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Saturday, July 15, 2006

Nunca poderia te esquecer

Não poderia esquecer aquele dia, nuca mais poderia esquecer.
Ao te ver partindo, deixando um gosto amargo, o gosto da saudade, da solidão, senti o quanto te amava.
No começo de tudo, era um simples jogo, um brinquedo de conquista, uma fantasia criada sobre o nada.
Para te falar a verdade, naquele tempo não te queria, nem te desejava, foste simplesmente uma aventura, daquelas que a gente sabe que vai acabar e nem luta contra isso...
Bonita? Eu não te achava bonita não, até meio sem graça, com aquele vestido desengonçado e aquele jeito comum de menina comum, de tantas e tantas que atravessam cada esquina e se oferecem ao gosto e ao olhar, a cada dia, a cada semana, em cada bar.
Conhecera-te na infância, menina gordinha, sardenta, feia mesmo. E ao te reencontrar, na nossa adolescência, descobri que me desejavas. Gostei disso, e somente disso. O orgulho de ter sido querido e desejado por alguém, aliados da minha timidez, me permitiram te ter.
Mansa e serena, sempre presente, me acostumei contigo; é isso, me acostumei e nada mais que isso. Costume e rotina.
Ficamos juntos por quatro anos, que transcorreram na mansidão do rio sem cachoeiras, sem grandes cascatas, sem turbilhões nem redemoinhos.
Depois disso, vieste com essa história de “não te quero mais, foi bom, mas acabou”, essas desculpas comuns que se usa quando se quer terminar um relacionamento sem magoar.
Houve um tempo em que até desejei ouvir isso, mas, agora não; fiquei surpreso com a dor, com a angústia dessa notícia.
Para falar a verdade, chorei, surpreendentemente chorei.
Conseguiste penetrar em todos os recantos do meu sentimento, sem que eu percebesse...
Dominaste-me, sem tempestades e sem confusões, calmaria.
Amiga, é difícil dizer-te o quanto me fazes falta, é muito difícil para quem, egoisticamente, se achava teu dono, te achavas minha, minha, somente minha.
Mas, de coração, desejo tua felicidade, pode parecer estranho, mas quero que sejas feliz.
Distante de mim, longe, em outros braços, outra boca, outro homem...
É complicado, muitas vezes, eu conseguir entender isso, mas o que sei é que te desejo muitas felicidades.
E isso me dá a verdadeira dimensão do amor que tenho por ti, um amor longe de egoísmos, longe de possessão, o amor sublime de quem quer, acima de tudo, a alegria e a glória do objeto amado.
E, se um dia, tu te lembrares de mim, saiba que ninguém, ninguém nesse mundo te amará tanto e tão fielmente quanto, um dia, te amei...

Tucanolândia 10 - Disk denúncia – a grande sacada.

Disk denúncia – a grande sacada.

Além do que vimos no capítulo anterior, tivemos outra situação genialmente bolada pelo Ministro Joseph Mountain.
Como complemento á tática muito bem empreendida contra os Hospitais, Joseph resolveu achar mais um grande culpado pela situação em que se encontrava a saúde do reino.
Com o sucateamento da tabela do SUS, congelada por vários anos, para consultas e procedimentos médicos, o que obriga os profissionais de saúde a acumularem vários empregos para manterem um certo padrão de vida, já que o preço do procedimento profissional era de dois reais e quarenta centavos, Mountain resolveu investigar a vida dos profissionais, ladrões e facínoras em potencial, com a artimanha de mandar cartas aos pacientes e solicitando que estes denunciassem os “bandidos” da máfia de branco.
Realmente, um profissional que trabalha com uma arma terrível como o bisturi, e se aproveita de que a vítima está anestesiada para causar graves e profundas lesões corporais, além de se utilizar de drogas capazes de matar, é um bandido em potencial. O fato de exercer essas ações para tentar salvar vidas é de somenos importância, apenas um pequeno detalhe.
Pois bem, partindo do pressuposto que os médicos eram as verdadeiras sanguessugas do erário público, capazes de, qual fossem morcegos hematófagos, sangrarem a exaustão o tão bem protegido e cuidado, dinheiro público, vemos que tinha suas razoes.
Pena que a idéia não prosperou, imaginemos um disk denúncia para professores que não dessem a nota que os pais imaginassem que seus filhos merecessem, um disk denúncia para advogados que não conseguissem ganhar causas, para jogadores de futebol que perdessem pênaltis, para donas de casa que deixassem queimar o arroz, para policiais que não prendessem o ladrão.
De Ministros que não conseguissem resolver os problemas ligados à sua pasta, de juizes de futebol que “roubassem” do meu time, de prostitutas que não dessem o prazer prometido, de maridos e mulheres que não funcionassem a contento, e por aí adiante...
Agora, a idéia mais fantástica seria um disk denúncia para políticos que não cumprissem os compromissos de campanha ou que inaugurassem obras inacabadas, que desviassem dinheiro público, que praticassem nepotismo, que contratassem funcionários sem concurso, baseados simplesmente em fatores eleitoreiros.
Políticos que se utilizassem de influência para ganhar licitações, para conseguir tirar presos da cadeia, de utilizarem veículos públicos para proveito próprio, etc...
É, acho que, nesse caso, as linhas disponíveis para o disk denúncia político, teriam teias de aranha, de tão poucas denúncias haveria...

Tucanolândia capítulo 9 - de como não transferir verbas e transferir a culpa


No reinado da Tucanolândia, o sistema de saúde passava por um momento ímpar: com o plano real, um plano econômico muito bem feito pelo Rei Topete primeiro, a inflação estava quase que totalmente zerada.
Mas, o real que estava equivalendo-se, no início, ao dólar, teve uma desvalorização de mais de cinqüenta por cento, sendo que o salário mínimo tinha tido um crescimento parecido. Tudo em Tucanolândia aumentava de preço, menos a tabela do SUS.
Esta estava congelada desde o início do plano real, embora a inflação e os custos de manutenção dos hospitais aumentavam a cada dia.
Joseph Mountain, em uma brilhante jogada de mídia, ao invés de aumentar a remuneração, tanto de médicos quanto dos prestadores de serviço, teve uma brilhante idéia.
Esquivando-se da responsabilidade sobre a piora da situação da saúde pública, imaginou uma jogada genial:
Passou a ranquear os hospitais, conforme pesquisa feita com os pacientes.
Estes, longe da realidade que afligia os hospitais, passaram a ter a percepção de que, quem era responsável pela má qualidade não era o Ministério da Saúde que, na verdade, estrangulava economicamente os prestadores de serviço, mas sim estes, os estrangulados...
Com essa fantástica jogada de Marketing, vimos os profissionais de saúde expostos a uma cruel “realidade”.
Eram eles, e somente eles, os culpados pelos maus serviços prestados.
Em última análise, tivemos uma situação extremamente “confortável” para quem atuava, inclusive este que vos fala, na saúde pública ou credenciada.
A remuneração de uma consulta médica, passou de dois reais e quarenta centavo, num salário mínimo de sessenta e oito reais, para dois reais e quarenta centavos num salário de mais de cem.
Desta forma, extremamente inteligente, Joseph Mountain passou para a população que os médicos e hospitais eram os verdadeiros culpados de faltarem medicamentos, e condições de atendimento.
Essa foi mais uma genial jogada de marketing político de Joseph, idéia que nem os marqueteiros mais geniais poderiam sacar.
Em tempo, os hospitais mais ricos, aqueles que não dependiam do SUS, passaram a ter propaganda gratuita do Ministério da Saúde; já os mais pobres, cuja renda era quase estritamente oriunda do SUS, foram os verdadeiros vilões da má gerência da saúde pública.

Thursday, July 13, 2006

Das cotas e das discriminações

Temos visto, nos últimos dias, um aprofundamento sobre os sistemas de cotas nas Universidades.
O aspecto que se discute é com relação à utilização do fator racial enquanto fator preponderante para essa cotização.
Discordo, profundamente, de tal parâmetro para se analisar o benéfico sistema.
Vivemos num país onde, historicamente, os negros foram alijados da participação a qual teriam direito tanto na colonização quanto na distribuição de terras e de benefícios, desde a abolição da escravatura.
Obviamente essa discriminação, chegada ao extremo de se colonizar as novas terras com imigrantes vitimizados por períodos de crises econômicas nos seus países de origem em detrimento da gigantesca população negra e mestiça que havia no Brasil, nessa época, é uma das maiores mazelas e dívidas do Brasil com a população negra.
Pior, muito pior é a situação dos descendentes dos indígenas, alijados e mortos em suas próprias nações.
Até aí, tudo bem, concordo plenamente que é importante e urgente se fazer tal resgate, mas há um aspecto que não podemos negar: a experiência feita nos Estados Unidos não cabe no Brasil, onde temos uma realidade muito diversa.
Partindo-se do pressuposto que lá havia uma política oficial de discriminação e segregação, a população negra enfrentava não somente das injustiças indiretamente relacionadas como, também, de uma segregação oficial e odiosa.
Se nos lembrarmos de Malcom X e Luther King, veremos que há grandes diferenças entre o momento histórico e as motivações entre esses e Ganga Zumba, por exemplo.
A escola pública foi sucateada e destruída pelas décadas de desgovernos e políticas elitistas com relação à educação, isso é inegável.
Sou de um tempo onde se havia uma escola pública não somente de bom nível, como também extremamente desejada pela classe média e, nas cidades pequenas, pela própria elite dominante, branca, mestiça ou negra.
O início de uma revolução com relação à qualidade do ensino público, é uma verdade alentadora, com a melhoria, tanto das condições físicas, quanto técnicas, a partir da implantação das Leis das Diretrizes Básicas do saudoso Darcy Ribeiro.
Obviamente, isso demandará tempo para que surta o efeito desejado.
E, nesse meio tempo, e tão somente nesse meio tempo, defendo exaustivamente a política de cotas para os ESTUDANTES DO ENSINO PÚBLICO, associados a uma análise sócio-econômica já que, nas cidades pequenas, em muitas delas, somente temos o ensino público, tanto para as elites quanto para o proletariado.
Até porque, temos a possibilidade de alguns cursarem a escola pública num período e, no outro, fazerem seus cursos pré-vestibulares particulares.
Não vejo a defesa dessa tese, como uma idéia racista ou não. Não consigo conceber que a raça, ainda mais num país onde temos tantos matizes e raças quanto possíveis, possa ser critério justo de seleção para preenchimento de cotas.
Outra coisa que me deixa preocupado é com relação aos critérios utilizados para se distinguir o que é negro ou afro descendente e o que não é; pelos critérios norte-americanos, a alva e loura cantora Mariah Carey é tida como negra, embora isso seja, fenotipicamente e geneticamente, de uma absurda heresia.
O branco, neto de negros ou de brancos é, pela genética, recessivo em todos os quatro genes que dão à tonalidade da pele.
Corremos o risco de criarmos os branco-negros, e os branco-brancos, coisa tão absurda quanto indecente.
Cursei a minha faculdade na UFRJ, uma das poucas em que poderia estudar, filho de professores de ensino médio e fundamental, já que não dispunha de dinheiro e o crédito educativo era uma figura de retórica no longínquo 1980.
Minha esposa, Rita de Cássia, filha de lavradores, branca na tez, trabalhava durante o dia numa Escola para, depois de viajar mais de cinqüenta quilômetros, cursar pedagogia em uma faculdade particular.
Isso não é o ideal, longe disso, mas sinto que, se mantivermos a cotização racial, exemplos como o de Rita terão que ser repetidos no dia a dia, sem a esperança da justiça que, somente ela, igualará os seres humanos.
Estudamos, eu e Rita, em escolas públicas, com dez anos de espaço entre a minha época e a dela, em realidades diversas, eu em Muriaé, cidade do interior de Minas, com seus cem mil habitantes, e ela num distrito de Ibitirama, Santa Martha, nos grotões capixabas.
Outra coisa que precisa ser avaliada é a infeliz idéia do Senador Paulo Paim, a da proibição de se matricular nas Universidades Federais quem tiver condições econômicas de pagar um curso superior.
Discriminação de um lado e do outro não levam a lugar nenhum.
Como, via de regra, as Universidades públicas são tidas como a excelência do ensino superior no país, essa atitude coibiria alguns dos melhores alunos, tanto pobres quanto ricos, de estudarem nestes centros.
Uma idéia que poderia ser analisada seria a de implantarmos centros de estímulo a crianças superdotadas, com o incentivo governamental para que essas, independente da origem social, tenham o desenvolvimento de suas genialidades estimuladas.
Tal experiência já existe em alguns países e, mesmo no Brasil, como as APAEs.
Qualquer atitude em relação à cotização deve ser analisada sob o parâmetro socioeconômico e por tempo determinado, o tempo necessário para se elevar a qualidade do ensino público.
Concordo com Cristovam Buarque quando afirma que esse deverá ser um compromisso entre todos os políticos brasileiros, pois a educação, assim como a saúde e a segurança pública são os bens primordiais de qualquer povo, assim como o alicerce para se formar uma nova sociedade mais justa.

