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Friday, December 8, 2006

Não sei se tu sabias ou se sabes
Das sebes e das serpes que hoje sei.
Se somos o que temos não serei
Nos olhos que te cabem não me cabes.

Pois sinto que se queres não acabe
Amor que sempre sabe o que mais quer.
Vencido por não ser o que quiser
Se queres o que quero amor não sabe.

Amor me disse tudo numa frase
Que guardo dentro em mim, vital segredo.
Amor se fortalece e perde o medo,
É lua que transmuda toda fase.

Começa com um lume delirante,
Em pleno plenilúnio nos transforma,
Amor que em paixão já se deforma
Saudades mesmo ao lado traz, da amante.

Depois de algum tempo, em calmaria,
O brilho dessa lua, diminui,
Mas mesmo assim o brilho que possui
Nos ilumina quase como o dia.

Mas quase que sem brilho, ao fim do ciclo,
Se não cuidarmos morre sem querer,
Por isso meu amor preciso ter
Essa força motriz onde reciclo.

E recomeço as fases desse amor,
Para que no final da minha vida,
Eu possa recompor força perdida,
Matando o que causar o desamor!
Onde há luz, com certeza, uma penumbra
Que se ilumina sempre desta luz.
Qual brilho que na treva se produz
Futuro mais tranqüilo se vislumbra.

Repare que os momentos mais incríveis
Se fazem, tantas vezes, da quimera.
A dor nem sempre em outras dores gera;
Os sonhos que lutamos, são possíveis.

Procure pelo lume nessas sombras
Verás assim que nada está perdido.
Da noite que passou sol ressurgido
Na luminosidade em que te assombras.

Não tema, com certeza, o caminho
Difícil que encontraste, não foi vão.
As luzes que virão da escuridão
Prenúncios de que não irás sozinho!
Não deixe que eu magoe quem eu amo,
Nem mesmo que das mágoas faça canto.
Amor sem ter certezas, sofre tanto,
Por isso das tristezas não reclamo...~

Bem sei que tantas vezes duvidaste
Do que sinto em minha alma, só por ti,
Depois de tanto mal que já sofri,
Amor que tanto sinto, virou haste.

Mas nada disso sabes, com certeza,
Pareço, disso eu sei, tão inconstante.
Na vida sempre tive, por amante,
A marca tão feroz de uma tristeza;

Por isso não me deixe que magoe
Amor que enfim, recebo, sem cobranças,
Faremos deste mal, as alianças
E as asas, com as quais, nosso amor voe...
Não deixe que eu magoe quem eu amo,
Nem mesmo que das mágoas faça canto.
Amor sem ter certezas, sofre tanto,
Por isso das tristezas não reclamo...~

Bem sei que tantas vezes duvidaste
Do que sinto em minha alma, só por ti,
Depois de tanto mal que já sofri,
Amor que tanto sinto, virou haste.

Mas nada disso sabes, com certeza,
Pareço, disso eu sei, tão inconstante.
Na vida sempre tive, por amante,
A marca tão feroz de uma tristeza;

Por isso não me deixe que magoe
Amor que enfim, recebo, sem cobranças,
Faremos deste mal, as alianças
E as asas, com as quais, nosso amor voe...
Eu quero me perder em teu caminho
Em meio a tantas trilhas tão diversas,
As minhas, muito tempo mais dispersas
Tanto, que não conhecem mais carinho...

Amar talvez permita a salvação
De quem já se perdeu sem ter valia,
Morrendo o belo amor que se fazia
Do medo e duma espera de perdão.

Mulher que maltratando, quase mata,
Em busca dos seus olhos me perdi.
Agora que percebo, estando aqui,
Que tanto amor assim sempre retrata

Esperanças passadas e deixadas
Por rondas e por noites sem destino.
Amor que me causando desatino,
Espreita a fantasia em emboscadas...

Mas deixe que eu me encontre em me perder
Nos braços e nas sendas penetrantes
Que fazem dos amados dois amantes,
E brinda o meu encontro com viver!
Que o sofrimento sempre nos redima!
Somente vai sofrer quem se enobrece
Pois quem se resguardando, sempre esquece,
Que amar é necessário, e quer estima.

Porém se não sentires mais carinho,
Se a vida não trouxer um sentimento,
És flor que se eximindo perde o vento
E morre sem brilhar qualquer caminho.

Amiga, não te lembras quanto dói
O nascer, simplesmente nos dói tanto
Que ao nascermos, primeiro vem o pranto
E desse santo pranto, se constrói.

Por isso, não se deixe resguardada
Da vida que maltrata e que nos ama.
O fogo que nos queima em forte chama,
Também nos traz a noite iluminada!
Não me ensinaste nesta dura vida
Como poder viver sem teu amor.
A vida passará tão dolorida,
Ensina-me, te peço, por favor...

Em cada amanhecer, procuro o sol,
O mesmo sol que sempre te encontrava
Nessa cama, onde a gente tanto amava,
E nada, nada tenho por farol...

No vento que espalhando teu perfume
Agora nem as flores mais resistem,
Pois sabem que partiste e já desistem,
Nas pétalas sem cores, um queixume...

Nas águas das cascatas que banhavam
Teu corpo divinal, a seca veio,
Saudades do teu alvo e belo seio.
Por onde meus carinhos penetravam...

Não me ensinaste a amar! Tanto sofrer...
Saudades que deixaste, minha amada.
Pedindo, de joelhos, quase nada:
Apenas que me ensines te esquecer!
Perco meu sonho
No mar que te quis
Medonha saudade
De ser mais feliz
Vencida a quimera
Tempero a tristeza
E ponho na mesa,
Já se degenera
E traça da guerra
Vestígios da paz
Amor que se encerra
De vida incapaz
Não serve de rota
Nem brota na alma.
Na calma de sempre
Amor me corrompe
E sempre me vence,
Depois me convence
Que posso sonhar.
E perco meu sonho...

