, não confessando nem santo nem milagre, ficou quieto no canto.
Até descobrir que a malagueta malaguetava o nariz da petiz, foi um verdadeiro inferno.
Com medo da bronca que pensava tomar, Ritinha omitiu o que acontecera. Somente com muita paciência, dona Rita descobriu o mal feito.
Uma semana de castigo e Paulinho, ainda por cima, deu uns bons cascudos na cabeça da irmã dedo-duro.
Seu João Polino, já há algum tempo, resolvera entrar no lucrativo negócio de fabricação de cachaça e, para isso, fizera um alambique na chacrinha onde morava.
O alambique estava, naqueles tempos, em plena atividade, produzindo a melhor cachaça de Santa Martha, tendo consumidores em Ibitirama, Guaçui e até na longínqua Ibatiba.
Aquela porta, sempre fechada, despertava o interesse de Paulinho e de sua irmã, Ritinha.
Naquele dia de primavera, seu João cometeu um erro que seria fatal.
Ao ser chamado para atender um freguês interessado na famosa aguardente, esqueceu a porta entre aberta.
Conversa vai, conversa vem, aquele silêncio de catedral na casa.
Depois de quase duas horas de bate-papo, seu João se lembrara de que necessitava de fazer mais uns dois galões de cachaça, já que a encomenda, daquela vez, tinha sido muito boa.
Ao reparar na porta escancarada, pressentiu o drama.
Ao entrar, viu o seu anjinho de cabelo louro, junto com o irmão, Paulinho, deitados no chão, dormindo profundamente.
E um tonel de cachaça, desses médios, abertos escorrendo pelo galpão a deliciosa caninha “Santa Martha”.
Seu João Polino lamentou, além do prejuízo, o pito de dona Rita.
Os meninos, com certeza, tomaram o maior pileque de suas vidas...
E, como dizia João Polino: “Menino tem cada idéia...”

sextilha ao grande amor

Não me bastam sentimentos;
Nem as angústias sofridas.
Não quero mais teus lamentos,
Nem saber de despedidas.
Só quero sobreviver,
Vou tentando te esquecer...

Eu bem sei que te deixando,
Recomeçam esperanças,
Amor, quando está matando,
Não deixará nem lembranças.
Percebendo tua ausência,
Não poderei ter clemência.

As andorinhas regressam,
Todos os anos, sem falta.
Mas as saudades expressam
As luzes dessa ribalta.
Onde não vejo e nem caço;
Fui, na verdade, palhaço.

Não quero lamentações,
Nem lágrimas crocodilas,
Guarde tuas orações,
Nesses venenos que estilas.
Minha vida segue em frente,
Não serás mais meu poente.

Pegue todas suas fotos,
Lave as recordações,
Sinceramente, meus votos,
Minhas felicitações;
Para o próximo que venha,
Que possa arder tua lenha.

Que possa te dar sentido,
Na tua vida sem rumo,
Eu, na verdade, duvido.
Não tens e não terás prumo.
Na falsa melancolia,
Me enganando, todo dia.

Mas, no fundo inda te amo,
Dum amor feroz e louco,
Perdão, aos deuses, eu clamo.
Vou morrendo pouco a pouco...
Dess’amor mal concebido,
Tanto sonho destruído...

Tucanena


Alckmin deve elevar ataques e se mostrar capaz de acabar com corrupção

Uma coisa me intriga por detrás dessa notícia. Elevar mais o nível de agressões como?
Tenho algumas idéias para o amado colega de profissão, Dr. Geraldo:
Vamos lá:
1- associar Lula ao assassinato de Chico Mendez
2- associar Lula à exploração sexual de crianças em Manaus.
3- Associar Lula à venda de estatais a preço de banana
4- Associar Lula à recebimento de propinas no projeto de defesa da Amazônia.
5- Associar Lula ao impedimento de apuração de escândalos políticos, principalmente nos Governos aliados, como o do Espírito Santo p.ex
6- Associar Lula ao escandaloso esquema para salvar bancos quebrados
7- Associar Lula ao financiamento estatal de revistas de amigos
8- Associar Lula à venda escandalosa de estatal de exploração mineral
9- Associar Lula ao sucateamento e venda a preço de bugiganga dos sistemas de telecomunicações
10 – associar Lula à perda da Copa do Mundo.
11 – associar Lula à venda de ingressos falsificados em jogos de campeonato de futebol
12 – associar Lula ao financiamento, via estatais, de aliados.
13- associar Lula à piora da qualidade musical do país
14 – associar Lula ao sucesso do Latino, ano passado
15- associar Lula ao fato de termos que ver Gugu Liberato, Gilberto Barros e Faustão.
16 – associar Lula aos escândalos em Rondônia
17 – associar Lula a piora da unha encravada da minha pobre avozinha
18 – associar Lula à gravidez indesejável daquela moreninha com quem estou saindo...
19 – associar Lula ao corte da energia por falta de pagamento
20 – associar Lula ao fato da minha sogra estar morando comigo
21 – associar Lula ao fato do meu cunhado não trabalhar.
22 – associar Lula ao fato do mar não estar para peixe...
23 – associar Lula ao fato da minha cunhada estar traindo o marido
24 – e pior, comigo!
25 – associar Lula ao fato de não ter tido chuva por aqui.
26 – associar Lula ao fato da minha vaquinha, Sara Lee, não estar dando Leite, nem a galinha Mary Lou está botando os ovos...
27 – associar Lula ao fato do Corinthians estar na lanterna do Brasileirão
28 – associar Lula ao fato de ter dado carrapato no cavalo do meu patrão.
E por aí vai.
Agora, mudando de assunto, mas no mesmo tema, temos que observar uma coisa.
Dom Gerald está numa merda de dar dó, e ainda se ri...
O que me faz pensar que estamos observando um híbrido de hiena e tucano – Tucanena ou Hienano...

O que não será destaque na Imprensa 9 - do Risco País



09/08/2006 - 15h14
Dólar cai e Bovespa diminui ritmo de alta; risco cai para menor valor na história




DENYSE GODOY


da Folha Online

Tendo avançado até os 38.086 pontos na primeira etapa de negócios desta quarta-feira, a Bovespa reduziu um pouco o fôlego depois que o clima ficou negativo em Wall Street. Às 14h51, a Bolsa brasileira subia 0,73%, para 37.877 pontos; a de Nova York tinha queda de 0,13%, aos 11.157,98 pontos, e a Nasdaq (que reúne ações de empresas de tecnologia) avançava 1,05%, aos 2.082,69 pontos.

O dólar comercial recuava 0,32%, vendido a R$ 2,171, apesar de o Banco Central ter realizado um leilão de compra divisas.

O risco Brasil --que serve como indicador do nível de segurança de se investir no país-- tinha queda de 2,8%, atingindo, aos 208 pontos, o menor patamar da história.

Medido pelo banco J.P. Morgan, o risco avalia os títulos de dívida externa do país: quando ele está em 208 pontos, como hoje, isso significa que os bônus oferecem uma taxa de retorno 2,08 pontos percentuais acima das pagas pelos "treasuries" (títulos do Tesouro norte-americano).