De um caipira, de um peão, do brilho da esperança

Perdão minha Mãe, perdão...
Eu sou um ignorante, sou filho da vida difícil na roça, filho de peão, irmão de peão e pai de futuro peão.
A vida me deu pouco, meu pai foi embora no primeiro rodeio que passou na cidadezinha, meu pai, José, como tantos, um homem forte, mas distante, dele sei que tenho os olhos, os olhos de meu pai.
Tanto tempo distante de tudo, correndo atrás do meu ganha pão, ajudando minha mãe, Maria, Maria Aparecida.
Meus irmãos, filhos de outros pais, filhos da mesma Maria, triste sina.
Na vida, a enxada como caneta, a terra foi o meu caderno, e o suor, a tinta que me ensinou a ler e escrever na sina palavras simples e doídas, como solidão, medo e desesperança.
Aos dez anos, as mãos calejadas, os olhos tristes, olhos de José, o peão, tive vontade de sumir, fugir para outro lugar, longe de Maria, pobre Maria.
Não suportava mais as lágrimas esculpindo as rugas no rosto tão bonito de minha mãe.
Minha mãe, fugindo, percorrendo outras terras, de outros tantos coronéis e de outras serras e montanhas.
Filho de peão, peão sou, como meu pai, hábil peão, poucos me suplantaram na vida, poucos peões como eu, no enxadrezado da vida, dominando os cavalos, tentando dar xeque mate na desilusão.
Vencido por uma dama, doce dama, minha Maria, das Graças, dei graças pelo gracioso presente dado a mim por meu Pai, soberano Pai.
Mas, seguindo o roteiro da vida, o que era doce, foi-se com a doce Graças, desgraçada pelo amor de um Padre, levada para nunca mais, na sela de um cavalo, roubada pelo Bispo que me tirou o sonho, deixando o filho, mais um peão...
Ganhei dinheiro com as vaquejadas, fiz minhas economias, comprei terras, construí meus castelos com as Torres, fortalezas...
Fortaleza, de Fortaleza veio o companheiro, desleal e ladrão.
O castelo e suas torres destruídos, sobrando somente, as ruínas.
A morte seria a solução, o mergulhar no vazio, o salto no espaço, minha sina, caipira sina de um peão, peão mineiro, caipira mineiro.
Mas, ontem me lembrei de ti, Mãe, minha Mãe, Aparecida, tanto quanto Maria, a que me colocou nesse mundo, Maria Aparecida, perdida no tempo, Mãe Aparecida, estou aqui.
Minha oração é a minha vida, a única que sei. A sina da escuridão de uma vida sem sentido, onde mina somente a dor, a dor de outrora e de sempre, a dor desse caipira, de Pirapora, que quer Teu perdão e Tua luz.
Trago-te as mãos vazias e o peito sangrante, mas ainda tenho meus olhos, os olhos de um peão perdido há tempos, os olhos de meu pai e que meu filho herdou, num último brilho de esperança.

Tucanolândia capítulo 8 - Bom para otário, genericamente falando...

Havia no reino da tucanolândia, uma verdadeira máfia formada por alguns laboratórios ligados principalmente a produção de medicamentos de fundo de quintal, remédios similares aos produzidos por grandes laboratórios. Tinham um custo de produção menor, sem investimentos em pesquisas e qualidade na produção.
Esses medicamentos apresentavam uma característica de comercialização ímpar.
Eram chamados de “bonificados”, pois a venda destes produtos para as farmácias era associada ao fornecimento de vantagens para os donos destes estabelecimentos comerciais.
Na gíria farmacêutica, esses produtos bonificados eram chamados de BOs ou seja “bons para otários”.
Por exemplo, se você vendesse um BO, ganhava outro de brinde, ou tinha descontos gigantescos na compra de outro tipo de produto do mesmo laboratório, tipo “antigripais”, “pastilhas para garganta”, remédios para o “fígado”, etc.
Como para Joseph Mountain, famoso ministro da saúde de Tucanolândia, o que importava era a propaganda a qualquer custo fazendo um lobby tão perfeito e com uma exploração midiática muito bem feita que lhe deu até premiação no exterior, bem merecida como estamos vendo, este resolveu fazer do limão, a limonada.
Como o nome “bom para otário” ficaria muito pesado e, buscando uma forma genérica que desse bom resultado, teve a brilhante idéia de criar os Genéricos, nada mais nada menos do que os BOs disfarçados...
A base de bajulação e puxação de saco do governo da Tucanolândia, formada, em sua maioria por quem teve acesso direta ou indiretamente às benesses do Governo Fernando Henrique Caudaloso nas privatizações “heróicas” que, segundo alguns boçais “salvaram” o país e livraram o povo da “difícil” carga de possuir bens de consumo ou de serviços, já que para a mentecapta gente que assim pensa, o Estado não pode possuir nada, sendo mais difícil entender que uma empresa bem administrada pode dar lucro, sendo ou não estatal, mas isso é outro assunto; voltemos aos “Genéricos”.
Pois bem, a partir de atitudes como essa, Joseph passou a se considerar “The best”.
E a base de bajulação aplaudiu mais esse ato genial – oficializar o ‘Bom para otário” como se fosse uma grande idéia.
os laboratórios de fundo de quintal se assanharam tanto que passaram a comandar as listas de lucratividade no setor.
Ah, sem esquecer-se de que, nunca na história do reino, se falsificou tantos medicamentos como naquele tempo...

Wednesday, July 12, 2006

Oração a São IVO


Oração a São Ivo
Faça meu São Ivo, que Jesus meu Senhor ouça minha preces
Dê-me cautela na comida e na bebida
Diligencia e honestidade no trabalho
Firmeza nas minha boas intenções
Faça minha consciência limpa
Minha conduta sem falta
Minha vida bem ordenada
Ponha-me em guarda contra as fraquezas humanas
Faça-me sempre alegre com o meu amor á você
Meu Santo Ivo e ao Nosso Senhor Jesus
Faça me guardar Sua Lei
E seu exemplo
E venha a mim para me salvar
Ensine-me que este mundo é passageiro
Que o verdadeiro futuro está no céu
Que a vida na terra é curta e rápida
Que a vida depois da morte é a eterna
Ajuda-me a preparar-me para a morte
Com o devido temor do julgamento
Mas com a confiança na sua bondade
Esteja, São Ivo, á cabeceira de minha
Cama na minha agonia e
Conduza-me a uma boa morte e
A Salvação eterna
E á interminável alegria do Céu.
Consiga isto com os seus merecimentos
Através de Nosso Senhor Jesus Cristo
Amem

Que São Ivo proteja-nos dos maus advogados, sobretudo.
Que não deixe que a justiça abandone os pobres e os sem força.
Que não permita que os seus afilhados se prostituam ao crime organizado.
Que faça da advocacia uma profissão nobre, onde a sede de justiça prevaleça.
Que não deixe os seus glorificarem os dedos duros, em prol de interesses próprios.
Que faça com que os seus afilhados tenham a verdade como primeira e única meta.
Que não deixem nunca que a ganância deturpe a função para a qual vieram a Terra.
Que o sentimento de honradez seja o norte de suas vidas.
Que resistam à tentação de se prostituírem por dinheiro vil e pelo sangue de tantos.
Que não coadunem com o crime organizado, sendo fiéis servidores de Satã travestido nos Marcolas da vida.
Que não facilitem a entrada de drogas, celulares e afins nas penitenciárias.
Que seus órgãos de representação, sindicatos e ordens, não se sintam onipotentes no julgamento de seus colegas, criando verdadeiros “territórios de reserva” para os mais antigos.
Que não permita que seus afilhados extrapolem a função democrática e honrada para que vieram à Terra.
Que não se permita a utilização de manobras para se adiar a justiça.
Que não pré julguem nem façam afirmações sem provas.
Que não deixem a população com o amargo gosto da falta de justiça e de defesa.
Que não olhem para quem antes de julgar o quê.
Que, se não forem capazes da bondade divina que, pelo menos não sejam incapazes de cooperar com a justiça dos homens.
Que não sejam co autores dos crimes contra os mais fracos e desvalidos.
Que não façam da delação sem provas, ato de heroísmo.
Que não se deixem prostituir pela ganância, em todos os sentidos.
Que não sejam cúmplices de criminosos, de espécie alguma.
Que sejam, enfim, paradigma da justiça e do direito, sem serem os abutres que sangram os mais indefesos nem o sustentáculo dos poderosos, somente pelo fato desses o serem.
São Ivo, protegei os advogados, mas ajudai a nos proteger deles...