Mas se amor se pretende
Ser mais que saudade
Viver toda a tarde
Na noite morrer
Na cama que arde
De tanto prazer,
Se faz da quimera
E vence a tristeza
Que, posta na mesa,
Nem mesmo me espera
E vai, sem voltar.
Repousa na cama
Depois da festança
Convida pra dança
Que nunca me cansa
A dança da vida
Cumprida e comprida
Saudade esquecida
Vivendo a verdade
Verdade da vida
Gostosa e cumprida
Com todo o prazer!
Nas cordas da paixão
Recordas meu amor
Que tudo se passou
Em mares e amplidão
Buscando solução
Soluços e tristezas
Amantes e princesas
Sapos e sopapos
Beijos e tesão.
Entesamos as almas
Em armas e navalhas
Batalhas e delírio
Círios e novenas
Nas veias e nos olhos
Vendas e verões
Versos , convenções
E vimos como
Os limos
E limões
Se fazem
Das paixões...

Mais cedo
Que o medo
Paixão jaz
Seu enredo
Em nossos corações!
Amigo, persigo o tempo
Nem sempre consigo
O tempo perdido
Jamais se retorna.
Entorna a saudade
De tudo que tive
Da terra onde estive
Saudade que vive
No peito que chora.
A dor se decora
Das cores do nada
As dores sem nada
A cada momento
Tormento e termômetro
Da falta de amor.

Amores que sabes
Não cabem na vida
Que tanto curtida
Não sabem amar
Nem podem esperar
O tempo que passa
Esvai em fumaça
E traça um destino
Em meu desatino
Diz tino e não tato
O fato é que quero
Há tanto que espero
E nada de amor.
Somente o não
Sementes no chão
Morrendo em grão,
Aborto de sonho
Ao qual me propus
Meu barco, onde pus
Um cais abortado.

Bem sei que essas queixas
Por faltar madeixas
Não deixas florir.
Em braços mais fortes
Amigo, essas sortes
Não vão resistir.

Agradeço,querido
Se trazes sentido
E rumo a meu rumo
Que sem seu aprumo
Desaba em tristeza
E sempre me assombro
Poder de teu ombro
Sem nada querer
Ajuda a vencer
As curvas da vida
Nas turvas ribeiras
Que formam esteiras
Onde costumo deitar.
Amigo, agora
A vida lá fora
A dor evapora
A hora, nossa hora
De novo sair.
Vivendo tão sozinho e desdenhado
Nas ondas infinitas desta dor
O tempo que se passa em desamor
Matando pouco a pouco o ser amado.

Ser amado por ti... Ah! Quem me dera!
Mas nada das promessas que fizemos...
Os erros que, infelizes, cometemos;
Alimentando a fome da quimera.

Nesta escuridão, sombras que persigo
Chorando por perder quem tanto quis.
Insanidade mostra o seu matiz
Cada vez mais distante, não consigo..

As loucuras que fiz por quem amei,
As minhas mãos afagam o invisível.
Amor, assim, tão forte e mais incrível,
Retratando o meu mar que naufraguei...
Embebido do amor que me transtorna
Nas sombras de meu triste pensamento
Loucura de viver um só momento
Paixão que no meu peito já se entorna...

A quem confessarei o meu tormento?
Às pedras? Às estrelas ou ao mar?
Ao sol, às nuvens, plantas, ao luar?
Se neles eu não acho sentimento.

Em milhares de nuvens me nublando,
As lágrimas das nuvens do meu peito
Se em nada mais terei sequer direito,
O tempo, sem teus braços, vai passando.

Quanto mais me vês, penso, não amas,
E clamo pelas chamas que escondeste.
Do mal que tanto fiz, tão mal fizeste
Que mal posso entender do que reclamas.

Bem pagas minhas dívidas, receio,
Que nada mais indica seu perdão.
Então se não me queres quero um meio
De apagares a chama da paixão!

Thursday, December 7, 2006

Envolto em tantas nuvens, perco o dia,
A tempestade rola pelos céus,
Descortinando, rompe os alvos véus
E mata, em dissabores, a alegria.

Os sinos anunciam agonias
Os lírios que eram alvos, ficam roxos,
Os passos deste amor quedaram coxos
As luzes dos meus olhos, mais sombrias...

Guardando o sofrimento neste altar
Que prezo como um cais que necessito.
Amor que sempre foi por Deus, bendito,
Em nuvens se desmancha sem parar.

A chuva dos meus olhos sempre cai
Ao fim da tarde triste sem te ter.
Porém, um certo dia, irá nascer
O sol da tempestade que se esvai...
Vencido pelas noites solitárias
Sem ter, de quem desejo, nem carinho.
Nasci e vou morrer, assim, sozinho;
Mas busco, qual falena, as luminárias
Do amor e da paixão, os meus faróis...
Pretendo ter no sol, os girassóis...

Cada canção me lembra tua voz,
Sedento pela boca que não tenho,
Do mundo em solidão por onde venho
Percebo em cada sonho mal atroz
E nada mais pretendo sem te ter.
Do amor que me alimenta, irei morrer!


Mas ouço da esperança um gemido,
Embora agonizante, traz a cura,
A mansa claridade da ternura,
Parece que escutou e vem do olvido.
Falena em desespero peço a luz,
Que o teu olhar divino reproduz!
Andando assim perdido pelo mundo,
Em busca da mulher que me acalente
Depois de tanto amar, vivo descrente,
E nesta vastidão eu me aprofundo.

Caçando nas estrelas o teu brilho,
Em lágrimas destruo o pensamento.
A vida sempre trouxe sofrimento
A quem duma paixão persegue o trilho.

Amada não me deixes, eu te imploro.
Sou triste mas preciso de alegria,
Em ti somente a doce fantasia
Dos teus sorrisos mansos, eu decoro
Em plena magnitude de minha alma,
Somente em teu sorriso, a dor se acalma.
Sem isto, me enlouqueço mais e mais...
Buscando em plena guerra, a minha paz!
Nas noites indormidas te procuro
Em todas as estrelas e luares...
Por todos os caminhos, nos altares,
E nada, simplesmente é tudo escuro!

Amada, no delírio em que me deixas,
Não vejo solução p’ra minha vida,
A cada noite sempre mal dormida,
Meus versos se repetem, tantas queixas...

Espero teus olhares mais clementes
Perdão pelos meus erros, se os cometo.
Nas ondas deste mar que me arremeto,
As dores das saudades, vis serpentes...

Por que me apaixonei, tão forte assim?
Se nem na minha morte há salvação
Salve-me dessas garras da paixão!
Como? É simples! Se deite junto a mim!
Apaixonadamente me conquistas
A cada dia mais e mais e tanto.
Amor que me embalando em teu encanto
Transforma os corações em anarquistas...

