Search This Blog

Saturday, July 2, 2011

Sei lá do que pudera
Se a fera fosse apenas
Amenas noites quando
O tempo enveredando
Nos vórtices frequentes
Enquanto eloquentes
Enlouqueces tanto e mentes
Quasimodo momento
Aonde o modo tento
E quase não viera,
Apenas cadencio
O quanto fosse cio
E sei que propicio
O vício o ócio rocio e lua.
A nua estrela
Posso vê-la
Até saber do quanto ter
E nada ver sequer prazer
Em conhecer o que viria.
A luta expressa
A via teça
O quanto esqueça
Do tanto ou nada,
Amar e acreditar na possibilidade de em hábil companhia discernir.
Não queira que este todo seja teu por nada,
Avance sobre o medo e beba a tempestade.
Depois vomite a paz, se for capaz...
Amar e conhecer o
Tanto quanto o
Medo poderia o
Vento me traria o
Sonho de viver.
Escassos sonhos
Escárnio e gozo
O tempo traz
A fonte seca
O luta entrega
Meu último bastião,
O verso após
Na foz do encanto
O pranto não seria tão constante
E o que me garante não mais trouxesse
Senão a mesma face.
O amor e a liberdade
Trazendo no perdão
A eterna claridade,
Da terna verdade
Eternidade
Expressa
Na mesma senda
Que ora se entenda
No encanto mor
Do amor que aflora
E gera amor,
Renovador
E mata a dor,
Gerindo a paz,
Gestando a luz
Que tanto queira
Vencer a luta
E não reluta
Quem tanto espera
Da vida a sorte
Que nos conforte
E me comporte
Nas mesmas tramas
Além dos dramas
Dos desenredos.
Vivendo além do que se fez comum
Sou só mais um,
Mas de tijolos
O muro é feito
E desse jeito
A fortaleza,
A vida em brinde
Amar igual
Seguir igual
Sentir igual
E ter na diferença
A igualdade em liberto passo,
Diverso traço,
Entrecruzado ou paralelo
Expressaria fraterno sonho
Fraterno encanto
Fraterno mundo.
Libertário passo
Rumo ao mais sublime,
E nisto estime
O quanto a vida
Se faz em brilho,
Diversos trilhos – Roma é só uma,
Assim como um Deus igual,
O amor não soma,
Multiplica
E explica e eternidade...
Ainda quando a vida maltrate
E feche as saídas
E mesmo renegue
O quanto pudesse
Em novo momento,
Ausentes os sonhos
Momentos medonhos
E cânticos rudes.
Não queiras o fim
Enfim poderias
Em dias suaves
Entraves; superes.
A luta que açoda
A vida uma roda
Qual fosse um momento
Que tanto reflita
O quanto repita
Pepita suprema
A pérola, a gema
Que trazes em ti.
Não deixes que a sorte
Levando comporte
O todo que aporte
O sonho que tramas,
Se eu bebo o horizonte
E o sol que se aponte
Gerando outro dia
Diverso do quando
Mostrara nefando
Ousando na paz.
Acrescento o sonho
E tramo o que ponho
No altar da esperança
Na voz que ora alcança
A mesma aliança
Que possa e que avança
Grassando infinitos
Trazendo os etéreos
Caminhos de luz…
Meu medo
Enredos tantos
Santos credos
Ledos sonhos,
E busco apenas
As cenas
Serenas
E me envenenas
Condenas
E coordenas
A queda,
A senda diversa
Versando desvenda
O quanto se entenda
Na luta perversa
Que possa e não deva
Que teime e se apossa.
Resulto do vago
E visto a mortalha
Que tanto retalha

Enquanto navalha
Na carne entranhada.
A noite cerzida
A farsa a saída
E o termo constante
Que tanto garante
Ou mesmo agigante
E sei, doravante,
A luta final.
E versos a mais
Em dias a menos
Caminhos iguais
Cenários tão plenos
Do que poderias
E sei não trarias
Senão agonias
Em sonhos venais.
Palavras
Que atento
Tentasse lavrar
O rio descendo
Entre as margens
Contido,
Constrito,
Restrito...
Atritos diversos,
Olho céus
Vejo nuvens
E bebo a liberdade
Das águas que vêm
Rompendo as algemas
Os velhos dilemas
As tramas sutis,
E a fúria, a corrente,
O vento
Arvoredos
E cedo
Outro tanto
Inundando liberto
Os vãos ribeirinhos
Refaçam seus ninhos
E deles a vida
Em ávida sorte
Comporte o infinito
Que traga ao cenário
Após a tempesta
Olhar feito em festa
Da deusa Natura...