A próxima vítima

A situação dos presídios no país é extremamente grave, sendo a geradora de todos os problemas que temos visto nos últimos dias.

Quando a gente vê as condições subumanas a que estão estão sendo submetidos brasileiros nos presídios, principalmente no Estado de São Paulo, podemos observar as causas da gênese e da manutenção e piora da situação gravíssima em que se encontra a segurança pública no país, mormente em São Paulo, aonde chegou ao limite máximo.

Ao se falar em população carcerária, temos que ter em mente que não há somente “bandidos” nas celas. É notória a situação da justiça do Brasil, onde quem não pode contar com uma defesa de boa qualidade, quase sempre acaba sendo condenado.

Observa-se que, nas penitenciárias, não existem separações entre os diversos tipos de criminosos. Um simples ladrão de galinhas convive com presos de altíssima periculosidade, e se tornam reféns desses.

Muitas das vezes, cometendo crimes sob ameaça dos verdadeiros chefes de gangs.

A superlotação penitenciária, com o tratamento imposto aos presos, nos dá uma idéia de inferno, de degradação humana levada às últimas conseqüências.

Tal fato é temerário, partindo-se do pressuposto de que não há um ser humano totalmente imune a erros pessoais ou acusações infundadas, podendo se tornar uma vítima desse sistema totalmente obsoleto e cruel.

Todos os que tentam defender a dignidade do ser humano são tratados pejorativamente como “defensores dos direitos dos bandidos”, como se quem defende o tratamento digno a um ser humano fosse bandido também.

Quando vemos alguns imbecis propagarem absurdos como “bandido bom é bandido morto”, defendendo a ação de grupos de extermínio dentro e fora de penitenciárias, percebemos a que nível chegamos.

Partindo do pressuposto de que somente pobre e sem condições de defesa, podemos considerar então que “pobre que cometeu crime bom, independente do crime cometido, é pobre morto”.

A separação de presos em celas, com o mínimo de tratamento digno, e o afastamento dos criminosos de alta periculosidade dos outros é extremamente necessária e urgente.

Colocar quarenta, cinqüenta pessoas onde cabem no máximo vinte, misturando traficantes com assassinos, ladrões e apenados por toda a sorte de crimes, é misturar joio e trigo, contaminando o trigo e destruindo a possibilidade de recuperação.

Colocando a mão na consciência, nós todos somos culpados e vítimas em potencial deste estado de coisas que está ocorrendo hoje.

A formação de grupos e facções coordenadas é proporcionada por alguns fatores óbvios.

Essa mistura faz com que bandidos mais perigosos, no uso de seu poder dentro e fora dos presídios, ameacem e dominem os mais indefesos, geralmente os que apresentam menor risco para a sociedade.

A falta de atividades, como o trabalho, e a permissividade obtida por “favores” econômicos, com a utilização das propinas que dão direito aos mais poderosos, ao uso de drogas, sexo, uso de telefones celulares, etc., faz com que se possibilite a organização de grupos com poderes absurdos.

A existência do PCC se deve basicamente a esses motivos, aliados à corrupção e a ineficiência do Estado, explicitada durante esta semana, na revolta que atingiu o Presídio de Araraquara.

As imagens de presos colocados ao relento, com doentes entre eles, e sob um risco iminente de epidemias, entre outras coisas, como a alimentação de baixíssima qualidade, o fato de se chumbar o portão, como se fossem feras, demonstram o tipo de relação entre os administradores da custódia e os que estão sob essa mesma custódia.

Não defendo mordomias, muito pelo contrário, defendo sim a dignificação do sistema prisional como um todo; já que ninguém pode se dizer imune aos erros, como já disse.

O trabalho de recuperação desse sistema, com a separação de criminosos pela periculosidade; o trabalho e as atividades produtivas, a utilização de celas mais habitáveis e a total percepção de que toda forma de corrupção dentro das cadeias seja coibida violentamente, é a única saída, em médio prazo para se conter esse problema.

Uma polícia melhor preparada, com vencimentos mais dignos e treinamento mais aprofundado, é urgente e deve ser feito paralelamente aos outros tópicos.

Quando se tem um policial, como no estado de São Paulo, com salários absurdamente baixos, além de se estimular a corrupção e o subemprego, se desestimula a preparação deste para a função que exerce, tão nobre quanto às outras que são base para uma sociedade melhor, como o magistério e a saúde.

Neste caos absoluto, nada mais surpreendente que o Governador de São Paulo afirmar que as forças de segurança paulista bastam para conter essa onda que se observa novamente no Estado.

Se as forças de segurança são as vítimas e não conseguem reagir à altura, nem agora nem antes, como elas estão preparadas?

A ação a ser tomada é obrigação de toda sociedade, pois ela mesma é algoz e vítima, tanto dos bandidos quanto de um Estado absurdamente despreparado para isso, em pleno século 21, vivenciando problemas que os franceses resolveram no século 19, portanto com duzentos anos de atraso.

Quem leu “Os Miseráveis” sabe do que estou falando.

Devemos agir com presteza, sob pena de termos, dentro de alguns anos, não somente uma mas dezenas de PCCs, emergindo em cada unidade da Federação.

Se não fizermos alguma coisa rapidamente, seremos “a próxima vítima” dentro ou fora das grades.

Te rever

Mulher da minha vida, meus sonhos são teus, teus e somente teus.
Sempre procurei por ti, em todos os lugares, todos os momentos, achei que nunca iria te encontrar.
Mas Deus, num momento de bênção, me permitiu te conhecer, numa alegria incontida, me dando o êxtase do nirvana.
Tive-te, mais que isso, fui teu, somente teu, eternamente teu.
Mas, um dia, me deixaste, resgatada pelo mesmo Deus que me permitiu te ter.
A vida passou a não ter mais sentido, nenhum sentido, nenhum prazer, vazia.
A minha esperança é te ter mais uma vez, somente mais uma vez, última vez.
Bem sei que isso é impossível, vives somente nas lembranças e nas fotos, amareladas pelo tempo, guardadas como relíquia na gaveta do quarto; remexidas sempre que me recordo de teus olhos.
Olhos que daria tudo para rever, nem que fosse por um segundo, mais uma vez.
Bem sei que estás no Céu, o anjo mais belo e doce que poderia haver, meu anjo, enfeitando o que se permite pensar ser o Paraíso.
Hoje sonhei contigo, aliás, aprendi a sonhar quando te conheci. Antes a vida transcorria sem sentido, como agora... Agora não, pelo menos tenho a esperança de te ver.
Ou melhor, queria te ver, mas não queria que me visses, as marcas da dor e do tempo são profundas.
Minhas rugas deformaram o rosto, meus cabelos fartos, hoje são tão poucos.
A antiga chama nos meus olhos se embaçaram. Não quero que me vejas, simples sombra do que fui e perdi, desde que foste embora.
Mas Deus, meu Deus, me permita vê-la pela última vez.
A luta diária que travo contra o desejo louco de me encontrar com meu anjo é tão cruel que penso em desistir.
Mas sei que assim talvez nunca mais a veja, talvez assim eu me perca do meu grande e único amor.
Amor, amor, anjo, céus e Deus...
Desculpe-me se, às vezes, reclamo tanto de Ti, Senhor.
Bem sei que a flor me deste e depois tomaste, é a mais bela do Seu jardim.
Antes, deveria te agradecer, mas por favor, imploro-te esse último desejo.
Quero somente vê-la mais uma vez, uma única e última vez...

Tucanolândia - capítulo 7 - Do dengo e da cólera




Um dos principais nomes do reinado de Fernando Henrique Caudaloso era o do seu genial ministro da saúde Joseph Mountain; famoso economista que, quando criança, se apaixonara pelo Almanaque do Biotônico Scott, conhecidíssimo em Tucanolândia como um dos maiores compêndios de medicina popular.
Joseph tanto lera o dito almanaque que se considerava um expert em saúde.
Pena que o vestibular para medicina era mais difícil, por isso se tornara economista.
Grande perda para a saúde de Tucanolândia, que já contava com vários grandes especialistas, como Toninho Bondadeza e Geraldo Aidimin, cujos trabalhos publicados no mundo inteiro, enchiam de orgulho a ciência do reinado.
Mountain pode demonstrar sua sapiência sobre o assunto no programa de televisão Show do Mouse, conhecido apresentador de TV que tinha como ponto forte a assistência social, distribuindo testes de paternidade para a população mais carente, ao responder sobre a epidemia “da” cólera e sobre “o” diabetes, sugerindo que se fervesse a água a sessenta graus.
Mouse tentando corrigi-lo disse que a água fervia a noventa graus, ao que, dentro de toda a sua capacidade, Mountain respondeu que “quem fervia a noventa graus era o ângulo reto”.
O reino da Tucanolândia estava passando por turbulências econômicas, quando o rei Fernando Henrique Caudaloso resolveu cortar os empréstimos às estatais e autarquias responsáveis pelo saneamento básico; pois tinha, como vimos anteriormente, um salutar apreço pelo dinheiro público.
As estatais, como vimos, somente serviam para atrapalhar, então era melhor sucateá-las, reformá-las e, depois, vender. Esse jeito de governar já tinha surtido efeito nos casos da Telefonia e da produção mineral, porque não iria dar certo na saúde?
Mountain aplaudiu a medida, sábia medida.
Mas, como Deus era tucanolandês, mas estava de folga naqueles dias, não é que, por falta de saneamento, começaram a aparecer várias epidemias no reinado. Até doenças como o Tifo e o Cólera que estavam desaparecidas de há muito ressurgiram...
A dengue, explicada depois ao Ministro Joseph que não significava preguiça, mas uma doença causada pela picada de inseto, assim como a leishmaniose visceral, começou a ter alguns casos notificados.
Joseph, querendo saber mais sobre a doença e esclarecer à população sobre quem era ou o que era o dengo – dengo não! Dengue!, resolveu iniciar uma campanha de esclarecimento.
Pois bem, o caso era de esclarecimento mas, como diria Osvaldo Cruz, também de ação direta, com agentes esclarecendo e atuando com a população.
Mas, Joseph, confiante que o povo lia também o Biotônico Scott, como “só” tinha 85 milhões de reais, gastou 82 com a propaganda e três com os agentes.
Propaganda muita, ação pouca, moral da história: somente num dos estados do reino da Tucanolândia, tivemos em quatro meses, duzentos mil casos com “apenas” sessenta e três mortes.
Ah, em tempo, depois de algum tempo, o rei Fernando Henrique Caudaloso amante da medicina preventiva, como vimos acima, resolveu investir num programa cubano de saúde pública, maravilhoso, mas feito de maneira digamos, um pouco eleitoreira, mas isso é outra história.
Quanto a Joseph, falaremos dele mais tarde, mas isso são outros quinhentos...