Para quem convivia com um Risco País de mais de 2000 pontos, nada mal...

Tucanolândia - capítulo 35 - Da sensibilidade social


“Seu doutor, uma esmola, a um pobre que é são,
Ou lhe mata de vergonha, ou vicia o cidadão!”

Essa é uma verdade absoluta e inquestionável.
Todos, em Tucanolândia, sabem disto e, com certeza, isso é voz corrente e sábia.
Havia um cantor de forró, em Tucanolândia, chamado de Luiz e conhecido como Lula que, ao cantar esses versos, fez o maior sucesso.
Pensando nisso e no bem da população mais carente, principalmente evitando fazer com que os pobres passassem vergonha, Dom Gerald Aidimin, dono de extrema sensibilidade e amor ao súditos da província de Saint Paul, resolveu fazer a caridade de não fazer caridade. Uma caridade transforma o povo em sem vergonha e preguiçoso e essa máxima era conhecida por todos os senhores do poder econômico justificando, inclusive, os baixos salários pagos aos empregados pelas grandes empresas.
Tucanolândia era conhecida como o Reino do Futuro, frase utilizada há várias décadas e imutável.
O futuro, como sabemos, é mais tarde. Portanto, para manter atualizada tal lema, o futuro não poderia chegar, pois se acontecesse isso, obviamente não seria mais futuro e tornaria a frase mentirosa.
Realmente, ficaria chato e tiraria a esperança do povo se Tucanolândia passasse a ser chamada de “Reino do Passado ou Reino do Presente”.
Muito mais bonito e charmoso é ser chamado de Reino do Futuro. Dá uma sensação maravilhosa de esperança.
E a esperança é verde, assim como as matas e a bandeira de Tucanolândia...
Mas, voltando à vaca fria e antes que esquente e o caldo entorne, temos a realidade do Reino.
A quantidade de pessoas assistidas pelo Reino da Tucanolândia, na Província de Saint Paul, era a terça parte das que eram auxiliadas na capital, à época da Martha Suplício, prefeita antecessora de Josef Mountain e, a quantidade de dinheiro recebida era exatamente a metade.
Claro que a oposição a Dom Gerald estrilava. Mas, somente um homem com a sensibilidade e o bom senso de Dom Gerald tinha a capacidade de saber que, a esmola poderia viciar o cidadão, ou envergonhar as camadas mais humildes.
Portanto, em prol da vergonha e contra o vício, coerentemente com a Opus Dei, corrente ideológica religiosa associada ao nosso herói, tal fato passou a ser visto com admiração por todos aqueles que amam o povo de Tucanolândia! Habemos Chuchu!

Trova

Eu passei a mocidade,
Procurando te encontrar.
Como dói essa saudade,
Quando vem me maltratar...

soneto em redondilha

Eu bem sei que não suportas
Minha vida de boemia,
Batendo nas outras portas,
Chegando ao nascer do dia.

Eu te amo, formas tortas,
São cheias de poesia,
As ilusões, sei, abortas.
Minha vida é tão vadia...

Por amar demais, assim,
Nunca irás me perdoar.
A noite batendo em mim,

Eu vou caçando o luar...
É triste viver, enfim,
Seguindo sem descansar...

soneto em redondilha

Eu bem sei que não suportas
Minha vida de boemia,
Batendo nas outras portas,
Chegando ao nascer do dia.

Eu te amo, formas tortas,
São cheias de poesia,
As ilusões, sei, abortas.
Minha vida é tão vadia...

Por amar demais, assim,
Nunca irás me perdoar.
A noite batendo em mim,

Eu vou caçando o luar...
É triste viver, enfim,
Seguindo sem descansar...

Quadras em redondilha

Eu só conheci o mar,
Ao ver teus olhos azuis,
Contigo, aprendi a amar.
Aprendi a tocar blues.

Eu só conheci a vida
Beijando lábios carmim,
Hoje ela segue perdida,
Vou te procurando em mim...

Eu só conheci prazer
Ao ter você nos meus braços
Como poderei viver,
Longe dos seus abraços?

Eu conheci essa dor,
A dor que mata sem dó,
Ao conhecer seu amor,
Ao ficar, assim, tão só...

A beleza caminha...Soneto

A beleza caminha, tão suave,
Nem percebe meus olhos, toda nua,
Buscando no teu corpo, minha nave,
Onde possa voar na tua lua.

A beleza traz, forte, firme clave.
Eu nem tento fugir por essa rua,
Pois bem sei que conheces toda chave
Que possa abrir meu peito, nele atua...

Pois a beleza, atriz domina a cena.
Me traz bastante brilho e fantasia,
E, no final de tudo seduz, acena,

Me permitindo o mote da alegria,
Vertendo minha sorte em sorte plena,
Fulgura, bem mais forte, no meu dia...

Trovas e contra trovas Amita e Marcos

Trova

Passatempo, passarinho
Passa tudo devagar,
Passando o tempo, sozinho,
Tempo custando a passar...

Marcos



Contra trova

Passarinho, passa o tempo,
Custando, tão só, a passar...
Te trago um alegre vento
N'um passatempo entr'o mar.

E esta voz que s'encanta,
Sussurros do teu vozear,
Brincando como criança,
Sorri e dança, a cantar....


Amita

Soneto Rita de Cásia

Conhecer a delícia de t’amar
Privilégio feliz, que não mereço.
Caminhando vadio, no luar;
Escravo, tuas ordens, obedeço...

Se pudesse saber de tanto mar,
Se pudesse viver, desd’o começo
A esperança divina de tentar,
Revirar minha vida, pel’avesso.

Eu nada mais teria, dessa vez,
Nada mais que essa sorte benfazeja.
Pois és tudo o que um homem mais deseja.

És, pois tornar possível, tanta peja.
És enfim, maior obra que Deus, fez!
Rita de Cássia Tiradentes Reis...