Perdendo o meu domínio, te deliro,
Dos dois que éramos antes, em desejo,
Único coração, agora, vejo.
Espinho majestoso em que me firo!

Teu corpo no meu porto, todo meu.
As bocas se torturam e se pedem
E nada, nem as dores, nos impedem,
De ver na claridade, todo o breu.
E ter na escuridão a clara luz
Que sempre nos treslouca e nos seduz!

E saibas, minha amada companheira,
Que mesmo que não seja assim constante
Paixão que te transforma em minha amante.
Por certo é sempre forte e derradeira.
Mistura de prazer com tanta dor,
Um dia essa paixão trará o amor!
VERMELHO, CONJUGO AMAR

No vermelho dos meus olhos
A luta por liberdade
No trânsito da cidade
No tropeço nestes óleos
Que simulam solidão.
Na solidez do desejo
No navegar da paixão
Procurando pelo beijo,
Desse teu vermelho lábio
Que, carnudo, encarna o sábio
Amor, sem conter limites,
Ao sabor dos teus convites;
Da solidão, inimigo,
Vivendo sempre contigo
Os sonhos de um amanhã,
No vermelhar da manhã
Desse sol que me engrandece,
Nascendo, a todos aquece.
Me faz retornar à prece
Em que agradeço ao Senhor
A vida que me concede
Pelo sol e seu calor.
No vermelho do meu sangue
Que traduz toda esperança,
No mar, no rio ou no mangue
Nos brinquedos de criança,
Este sangue que trafega
Dando vida a quem mais ama,
Pela mão pega e carrega
Vai acendendo essa chama.
Chama vermelha da vida
Que arde no fogo, feroz.
Trazendo sem despedida,
O brilho que, nunca atroz,
Reflete a luta bendita
Contra toda essa desdita
Que possa nos maltratar.
Sabendo, bem mais, amar;
Confortando o sofrimento,
Chama de amor e lamento
Vermelha como paixão.
Trazendo pro coração,
O retorno da beleza,
O término da tristeza,
Afagando , compaixão.
No Mar Vermelho da vida,
Atravessando, sem medo
Para trás, sem despedida
À frente, grande segredo,
Um novo canto de fé,
Onde, e por que Deus quiser
Possa –se recomeçar
Um novo tempo de glória
Um novo marco na história
Um novo canto ao luar.
No vermelhar dessa areia,
Onde encontrei a Sereia
Com seu canto a encantar
Trazendo ardente delírio
No vermelho deste lírio,
Cultivado com o sangrar,
Das lágrimas da morena
Que em meu canto, virou tema
Da forma sutil, serena.
Dos meus sonhos, meu lema
No meu barco, virou leme,
Pois ardor, não há que treme,
Sem o vermelho da louca,
Transtornando minha boca
Procurando tua boca,
No molho desse espaguete,
Vermelho, como o confete
Que encontrei na tua boca
Esquecido, e recordando
O tempo que foi passando.
À procura de teu mar.
Vermelho, conjugo amar!
Amor quando ofendendo as esperanças
Nos faz imaginar que a vida trai,
Nem sempre se levanta quando cai,
Principalmente mata sem mudanças.

Pretendo meu amor que amadureças
Nos sentimentos plenos e gentis.
Nem sempre uma paixão é mais feliz
Portanto se não queres, já me esqueças.

Ausente das estradas sem batalhas
Presente nestas guerras e pelejas
Amor que tanto fere, se desejas,
Encontra novos fios nas navalhas.

Mas deixe meu amor viver em paz.
Se nada te proíbo nem te peço,
Apenas pressentindo me despeço
Da dor que anoitecer, deveras, traz...
Desenganos permitem aprender
Que nem sempre teremos afeição
Embora uma amizade, a solução,
Tantas vezes ganhamos em perder.

Melhor caminhos livres sem enganos,
Tropeços fazem parte desta vida.
Amizade que se foi sem despedida
Não cabe no futuro em nossos planos.

Amigo que não sabe perdoar
Portanto não conhece pleno amor,
Em vida destilando seu rancor,
Depois de tanto mel, vem amargar.

Quem fora companheiro, nos traindo,
Nos mostra quanto a vida é tão instável,
Amizade, nem sempre é encontrável,
Pior quando nos mata, distraindo...
Se vou vivendo assim mais apartado
De todos os sentidos mais ferozes.
A vida me permite tantas vozes,
Já que vivo de tudo tão cansado.

Amor que me ferindo com seu fogo
Derrama em lava todo meu futuro
E queima clareando traz escuro
Não ouve nem sequer meu triste rogo.

Nos mares e nos males que fez cais,
O vento revoltoso da saudade,
Atando essa algemas, na verdade,
Amor que não pretendo nunca mais.

Revolvo em busca, paz, todas as terras
Não vejo um só retrato que me acalma.
Mas cada gesto teu refrescando alma
Permite que eu esqueça dessas guerras...
Deleite das belezas mais sutis
Em meio ao paraíso que prometes
Aos olhos das estrelas me remetes
E fazes o meu dia mais feliz.

Os rubis e esmeraldas não se sabem
Tão belos nem tão raros como são.
Assim também vivendo tal paixão
Amores e tristezas não te cabem.

Somente as alegrias que propagas
São fontes de ilusão que tanto quero,
Em ti, querida, amor, eu sempre espero
Nas delicadas mãos com que me afagas.

Rendido pelas rendas de teus braços
Nas teias deste amor não quero fuga.
E mesmo quando o rosto todo em ruga
Eu quero o meu repouso em teus abraços!
Lembranças com saudade e nostalgia
Do tempo sem ter tempo, mas feliz.
De tanta juventude, um aprendiz
Aprende como dói o dia a dia.

Do amor demais sem paz tão enganado
Espero que não venhas falsas flores.
Se tens o meu bem quero teus amores
Porém se não o tem traz triste fado.

Desgostos acumulo, mas não quero.
Escuto a tua voz mas eu não te ouço.
Amor que se prepara em calabouço
Se vem, por certo logo desespero.

Eu quero amor que salve e regenere
Não degenere em dor um sentimento
Ferindo quem amor logo prefere,
Amor que me salvando, em pensamento.
Se, por acaso, ao ver-te; me endoideço
E versos mais audazes tu me inspiras
Amor quando acendendo tantas piras
Se não tomar cuidados, eu padeço.