INTERVENÇÃO JÁ.

SÃO PAULO - O governador Cláudio Lembo adiantou, na tarde desta segunda-feira, 10, que não aceitará ajuda de tropas federais para controlar a situação nos presídios e combater o crime organizado. "Sou grato ao presidente Lula e já aceitei ajuda de logística e informações, mas não quero força federal em São Paulo", declarou Lembo, em entrevista à Rádio Eldorado.
O governador ainda não recebeu proposta formal do ministro da Justiça, Márcio Thomas Bastos. "Não é uma posição de vaidade, mas de realismo administrativo. Se nós preservarmos a nossa Polícia Militar e a Polícia Civil, tudo vai bem. Qualquer interferência externa vai criar entropia", argumentou.
O governador afirmou que a Tropa Nacional é absolutamente desnecessária e que o Estado tem o controle da situação. "O que precisamos é de informação, porque, às vezes, o crime organizado é mais informado que a própria autoridade", disse Lembo. Ele contou que está fazendo reuniões para troca de informações com secretarias de segurança pública do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Quanto à situação dos presos em Araraquara, o governador acredita que tudo deva voltar ao normal depois da reforma, que deve durar seis meses. "Estamos tentando deslocar presos para outras penitenciárias, mas estamos tendo dificuldades para encontrar vagas." Lembo garantiu que os presos estão recebendo o mínimo para sobrevivência.
No início da noite, Lembo recebeu o senador Eduardo Suplicy para discutir as reivindicações dos presos e dos agentes penitenciários de Araraquara. (Colaborou Camila Tuchlinski)
11 -07 -06
Criminosos promovem 38 ataques em 11 horas em São Paulo
Criminosos promoveram, entre a noite de terça-feira (11) e a manhã desta quarta, ao menos 38 ataques em São Paulo, segundo balanço divulgado pelo governo Estadual. Os números se referem a ocorrências registradas das 20h às 7h e não incluem os ônibus queimados na capital, Grande São Paulo e litoral.De acordo com o balanço, quatro pessoas foram mortas no período. De acordo com informações da polícia, o número pode aumentar.Na zona norte de São Paulo, homens armados balearam o soldado Odair José Lorenzi, 29, na frente de sua casa, na favela do Boi Malhado, na Vila Nova Cachoeirinha, por volta da 0h10. A irmã do policial, Rita de Cássia Lorenzi, 39, saiu à janela após ouvir os disparos e também foi baleada. Ambos morreram.No Guarujá (litoral), três vigilantes foram mortos desde a noite de ontem. Um deles trabalhava no IML (Instituto Médico Legal), localizado no bairro de Morrinhos. Ele foi baleado ao atender a porta para os criminosos, que fugiram em bicicletas.Meia hora depois, um grupo de homens pulou o muro de um centro comunitário do mesmo bairro e matou outro vigilante a tiros. As duas vítimas trabalhavam para a empresa de segurança GP.Por volta das 5h, um grupo matou com um tiro no rosto o vigia da linha férrea, localizado na avenida Thiago Ferreira. Até as 8h, o corpo permanecia no local.Em São Vicente (litoral), o filho de um investigador da Polícia Civil foi baleado na noite de ontem e morreu no hospital.Na manhã desta quarta, um policial militar à paisana foi ferido a tiros na zona norte de São Paulo. Por volta das 11h30, ainda não havia detalhes sobre o caso.AtaquesOs novos ataques ocorreram após a prisão de Emivaldo Silva Santos, 30, o BH, acusado de ser o "general" do PCC na região do ABC. Ele foi preso no início da noite de terça, na rodovia Imigrantes, em uma operação conjunta das polícias Civil e Militar. Há suspeitas de que a prisão tenha motivado os crimes.Ao contrário da ação promovida em maio e atribuída à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), os ataques desta quarta --os maiores desde então-- atingiram também dois supermercados, lojas de carros e agências bancárias. Ônibus foram incendiados.Por volta das 3h, os criminosos atiraram e jogaram uma bomba incendiária contra um supermercado na rede Compre Bem na rua Condessa de São Joaquim, região da Bela Vista (centro de São Paulo). O artefato não explodiu, mas o fogo atingiu jornais próximos à entrada da loja.Segundo policiais militares da 1ª Cia do 11º Batalhão, bilhetes em folhas de papel sulfite foram deixados na entrada do supermercado, com recados: "contra a opressão carcerária".Em Higienópolis (também região central), criminosos atiraram contra um dos supermercados da rede Pão de Açúcar na rua Maria Antônia.ÔnibusÔnibus foram atacados, em diferentes pontos do Estado.Em Santos (85 km da capital), um ônibus da viação Piracicabana foi incendiado à 1h, na avenida Senador Dantas, próximo ao Canal 4. Um grupo de homens armados obrigou o ônibus a parar e ordenou ao motorista, sozinho no momento, que saísse. Em seguida, atearam fogo ao veículo, que foi totalmente destruído.Outros ônibus também foram queimados, dois em Santo André (ABC), um em Ferraz de Vasconcelos (Grande São Paulo) e outros três na região de Pirituba (zona norte de São Paulo).Outros ataquesÀs 0h, uma base da Polícia Militar foi atacada a tiros na praia de Pernambuco, no Guarujá. Ninguém se feriu.Também no Guarujá, atentados atingiram duas lojas de automóveis, no final da noite de terça. Dois carros foram levemente danificados.Segundo os bombeiros, um carro --uma Brasília-- foi incendiado no bairro Santa Rosa. O fogo foi controlado rapidamente.No mesmo horário, dois jovens foram presos acusados de lançarem uma bomba caseira em um caixa 24 horas da avenida Ademar de Barros.A sede da 2º Distrito Policial de Suzano (região metropolitana), localizada na avenida Francisco Marengo, no bairro Miguel Baldra, foi metralhada por volta das 3h desta terça-feira. Aproximadamente 15 tiros atingiram as paredes da delegacia. O prédio estava vazio, já que não funciona no período noturno.Duas bases da Guarda Civil Metropolitana, na zona leste de São Paulo, também foram alvo de ataques. Um grupo de homens armados, em quatro carros, disparou tiros contra a sede do Comando Leste da GCM, na rua dos Têxteis, em Cidade Tirandentes, por volta das 2h20.Uma hora depois, o mesmo grupo disparou mais de 20 tiros contra outra base dos guardas, na praça Getúlio Vargas, em Guainazes. Segundo a GCM, na mesma área os criminosos roubaram cinco táxis para despistar a polícia e realizar novos ataques.Os criminosos também atingiram duas bases da Polícia Militar. Na Praça Rotary, em Santa Cecília (região central da capital), os tiros não chegaram a atingir a base. Já uma base móvel da PM, na rua Flavio Américo Maurano, no Morumbi (zona oeste), foi atingida pelos tiros.MaioNa maior série de atentados promovida pelo PCC, entre 12 e 19 de maio, o PCC promoveu uma onda de rebeliões que atingiu 82 unidades do sistema penitenciário paulista e realizou 299 ataques, incluindo incêndios a ônibus.Na ocasião, a onda de violência seria uma resposta à decisão do governo estadual de isolar líderes da facção criminosa em prisões.A partir de 28 de junho, os atentados passaram a atingir também agentes penitenciários. Desde então, cinco agentes penitenciários e um carcereiro foram mortos. Outros dois agentes sofreram tentativas de homicídio. Ontem, o filho de um agente foi morto na zona sul de São Paulo.
Governador recusa ajuda de tropas federais em São Paulo
"Sou grato ao presidente Lula e já aceitei ajuda de logística e informações, mas não quero força federal em São Paulo", declarou Cláudio Lembo
Camila Rigi


Essas duas notícias demonstram que há uma urgência absoluta de uma intervenção federal no Estado de São Paulo.
Não cabe outra solução, sob o risco de se transformar o estado mais rico do país num novo Iraque. As justificativas de que o Estado tem condições de resolver sozinho os seus problemas de Segurança Pública não têm mais embasamento.
O Governo Estadual se mostra inoperante desde o começo da crise, a bem da verdade, bem antes dela. Desde a formação do PCC, passando pela crise nas FEBEMs e pelas denúncias de conivência das secretarias ligadas à segurança e aos presídios, a partir do fato de que há fortes indícios de que foram avisadas e negociaram para que houvesse o término da primeira etapa desses ataques.
A estrutura do PCC se aproxima da Máfia, com penetração em todos os níveis da estrutura de poder paulista. Passando por um bem montado esquema de distribuição de poder, inclusive com ações coordenadas e bem feitas.
O embrião deste esquema surge com as rebeliões do começo dessa década, tendo tido a vergonhosa ausência de resposta séria pelo governo paulista.
A cada dia, percebemos que a ineficiência deste estado, e sua ação, no mínimo suspeita, por total falta de atitude, sendo omisso em todos os níveis, é a principal fomentadora dessa situação insustentável.
Quando Cláudio Lembo diz que não precisa de ajuda federal, tenta, de qualquer modo, evitar que se respingue a crise nos candidatos ligados à coligação ao qual pertence. A possibilidade do Governo Federal, através dos mecanismos que tem, de resolver essa situação, apavora a cúpula tucana e pefelista.
Isso, a bem da verdade, é um verdadeiro crime contra a população paulista.
Essa é a verdadeira vítima, estando a mercê de um Estado fraco e preocupado mais com um desgaste político do que com a segurança e a integridade de sua população.
Vergonha! A cada assassinato, cada vez mais se clama por Vergonha!
Nunca poderia imaginar que a unidade mais importante da nação estivesse abandonada desta forma.
A intervenção federal se torna a única saída para mitigar o sofrimento e a angústia desse povo, abandonado à própria sorte, no fogo cruzado entre o crime organizado e a soberba de autoridades incompetentes desde o nascedouro até a explosão dessa crise sem par na história nacional.
E o povo, refém desse absurdo, não pode fazer nada; a não ser dar uma resposta a essa situação com seu voto. Execrando essa mesma “elite branca” que tomou conta do estado nos últimos doze anos.
No começo da crise, previamente anunciada e avisada ao poder público, tivemos o assassinato em série de policiais, somente cessando, ao que tudo indica, com acordos selados entre os grupos rivais, ou seja PCC e Governo Estadual.
A polícia, revoltada, promoveu um Carandiru a céu aberto, com mais de trezentos mortos.
E o Estado, omisso em ambas as situações, se disse capaz de resolver.
Agora, o reinício dos ataques demonstra o quanto o DESGOVERNO CRÔNICO QUE SE ABATEU SOBRE SÃO PAULO É CRIMINOSO.
INTERVENÇÃO JÁ!