Friday, July 1, 2011

Ainda não se visse
O tanto que pudera na espera da fera
Atocaiadamente
Mente
E remete ao salto,
Ao ressalto,
Sem ressalvas,
Serão salvas
As presas?
Ilesas?
Correntes e farpas,
Grilhões e temores
Assim das escarpas
As quedas
As dores
Amores
Rumores
Sem rumo
E fores
Além do todo que eu pensara.
Abrindo os olhos,
Abrindo a blusa
Confusa mente
A sorte o vento
Estar atento
Invento o cais
E bebo mais
Dos temporais
Atemporais.
Queria apenas
Cenas onde
O que responde
Já corresponde
Ao tanto quanto
Amor esconde...
Vencido o prazo,
Ocasionando a queda e o sonho,
Vigorosamente a noite entranha
E bebe o sumo do orgástico rocio...
Nudez e sonho,
Almíscares eclodindo
Em ferormônios...
Fios da meada
Alçadas várias
Calçadas da alma
Enfileiradas cadeiras
Nas ruas
E a lua
Passeia
Os raios
E adentra os recônditos,
Os becos
As tramas
Os seios
E os fulgores
Nos olhares
Suburbanos.
Nos panos
Suspendidos,
Gemidos,
E a lua se deleita...

Thursday, June 30, 2011

Afavelmente a mente roda
E afoga
E roga
E a toga joga no lixo,
No luxo da aldeia
Na tribo, no estribo,
No quanto sem canto
No canto que encantas
E gritas e rotas
Diversas expressas
Nas ânsias
E vômitos
Recônditos
Realces
E lances diversos,
Ousando presumo
No sumo do tanto
Esfumo e me espanto
Na curva que venha
E nada convenha
A quem sabe e tenha
Apenas o fim.
Voraz cidade
Em vastidão
Ditando o não
Que agora engulo,
E paulatinamente
Esfrego no vazio
Do cio sem sexo
Do rumo sem nexo
E afio o canivete
E o punhal,
Repentes entre vertentes
Sangras, singras. Somos...
Os tantos erros
Tempos idos
Dias mortos
Mortais aterros
Desterros da alma
Em cerros tantos
Que tento além
Do quanto vem
E me represa.
Não ousaria
Nem mais tentasse
O mesmo impasse
A farsa feita
Disfarça o todo
Que em mero lodo
Mergulhara,
No charco,
O parco
Anseio,
E vejo o quanto pude,
Embora rude,
Embora mude este cenário,
O palco, o mesmo,
Escalo e tento
Após o vórtice
O imenso vento
E a negação.
Qual um tufão
Imerso na alma.
O sonho
Exponho
E tento
Um expoente
Noutro poente
O sol da vida
Que se vai
Do tempo que me trai,
O cântico
O tântrico
E o carma,
A luta sem descanso,
O verso quando avanço
E o ranço do que fomos.
E foste muito além,
O quanto nos convém
Tem todo o paladar
Que o tempo merecesse.
E quando oferecesse
Em ti,
Em nós
A voz
Uníssona
De quem amasse,
Tocasse sem saber
A eternidade...