Querendo teu traçado e tuas horas
Nas mãos que me carinham perco dores
Afloras em sevícias loucas flores
Se fores por caminhos sem demoras.

Desatas as gravatas e meus nós
Amando desta forma a mando dela,
Estrela pressupondo a noite bela
Mandando um alvo leite sobre nós.

Nas regras dos amores, amador,
Aprendo a cada dia a ser amante.
Amar é aprender ser inconstante
Na constância divina de um amor!
Tentaste contra mim tuas mazelas,
E ventos que derrubam meus sonhares,
Amor que sempre encontro nos altares
Em amares, nas estrelas todas belas.

As velas que acendeste sem segredos.
As velas dos meus barcos bem mais fortes
Revelas que nos rumos negas sortes
Atrelas teus amores aos degredos.

Saudades não carrego nem mentiras
Apenas te pressinto mais tristonha.
Quem ama e que deseja mais medonha
A vida de quem ama, perde tiras.

Sem tanto nem tampouco, pouco fiz
De tudo que pretendes, pois sei bem
Que todo o teu amor comigo vem,
Embora tentas outros, és feliz!
Lembranças do meu bem no meu jardim,
Em meio a tantas flores, primavera.
Saudade que machuca e desespera
Batendo tão solene dentro em mim...

Nas flores e perfumes, as delícias
Que nada, nem o tempo, apagará.
O vento que inventavas ventará
Em todas as lembranças de carícias.

Recordações de um tempo inesquecível
Onde viver o nosso amor era tudo
Que sempre desejara sem contudo,
Viver reconhecendo o impossível.

A lua te levando, minha amada,
Deixou o teu perfume toda noite
Em olorosa flor: dama-da-noite,
Encharcando a minha alma enluarada...
No mundo tudo muda de repente,
As horas se passando na mudança
Os tempos que se foram, na lembrança;
Morreram cada vez bem mais urgente.

Recebo as novidades-velharias
Como quem jamais guarda o paladar.
O vento que passou mudou lugar
Os dias não se lembram d’outros dias.

Quem foste, com certeza, não mais és,
Pois que somos mutantes de nós mesmo
Lugares conhecidos vão à esmo.
Pergunto: onde firmamos nossos pés?

Porém os sentimentos pouco mudam.
Amor que se procura quer amor.
Na cura destroçando a velha dor,
Que mesmo depois disso, tanto abundam.

Mudanças que fazemos neste mundo,
Não sabem destruir essas quimeras
Que desde as mais antigas, priscas eras,
Derrubam as mudanças, num segundo!

Wednesday, December 6, 2006

Beleza nos liberta e traz a fantasia
Que invade toda a terra em menos de um segundo
O brilho de um olhar, a paz em todo o mundo
O canto em liberdade o renascer do dia.

A mão que nos afaga, o perfume das flores
O lume do luar, o mar, a branca areia,
O vento no deserto, o canto da sereia
Em toda essa beleza, os matizes, as cores...

O gesto de esperança, a liberdade plena
Espaço sideral, estrelas e planetas
Amor do girassol, os rios e cometas
As águas na cascata a lagoa serena

O negro da pantera e também do corcel
Uma alta cordilheira, um vale , uma floresta
O coração feliz, uma alma em plena festa
Uma jóia bem feita, azulejo do céu

A música que embala a tela em aquarela
O riso que se explode, a mansidão da luz
O vôo da andorinha, amor que reproduz
Em tudo neste mundo, o belo se revela...

O sonho de vitória, a doce fantasia.
O mar em rebeldia, a louca tempestade
As lutas da paixão, a plena claridade
Nos versos do pintor, beleza e poesia!
Batuque de saudade no meu peito
Disfarça e logo traz ansiedade
No parto neste parque da saudade
O mundo não me trouxe mais um jeito

Cabelo disfarçando sem respeito
O peito da morena em liberdade
O caso que restou contrariedade
Não sabe nem sequer se não foi feito

Menina levantando sua saia
O vento que tomara sempre caia
As coxas vão expostas meu tormento

O gozo em juventude não se trama
Depois de todo o tempo a velha chama
Na cama quando chama trama o vento.
As nuvens que te viram vão nevadas
Em busca d'outros campos e paragens,
Em meio a tempestades e visagens
Carregam tantas dores nas estradas...

Vago como essas nuvens desgraçadas
Não consigo entender suas viagens
Por ruas e vertentes, tantas margens
E nada me trará as madrugadas

Que já se foram, nossas companheiras.
As matas e as luas mais brejeiras
Não sabem por que foste embora, amor...
Assim como essas nuvens voltarás
Depois das tempestades estarás
Marcada pelas chuvas, por calor...
As nuvens que te viram, peregrinas
Esperam pelos brindes da saudade,
O mundo te negou diversidade.
Os ombros das montanhas, descortinas...

Não vejo nem desejo tais cortinas
Que me impeçam de ver a claridade.
Apenas não pressinto tal maldade
Nas bocas desdenhosas das meninas...

Assento todo sonho nas montanhas
Que sabem do destino dos passantes
As luas que te dei foram tamanhas

Eu sinto que não posso ser teu par,
Nem seremos sutis nem bons amantes
Apenas não sabemos como amar.
As mãos que te carinham, mais ariscas.
Desenham no teu corpo tatuagens
Esboçam as milhares de vantagens
Que incendeiam teu corpo nas faíscas

Que soltas quando estamos lado a lado...
Te quero minha amada, não discuto.
A voz, quando sozinho, sempre escuto
E tudo se transcorre, amaciado.

E pulsas como pulsa um coração
Cansado mas envolto na paixão
Que corta, que me morde e abençoa.

Pensamento treslouca-se e te busca.
As mãos que me carinham são mais bruscas
E embora sem ter asas, alma voa...
As águas dos riachos e dos rios
Os olhos desta deusa apaixonada,
O mundo traz a velha madrugada
Com marcas e latejo destes frios
Nos olhos, pobre deusa, mais sombrios
O medo demonstrando o quase nada
Que trouxe no final uma erma estrada
Formada pelas dores, desafios...