Tuesday, August 8, 2006

Do Gran Circo de Lourdes

No início da década de 90, lá na Santa Martha de João Polino, aconteceu um fato surpreendente.
Para quem morou nas cidades pequenas deste Brasil, sabe o quanto que o circo representava para as crianças, e mesmo para os adultos.
A vinda de um circo movimentava todo mundo, principalmente as crianças, ansiosas para irem ao espetáculo.
E esse que chegaria no final da semana era, sobremaneira, espetacular.
Pois, além de ter os palhaços de sempre e os malabaristas já conhecidos, apresentaria um Leão. Um leão de verdade, para medo dos mais antigos e delírio da meninada.
Ritinha, nos seus dez anos de sonhadora, era uma das mais animadas, mal contando as horas de poder ir assistir ao fabuloso Circo de Lourdes; que era como se chamava o pequeno circo.
Na verdade, um cirquinho de terceira categoria, meio mambembe mesmo, mas para Santa Martha seria o mais formidável show da história do distrito.
Pois bem, todo mundo em polvorosa, indo às ruas para assistir ao desfile dos carros do circo, culminando com a jaula do leão, devidamente coberta por uma lona, mal permitindo se antever a visão da fera domada.
Entre os habitantes do povoado havia um, em especial, que estava muito animado.
Nas pequenas aldeias, há o costume de se apelidar as pessoas relacionado-as às suas profissões, assim como Tatão Bombeiro, Zeca Engraxate, Pedro Bode...
Pedro Bode, esse era um famoso criador de caprinos que vivia da venda de leite e de carne de seus famosos bichinhos, criados soltos na beira do rio Norte, comendo o capim gratuito e atrapalhando a pescaria de muita gente.
Pedro, um dos poucos que dissera ter visto um leão vivo, estava o tempo todo cercado pelos meninos que queriam, a todo custo que esse descrevesse o famoso felino.
No embalo dessa efêmera fama, Pedro desandou a mentir; “que o leão tinha mais de cinco metros de comprimento; que comia mais de um boi inteiro por dia, que o rugido do bicho quebrava as vidraças das casas, etc”.
Mas, a bem da verdade, o pobre bichano que o circo trazia, realmente um dia, se é que se pode dizer assim, deve ter sido um leão; mas, na atual conjuntura, velho e quase banguela, magérrimo, a juba caindo e se transformando em um tufo de pelos, não tinha muita cara de assustador não.
Mas, como quem foi rei, não perde a majestade, o felino ainda tinha uma arma secreta: o rugido.
Quando rugia, mesmo ao espreguiçar, sua voz de tenor assustava meio mundo, menos aqueles que conheciam o jeito moleirão e preguiçoso do velho animal.
Não era à toa que, dentre os números que participava, um dos mais famosos era quando o domador, Luis Pudim, colocava a cabeça dentro da boca do animal.
O Leão, obviamente com medo de quebrar um dos seus últimos dentes, ou vitimado pela cárie teimosa que não deixava de incomodar, temendo a dor que experimentava a cada refeição, não fazia nada.
Outras vezes, Luis, meio que embriagado, motivo do apelido “Pudim de Cachaça”, mais audacioso, chegava a pular em cima do rosto do bichano que, sem nenhuma reação, como que se ria da situação.
Ritinha, dona da sua ingenuidade, ao ver o animal quase desmaiou; tendo que ser socorrida por João Polino, se tranqüilizando somente quando o velho João contou que, pior que aquele leão eram as onças pintadas que costumava caçar, nos seus tempos de moleque.
Caçada com garrucha, de preferência.
O show fora um sucesso, todo mundo comentando sobre o espetáculo, inclusive sob a inédita presença do gigantesco leão.
Como imaginação de criança é fértil e guarda as coisas do tamanho que imagina, até hoje, para Ritinha aquele foi o maior leão que apareceu no país; mesmo tendo outros em circos maiores, e até no zoológico.
Aquele velho desdentado era o maior de todos e não se discuta!
Todo circo que faz sucesso, a tendência é prolongar a “curta temporada”; foi o que ocorreu com o “Fabuloso Circo de Lourdes”.
Acontece que, com o passar dos dias, Pedro Bode começou a sentir falta de alguns cabritos de seu pequeno rebanho; logo os cabritos mais parrudinhos, futuras cabras e bodes “ispiciais”.
Resolveu montar tocaia, desconfiado de alguma sucuri ou de alguma jibóia ou, quem sabe, até de uma onça!
Mas, ao descobrir a causa do sumiço de seus animais, Pedro ficou uma fera, uma verdadeira onça ou melhor, um verdadeiro leão!
Na madrugada, um dos empregados do circo, aquele que fazia o palhaço Pirueta, agarrou um dos seus cabritos e estava levando-o em direção ao circo.
Pedro não perdeu tempo. Ao ver o safado entrar no acampamento da Companhia Circense, gritou para o sujeito, acordando a todos.
Ao tomar satisfação com o dono do circo, Pedro, sem pestanejar, sacou de sua garrucha e ameaçou matar todo mundo.
Luis Pudim, bêbado como um gambá nem pensou, ao ver o ameaçador dono do cabrito com a garrucha na mão, mais que depressa, abriu a jaula, onde se encontrava o leão.
Esse, ao ver o mafuá saiu, mansamente e, para susto de todos, parou perto do petrificado Pedro Bode. Mas, surpreendentemente, começou a lamber, carinhosamente as mãos de Pedro, como a agradecê-lo as refeições recebidas na última semana...

Tucanolândia - capítulo 34 - Tudo aquilo que se planta aqui, nasce.

Dados do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) demonstram que a qualidade do ensino paulista é pior que a média do Brasil. Segundo esta fonte oficial a porcentagem de alunos que se encontram nos estágios crítico e muito crítico representam 41,8% do total de alunos do estado. Ao passo que em nível nacional os alunos que se situam nestes mesmos estágios representam 5,6% do total. Portanto, levando-se em consideração este indicador relevante e oficial o desempenho da educação gerenciada por Alckmin é 86,6% pior que a do Brasil.

Esses dados demonstram que, no Reino de Tucanolândia, o grande gerente Dom Gerald Aidimin estava, quando Presidente da Província, tendo um excelente resultado relativo a sua política educacional.
Nada mais justo você colher o que planta, essa coerência é indiscutível.
Embora alguns cientistas afirmam que, dependendo do que você fizer, geneticamente falando, você pode plantar soja e nascer bigode em mulher, colocar dois camundongos para cruzar e nascer um com uma orelha humana nas costas, isso ainda é experimental.
Normalmente, se você fizer uma programação cortando os gastos na saúde, os donos das farmácias agradecem. Se você cortar os gastos com a educação, o resultado é o que vimos acima.
Em primeiro lugar, coerentemente falando, todos sabem que alunos mais capazes são extremamente chatos para qualquer professor.
Quanto mais são bem preparados, mais perguntam, quanto mais perguntam mais atrasam a aula, quanto mais perguntam, mais exigem que o professor se atualize e aprimore.
Isso é contra producente pelos dois lados : em primeiro lugar, aula atrasada é pior para todos e, em segundo lugar, professor exigido é professor insatisfeito e, como a maioria dos professores ganham um salário miserável, como é que eles poderão se atualizar?
Isso demonstra, entre outras coisas, porque Don Gerald se auto-denomina: “O Gerente”...

O bobo da Corte

Para Alckmin, pesquisa CNT/Sensus é "uma boa piada"

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, classificou como uma "piada" o resultado da última pesquisa CNT/Sensus que mostrou ampla vantagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na preferência do eleitorado.
"Trato de assuntos sérios, acho que é uma boa piada", afirmou Alckmin a jornalistas ao ser questionado sobre o resultado da pesquisa. "Você leva a sério isso?", perguntou o candidato desconfiando dos resultados do levantamento.