Wednesday, June 29, 2011

Apenas solidão
Sólida expressão
Do fim
Do que não veio
E não pudera
Do que receio
E faz a fera
Gerar o medo
Aonde cedo
E me arremeto
E se assim procedo
No fim mergulho.
Erguendo o olhar para além
Este horizonte não viria
Trazer sequer a fantasia diversa e mais sutil,
O meu anseio se espalhasse pela terra que me viu morrer
A cada instante que lá vivi.
Na parte que me cabe
Desabe após o sonho
E vague pelo menos um instante
Gerindo o caos
Do qual sou mero participante.
Não adianta crer no que viria
Se o tempo não traria
Sequer o quanto quis.
Vestindo a mesma farsa
O passo não disfarça
E jamais poderia ser feliz.
Assumo os erros,
Tantos desterros
Logo percebo
A queda em vão.
E sendo assim,
Destes parâmetros
Nada se trace
Somente a face
Aonde o caos
Se demonstrasse...
Olhando os descaminhos
E ninhos tão diversos
Unem versos
Universos
Imersos
No mesmo e mesquinho não.
A sorte que se perca
A vida atrás da cerca
Que nunca ultrapassei
E mesmo não soubera
Da existência do que além ainda poderia
Teria ou não sentido,
Teria ou não razão,
Apenas mergulharia neste mesmo e incauto passo,
Sei que sou rudimentar
Sei que tento em elementos
Reproduzir o quanto perdi
E não mais encontraria.
Minha poesia
Talvez seja autodefesa
Talvez a presa do que um dia se findara
Num voo sem sentido e por acaso
Termine como o pássaro sem rumo
Perdido do bando em plena arribação.
Mas bebo o vinho final
E brindo ao ocaso
Sem horizonte
Sem ponte
Que me aponte
Solução...
A vida se perdera
Entre tantas variantes
Antes, durante e persiste após,
Os nós que entrelaçamos
Em rudes cordoalhas,
Navalhas fios finos gomos,
E o tempo se nubla
A vida vislumbra
A penumbra duradoura
E do magnífico cenário
Pacífico?
Oceanos entre os medos e os rancores.
Cores diversas, rimas em tédio,
Num templo há tanto tempo derrubado,
Adubos entre fartas colheitas,
Aceitas?
Rejeito.
O pleito, o termo o jeito, ajeito e no final. Nada.
Ondeio procurando apenas a areia,
Distante areia que meus olhos não veriam,
Tampouco poderiam trazer algum apoio ao quanto se perdera.
Atraco nos rochedos
E me condeno ao naufrágio.
E sei quanto ágil frágil sonho
Representa.
Tento e revolto-me.
Atento aos desalentos
Tantos.
Cantos entre rotas e rodas,
Derrotas e marchas para o nada.
Alço ventanias
E vejo o quão sombrias
As sortes são.
Frias...
Virias ou verias o fim,
Apenas isso e nada mais.
O camponês, o marinheiro,
Jardineiros de terra e mar,
Os olhos procuram
Os dias mergulham
Nos ocos braços da esperança.