Tuesday, July 11, 2006

Éramos felizes e não sabíamos - Por Átia Mandarino

Polícia negociou com PCC antes e depois de ataques
Rogério Cassimiro/Folha ImagemA cúpula da polícia de São Paulo não negociou com criminosos só depois de deflagrada a onda de ataques que aterrorizou São Paulo no início de maio. Sentou-se com líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) também antes do agravamento da crise.

Detalhes das duas tentativas de entendimento constam de depoimento que Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, prestou a deputados da CPI do Tráfico de Armas. Acusado de ter ordenado os ataques, Marcola foi ouvido em sessão reservada, no dia 8 de julho, na penitenciária de Presidente Bernardes (SP).

A inquirição foi gravada. Durou quatro horas e 13 minutos. A transcrição ocupa 205 páginas (leia a íntegra
aqui). Marcola contou que, em 12 de maio, dia em que começaram os ataques do PCC, foi levado à presença de Godofredo Bittencourt, diretor do Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado).

Em encontro testemunhado por cerca de 15 autoridades policiais, Godofredo perguntou a Marcola o que poderia ser feito para estancar as rebeliões em presídios e os assassinatos em série de policiais. Àquela altura, só havia duas cadeias rebeladas –Iaras e Araraquara; contavam-se quatro policiais mortos.

Marcola diz ter pedido comida, cobertores e direito a banho de sol para 765 presos que haviam sido transferidos na véspera para uma cadeia de Presidente Vesceslau. Pediu também que fosse mantida a visita do Dia das Mães. Seria no domingo seguinte. E fora cancelada. Atendidas às reivindicações, prometeu interceder pelo fim da violência.
(Leia mais abaixo
Conforme o relato de Marcola à CPI, o diretor do Deic concordou com as exigências. “O dr. (Godofredo) Bittencourt falou pra mim: ‘Concordo com você e vou passar isso pro Nagashi (Furukawa, então secretário de Administração Penitenciária de São Paulo)’. Aí ele ligou pro Nagashi, e o Nagashi falou simplesmente que não iria fazer concessão nenhuma, que não tava ali pra negociar”.

Marcola disse aos deputados que sempre se entendera com Nagashi. Estranhou a “intransigência”. Disse que a transferência dos presos foi interpretada nas cadeias como um “gesto político” do secretário de Administração Penitenciária.

“A gente tem noção política, somos politizados”, disse o líder do PCC. “Então a gente sabe, em determinado momento, se faz uma situação (...) que nem essa transferência do Nagashi. A gente sabia que ali era uma forma de ele dar uma resposta pra sociedade, dizendo ‘ó, tranquei toda uma liderança, isolei todos e tal’, e pronto”.

O relator da CPI, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), perguntou a Marcola se o objetivo do governo paulista teria sido o de “dar uma demonstração de força”. E o criminoso: “Pra promover o (Geraldo) Alckmin (candidato do PSDB à presidência). Certo que o tiro saiu pela culatra. E como! A gente é usado. Ou não é usado?” Marcola não foi contestado por nenhum dos inquiridores.

Dois dias depois da negociação malograda do Deic, a cúpula da polícia paulista dobrou os joelhos. Autoridades policiais voaram, em avião do Estado, da capital paulista para Presidente Bernardes, para onde Marcola fora levado. Estava também a bordo a advogada Iracema Vasciaveo. Reuniram-se com Marcola à noite, na sala da direção do presídio. Àquela altura, havia 52 pessoas mortas e 57 cadeias rebeladas.

Marcola foi instado a se comunicar, pelo celular, com líderes do PCC em outras cadeias, para avisar que não sofrera agressões físicas. Seria a senha para acabar com a onda de ataques. Recusou-se. Mas indicou outra pessoa para falar ao telefone: o preso LH, iniciais de Luiz Henrique, que se encontrava na mesma prisão de Presidente Bernardes. Contou aos membros da CPI que a ligação foi feita. Recusou-se, porém, a informar o nome de quem estava do outro lado da linha).



Realmente, depois de ler isso chego, cada vez mais, à conclusão de que Lula está aliado ao PCC para desmoralizar o pobre governador de São Paulo, pessoa tão simpática e promissora.
Temos visto a que ponto pode chegar um presidente omisso e contumaz associado á grupos como esse PCC.
Não era o PT que estava envolvido com o MST? Não era o PT que recebia dinheiro das Farc e do Sendero Luminoso?
Não foi o PT quem montou o maior esquema de corrupção que já houve nesse país?
Claro que tudo isso é muito grave e deveria ter sido feito o impeachment desse operário “ladrão”, e possibilitar a ascensão ao poder do “anestesista padrão”.
Nossos votos de estima ao querido Geraldo, verdadeiramente, o homem do povo!
Homem carismático, simpático, bonito...
O preferido de onze em cada dez dasluzetes.
Um homem classudo, contagiante, um verdadeiro gentleman.
O PSDB e o PFL são o melhor retrato do nosso povo, formados basicamente por gente simpática, honesta, sem suspeita.
Ficam tentando associar o nosso Geraldo a insegurança paulista. Coisa de gente que não tem a percepção da verdade. Isso é mentira!
Geraldo é um homem de mãos limpas, posso dizer que assépticas.
Afinal, de limpeza quase ninguém pode falar mais que um anestesista.
Homem de boa índole, perfeito nas atitudes, verdadeiro conhecedor das necessidades do nosso povo pobre, extremamente ligado ao querido candidato.
Sabemos o quanto ele conhece os meandros do Brasil, podendo ser reconhecido como um dos maiores brasileiros da história.
Um homem capaz de transformar nosso país, dando continuação ao belo trabalho executado por Fernando Henrique Cardoso. A história demonstrará ao nosso país que esses homens são e serão os nossos heróis.
Ao acabar com a gentalha petista, Geraldo trará, de novo, a dignidade ao ato de Governar.
Poderemos retornar às negociações para a formação da ALCA que, como todos sabemos, será de grande estímulo para a Indústria Nacional.
Com Alckmin, os aposentados e as empregadas domésticas poderão ser tratados com a dignidade que merecem, tanto quanto foram tratados por Fernando Henrique.
O salário mínimo deixará de ser esse salário de fome e retornará aos índices maravilhosos antes do “Sapo Barbudo” assumir.
O nível de criação de empregos voltará aos patamares geniais que tínhamos antes.
Poderemos nos livrar das deficitárias estatais, a começar pela Petrobrás, essa fonte de empregos para os incomPeTentes petralhas.
Poderemos ressurgir, no cenário mundial, como uma potência ascendente, como no governo passado, quando o Brasil estava cada vez mais bem rankeado entre os PIBs do mundo.
Poderemos ter, novamente, os índices de produção energéticas, recordes absolutos, como no tempo do nosso querido José Jorge.
Aliás, teremos, quem sabe, de novo, um intelectual na presidência;
Um homem de branco, um médico, um doutor.
Quem sabe, a partir de GERALDO, a acupuntura poderá ser disseminada no país, barateando os custos do SUS. Afinal, agulhada é mais barato que remédio.
Delicioso ver o crescimento de Geraldo nas pesquisas, o povo sabe o que quer, e vai tirar essa turma do poder.
Que bom podermos ver de novo nos ministérios, o Pimenta da Veiga, o Roberto Blant, entre outros...
Estou extasiada com Geraldo, o Bom, o Digno, o HOMEM.
Votem em Geraldo e iremos, de novo reviver os tempos quando éramos felizes e não sabíamos.

Da necessidade de se fazer um Banco Genético.

Uma das coisas que temos observado, nesses tempo de globalização, é a justa preocupação com as espécies animais e vegetais que estão ameaçadas de extinção.

Essa cruel realidade, a cada dia nos dá notícias de desaparecimento de animais e plantas que vivem na Terra há milhões de anos e isso dá uma dimensão da destruição do homem.

Obviamente, essa extinção tem aspectos naturais, sendo que, independentemente da ação humana, sempre houve o desaparecimento de populações inteiras, chegando à extinção.

Mas, com a tecnologia atual, temos a possibilidade de evitar que isso ocorra.

Nada mais óbvio que, se houver interesse, poderíamos criar bancos genéticos visando à preservação de todas as formas de vida.

O próprio homem, agente da morte, pode ser o agente da sobrevivência.

Cientificamente, a partir da clonagem de animais, tanto machos quanto fêmeas, poderemos preservar qualquer espécie.

Por que não há o interesse que isso seja feito?

A partir do momento em que se rareia uma forma de vida, ela se valoriza no criminoso comércio imoral envolvendo essas espécies.

Quanto mais rara, ou seja, quanto mais se destruir, mais se ganha dinheiro. E a ação do homem, puramente econômica, suplanta os ideais de uma sobrevivência da vida no planeta.

Podemos citar os interesses das superpotências, principalmente os EUA em não ter seus interesses econômicos afetados pelo controle da emissão de poluentes na atmosfera. Como não se consegue deter a destruição dos habitats naturais.

Mas, a formação de uma reserva genética poderia transformar essa realidade, dando a oportunidade de se reerguer verdadeiros santuários ecológicos, permitindo que a vida prevaleça sobre a mesquinhez do ser humano.

Quero crer que isso é, não somente possível, mas também provável.

É uma idéia, somente uma idéia, mas que pode ter resultados positivos.