Pobre Geraldo, cada vez mais não percebe o mundo em que vive e a situação em que se encontra.
Depois de ter tomado bronca de todo mundo, inclusive da juíza carangolense candidata a Governadora do Rio, por tentar “namorar” Garotinho, tão em baixa que, quando declarou seu apoio a Heloisa Helena teve gente do PSOL colocando uma figa e uma guiné, móde afastar o mau-olhado, agora não percebe que a maior piada é ele mesmo.
Venhamos e convenhamos, quando se lançou, contra tudo e contra todos, candidato à presidência da República, não teve a percepção exata de quanto era indigesta e fora de hora a sua aspiração à presidência; embora, como todo anestesista, tem a obrigação de conhecer tudo sobre aspiração. Além disso, não observou a mala que tinha que suportar como candidato a vice, inclusive aceitando os conselhos “geniais” da turma do PFL e tentar aprender a ladrar, coisa impossível para um chuchu.
Depois de ter comido buchada de bode, acarajé com garfo e faca, ter assistido ao desfile das escolas de samba no Rio de Janeiro tão à vontade quanto um pingüim na ensolarada Ipanema, ter sido fotografado em cima de um jumento, ter tomado pito do ACM, ter engolido em seco a bronca da Dra Denise, ter corrido atrás do cadaveriano Garotinho, em estado pré defuntérico, politicamente e quase literalmente falando.
Depois de ter dito que Itamar era, realmente o pai do real, para desespero do FHC que, no íntimo, ama tanto Itamar quanto é amado por esse.
Depois de tentar colocar a culpa das barbáries ocorridas em São Paulo no Governo Federal, como se as lambanças na Segurança do Estado fossem novidades, vide FEBEM.
Depois de tentar falar economês para um pedreiro, ao pedir voto.
Depois de ficar, o tempo inteiro, tomando “aulas” de César Maia e ter que ouvir calado.
Depois de tantas e tantas, agora começa a ver o barco naufragar de vez.
Não somente se distancia de Lula como, também, começa a sentir o bafo da candidatura da Senadora no cangote.
E a Senadora, quando irritada, sai de baixo...
Uma outra coisa que me assusta, francamente, é a falta de Simancol do pobre Geraldo.
Sua voz modorrenta, seu ar professoral, seu jeito de peixe fora d’água quando tem que lidar diretamente com o povo são lastimáveis.
O fato de ter sido barrado no forró, e ter que aceitar aplausos de uma claque montada, às pressas, por Aécio Neves, sendo que, em meio ao discurso de quatro horas, mal percebia que a platéia estava mais preocupada com o lanche e o emprego de cabo eleitoral prometido, demonstra que o pobre Gegê, realmente, é um ingênuo.
Suas promessas de reformas são, no mínimo, contraditórias. Quem ficou oito anos e não reformou, nem quis, reformar nada, de repente se faz o “reformador”.
A falácia de ser o “Gerente”, frente aos números da decadente economia paulista, dão a dimensão das qualidades administrativas de tal candidato.
Me perdoe, seu Geraldo, o sentido de “piada”, não ficou nas pesquisas, mas tão somente no seu comentário.
Espero que, ainda cedo, o Sr. Dr. Anestesista perceba que, do jeito que as coisas estão indo, vai ser eleito o “bobo da Corte”!
Ah, antes de terminar, eu solicito alguém, se alguém tiver, qualquer comentário do Dr. Geraldo sobre a guerra no Líbano pois, pelo que me consta, o mesmo faz parte da enorme colônia sírio-libanesa no Brasil...

Serenata - Soneto

Ser tudo, ser seu sol, sobreviver.
Sortido sentimento sem sentido,
Serei sempre sonhado, sem saber.
Sou sombra, sombreando, sou sabido.

Sei sinas sei sinais, sobreviver.
Soltando sem saber, sem ser sorvido,
Soldado, sem serpentes, sorver,
Sol sem sertão, sorvete sim, servido...

Saberia ser sonho, se soubesses.
Sentiria saudades se sonhasses,
Sei, são somente sonhos, são sentidos.

Sonatas soltas, sórdidas... Sofridos,
Solidão sentimento; seus sonidos,
Seriam serenatas, se sentisses...

Soneto

Não quero mais conter esse delírio
Nem quero transformar todo esse pranto
Em serenata louca, meu martírio.
Quero perceber ecos no meu canto;

Eu quero a mansidão brotando o lírio
Na sedução gentil, onde agiganto,
Matando a fome breve, num pão sírio,
Torturado seguindo o desencanto.

Não vou nem sentirei, na tua ausência,
O que restou, no fim, da minh’história.
Nem peço, nem consigo tal clemência;

Da vida, foste encanto, foste glória,
Agora que floresce essa demência,
Meu tempo vai fugindo, da memória.

Soneto

A sedução caminha semi-nua;
Na transparência do vestido aberto,
Em teu corpo, minha alma vai, flutua;
Circulando na luz, qual fora inseto.

E, louco, cego, sigo; pela tua
Presença com prazer, o mais completo.
De tudo quanto a vida me insinua,
De tudo, me restou somente afeto.

Te desejo, distante, mas não tenho,
Nada a não ser a tua silhueta,
Nas marés em meus mares, quando venho;

Não há mais nada, quero ser cometa,
Mas ofuscas meus sonhos, mal me embrenho
Nessas matas, naufrago, vã corveta...

redondilhas

Aconchego dos teus braços,
Trago o cansaço dos meus,
Atando os dois, fortes laços.
Nestes teus braços tão meus...

Amor traduzindo paz,
Capaz de nunca esquecer,
Do tempo em que fui audaz,
Parecendo não morrer...

Mas hoje, só sei de ti,
Nada mais quero encontrar,
Falando do que vivi,
Não preciso procurar...

Tudo tenho no teu colo,
Felicidade e prazer,
Não quero mais outro solo,
Nem preciso conceber...

Das coisas que me restaram,
A melhor eu já mantive,
Das dores que machucaram,
Tua alegria é que vive.

Meus cabelos estão brancos,
Mas a alma inda sorri,
Os teus sorrisos mais francos,
Me lembram que não morri.

Falar da vida, conceito,
Que nunca pude conter,
Mas luto pelo direito,
Simples de sobreviver.

Nada então peço a meu Deus,
A não ser o teu perdão,
Esses teus olhos, tão meus,
Iluminam o coração...

Minha vida segue o rumo,
Pois tua presença encanta,
Mas se sais, perco meu rumo,
Ata o nó, minha garganta.

Perdoe essa heresia,
Chamar de deusa e rainha,
És a luz de todo dia,
Obrigado: pois és minha!

Monday, August 7, 2006

Malícia - Soneto

No teu corpo, a malícia, cativante.
Nos teus seios transborda meu desejo,
Tua boca carmim vai, delirante,
Na busca dos teus lábios, antevejo.

Carícias são premissas. Ofegante,
Procuro por teus olhos, neles vejo,
O gozo refletido, radiante.
Pudera mergulhar, num simples beijo...

Teu toque prenuncia mil delícias,
Quisera conhecer os teus segredos,
Vertendo devagar, tantas carícias.

Percorrem todo o corpo; leves dedos,
Entreabrem tua blusa, com malícia,
Penetro, qual luar, teus arvoredos...

Soneto

O cheiro do café, na mesa posta,

A broa de fubá deliciosa,

O leite quente, tanta coisa exposta,

Traz uma sensação maravilhosa...