As águas escorrendo nas cascatas
Invadem as florestas, densas matas
A dor qual triste sina vira a tônica
Da vida desta deusa em sofrimento.
As lágrimas descendo, num tormento
Inundam a planície amazônica!
Tu foste meu primeiro amor, querida.
Quem foi a primavera, em pleno outono
Ao meu lado, nem sombra de abandono.
Do começo ao final de toda a vida.

De todas as mulheres, seus mistérios,
Se encontram nos desejos de uma só.
O medo, o destempero, amor e dó,
O gozo da tormenta e seus critérios

A luz na madrugada, a força, o vento
Depois a calmaria e recompensa,
A dor que nunca deixa, tão imensa
E a vontade de morrer, o fingimento...

Perfumes delicados de tais flores,
Vergonha de saber-se sedutora
Vontade de chorar e de ir-se embora,
Saber que toda vida traz horrores.

Saudade de dançar de madrugada
Estranhas convulsões fortes delírios
O mundo se revela em tais martírios
E depois bem depois, o quase nada...

E sorrir e chorar sem ter por que
Viver cada manhã como se fosse
A última. Saber que a vida trouxe
E depois não deixou, onde e cadê!

Querer o gosto amargo sem ter pressa
Depois se derramar em chocolate,
Fugir e desejar todo o combate
Sair e não voltar, correr depressa.

Castelos e soldados e guerreiros,
Mentiras que acalenta a cada sonho.
Em volta todo mundo mais tristonho
E gargalhar depois, do mundo inteiro.

Pedir a Deus perdão pelo que quer
Depois mentir ao próprio coração.
Saber que nunca achamos solução
Olhar indecifrável de mulher...

Querer conter o mundo em seu regaço,
Depois amar, sofrer querer a briga
E iluminar o mundo na barriga
Estrias e varizes, peso e traço.

Amamentar sorrindo mas pensando
Nas horas que passaram e perdeu.
No mundo que esperava e que morreu
Depois de todo sonho, delirando...

Querer cortar os pulsos e se rir,
Vestígios de prazeres pela noite
A solidão que teme, velho açoite
Não sabe se conter e quer fugir..

Morder essa maçã, temer serpente,
Unhas e dentes bocas e batom,
Cabelos se transformam cada tom
E tudo se revela de repente.

Na lua procurar a luz do sol,
Em pleno sol querer a luz da lua,
Andar de madrugada, toda nua
E ter a solidão triste do atol.

Vencer os seus complexos sem medo
Guardar cada caminho como seu
Andar sem medo em pleno e negro breu
E não conseguir guardar segredo.

De todas as mulheres que conheço
Todas cabem naquela que escolhi
E todo grande amor que não perdi
Encontro em minha amada e o mereço!
Amores que me trazem seus segredos
São rios que caminham sem mistério.
A vida se tornou um refrigério
Á volta destes belos arvoredos...

Não guarde em teu peito tantos medos,
Apenas não se entregue sem critério,
Amor quando pretende ser mais sério,
Não teme nem a morte nem degredos...

Aceita as tempestades e mudanças
Depois de tudo certo das bonanças
Refaz os velhos ritos sem temor.

Depois de tantas lutas e disfarces
O mundo te permite ter mil faces.
O mundo te permite, não o amor!
Amor quando se chega, que alvoroço!
A vida se transforma totalmente
Quem tinha uma mortalha, de repente
Renova se tornando sempre um moço.

Esperança ressurge lá do poço
Onde já se escondia em nossa mente
E nos faz reviver tão plenamente
Que de tudo que fomos, nem esboço...

Amor quando tardio, nos confunde
E transporta o que somos e nos funde
Com o que pensamos, mocidade.

Agora, em desafio, no final
Da vida, nos mostrando que afinal
Ainda somos gente, de verdade!
Amor não se cria nem se cobra, se dá
Simplesmente é doação.
Doação absoluta sem querer recompensa,
Amar quem nos ama é obrigação
Obrigar a ação de quem não nos ama
É estupidez, absoluta estupidez;
Se amor cobra pedágio
Ou então reflexo
Não é amor, é egoísmo.
Olho por olho e amor por amor é a mesmíssima coisa
Sem hipocrisia de marchado e sândalo
Cavalo dá coice? Tô fora!
Agora não espero perfume
Nem corte
Apenas sorte
Boa ou má. Que se dane!
Amar é conhecer
Ou melhor conheço para amar
E nunca para desamar,
Se não valer a pena, esqueço
Mas sempre vale a pena
Mesmo que apenas uma pena
Vale a pena.
Sem vale quanto pesa
Vale o que se preza
E sempre se preza
Prezada amada
A pressa inimiga
O tempo prossegue
E nada se consegue
Se não for por amor.
Mesmo que não vente
O vento que ventei
Valeu a pena
Esvaziei a alma.
Ela está tão carregada de amor
Que se eu não soltar
Ela me esmaga
O peso do amor é enorme
Por isso não acumule, distribua!
Amor não envelhece e não envelhece ninguém
Regenera e não degenera, se gera por si próprio
A cada dia, cada canto, novo encanto
Amor é santo e santifica.
Se fica, então...
Amanhece a cada dia como o sol
Que sempre volta e não deixa
De brilhar
De trazer vida.
Isso, o amor traz vida
E não duvida
Que se bobear
Procria.
Aliás, amor quando procria vira espetáculo
Vira festa e transborda todo mundo
Em todo o mundo.
Contagia e renasce
Cada disfarce e cada face fazem dele
O espelho multifacetário e maravilhoso
Que se chama solidariedade!
Amor não é guloso
e, ao contrário da paixão e do desejo,
se alimenta de pouca coisa...
um sorriso, um carinho, um beijo, bom dia...
às vezes nem isso.
Muitas vezes não cobra nada e nem pede,
nem reciprocidade.
Paixão, muito pelo contrário,
a cada dia se rebela
e tumultua tudo.
Não sabe viver sem não
Sem senão sem porquê
Sem calmaria e tempestade
Invade e nem pergunta, invade.
Amor bate na porta, paixão arromba.
Amor diz bom dia, paixão nem pergunta
Amor respeita, paixão inunda
Amor é sempre paixão é nunca.
Amor perdoa, paixão castiga
Mas se queres ser feliz, ame!
Entenda o que é o amor e o alimente sempre
Mas não deixe que a paixão o destrua.
Nem o mude, já que a paixão vira amor e consolida
Se o amor virar paixão destrói e não deixa nem sombra.
Acima dos dois, somente a amizade.
Essa não pergunta e não se trai.
E se trai perdoa, e continua um ritmo todo especial.
Feliz da paixão que vira amor e morre amizade.
É perfeita!
O desejo?
Maria foi para a cama a chama de Maria já me chama e me sacia.
Depois?
Outro dia...
Nas horas mais difíceis te conheço
Bastam que essas quimeras me profanem
Que todos deste mundo já me enganem
Para saber se em ti me reconheço!