Tuesday, June 28, 2011

Jogando o tempo contra o tempo que não veio
Apresentando as mesmas e esfarrapadas desculpas
Esculpes o quanto resta com teu cinzel dourado,
O verso dita o prazo e nada...
Inversamente sigo ao fim do que nunca imaginara,
A luta desfraldada,
Os fortes invadidos
E o menino procura dentro da alma
As armas que nunca usaria.
Ser o quanto possa ou mesmo além,
Mas no fundo, interessantemente a vida se refaz após a queda.
Pago o preço
Rasgo a promissória
E caso de novo.
No final da brincadeira é tudo igual,
Asas abertas, voo, depois o sol e a cera derretida.
E burramente a gente não aprende nada,
Não percebe as malícias do danadinho e suas flechas.
Também, hormônio puro e sem discernimento algum,
Embaraço-me e depois embarazada...
A vida se refaz e refeito do susto, susto o cheque e xeque-mate.
De novo libertamente aprisionado.
Quando irei tomar juízo?
É preciso?
Dane-se.
Mais um ou outro, tanto faz, tanto fez.
Sensato?
Queres que eu seja sensato?
Desafortunadamente não tenho cérebro,
Ébrio dos perfumes que o vento traz,
Corro atrás feito cão sem dono.
Quando vou ver, outra vez a mesma história...
De um mosaico que imagino, caio neste velho carrossel...
Atípica esperança de quem sabe
A vida em suas quedas e temores
Ardores
E devaneios
Receios
E promessas jogadas pela janela.
Apenas o que o tempo nos revela
Traduz o que não possa ser diverso
Do verso em universo
Que disperso
Ousadamente.
Pouso e no repouso
Desvendo o fim do prazo,
O sol que nos abrasa
A casa
A caça,
E a fumaça do velho fogão,
Chaminés de uma lembrança jogada no tempo.
A broa assando, o café saindo e o peso de uma história envergando,
Calejando os pés e as mãos.
O gado, a horta, o pomar, os espinhos e Maria,
Que se ria e não sabia
Da beleza em sua volta.
Sabiás no terreiro,
O tico-tico açu está ainda ali,
Embora quando virou trinca-ferro se tornou cobiçado,
O almejar do sonho
O alvejar da roupa estendida no varal.
A mãe correndo, o pai na lavoura, a colheita,
E os trocados que sobraram do escambo.
Pobreza farta, fartura de pobre.
Fartura de meninos,
Fartura de verduras,
De frutas,
De alegria,
Mas ausência de esperanças.
Eta que a vida é boa,
Canoa furada, mas boa...
Já sabe arranhar o beabá, é hora de seguir que a terra não espera.
Tem hora pra tudo: brincar, TRABALHAR, e vez em quando estudar.
Da plantação vem o sustento,
Roupa de missa, roupa de festa, roupa... farrapo?
Pega os retalhos e faz a colcha
Combina com o colchão de capim,
Capina e foice,
Capim e gado,
Leite é todo dia,
Feriado? Nem pensar...
Modorrenta vida,
No mormaço da esperança
O vazio do futuro,
O tempo salta o muro, sobe na árvore e cai.