O sol nascendo, brilha lá n'encosta,

A vida se refaz, sempre gostosa.

Noutra manhã feliz , a gente aposta.

A natureza-mãe, tão amorosa...

O boi mugindo, longe, lá no pasto,

O galo canta, livre melodia.

Aos olhos, tudo belo, num repasto

Digno dos deuses, velha fantasia.

A menina se esconde, riso casto.

Vida passa, transborda d’alegria...

A Isca

Gilberto, filho de João Polino, era o maior pescador de Santa Martha; disso; Dona Rita e Ritinha, não tinham dúvidas.
Todas as noites, Betinho se aprontava para pescar, levando uma vara de pescar, algumas minhocas e um embornal.
No dia seguinte, era batata; Beto trazia uma enorme quantidade de bagres, lambaris, cascudos e acarás de fazer inveja a quem quer que fosse.
Para quem não conhece, o cascudo é o robalo da roça, peixe delicioso e de difícil captura. Vivendo nas locas de pedra, raramente pode ser pego no anzol. Mas isso era desconhecido pelas Ritas, mãe e filha.
Muito menos João Polino, já que odiava pescaria, embora não desprezasse um peixinho frito.
Lambari frito é um dos melhores tira-gostos que existem. Uma cervejinha gelada ou uma dose caprichada de cachaça com um lambari bem tostado é uma iguaria dos deuses!
Pois bem, Betinho se gabava de não voltar sem trazer pelo menos um a dois quilos de peixe. Sendo comum voltar com o embornal cheio, deliciosamente cheio.
Tudo transcorria às mil maravilhas até que sua irmã caçula, a Ritinha, começou a namorar um médico, lá dos lados de Guaçui.
Esse médico, um tal de Marcos, era metido a pescador e, sabendo das habilidades de Gilberto, convidou-o a pescar no rio Norte, braço do Rio Itapemirim.
A pescaria foi ao entardecer, pescaria de piau e de bagre.
No começo, Marcos acreditando que Gilberto era um experiente pescador, ficou meio assustado com a quantidade de isca que o mesmo levara, uma meia dúzia de minhocas.
Depois; a vara, muito curta e frágil, própria para piabas ou acarás de pequeno porte, não tinha muita pinta de que iria agüentar o tranco.
A linha, 0,10, muito fina para peixes maiores, ainda mais para o piau, lutador contumaz.
O mais interessante de tudo era o tamanho da chumbada, muito grande e pesada comparativamente com a vara e com a linha.
Até aí tudo bem, cada um com seu método, embora achasse estranho, Marcos nada comentou.
Mas, passando uns dez minutos sem beliscar, Beto, apressadamente, saiu do lugar e foi para outro lado. Mais dez minutos, outra mudança, assim sucessivamente até o final da pescaria.
Resultado; Marcos pescara dois bagrinhos miúdos e Gilberto, nada.
Como era de se esperar; Marcos, meio desconfiado, resolveu perguntar ao “grande pescador” o que havia acontecido.
Ao que Gilberto, prontamente, respondeu que eram problemas com a isca...
Passando uma semana, Marcos resolveu desafiar Gilberto a uma nova pescaria. Dessa vez não iria mas colocara uma meta para Gilberto, que trouxesse pelo menos dois bagres e se daria por satisfeito.
No final da madrugada, eis que Betinho aparece da aventura. Todo enlameado, com a roupa em petição de miséria; mas trazendo, orgulhoso, uma grande coleção de bagres, mandis, cascudos e, para espanto de Marcos, algumas dezenas de lambaris e acarás.
“Espera aí, Gilberto; que isca é essa que você usou que conseguiu pescar até lambari de noite”. Para os não aficcionados, lambari e acará são peixes diurnos...
Gilberto, todo orgulhoso, falou que, daquela vez, tinha acertado na isca e que isso era segredo.
Em posse dos dez reais apostados, Gilberto saiu todo serelepe.
Mas, depois de uns quinze dias, a isca milagrosa de Gilberto foi descoberta.
Descoberta e bem punida. A tarrafa foi apreendida, junto com a peneira.
Marcos está até hoje cobrando os dez reais da aposta...

Versificando - Redondilhas

Amo-te tanto, querida;
É sublime, amar-te assim,
Não concebo despedida,
Te quero sempre, pra mim.

A vida não me negaria,
Pois, tanta felicidade,
Minha maior alegria,
Poder te ter, de verdade...

Minha amada, doce canto,
Em tua boca traduz,
Tanta luz e tanto encanto,
Tudo, em ti, me seduz...

Quero um momento contigo,
De poder me confessar,
Não quero mais o perigo
De viver sem te amar...

Meus segredos? Sabes todos...
As esperanças também,
Não me permito os engodos
De viver sem ter alguém.

Quero, portanto teu beijo,
Quero carícias sensíveis...
És, portanto, meu desejo.
Os lugares mais incríveis...

Contigo, não temo a morte,
Nem a espero, contudo
Não quero perder a sorte,
Te perdendo, perco tudo...

Minha pobre namorada,
Minha rica companheira,
Companhia nessa estrada,
Minha paixão derradeira...

Agradeço tanto brilho,
O que emites para mim,
Te persigo, lindo trilho,
Perfumado de jasmim...

Nos cabelos tão macios,
Nos teus olhos tão bonitos,
Eu me prendo nos teus fios,
Amores mais infinitos...

sextilha

Minha luz, senda e seara,
Andaluz anda Luzia,
Tento e nada me separa,
Travestido novo dia.
Sem temer teu paradeiro,
Buscando no mundo inteiro.

Mares, não serei, serão...
Nas marés, as ventanias
Sempre só, na solidão,
Lhe darão as valentias,
Nunca tão verdadeiro,
Meu mundo, sendo o primeiro...

Vi, embora, não vivi,
Nem quis crer em tal poema,
Do pouco que, louco, vi,
Na vírgula, cada trema,
Esbarrando no certeiro
Salto, mais que verdadeiro;
Derradeiro...

Sextina

Meu barco, navegando na saudade,
Meu tempo transportado para vida.
Percebo que tu foste crueldade,
Não quero a juventude assim, perdida.
Nem temer essas ondas, tempestade,
Nem saber dessas dores, despedida...

Nesse momento exato, despedida.
Numa cruel malícia da saudade,
Tombando na primeira tempestade...
Perdendo a cada dia, minha vida,
Que me traz , toda noite, nau perdida,
Sem sentir, vou vivendo a crueldade,

Não quero nem concebo a crueldade,
Trazendo-me essa amarga despedida,
Do que me restou, lágrima perdida...
Deixando tão somente essa saudade,
Que foi a marca expressa em minha vida.
A morte rememora a tempestade.

Buscando pel’amor na tempestade,
Temendo, simplesmente, a crueldade;
A de nunca, jamais, amar na vida.
A cada dia, nova despedida.
Meu peito vai sangrando tal saudade.
Nem quero te rever, estás perdida,

Meus versos, que te fazem tão perdida,
Quero mesmo salvar, na tempestade,
Bem antes que traduzas em saudade.
Não quero perceber a crueldade
Bem antes que isso seja despedida,
O maior amor, toda a minha vida...