Meus erros, meus enganos, meus defeitos,
São todos testemunhas que eu existo,
Se a nada neste mundo não resisto
Talvez os meus problemas sejam feitos

Das velhas tempestades que passei,
As sortes e presságios tão obscuros
Prometem velhos céus bem mais escuros
Em nada do que tive, me encontrei.

Rasguei a fantasia que escondera
A podre maciez que sempre fere
O lume desta noite se interfere,
E traz na madrugada a doida fera.

Agora que não trago mais meus medos
Envolvidos pela noite que me corta,
Que toda essa ilusão se mostra morta
O mundo me prepara meus degredos...

As galés e as cadeias que me tragam
Engolem um humano e me trituram
O rosto e meus desejos desfiguram
Os planos de viver contigo estragam...

Se falas que me adoras e me queres
Agora é que terei minha resposta
Meu mundo dilacera tudo em posta
E não promete luzes nem talheres.

Apenas um restolho de esperança
Um prato carcomido e sem futuro
O mundo que teremos será duro
A morte poderá vir como lança.

Por isso é que durante a tempestade
Que corta que alucina e que destrói
Com tudo que sonhamos já corrói
Se teu amor enfim é de verdade!
Não deixe que a tristeza te domine
Em tudo o que fizeres, alegria!
A vida se renasce todo dia
Que essa luz que carregas, ilumine
Os passos que darás a vida inteira
Alegria é da vida, companheira.

Demonstre esta coragem: ser feliz!
Não deixe que a saudade te maltrate
Serás o vencedor do duro embate
Que te trará, da vida outro matiz

A luta não termina e recomeça
A cada novo dia e nova dor
Alegria ressurge como a flor
Precisa de coragem e tem pressa.

Não faça como o triste caminheiro
Somente reparou nas duras urzes
A vida se redime e traz as luzes
O mundo sorrirá mais verdadeiro

Não deixe teu caminho pelo mundo
Sem ter essa coragem de plantar
A cada novo tempo libertar
E viver toda vida num segundo.

Sabendo que tiveste um novo dia
Mais Pleno de carinho e sem tristeza,
De tudo nesse mundo, mor beleza
Explode num sorriso de alegria!
A sogra que me deste meu amor,
Desculpe mas não serve para o gasto
Ao ver essa serpente me desgasto
E sinto, sou sincero, tanto horror.

O bicho sempre traz tanto terror
Não posso nem deixar solta no pasto.
Por todo amor que sei que é puro e casto
O peso que carrego é sem valor.

Um dia se morrer pobre diabo
Ao ver na velha todo o grande rabo
E a cara de fuinha da maldita

Sua alma vai ficar à revelia
Até que pobre Deus, com pena um dia
Ao céu carregará essa desdita!
No seio sem receio da sereia
Um meio de encontrar o meu passado
Mortalha que me trama um velho fado
Na morte que pretendo em plena areia

A cena que me acena me incendeia
E faz o velho tempo celerado
Celeiro dos meu sonho não sonhado
O campo se recobre toda aveia.

No gozo que antegozo e que não vem
Gigante coração tamanho trem
Levando essa minha onda para a praia

Depois que me perdi pedi por trégua
No colo da sereia tanta légua
Se quero descobrir levanto a saia.

No colo da sereia me dei mal
A saia está guardada no bornal...
A morte virá, mansa e calma
Ou em plena confusão.
Não adianta o medo,
O principal segredo é relaxar
E tirar do fruto a semente
Que traz a vida mas não eterniza
Sabes o nome do teu tataravô por acaso?
O que tens na vida é só a vida
O resto a sorte te emprestou.
E depois vais ter que devolver
Com juros ou sem juras
Mas devolverás.
Nada levas e nada tens
Apenas estão contigo e só isso.
Nasces nu e vais nu
Solidão é a primeira e a última parceira.
E daí? Nada te pertence mas és feliz.
Simplesmente por seres e não por teres.
Valorize o ser somente o ser
Nada existe além do ser
E nada mais importa.
Não se importe com a porta
Ela vai se abrir
Ou então não vale a pena
A dor não se cura nem perdura
Se esvoaça e passa.
Corte cicatriza
E se não cicatrizou, esqueça
Se conseguir, cicatrizou.
Ame muito, esvazia a alma.
Vista a mortalha de vez em quando
Vale a pena saber que isto é finito
Mas também o que seria dos que
Ainda virão se a gente não partisse?
Morte é sacrifício para que a vida venha
Não se esqueça de que o amor
É proporcional á serenidade
Com relação à morte.
Se não de que vale ter filhos, netos, bisnetos, tataranetos...
Xô ! Vá embora que a vida não espera!
A dama da cidade toda nua
Reflete meu desejo em suas luzes
O canto que permite meus obuses
Nas festas e nas bocas continua.
Se finge que permite já recua
As costas imoladas pelas cruzes
Os seus pés e a garganta plenos d’ urzes
A carne que pretendem toda crua.
A dama da cidade se disfarça
O rosto da vadia mansa garça
E tanto que não fez mas que faria
O povo sem certeza não perdoa
Uma ave aprisionada nunca voa,
Mesmo que apedrejada todo dia...
A coca quando cola coca cola
O karma quando o lama no nirvana
A lama que se trama não se engana
E faz deste remendo medo escola

O pé na lama chama e tanto atola
Que vaga sem ter vaga e se explana
A fome que não come não se esgana
E o resto sem rastilho tudo empola

O pântano se espanta com Brasília
O mundo se remenda sem presilha
No seio tão preciso da morena.

Asseio com licor depois é cama
O fogo que refoga a velha chama
E sempre que quiser sem dura pena.

Tuesday, December 5, 2006

Somente a verdade liberta?


A verdade nunca é injusta; pode magoar, mas não deixa ferida.