Aline

Cada vez que vejo alguém acreditar que o amor é o rumo e a base de uma existência, mais me recordo de Aline.
Aline, doce menina, bela mulher, dominadora...
As noites sem Aline foram dolorosas, sem o odor de rosas que exalava, tristes e distantes noites.
Pesadelos diários, insensatez, delícias e delírios. Dos lírios do jardim, Aline foi o mais belo.
Mas, partindo, levou o que restava da casa. O violão calado, o cansaço da vida, a velhice se aproximando, velhice sem Aline.
Ah se eu pudesse não a ter conhecido, talvez ainda iria querer viver.
Mas, o que se apresentou como luz, terminou num incêndio, num terrível incêndio, queimando tudo o que encontrasse, matando todas as esperanças e as alegrias.
Da mesma forma e intensidade que fui feliz, mergulhei no inferno em vida, das dúvidas e do vazio.
O cigarro aceso, o copo de uísque, a sala vazia, o desencanto de amar demais. Morrer de amar demais.
A fossa, a desilusão, partida...
Quero conhecer o mar, distante mar, mergulhar nesse mar de infinitas ondas, que me levariam para a eternidade, sereia distante.
Seria o meu último mergulho, carregando o entulho que a vida me deixou como espólio. A lembrança do rosto de Aline, sorrindo...
O sorriso manso que se transformou na saudade atroz pouco tempo depois.
Tempo, senhor de todos os sentimentos, de todos nós, dos nós desatados ou presos na garganta. Tempo, amigo do esquecimento, não foste fiel comigo.
Nada apagou Aline, nada, nem o tempo...
Aliás, aumentou a cada dia, o vazio deixado, no quarto desarrumado e nunca mais tocado, guardando ainda as marcas de um amor insensato.
De um louco e infeliz mundo que me deixou com o amargo e atroz sabor da saudade.
Em meio aos meus guardados, um pedaço de Aline sobrevive.
Um último pedaço, um mínimo pedaço, mas é Aline.
Quem me dera poder ressuscitar Aline, trazê-la de volta, a partir desse tênue fio, desse fio de esperança, desse fio de vida...
O fio de cabelo de Aline é minha última esperança.
Dele, no milagre da ciência, refazer Aline, minha Aline...
Aline, que o mar levou sereia...

Tucanolândia - capítulo 6 - Sobre como se reforma e se vende uma prestadora de serviços, à moda Tucana

Foi um verdadeiro ato de genialidade e de bom uso do dinheiro público a privatização do sistema de telecomunicações em Tucanolândia. Uma verdadeira sucessão de denúncias e escândalos. Foi uma negociata num jogo de cartas marcadas, inclusive com o nome de FHC citado em inúmeras gravações divulgadas pela imprensa. Vários "grampos" a que a imprensa teve acesso comprovaram o envolvimento de lobistas com autoridades do governo tucano. As fitas mostravam que informações privilegiadas eram repassadas aos "queridinhos" de FHC. O mais grave foi o preço que as empresas estrangeiras e nacionais pagaram pelo sistema Telebrás, cerca de R$ 22 bilhões. O detalhe é que nos dois anos e meio anteriores à "venda", o governo tinha investido na infra-estrutura do setor de telecomunicações mais de R$ 21 bilhões. Pior ainda, o BNDES, nas mãos do tucanato, ainda financiou metade dos R$ 8 bilhões dados como entrada neste meganegócio, em detrimento dos interesses do povo brasileiro. Uma verdadeira rapinagem cometida contra o Brasil e que o governo tucano impediu que fosse investigada. A privatização do sistema Telebrás - assim como da Vale do Rio Doce - foi marcada pela suspeição. Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de FHC e do senador José Serra e ex-diretor da Área Internacional do Banco de Tucanolândia, é acusado de pedir propina de R$ 15 milhões para obter apoio dos fundos de pensão ao consórcio do empresário Benjamin Steinbruch, que levou a Vale, e de ter cobrado R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar. Durante a privatização do sistema Telebrás, grampos no BNDES flagraram conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do BNDES, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do banco Opportunity, que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende.Até FHC entrou na história, autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão dos funcionários do Banco de Tucanolândia. Além de vender o patrimônio público a preço de banana, o governo FHC, por meio do BNDES, destinou cerca de 10 bilhões de reais para socorrer empresas que assumiram o controle de estatais privatizadas. Quem mais levou dinheiro do banco público que deveria financiar o desenvolvimento econômico e social de Tucanolândia foram as teles e as empresas de distribuição, geração e transmissão de energia. Em uma das diversas operações, o BNDES injetou 686,8 milhões de reais na Telemar, assumindo 25% do controle acionário da empresa.

Hoje, em pleno 2006, observamos que houve realmente uma melhora acentuada nos serviços de telecomunicações.
Se observarmos, as empresas ligadas à telefonia são as campeãs em reclamações, demonstrando que valeu muito esse investimento altamente coerente e insuspeito.
Quanto aos amiguinhos de Don Fernando Caudaloso, como todos os outros, saíram impunes.
É claro que tivemos outros probleminhas envolvendo a telefonia na Tucanolândia, inclusive o investimento de cinco milhões de reais em uma empresa, por acaso líder no mercado, com participação acionária nesta. Observa-se que esta mantém um programa de televisão, também líder de audiência no setor.
O que, convenhamos é muito mais escandaloso e com perdas muito mais significativas que o ocorrido no tempo de Fernando Henrique Caudaloso, vulgo FHC, primeiro.

Monday, July 10, 2006

A sombra eterna do passado

Não deveria nunca ter te reencontrado, esse foi meu maior engodo. A menina desengonçada, correndo com as pernas tortas pela casa a fora, não existe mais.
Lembro-me quando olhavas para mim, menina precoce nos onze anos incompletos. Lá se vão outros tantos, e te reencontro.
A magrelinha sardenta me fazia dar gargalhadas quando falava de amor.
Amor, palavra difícil e dolorida, e eu sofrera tanto, que nem poderia mais querer ouvir falar nisso; quanto mais na voz de uma criança.
Não fui feliz, nem era feliz naquela época. Os trinta anos se aproximando, um casamento infeliz, e as marcas doloridas da saudade dos meus filhos, filhos que se foram com Tereza.
Tereza, amor de tantos e longos sonhos e angústias. O final do casamento foi muito marcante.
Tereza e Rubens, eu e a saudade. Meus filhos agora eram filhos de Rubens. Mês a mês, ano pós ano, e o gosto cruel da solidão.
Teu pai tinha sido meu amigo de infância e, não sei bem porque vieste com esta fantasia.
O que pode entender de amor essa pirralha, descalça, impúbere, menina...
Subindo nas árvores, brincando com suas colegas, no pique esconde da vida, escondeste e não mais te vi.
Mas, ao reencontrar-te agora, juro que senti saudades, não de tua presença, mas de tua voz, falando timidamente de amor.
“Eu te amo”, soava tão ridículo na boca da menina, quanto soa no meu pensamento.
Mas, sinceramente, te amo.
Descobri, ao te rever, que te amo, e desejo essa mulher maravilhosa em que te transformaste.
Longe de mim acreditar que te terei, és outra, outra mulher.
Sei que te endeusam, e com justiça. Mas, o fato de saber que participei da manhã dos teus sentimentos, me dá o conforto para que eu possa entardecer minha vida mais em paz.
Quem dera se pudesse recuperar o tempo e acompanhar-te, congelando teus pensamentos e sentimentos e poder ser teu, como nunca poderia imaginar, tempos atrás.
Mas, seria um delírio, um tormento e uma angústia.
E hoje, te amando no que és com a esperança do que sentiste quando não eras ainda.
Desejo e sonho, sofrimentos...
Ao ver meu filho, há uns dias, entendi que o tempo passou...
E, ao perceber teus olhos e os dele se encontrando no vazio, fiquei com ciúmes. Morrendo de ciúmes, não de meu filho, mas de mim mesmo.
Bem sei que hoje, os cabelos embranquecidos e as pernas cansadas não poderiam mais te acompanhar.
E o meu tempo passou nada restando senão a voz distante da criança que me jurava amor...
E meu riso, atravessado, hoje, por uma lágrima presa na garganta.
Peço-te, não venhas mais aqui, te imploro. Não quer mais te ver, nunca mais...
A minha vida se perdeu num dia, lá no longínquo passado, na voz e nas palavras de uma menina que nunca mais será minha e que hoje, com certeza, nem se lembra de que um dia, mesmo sem ter nunca sido, quis ser minha...

Sunday, July 9, 2006

Da Tragédia Anunciada e avisada...