Querendo conhecer, de tua vida,
Saber que tu andaste, tão perdida,
Pois sabes, dos amores, despedida,
Tão sem rumo, enfrentando a tempestade,
Tuas dores, amores...Crueldade.
Por isso, me matando de saudade.

Amor, tanta saudade nessa vida,
Parece crueldade, traz, perdida,
Qual fora tempestade, despedida...

Tucanolândia - capítulo 33 - A melhor saída


Esses professores reclamam de barriga cheia.
Isso é uma verdade insofismável, ainda mais em Tucanolândia, principalmente na província de Saint Paul.
Imaginem o que é gastar 30 por cento do orçamento de uma província em Educação, mesmo que sejam os 33% que Dom Gerald afirma.
Não contentes com isso, esses deputados provinciais estão ficando malucos.
Imaginem só o que significa aumentar em quatrocentos e setenta milhões de reais a já polpuda fatia que vai para os ensinos superior e técnico.
Nada mais lúcido do que nosso querido Dom Gerald cortar, para o bem de todos, esses gastos.
Assim, como poderia sobrar dinheiro para coisas muito mais salutares e inteligentes, como salvar bancos quebrados, por exemplo.
O povo vive é de pão e não de caneta. Tenta ver se você consegue comer um lápis ou um caderno, não vai dar boa digestão não.
Aliás, intragável é esse pessoal que vive dizendo que a saída do país é a educação; qualquer analfabeto sabe que a melhor saída é Nova York...

Entardecer - Soneto

Percebo nos teus olhos, tanto frio;
Certezas, já não tenho, nem as sei.
Amores são segredos, vou vazio,
Lembranças desse tempo em que fui rei.


Agora, que não temo mais, vadio.
Confesso que não penso e nem pensei,
Em meio a temporais, inunda o rio,
Por onde tantas vezes naufraguei...


Não quero nem sentir meu pensamento,
A verdade doída me maltrata,
Velhice vai chegando, meu tormento,


Nem posso reclamar da vida, ingrata,
Nem posso maldizer, um só momento.
Prazer que não reluz, hoje me mata…

Non sense

Minha manhã, ascendida,
Dividida entre marcas e maçãs,
Nas vãs vagas, vazias vozes,
Nas nozes e avelãs.
Temo o tempo sem tempero,
Tento o tanto que não canto,
Nas vãs vagas, vazias vozes,
Nas nozes temporãs.
Quero o gosto do agosto,
No gesto que empresto, terçã.
Nas vãs vagas, vazias vozes,
Nas nozes tão malsãs.
No medo, segredo e sina,
Que meu degredo defina
Nas vãs vagas, vazias vozes,
Nas nozes das tecelãs.
No sabor sabia senda,
Me rendo e merendo, venda.
Nas vãs vagas, vazias vozes,
Nas nozes dessas manhãs.
Tanto disse nada falo, me calo,
Mas não me apego.
Vou, sou, cego.
Minas vozes vãs, vazias soam,
Somam e não definem.
Calas e me chamas à luta,
Me enluto e não respondo,
Quero seguir compondo,
Pondo os olhos em outras, vãs.
Como se pudessem todas as nozes,
Serem as vozes, dos amanhãs...

Sunday, August 6, 2006

Soneto

Não quero, tão somente ser feliz,
Quero mais, conhecer teu pensamento,
Nessa vida ser sempre aprendiz,
Não temer nem as dores, nem tormento.

Quero viver, intenso, esse momento,
Guardar essa tão bela flor de lis,
Nunca temer, sequer o sofrimento.
De cada poesia, pedir bis.

Quero o tempero forte da saudade,
Amaciando o peito das rudezas
Que formam, de metais, as fortalezas,

Que me darão, sem medo, essas certezas;
De não penetrar, nunca, a crueldade,
Cultivar, nessa vida, a eternidade...

Soneto

Eu queria saber onde te vejo,
Em que mundo estarás, depois de tudo.
Te rever, novamente, é meu desejo.
Disso preciso tanto; senão, mudo,

Me restará somente, esse lampejo
Do que fora tão forte mas, contudo
Será somente como relampejo
Que percorreu meu céu, mas não me iludo.

Nem sei teu nome, nunca desejara,
Conhecer teus lábios, sempre bastou,
Mas meu prazer, agora, é coisa rara,

E meu peito ressurge em quem amou,
Necessito saber onde encontrara,
O remanso macio onde deitou...

Trova

Meu filho corre, na sala,
Brincando qual passarinho,
Toda minha dor se cala,
Seu canto enfeitando o ninho...

Trova

No meu copo, já vazio,
Sua imagem, traduzi.
Na beira desse meu rio,
Nas margens eu me perdi...

Trova

Quis seu nome: Bem te vi,
Procurando por você,
Nessa mata me perdi,
Não me pergunte por que.

Trova

Olhando bem teu retrato,
Descobri tua verdade,
Tanta beleza, de fato,
E só restou a saudade...

Trova

Relógio tá maltratando,
Machucando o coração,
O tempo já vai passando,
Eu esperando o perdão...

Trova

Não quero o gosto da fruta
Nem o sabor do desgosto,
Amor, com força tão bruta,
Nada feito, nada posto...

soneto em redondilha

Nada mais me importaria
A não ser o que não sei,
Nosso amor eu viveria,
Sendo nessa vida, rei.

Temo temer alegria,
Temo o nunca saberei,
Cantando essa poesia,
Nos versos que decorei,

Mal sei ser seu ou não ser
Serei teu breve cantar,
Nos horizontes, verter,

Minhas fontes, devagar,
Nos teus montes percorrer,
Sem pressa nem de chegar...

Um coleirinho e uma sina...