Se me perguntares qual a mais difícil dentre todas as virtudes, praticamente inexeqüível, serei obrigado a reconhecer que a VERDADE e a plena HONESTIDADE são fortes candidatas.

Somos extremamente honestos e verdadeiros no amanhecer de nossas vidas.

A criança diz, com razão absoluta que fulano é chato, beltrana é gorda e que a comida da mamãe ou da vovó está uma porcaria.

E quando, em nome de uma coisa que apelidamos de socialização, pedimos menos honestidade nos comentários,
Estamos DESEDUCANDO nossos filhos com relação à Verdade.

Quantas vezes, durante nossas vidas, somos obrigados a conviver com situações extremamente difíceis em nome desta “Socialização”?

Obviamente, se fossemos totalmente honestos e francos nos nossos relacionamentos, acabaríamos absolutamente isolados do mundo.

Essas pequenas corrupções diárias podem fazer mal à alma mas, são perdoáveis.

Totalmente perdoáveis.

Muitas vezes a verdade liberta mas, nem sempre. Ela pode nos aprisionar e tornarmos infelizes ou deixarmos quem nos rodeia extremamente infelizes.

O que, convenhamos, é muito pior do que as pequenas desonestidades diárias.

Mas, não baseie tua vida nessas pequenas falcatruas.

A sua vida poderá ser tão falsa quanto uma nota de três reais.

E aí, companheiro, não há santo que dê jeito ou, ao menos confie em ti.

Sejamos, pois, SOCIALMENTE mentirosos mas observando sempre os limites para não nos tornarmos ESSENCIALMENTE falsos e desonestos.

Esse limite é tênue e deve ser observado com todo carinho e cuidado.

Senão, corremos o grave risco de conhecermos o inferno por aqui mesmo.

Da solidão e do desprezo.

E, pior que tudo, do total descrédito!

Monday, December 4, 2006

Na voracidade da dor
Num canibalismo louco
Devorando pouco a pouco
Pressentindo o meu pavor,
Tua boca entreaberta
Aguarda os restos finais
Nos amores canibais
Que teu desejo desperta.
Não vou me entregar inteiro
Nem pretensos suicídios
Nos teus venenos, ofídios
Nas armas deste faqueiro.
Vencido por não ter medo
Arremeto-me afinal,
Neste teu mundo abissal
Eterno mar, meu degredo.
Parido da própria morte
Ambivalente sentido.
Sem rumo, sigo perdido,
Teu amor era meu norte.
Mas tanta fome, querida,
E nada mais me sobrou.
Entreguei, a quem me amou,
O resto de minha vida!

Sunday, December 3, 2006

Minha vida sem te ter
Perde toda essa razão
Que faz a gente viver
Acelera o coração!

Vida que da vida faz
A luz que tudo clareia
É chama que me incendeia
É teia que tanto apraz
Sou capaz de nessa teia
Prender o meu sentimento
Sem ter arrependimento
Por um momento sequer
Nos braços dessa mulher
Que tanto me ajuda a ver
A beleza de viver
Razão de minha alegria
Sol que traz o meu dia
E faz-me ser girassol.

Nas horas mais demoradas,
Quando as mãos estão cansadas
De tanto amor que já dei.
De toda dor que passei
Sem saber como fazer
Teu amor me dá prazer
Iluminando essa vida
Que pensava já perdida
Sem ter muito o que sonhar
Contigo, aprendendo amar
Sem medo sem solidão
Meu verso encontrando então,
A razão para viver!
Na minha alma, tão serena
E por vezes, mais amena
Acena a luz deste amor
Que se for por onde vou
Acabará com a dor
Que tanto tempo marcou
A vida de quem amou
Ávida vida sem gozo,
Sem gosto quase de nada
Sem sequer ter amada
Que possa me traduzir.
Que não precise pedir
Pois sei que sempre virá
Ao meu lado ficará
Nos momentos mais difíceis
Impossíveis de viver.
Que não me deixe sofrer
As esporas da saudade
E que traga claridade
E gosto de liberdade,
Vontade de viajar
Pelos raios do luar
Pelo céu, estrela e mar,
Por toda essa imensidão
Guardada, numa paixão,
Dentro do meu coração!
Leda dor que me maltrata
Que me trata como louco
Amor que tinha, bem pouco,
De gritar, ficando rouco,
Fazendo uma serenata
Lua brilhando em cascata
Ilumina toda a mata
Do meu triste coração
Que Leda não saberia
Vestido de uma alegria,
Trazendo, na poesia,
O vento duma esperança.
Que minha alma sempre alcança
Mas se cansa de esperar.
Em Leda, todo o luar,
Toda a beleza que espera
Como o bafio da fera
Que me espanta e que me atrai
Todo amor da vida atrai
Mas, depressa se distrai
E parte noutro caminho,
Deixando-me tão sozinho.
Sofrendo qual passarinho
Que perdeu o pobre ninho.
E voa sem ter paragem...
Por amar Maria tanto
Sem Maria, então, me amar;
Amaria por encanto
Nesse mar vou me afogar
No mar que trouxe Maria
Que jamais enfrenta o mar
Mas que sempre me amaria
Se soubesse navegar
As ondas do amor maior
Que aprendi e sei de cor,
E que quero te ensinar.
Vem Maria pros meus braços,
Teus abraços, nossos laços,
Em ondas de amor gigantes,
Nos fazendo dois amantes
Que sabemos como amar.
Porém se não me quiseres,
Vou voltar para o teu mar
E no mar que amou Maria,
Matando minha alegria,
Entornando a fantasia,
Nunca mais vou navegar!
Amor em amor consome
E alimenta todo dia.
Não divida, mas sim some
Resultado: uma alegria!

Amor faz do sentimento
Alimento pra viver
Mesmo quando faz doer
Espalha-se pelo vento.
E venta tanta saudade
E também felicidade.
Venta também o tormento
Ventando pela cidade...
E Não pára um só momento
Ventando no velho e moço,
Fazendo tanto alvoroço,
Venta em mulher e criança,
De vento até no pescoço
De vento, enchendo essa pança,
É tanto vento que dança
Em plena praça e na rua,
Esse vento continua
Nunca pára de ventar
Nesse vento me afogar,
Jamais me sai da lembrança
O vento de uma esperança!
Amor trazendo ciúme
É coisa que tanto agita
A rosa com tal perfume
Fica sempre mais bonita.