A situação em que se encontra a segurança pública em São Paulo é falimentar.
Nesses últimos sessenta dias tivemos a comprovação de que o desgoverno em que se encontra o maior estado da federação, não somente proporcionou, como agravou e muito essa realidade.
A partir do momento em que tivemos no passado uma demonstração de fraqueza e inoperância em relação às FEBENS, denotava-se que, quando o PCC, organização montada sob as barbas da ineficiente política estadual de segurança, fosse agir, seria muito pior do que o que se observou no Rio de Janeiro, nos tempos do Comando Vermelho.
A estrutura do PCC tende a se tornar tão grave quanto a da carmona ou da máfia italiana, tendo ramificações em todo o crime organizado.
A par disso, temos um estado ineficiente e omisso e que recusa a ajuda federal para poder impor-se sobre o crime organizado.
A destruição do sistema prisional paulista, com centenas de presos dormindo ao relento, possibilitando situações de gravíssimo risco de epidemias, de agravamento de doenças e de morte, demonstra o quanto o Estado é falho.
O fato de um ser humano ter cometido um crime não dá o direito de que o sistema público o trate desta forma. Não estou defendendo “direitos de bandidos” como os radicais obsoletos poderão argumentar. Não se pode esquecer que temos no sistema prisional brasileiro, chefes de família condenados por pequenos crimes e até inocentes ou pessoas que já cumpriram a pena.
Pela Constituição, todos os presos estão sob a custódia do Estado, e essa custódia deve ser feita com um mínimo de dignidade, e isso não é feito.
Recordo-me de Victor Hugo, em sua obra-prima, “Os miseráveis”, criticando o sistema penitenciário e penal francês, de tal forma que promoveu mudança radical sobre esse. As galés, com certeza, são mais humanas que o sistema brasileiro atual. A superpopulação dentro das penitenciárias é, de tal sorte cruel, que não recupera na maioria das vezes, tendo efeito contrário ao que se propõe.
Mesmo na “Recordação da casa dos mortos” de Dostoievski, a realidade era mais branda do que a percebida hoje.
Obviamente, a ação será respondida por uma reação tão forte quanto a inicial. A organização do crime, em grupos é facilitada pela omissão do Estado e, principalmente, pela conivência deste.
A entrada de celulares, armas e drogas nas prisões paulistas, demonstra o grau de corrupção deste estado, e da impunidade dos agentes penitenciários e da polícia civil e militar.
Não se pode pensar que a Secretaria de Segurança Pública seja totalmente desinformada, sabendo de denúncias que levam ao pré conhecimento desta com relação aos fatos que vivenciamos.
A irritação dos policiais ao saberem que tudo o que ocorreu no dia das mães desse tenebroso 2006, levou a uma chacina em massa de pessoas envolvidas ou não com o crime, num claro desrespeito e desobediência às leis vigentes no país.
A contra reação está ocorrendo agora, com a volta dos ataques a policiais e a agentes penitenciários, além da destruição de penitenciárias.
O que mais irrita é a impotência e inoperância do Governo do Estado, mais preocupado em tentar evitar perdas eleitorais da candidatura tucano/pefelista à presidência da república do que em salvaguardar a população paulista.
Essa omissão e ação, além de burra, é criminosa. Duvido que, se houvesse algum parente do surreal governador Lembo e do secretário superstar Saulo ameaçado pelos crime organizado, a atitude seria essa.
É mais do que hora de haver uma intervenção federal na segurança pública paulista, já passou da hora. A partir de certo tempo, ou seja, do domingo do dia das mães, cada morte pode e deve ser creditada a inoperância e imbecilidade do comando paulista. Inclusive a quem acha que a eleição é mais importante que as vidas ceifadas desnecessariamente.
A mudança do sistema prisional em todo o Brasil é urgente, a dignidade humana tem que ser respeitada. Não defendo mordomias para ninguém, muito menos para quem deve pagar pelos crimes e erros. Mas não posso admitir que o tratamento subcanino dado a seres humanos prevaleça; sendo isso, em minha opinião, a principal causa da formação de grupos como esse PCC, como o CV, Terceiro comando, etc.
Atividades profissionais, celas sem comunicação e com menos presos, facilitariam o controle sobre a população carcerária, do modo em que se encontra, com superpopulação e descontrole absoluto e falta de atividades, o que temos é campo fértil para o que estamos vendo agora.
A urgência absoluta é a de se coibir com firmeza e com a utilização das Forças Armadas, já que o assunto é de Segurança Nacional, e não somente do Estado de São Paulo.
Não defendo a pena de morte, longe disso, o que pretendo é que a dignidade humana seja preservada, tanto nossa, enquanto cidadão tanto quanto a dos presos.
A máxima de que, no Brasil, só vai preso quem é pobre, preto ou puta, é, na maioria das vezes, real.
Há um contra-senso em se afirmar que não se deve defender o direito destes a um tratamento mais digno.
Medidas inteligentes devem ser tomadas, a médio prazo, para se evitar o que temos hoje, principalmente em São Paulo, onde, desde as rebeliões da Febem, já poderíamos pressentir o que está acontecendo hoje, verdadeira tragédia anunciada.
E, pelo que consta, devidamente avisada.

Tucanolândia 5 - Vale muito mais do que pesa...

O rei Fernando Caudaloso, depois de conseguir se manter por mais quatro anos no poder, resolveu, não se sabe se por acaso ou não, inaugurar um novo modismo no reinado da tucanolândia.
A partir do preceito de que é mais fácil destruir ou vender do que administrar com seriedade e competência, resolveu se desfazer dos bens do reino.
Decisão tranqüila e fácil, já que um outro Fernando colocara a culpa de todos os desmandos do país nos funcionários públicos, muitos deles concursados e, com justiça, donos de seus postos de trabalho.
Pois bem, depois de um tempo, começaram as “vendas” do patrimônio público, às duras penas criado, para quem quisesse comprar.
Foi uma festa. Leilões e mais leilões, a liquidação chamou a atenção do mundo inteiro.
Aceitara-se tudo como moeda de troca, inclusive papéis de dívidas públicas envelhecidos, sem valor de mercado, mas com grande valor na hora da compra do patrimônio, inclusive com superfaturamento de alguns.
Com a desculpa de que a telefonia era obsoleta, o controle das linhas telefônicas que era um patrimônio particular, passou a ser das “concessionárias”. Vamos fazer uma analogia com a casa própria, a partir de agora, ninguém pode ser proprietário de uma casa, os imóveis passariam a ser desapropriados por preço pré estabelecido e quem recebesse “a concessão”, passaria a alugar todas as casas do país.
Medida genial como essa, só no reino da Imbecilândia.
Mas, o pior ainda estava por vir. A produção de energia continuaria sendo bancada pelo povo, mas a administração da venda dos serviços, passaria a ser dos “concessionários”.
Havia no reino, uma empresa que era tida como o “orgulho nacional”, a menina dos olhos do povo.
A Vale que, entre suas riquezas, tinha jazidas minerais incalculáveis, portos, ferrovias, rede de transportes, etc.
A avaliação de seus bens chegava a mais de trinta bilhões de dólares, com faturamento trimestral de três bilhões.
Advinha o que aconteceu? Fernando Caudaloso não se fez de rogado, aceitou os três bilhões dados...
Peraí, de entrada?
Não, de valor total.
A pergunta que não quer calar é a seguinte : ISSO É SINAL DE INCOMPETÊNCIA OU DE CORRUPÇÃO, E DAS GROSSAS!
O resto que sobrou; Furnas, Petrobrás, Eletrobrás, entre outras, estão na alça de mira de Geraldo Saidemim, candidato da ala tucana ao reinado da tucanolândia, mas isso é outro capítulo da história...

A quem interessa a virória de Lula?

Lula promove 6 milhões de eleitores para a classe C
FERNANDO CANZIANda Folha de S.PauloColaborou MATHEUS PICHONELLIda Folha de S.Paulo O governo Lula produziu uma melhora considerável na classificação econômica dos eleitores a partir de 2003, revela pesquisa Datafolha. Cerca de 6 milhões de eleitores saíram da classe D/E. A maioria migrou para a C. Praticamente a metade dos 125,9 milhões de eleitores (49%) considera hoje que sua situação econômica vai melhorar.Ao mesmo tempo, houve um aumento no consumo, sobretudo de alimentos --37% dos eleitores passaram a consumir mais desde 2003. A melhora na renda se dá por uma combinação de cenário econômico positivo e forte aumento do gasto público dirigido aos mais pobres. Na contramão, há queda nos investimentos em infra-estrutura e dúvidas sobre a sustentabilidade da atual política "pró-pobres".Além disso, os maiores aumentos na renda estão, na verdade, concentrados entre os que têm aplicações financeiras. Mas, em termos gerais, nunca foi tão baixo, desde 1994, o percentual de brasileiros que reclama da insuficiência do seu poder aquisitivo. Hoje, 28% acham "muito pouco" o que a família ganha. Eles somavam 45% antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva. O Datafolha ouviu 2.828 eleitores no país entre 28 e 29 de junho, quando pesquisou a intenção de voto à Presidência.No levantamento, Lula (PT) aparece com 46% e Geraldo Alckmin (PSDB), com 29%. A melhora no consumo e nas expectativas dos eleitores mais pobres explica em grande medida o favoritismo do petista, que hoje venceria no 1º turno. A pesquisa também questionou hábitos de consumo, percepção da situação econômica, nível de renda, posse de bens e condições de moradia. Foi considerado ainda o grau de escolaridade do chefe da família.O cruzamento dos dados permite agrupar os entrevistados em três classes: A/B (48% têm renda familiar mensal superior a cinco salários mínimos), C (68% têm renda de até três mínimos) e D/E (86% têm renda de até dois mínimos). Um dos principais resultados do levantamento é que o total de eleitores na classe D/E diminuiu de 46% para 38% entre outubro de 2002 e agora. A classe C inchou, passando de 32% para 40%. Já a classe A apenas variou de 20% para 22% --dentro da margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais para mais ou menos. São justamente as classes D/ E e C que concentram as maiores taxas de intenção de voto em Lula: 54% e 44%, respectivamente; contra 34% na A/B.A pesquisa também questionou os eleitores sobre a participação em programas sociais do governo, como o Bolsa-Família. Os maiores aumentos de consumo (de alimentos, CDs piratas ou perfume, por exemplo) foram detectados entre membros da classe C que participam ou que têm alguém da família incluído nos programas. Entre esses eleitores, 52% consumiram mais alimentos nos últimos três anos, contra 37% na média geral. Os menores percentuais de aumento de consumo foram detectados na classe D/E.Mesmo assim, é aí que está concentrada a maior força eleitoral de Lula e, segundo algumas análises, a maior taxa de aumento da renda nos últimos anos. Dentre os D/E que participam de algum programa social, Lula chega a ter 65% da preferência dos eleitores, contra 27% de Alckmin. Os D/E e C também são os mais otimistas em relação ao futuro.