Santa Martha, pequeno distrito da cidade de Ibitirama, no sul do Espírito Santo, é o cenário desta história.
Entre os seus pouco mais de cem habitantes, havia um que era amado por todos, conhecido por José Coleiro. Tinha herdado esse apelido pelo simples fato de ser apaixonado por passarinhos; a bem da verdade, passarinhos não, coleirinhos para ser mais especifico.
Desde menino, sua presença podia ser associada a gaiola que levava, inseparável, para todos os lugares onde fosse.
O coleiro é um grande cantador e, por isso admirado por quem gosta de criar passarinhos; sendo, inclusive utilizado em torneios de canto.
José Maria, pois esse era o nome do jovem, cuidava dos seus pássaros com todo carinho que podia. Sendo que, durante vários dias, a comida podia escassear para José mas o alpiste e o jiló maduro nunca deixavam de freqüentar a gaiola de um pássaro sequer.
Nos últimos dias, José estava extasiado pois, havia conseguido um coleiro raro, excelente cantador, o melhor que poderia imaginar ter encontrado na vida.
Esse seu companheiro fazia inveja a todos os que conheciam a arte inata dos pequenos animais.
As propostas de compra se sucediam mas José, certo de que ninguém cuidaria com tanto cuidado daquela jóia, não se desfaria dele por preço nenhum era, simplesmente, inegociável.
João Polino, dono dos seus oitenta verões de sabedoria e sensibilidade, falara comigo deste amor gigantesco do João Coleiro por este passarinho especial.
Eu havia percebido, desde algum tempo, que João estava diferente; já não demonstrava a alegria de antes, mesmo motivado pela raridade que possuía.
Aliás, tal pássaro era o motivo de tanta tristeza e apreensão. A partir do momento em que vira a cobiça dos outros aumentando sobre o animalzinho, as noites tranqüilas de José passaram a ter o caráter de pesadelos.
Qualquer barulho ou sinal de movimentação no quintal, deixava o sentinela em prontidão. Várias vezes se viu acordado lá pelas duas, três horas da manhã, alertado por um gato que esbarrara em algum latão, ou por outros alarmes falsos.
Com o interesse demonstrado por Jesuíno pelo pássaro, a situação complicou.
Jesuíno tinha sido uma espécie de jagunço, ligado ao Coronel Farias, mitológico fazendeiro da região, muito mais conhecido por suas lendárias histórias do que por fatos verídicos. Conta-se que matara mais de vinte pessoas no interior da Bahia, onde morara por uns tempos, na fazenda de um doutor, médico, e político.
Mas essas historias nunca foram comprovadas, cabendo mais na imaginação do povo de Santa Martha do que nos anais da justiça baiana, o certo, entretanto, é que Jesuíno metia medo em todos, sentindo um enorme prazer em ver as crianças fugindo a sua presença e as portas se fechando quando saía pelo povoado.
José Coleiro flagrara Jesuíno, num domingo à tarde, com os olhos parados sobre o coleiro e, ainda tivera tempo de ouvir um comentário sobre o passarinho.
Jesuíno interrogara a João Polino se era aquele o famoso coleirinho campeão, ao que João confirmara.
Um adendo, João Polino era um dos poucos habitantes de Santa Martha que não temia Jesuíno. Também, para quem dera uma surra no Saci Pererê e montara na mula sem cabeça, isso era café pequeno...
Ultimamente, os temores de José começaram a se transformar em verdadeira paranóia.
Qualquer comentário sobre o bichinho, ao invés de agradar, começou a deixar nosso herói em estado de tensão absoluta, irritadiço ao extremo.
Começara a agredir quem quer que fosse, desde que esse, inadvertidamente, elogiasse o coleirinho.
Passara a dormir com a gaiola dentro de casa, para desespero de sua mulher, dona Rita, a quem dedicava, por certo, muito menos atenção e carinho do que ao animal de estimação.
Dona Rita, embora se sentisse ofendida no começo do casamento pela clara predileção de José aos animais, com o tempo se acostumara e até ajudava-o na difícil arte de cuidar dos pequenos passarinhos.
Como Deus lhe tinha dado um útero estéril, passara a ver as avezinhas como se fossem verdadeiramente os filhos que a natureza negara.
Dona Rita nem reclamava mais, conformada com a sina de estar, na maior parte do tempo, sozinha, sem a companhia do marido.
Mas, desde que o marido passou a se sentir ameaçado em seu bem mais precioso, dona Rita sentira o peso do mau humor de José; sempre pronto a agredi-la com palavras e, dizem, até fisicamente.
No pequeno distrito, um menino é o dono do mundo. E uma das coisas que mais atraem uma criança é uma bela mangueira carregada de frutas maduras.
No quintal de José, havia uma das mais profícuas mangueiras do distrito. Manga espada, grande e docinha. Deliciosa!
Tenorinho, filho do seu Jurandir, era um dos moleques mais audaciosos daquele reinado. Não respeitava nada e nenhum muro ou cerca.
As marcas que tinha nas pernas e nádegas demonstravam os dentes dos cães e os tiros de sal, troféus da sua heróica meninice.
José fora dormir, como sempre, às sete horas da noite, um ouvido no ronco da mulher e outro atento aos barulhos do quintal.
Mas, nessa noite, estava mais sensível do que nunca; e o ouvido de tuberculoso denunciou um barulho maior no quintal.
Gritara e repetira, diversas vezes para que quem ali estivesse foi embora.
Uma sombra enorme, denunciava que, desta vez, não era um gato ou um outro animal qualquer que o viera visitar, a sombra era de um homem...
Com medo de Jesuíno, mandou que este se retirasse, no que não obteve resposta.
Como a sombra se agigantava e vinha em sua direção, José sacou, rapidamente da garrucha e atirou.
As mangas encontradas no chão, espalhadas próximas à poça de sangue denunciaram, tardiamente, o mal entendido...

soneto em redondilha

Ah! Como essa saudade me maltrata,
Lembrando de teu beijo, me desfaço,
Nessas recordações, vida arremata,
E pouco a pouco vem, surge esse cansaço.

O cansaço da vida que me mata,
A lembrança suave, teu abraço,
Do que tive feliz, tu foste a nata.

Agora, nessas ruas que trafego,
Não vejo nada além de tua marca,
Nas sombras que traduzes, me apego,

Perdi nesse dilúvio, rumo e arca,
E quando me perguntam, tudo nego.
Temendo minha sina, triste parca...

Soneto

Recebo teu perdão, como um sorriso,
Errei, e na verdade, me confesso,
Tudo que tenho, tudo que preciso,
Por meus erros, eu quase que tropeço,

Em coisa tão pequenas, indeciso,
Amor, o teu perdão, tudo que peço,
Saber que, dessa vida, todo o riso

Vem de ti, minha amada companheira,
Dos meus pecados, todos por amor,
Não quero mais, errar a vida inteira.

Nem violar segredos, por pudor,
Nem fazer dessa dor, minha bandeira...
Pois o coração bate, sofredor...

Soneto

Eu nunca poderia te querer,
Nem tampouco viver tal fantasia...
Não consigo nem quero te esquecer,
Voltas a cada instante, cada dia...

Teimosamente, quero perceber
Onde errei, pois jamais eu poderia,
Amar assim por nunca merecer,
Beijar teus pés, sentir tua alegria...

Me desculpe essa noite sem estrelas,
Me perdoe esses olhos; lacrimejo...
Todas minhas angústias, vou vencê-las,

Sentir o sofrimento do desejo,
Nessas noites, tentando não ardê-las,
Nas chamas que me queimam, tanto pejo...

Tiro no próprio pé.