No ciúme, com certeza
Essa rosa se alimenta
Vaidosa, que mais beleza;
De tão bela, se arrebenta.

Da rosa que tenho em ti,
Orgulhosa, pois é flor,
Todo amor que já vivi,
Arrebentando de amor.

Ilumina toda a terra,
Faz o mundo mais feliz.
No peito que, amor, encerra.
Todo amor que sempre quis.

Minha amada, me perdoa
Se te faço assim sofrer
Mas a vida só é boa,
Se um pouquinho, ela doer.

Ciúmes não precisava
Pois te quero tanto bem
Eu não quero mais ninguém
Por tanto que já te amava;

Mas gostei da reação,
Que, ciumenta, tu tiveste;
Quando amor, ciúme, veste,
Embeleza o coração!
“Venceu-me, o amor, não nego”.
E vencido, assim, prossigo
Vou carregando comigo
A dor que sempre carrego
Acostumei-me e nem ligo!

De tudo que nesse mundo
Procurei, tenha a certeza,
Esse amor que é mais profundo
Agiganta-se na baixeza
Causando-me uma tristeza.

Amor que não se traduz
Por fazer alguém contente
Toda a vida, de repente
Perde o brilho e vai sem luz.
E no coração da gente,
Só saudade inda reluz.

Vencido, sem esperança,
Procurando pelo nada,
Nada resta na lembrança
Só o nada já me alcança
Para o nada, minha estrada...
Amando quem tanto amei
Minha vida se passava
E nada mais encontrava
A saudade virou lei
E pouco a pouco, matava.

Saudade fez covardia
Com meu peito sofredor
Maltratando, todo dia
Matando minha alegria,
Mostrando só desamor.

Não posso falar de flores
Acabou-se meu jardim,
O meu sofrer, sem fim,
Causado pelos amores
Que rimando com as dores,
Vão matando tudo em mim.

Amor que, virando fera,
Mostra logo suas presas
Coração se dilacera
A vida se desespera,
Já não tenho mais defesas.

Mas de que vale uma rosa
Sem ter cor e sem perfume.
Ouvindo tanto queixume,
A rosa tão orgulhosa
Morreu, morta de ciúme!
Rita, quando conheci,
Encontrei nos olhos teus
A luz que ilumina os meus
Em teus olhos me perdi.
Minha vida tão tristonha,
Tão sem rumo, de saudade.
Sem saber felicidade,
Seguia mais enfadonha...
Minha trilha, meu caminho,
Sem destino, me deixava,
Toda noite assim pensava,
Como é duro ser sozinho
Até o mel me amargava.

Já trazia tanto medo
Que não pude ser feliz,
Pois tudo que sempre quis
Acabava num degredo.
Nos descasos alheios,
Meu coração se perdia,
Eu não tinha poesia,
Minha vida em mil receios.
Minha trilha, meu caminho,
Sem destino, me deixava,
Toda vida assim pensava
Como é duro ser sozinho,
Até a fé me amargava.

Mas depois tu chegaste
Minha vida, então mudou,
Meu caminho iluminou
Na noite que enluaraste.
Agora estou satisfeito
E feliz como se vê
Agora tenho um por que,
Ser feliz é meu direito!
Minha trilha, meu caminho,
Tua luz iluminando
Toda vida assim passando,
Já não sigo mais sozinho.
Até o fel me adoçando!
Amor comanda a minha alma
E sempre me desengana
A minha alma soberana
Já está perdendo a calma.

Amor sempre sem razão,
Não me deixa um só segundo,
Vou me perdendo, no mundo,
Em busca de um coração.

A minha alma tem pavor,
Pois sabe que nunca vejo
Esse amor do meu desejo.
Que salve essa alma do amor!
O teu canto me encantando
Faz meu canto ter encanto
E te canto, assim meu canto.
Nosso canto, vou cantando.

Esperando novo tempo
Que não traga sofrimento
Assim a todo momento,
Sem esperar contratempo.

Amor que sempre revela
Esse amor que a gente tem.
Sem teu amor, sou ninguém,
Sou um quadro sem a tela
Vazio, e nada me encanta
Por isso, quando canta,
Todos os males espanta!!

Despedida

Amor que me transtornando
Não me deixa prosseguir,
Venho aqui me despedir,
É melhor seguindo andando.

Toda a minha desventura
Na aventura que tentei
Tanta dor eu encontrei
Vivendo sem ter ventura.

Amor fez estripulia
Com quem menos merecia.
Matou minha fantasia
Acabou com a alegria.

E assim, por toda a vida
Que penei, eu quero paz
Por isso essa despedida.
Graças a Deus! Nunca mais!

Retrato do Nosso Amor

Em amores, me maltrato
Cada vez mais sofredor
Sofrendo por esse amor
Procuro pelo retrato
Guardado numa gaveta
Que nem sei onde é que está.
Muito menos se está lá
Ou então numa maleta
Que deixei na penteadeira
Ou talvez no porta mala
Quem sabe deixei na sala,
Procurei a casa inteira!
Fui ao quarto de visita
E na sala de jantar,
Já cansei de procurar,
A minha alma andando aflita.
Vasculhei o quarto inteiro
Todo lado e todo canto,
Teu amor foi meu encanto...
Já procurei no banheiro?
Foste minha companheira
Tanto tempo nos amamos...
Mas tantas vezes brigamos.
Me lembrei! ‘Stá na lixeira!
Olhos verdes, onde andais?
Vos procuro todo dia.
Toda a minha fantasia
Não vos terei jamais?

Olhos verdes, eu sonhava
Verdes sonhos de esperança
Mas restou só a lembrança
Que nunca me abandonava...

Nos céus pergunto à lua
E as estrelas; nada falam...
Ou não sabem ou se calam
Minha angústia continua...

Essa dor que me maltrata
E me deixa pleno em medo.
Encontrei-vos no arvoredo,
Nos olhos verdes da mata!
Meu olhar já te procura
Em qualquer lugar que for
Em teus olhos pede a cura
Para o triste desamor
Porém eu nunca te vejo.
Escondida estás, de mim,
Mesmo assim eu te desejo
Um desejo que é sem fim.
Tanta dor que já carrego,
E o cansaço de esperar.
Quando resolver me olhar,
Que fazer? Estarei cego!