A quem interessa a vitória de Lula?
Essa pesquisa parece esclarecer esta pergunta. A imensa maioria da população brasileira não lê jornais, não tem acesso à Internet, não pode assinar as revistas de “informação” e análise política.
Nosso povo, em sua maioria, ao final do governo passado, com uma inflação ascendente, o custo de vida explodindo, a fome e o endividamento do país chegando a índices recordes, contando com um salário mínimo de praticamente cinqüenta dólares, estava sem esperanças.
Esse fato não tem como ser negado, pois contra fatos os argumentos se esvaziam.
Através das fronteiras escancaradas, a evasão de divisas estava levando o Estado Brasileiro a uma situação falimentar.
Com a administração atual, isso tudo mudou.
Obviamente, temos os escândalos de corrupção que atingem, tanto parte do governo quanto da oposição, não sendo um ato isolado do Governo; envolvendo parlamentares de todos os partidos políticos.
Isso é grave e deve ser além de esclarecido, punido. E isso também é de importância maior para o povo, mas o preço do arroz, do feijão, do cimento, entre outras coisas, têm peso mais significativo.
Vendo pelo prisma da população mais carente, o Governo anterior foi criminoso, deixando os mais carentes à míngua.
Obviamente, a vitória de Lula interessa diretamente a essa camada da população brasileira que é, indubitavelmente, a mais numerosa.
Com relação à classe média, em nível de profissionais liberais, o aumento percentual da classe C, faz com que os consultórios médicos e odontológicos aumentem o número de pacientes particulares; o mesmo se repetindo com outros profissionais.
Se pensarmos, o aumento de dinheiro circulando, com o aumento de consumo, está gerando mais empregos em nível de indústria, com melhora das vendas tanto a nível interno quanto externo, esses dados não podem ser negados.
Portanto, a vitória de Lula não contraria nem o setor terciário nem o secundário da população.
Os créditos para os pequenos agricultores, permitindo a sobrevivência destes, faz com que possamos afirmar que, para a maior parte dos minifundiários e médios proprietários, a vitória de Lula interessa.
O mesmo não se pode dizer com relação aos grandes latifundiários, a maior parte deles acostumados com as benesses dos governos anteriores, mestres no financiamento de Grandes Proprietários a tempo perdido, como outrora no “Escândalo da mandioca”, lembram-se?
Mas, existe uma parte da população muito saudosa dos “bons tempos”, em que a impunidade estava oficializada, a partir da proibição governamental das investigações sobre denúncias feitas contra órgãos públicos.
Não vou usar a leviandade de grupos de “ataque” desta turma que acusa a quem é simpático ao governo de ladrões, de corruptos, entre outras ofensas. Prefiro denominá-los de inocentes úteis.
Uma outra parcela, subitamente atacada pelo vírus da “moralidade”, argumentam que esse é o “governo com o maior escândalo de corrupção de todos os tempos”. A mentira repetida à exaustão pode virar verdade, mas isso ocorre comumente com os néscios.
A empregada que permite a limpeza da casa, por acaso é responsável pela poeira que sobe, quando a anterior escondia para debaixo do tapete?
Isso é de uma falta de argumentação exemplar.
Aconselho a esse pessoal procurar um espelho, onde verão a verdadeira face estampada. A esses posso denominar de “bobos da corte”. Repetem tudo que os coronéis dizem, as reflexões não passam de reflexos medulares, portanto sem passagem pela massa cinzenta.
Exemplam a falta de capacidade analítica e opinativa.
Outros apresentam a verdadeira face do preconceito, da discriminação e da segregação. A esses, nada a dizer.
O que falar para este tipo de gente?
Nada, sinceramente, nada...
Quando vejo postado, em alguns lugares, comparações entre Lula e Hitler, não dá para comentar isso.
Uma coisa resta de consolo, com o crescimento proporcional da classe média, ou classe C, conforme queiram, há uma possibilidade de um aumento de vendas das Vejas, Folhas, Estadões, etc...
Aí, quem sabe, a tática titica usada para tentar inibir a classe média de pensar, pode dar resultados.
Em 2010, quem sabe?

Ao grande amor de minha vida...

Interessante isso tudo, contra todas as convenções sobre amor, eu ainda te quero, e muito.
Não de um querer explícito e egoísta, desses que a vida, normalmente nos apresenta.
Muito estranhamente, te quero.
Bem sei que estás feliz e que nem te lembras mais nem de mim e nem do que vivemos.
Pode ser, até, que para ti não tenha sido algo de maior importância. Éramos tão crianças; e isso talvez tenha sido decisivo para que eu não te esquecesse.
Casei, descasei, fui feliz, chorei, me desesperei, gozei os prazeres e as dores que a existência traz.
Mas tua presença ficou sempre, como se fosse um pano de fundo para que a vida transcorresse.
Volta e meia, principalmente nas horas mais angustiantes, brilhavas, tornavas a brilhar, diminuías o brilho, mas nunca apagaste.
Estrela constante e salvadora...
Eu te amo isso é bastante, e me satisfaz plenamente.
Não, eu bem sei que não serás minha e nem quero isso.
Poderia ofuscar a luz de um tempo que foi meu, e de mais ninguém.
Teus beijos ainda alimentam a alma. A calma e a doçura que transmites são as pilastras que fazem a minha vida seguir.
Transcorrer como o rio manso que terminará no mar, inevitavelmente.
Isso és a margem que faz com que eu possa ter a segurança de seguir sem medos. A dor pode vir, a solidão nunca virá. Existes em mim de forma insubstituível e imortal.
Não sei se lerás isso ou se meu canto chegará aos teus ouvidos; pouco importa, nada importa para mim a não ser saber que te tive.
Que tive tua boca, teus olhos, teus seios, tua ânsia de viver e a primavera de uma mulher maravilhosa, que perdi no verão e que hoje, no outono, me dá a garantia de que o inverno pode chegar sem pânicos, sem medos, indolor...
Não digo e nem direi teu nome, só a mim ele pertence, nem quero te reencontrar, isso não mais é meu, foi a fotografia do que vivemos que se perpetuou num negativo sempre revelado pela alma. Minha alma, minha calma, sem chama, brasa que alimenta a vida...
Quando me falam de ti, não ouço, nem pretendo ouvir, poderia macular a imagem perpetuada, santa imagem que venero, estás no meu oratório, és meu santuário.
Ah, és a saudade doce e serena, a saudade do que, mais que tudo, fui.
Bem sei que és o reflexo de minha juventude, espelhas a vida sem marcas, a alma sem sofrimentos, o gosto delicioso do que já não mais sou e nem nunca serei.
Na verdade, não sei se te amo. Bem sei que o que amo em ti, sou eu, um eu morto e esquecido num canto qualquer.
Arquivada em minha história, mas plena a cada instante em que busco ser feliz.
Nunca me abandonarás, bem sei. E essa certeza que me faz seguir em frente. Sem medo da vida, sem medo da morte, com um álibi maravilhoso para continuar a minha existência...

Cena de sangue num bar...

Aquela tarde foi decisiva. Esperara o telefonema de Neuza durante a semana toda, e nada...

Nada de Neuza, nada do amor tantas vezes jurado e sonhado. Chegara a querer Neuza mais que a própria vida.

Vida, que vida? Amores são coisas passageiras, fazem passar o tempo, assim como o tempo faz a gente esquecer.

Esquecer como? As noites, tantas noites, a embriaguez de Neuza, o copo de cerveja esvaziado a cada instante, a vida passada nos braços e nos desesperados pesadelos.

“O amor, quando é demais, ao findar leva a paz”, mas não é somente isso, levou a vida.

O tempo congelado, a vida congelada, o emprego se danara, a esperança também.

Restara somente um sabor, o jiló da vida dera o amargo mote para uma existência sem sentido, sem paz, sem futuro.

Apenas uma coisa restara, a vingança.

Vingaria, de qualquer forma, custasse o que custasse.

A magia da esperança se tornara no desencanto da perda, da pedra incrustada no peito, na alma, no que restasse...

Ao descobrir, tempos depois, que Neuza estava namorando um velho amigo, tudo desabou de vez.

Logo ele, a quem tanto dera apoio, nos momentos mais difíceis, amigo do peito, amigo... O peito, a faca, a vida rodando, girando como se fosse uma roda gigante, no parque sem graça da infância recordada, na destruição do que antes construído com muita dedicação e luta.

A rosa vermelha, a boca vermelha, os bares, o Campari, sem amparo, no doce amaro das noites.

A sinuca passara a ser o ganha pão, as apostas, as perdas e danos da lida transformadas em porres homéricos, em pileques gigantescos, onde Neuza rodava, girava e o sangue...

O gosto da vingança estava na boca, ruminado, único norte, único rumo...

Sabia que Neuza iria ao parque, ao bar, ao mundo, e a esperava.

Num momento, os dois rodando, girando, sentados no bar. Na esquina, no bar, o vermelho da rosa colocada sobre a mesa, na toalha vermelha, as cadeiras vermelhas, a mesa...

No momento final, a faca erguida, veio toda a vida, desde a criança pobre, à chefia do departamento, abandonada, jogada fora...

E, num instante, a face avermelhada pela embriaguez, a desesperança, a gravidez de Neuza denotava a vida que viria, a esperança que não mais lhe pertencia e a faca...

Uma só bastou, a pontaria era boa, o sangue pela boca, o coração aberto...

Aberto o peito, sobraram os gritos apavorados de Neuza, e o medo estampado no rosto do namorado.

Tucanolândia - capítulo 4 - Ainda bem que quem pagou não foi Fernando... Ou de como é gostoso ir passear na França

Na tucanolândia, a cada quatro anos, pela constituição vigente, haveria necessidade de eleição para a mudança do chefe de estado, sendo proibida a reeleição.

Fernando Caudaloso, famoso pela sua maneira de governar, num escandaloso “toma lá dá cá” sem paralelo na história do pequeno reino tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, estava numa encruzilhada.

Gostou de ficar ali, com suas mordomias, suas viagens ao exterior pagas pelos contribuintes do reinado.

Inclusive, como o avião oficial do reino estava meio que meia bomba, velhinho como ele só, Fernando gostava de ir em aviões fretados, onde levava vários convidados para passearem na Europa ou nos Estados Unidos, motivo pelo qual ganhou o apelido de Viajando Caudaloso...

Essa oposição é fogo, o quê que tem umas voltinhas pela Europa, um cheirinho de civilização não faz mal e, além disso o rei gostava de matar saudades da belle France. Aquilo é que era país para se viver, que idioma fantástico, nada dessa coisa estranha falada em tucanolândia.

Aliás, de vez em quando recebia um ou outro título ou comenda, e tinha que comparecer, isso fazia tão bem ao ego...

Na Constituição do Reino, haveria necessidade de ter dois terços dos votos para uma mudança tão profunda...

O que fazer? Se fosse menos que isso, a base de bajulação bastaria, pois essa já o tinha ajudado a fazer a “Abafadoria Geral” e os engavetamentos das encrencas anteriores.

Mas, esse caso era diferente. Não bastavam as distribuições de favores do orçamento não, os parlamentares queriam mais.

Quando soube da novidade, ficou assustado.

Acostumado a dar milhões de dólares a banqueiros, acreditava que, dessa vez, a situação estivesse perdida.

Conversa vai, conversa vem, teve uma grata surpresa.

Ô povinho barato esse da tucanolândia. Menos de cem mil dólares para cada um.

Saiu quase de graça, mais quatro anos para poder passear, poder fazer favores para os amigos, que maravilha!

Mas, mal sabia ele que havia um grupo de curiosos e fofoqueiros, precursores de um famoso Senador da Terra dos coqueiros, o Bondadeza, que gravaram uma conversa entre dois tagaleras deputados.

A casa parecia que ia cair, ainda mais que os dois, não agüentando a pressão caíram fora. Claro que depois de aprovada a mudança constitucional.

Mas, como o nosso Fernando tem um pé na cozinha, fez promessa para Sete Flechas, entidade protetora dos partidários de Don Fernando Caudaloso, tudo deu certo no final.

A que preço não sabemos, mas mais uma vez, conseguiram engavetar mais um escândalo.

Acredita-se que ficou bem cara a reeleição de Fernando, mas quem pagou a conta foi o povo, então, usando o raciocínio dos fernandófilos, ficou barato...