Os “analistas políticos” não conseguem, mais uma vez, entender o óbvio.
O crescimento de Heloisa Helena se faz em cima do eleitorado de Alckmin e isso não é nada mais nada menos do que a constatação de uma realidade muito estranha para tais analistas e para os “formadores de opinião”.
Quem convive com a pobreza e a miséria sabe que o Governo Lula está cumprindo, muitas vezes além do esperado, as suas promessas com relação a essa camada da população.
Há quem credite essa manutenção dos elevados índices de aprovação do governo entre os mais humildes à bolsa família.
Essa afirmação denota, também a total ignorância de quem fala isso com relação à realidade brasileira.
Mais de noventa por cento da população ativa brasileira trabalha, sim senhor!
Os salários são extremamente baixos, muitas vezes menores do que o mínimo.
Quem tem a sensibilidade de conhecer e ouvir a grande maioria dos brasileiros, pode perceber o quanto melhoraram as condições de vida dessa gigantesca parcela da população brasileira.
O crescimento do poder de compra do salário mínimo foi visível e robusto, paralelo a uma queda do desemprego que, em conjunto, dão uma melhora na qualidade de vida dos “descamisados”.
Outra coisa que não pode ser esquecida, é a melhoria das condições de competitividade dessa camada trabalhadora e honesta da população. Nas zonas rurais e urbanas, temos os programas de economia popular com taxas de juros baixíssimas, o que estimula a formação de pequenas empresas e mantêm o homem no campo, essas taxas, antes somente ofertadas aos grandes produtores, dão uma condição de sobrevivência melhor às classes sociais mais baixas.
Outra realidade se dá em relação ao PROUNI e ao FIÉS, que acenderam a luz no final do túnel de milhares de brasileiros.
Muito me espanta a total ignorância de Cristovam Buarque quando diz que os pobres deste país não seriam beneficiados pela políticas de cotas, já que a maioria não completa nem o ensino fundamental. Essa realidade está mudando numa velocidade superior à capacidade de compreensão do Senador, infelizmente...
Lula não está governando nem para a classe média e nem para as elites, diretamente. Mas, indiretamente, a melhora das condições de vida do proletariado faz com que essas elites sejam beneficiadas.
Num país onde as classes mais humildes aumentaram e em muito o poder de consumo, nada mais esperado que o aumento dos lucros do sistema financeiro.
Os juros estão muito altos, mas são os menores dos últimos vinte e cinco anos, embora ainda tenham muita gordura para queimar.
O crédito consignado e os empréstimos aos pobres e aposentados ainda são extremamente lucrativos para os bancos, mas o que dizer dos juros exorbitantes aplicados no passado?
O pior de tudo é que, como afirmou Lula, ainda assim, tínhamos que pagar pelos “prejuízos” dos banqueiros.
O índice de inadimplência era menor, mas é óbvio, se a maioria da população brasileira não tinha nem acesso ao crédito, como poderia ser maior esse índice?
Um exemplo: nos anos negros dos tucanos, o preço de uma televisão de catorze polegadas, sonho de consumo do proletariado consumia mais de dois meses de trabalho; hoje custa menos que um salário mínimo.
O sonho de consumo da classe média passou a ser a televisão de plasma e a o dos pobres, a televisão de 29 polegadas.
Parece muito difícil para se entender isso, para quem vive dentro dos gabinetes com ar refrigerado e não têm contato com a pobreza e, muito menos com a miséria.
Obviamente, o eleitorado de Alckmin é o dos que se sentem prejudicados pelo governo Lula, ou são induzidos a pensarem assim.
Quando falo induzidos, falo da grande imprensa, altamente comprometida com os governos passados, ou por dívidas “abrandadas” às custas do dinheiro público com financiamentos estranhos ou por interesses outros.
Lula não está me decepcionando, aliás, está me surpreendendo positivamente, pois não acreditava em uma melhora tão rápida das condições de vida dos mais humildes.
Já Heloisa Helena, com sua maneira agressiva de falar sobre tudo e não dar solução para nada, irá crescer, e muito, em cima do eleitorado tucano.
A grande imprensa que apostava no crescimento dela para garantir um segundo turno terá que conviver com a possibilidade da senadora minar o eleitorado tucano.
A apresentação de Heloisa Helena como a terceira via, poderá gerar um fenômeno estranho: a classe média e as elites, se aliarem a um grupo, teoricamente, mais radical de esquerda, para combater um governo social democrata.
E o Dr. Geraldo, caminha célere para ter que escolher entre Lula e o PSOL/PSTU. Situação um tanto quanto desconfortável, convenhamos...

O que não será destaque na Imprensa 8 - de uma coisa básica, a comida

Mercado Mineiro (04/08/06)
Gasto com cesta em BH é de 48,5% do mínimo, o menor desde 79
O custo da cesta básica em Belo Horizonte exigiu, em julho, o menor comprometimento do salário mínimo para sua compra desde que o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) começou a pesquisar mensalmente a cesta, em 1979. No mês passado, a cesta custou R$ 156,75, o equivalente a 48,50% do rendimento líquido do salário mínimo (R$ 323,22), já descontada a parcela referente ao INSS. Houve queda de 2,01% em relação ao mês anterior e de 4,93% no comparativo com julho de 2005. Das 16 capitais pesquisadas pelo Dieese, 14 registraram retração. ‘É um comportamento histórico. Temos uma tendência de queda contínua e sistemática em BH e na maioria as capitais pesquisadas. Na década de 90, o custo da cesta muitas vezes foi superior a 100% do salário mínimo.

Pelos dados acima e que pode ser constatado no dia a dia, o preço da alimentação para as classes sociais mais pobres do país teve uma retração histórica, sendo que a cesta básica, atinge o menor índice da história, desde que começou a ser pesquisada, em relação ao salário mínimo.
Esses dados me permitem dizer uma coisa: O Governo Lula está sim, governando para aqueles a quem se propôs sua eleição.
Isso se reflete nas pesquisas eleitorais, onde sua aprovação entre os mais pobres ou seja, a imensa maioria da população brasileira, continua constante às expensas do crescimento de Heloisa Helena.

Tucanolândia - capítulo 32 - da justa aplicação dos impostos


Mantendo a coerência, Dom Gerald Aidimin, numa atitude exemplar, extinguiu um programa absurdo: o Pró –Universitário.
Vamos e venhamos, nada mais injusto do que um curso pré vestibular gratuito, independente de ser para quem quer que seja.
Quem tem competência que se estabeleça, e o sol nasceu para todos.
O sentido igualitário de Dom Gerald serve de exemplo para todos; as injustiças começam aí;
Por que a classe média e os súditos mais abastados que, na verdade, são os maiores contribuintes em impostos no reino ,deveriam pagar as mensalidades caríssimas cobradas pelos cursinhos particulares e aqueles que, por um simples fator econômico, que não pagam os mesmos impostos, teriam cursinho de graça?
É um abuso isso. Se pararmos para pensar, os impostos devem retornar em benefícios para o cidadão, confere?
Pelo raciocínio lógico de Dom Gerald, quando o rico paga impostos, esses nunca poderiam se reverter para contribuir com o aumento da competitividade dos que pagam menos impostos com os filhos dos que pagam mais.
Esse negócio de pagar para o “adversário” ficar mais forte não cabe na cabeça de ninguém com bom senso.
Além disso, se observarmos que isso implica num gasto anual de três milhões de reais, que criariam somente cinco mil matrículas, a relação custo e benefício seria muito baixa.
Afinal, para um Reino pobre como o da Tucanolândia, três milhões de reais aplicados em Educação é muito, se compararmos com o que foi gasto com outros setores, como a cultura e a facilitação para a sobrevivência do setor produtivo; muito mais importantes para os súditos tucanolandeses...