Desvenda mistérios e noutros momentos
Nem sabe como.
É bonito ver o café avermelhando a colheita,
O pé de abacate lotado.
O riacho, os lambaris, minhocas e peneira...
A vida passa atrás da casa
A braúna aguenta qualquer pancada da vida.
O reboco de barro e a panela no fogão,
Lenha queimando, e a chaminé espalha e avisa
Que o almoço já está sendo feito.
Mugindo no alto do pasto o passado realça
A fuga, o mistério,
A sorte e inocência.
O primeiro amor,
O primeiro sonho
O primeiro relógio
E o mar distante...
Água azulinha e salgada...
Será?
A lamparina e as histórias de reis e rainhas,
De cobras amamentando os sonhos infantis.
O retrato na parede,
O recado dentro da alma
E a saudade corroendo...
A moça mineira de Drummond
Agora descansando sob a mangueira
Encontra sob o mesmo sonho
A vontade que não viera
O tempo que se perdera
E as novidades da internet,
As amizades distantes
Os olhos ausentes
E o desejo inebriante
De quem ama
O que não sabe
E pensa nos orgasmos que a revista disse,
Explicou, mas que o namorado não consegue aprender.
Está no ponto B, até o G falta um pouco, ou falta a vida inteira.
Sonhando com a tevê a cabo, o temporal desaba,
E sem chapéu nem aba, abaixa-se e corre.
A água escorrendo na blusa fina e o frio arrepiando os mamilos...
Os olhos curiosos do adolescente vizinho não perderiam tal chance.
Do sétimo céu ao capricho, agora nas interações de grupos de relacionamentos,
O sonho persiste igual...
Depois inevitavelmente a vida vem,
E o vizinho adolescente nem reparará nos seios decrépitos
Não mais escondidos pela blusa fina.
Saltando da blusa e esquecidos por todos os olhares.
A vida se repete e se repetindo traz outros atores
E os mesmos personagens.
Com roupagem nova, é claro.
Mas com a mesma essência.
Do parto à partida,
É tudo muito igual.
Apenas mudamos a face, o disfarce, o realce,
Mas somos os mesmos.
A moça é que, infelizmente, não é...
É necessário urgentemente o ser
Invés do estar.
Embora a gente sempre esteja e quase nunca seja.
Estar ou não estar. Eis a questão...
Mas a vida não apresenta soluções além do horizonte que se vê da janela.
Não adianta pensar sobre o que viria
Se o que veio ainda não foi descoberto nem tampouco desvendado,
Apenas visto de soslaio e quando muito.
Nem toda a ciência ou a consciência dita o inabalável.
Muito menos a metafísica, a teologia, a agonia do acreditar e não ver,
A incerteza do ver e não acreditar.
Somos larvas na história da civilização?
Quando virá a liberdade?
Haverá crisálida?
Só sei que a janela está aberta
E o vento esta muito forte.
É mais fácil fechá-la...
Amar e ter
O que não crer
E ver após
Postulando um tempo
Um jeito, um vento batendo mansamente no rosto.
Apresentando ao fim de tudo a conta a ser paga
O juro cobrado,
As juras negadas
E o mesmo perjúrio.
Se eu sou tão espúrio,
Um porto seguro distante não vejo.
Apenas tropeço.
Vendendo em varejo
O quanto aniquilo,
E sei sem vacilo
Bacilos que vagam pelos cantos da casa.
Fâneros quebrados,
Vasos partidos,
Dias negados
Olhos...
Mil olhos através da fechadura
Espreitam amanhãs que não viriam jamais.
Sou efêmero e sei disso,
Sou apenas o resto, e não contesto o que vier,
Apenas sedento beduíno procurando algum alento.
Seria melhor um oásis, mas as fases não são boas...
Um cantil bastaria.
Um sutil anseio
De uma boca sedenta,
Ou nem tanto, apenas disposta.
Crisalidasse o sonho em libertário ocaso.
O prazo passou
O quanto sou desprezo
E represo cada gota que transpiro,
Oceanos e oceanos...
Digamos que salgando o rio
Acendo o pavio e o fim se aproxima.
Fim?
Aclimatado estou e talvez consiga escapar da extinção.
Já não faço somente a mesma cantinela, a mesma ladainha...
As asas incomodam no começo,
Mas depois ajudam.
É difícil andar corretamente o tempo inteiro,
Anárquico sem baque ou hierarquia,
Apenas poesia...
O AMOR


O amor...
Sorrateiramente
Adentra e não pergunta
E quando a gente vai ver
A casa está totalmente tomada.
Invade e nem respeita velhas estruturas,
Velhas paliçadas, antigas formas e futuras quedas...
Amor.
Meu camarada de longas e variadas jornadas vida afora, noite adentro,
E no final das contas, pago as contas e ele se vai...
No quanto quis enquanto pude, e além do sonho ou da mentira,
Da farsa e da conversa, dos bares, aguardentes, motéis e novas estadas...
Assim desmancha e desata,
Derruba e maltrata
Ferindo quem puder,
Quem vier
E quem se foi.
Amor.
Roma e romã.
Romãs dos seios
Veios a Roma,
E os mesmos atalhos, retalhos...
Batalho e no final sempre sou vencido,
Sem esperança qualquer de sobrevida,
A não ser que renasça noutro amor...
E o ciclo reinicia e não tem fim,
Cartomantes, astrólogos,
Nauta do inexplicável avanço vida e retorno mortes.
Mas sempre renasço, faço e desfaço, tento e não reajo,
Ou quase nunca.
Enfrento de peito aberto - é causa das safenas?
Uma delas com certeza...
Amar é torcer pelo Botafogo...
Beber no cálice da esperança o veneno adocicado que depois amarga,
Um vermute, um palpite, sem limite, sem juízo e sem temores.
Nem que dure um só dia vale a flor.
Primavera então, nem se fale...
GIRASSOL E CARROSSEL

Quando a sorte aporte e corte
Imensamente
Mentiras
Em tiras
Que retiras e realces.
Falseias e blefas.
Setas lançadas ao acaso
Neste ocaso da vida que se esvai l e n t a m e n t e...
Mas, súbito, vejo o sonho descarrilado e a locomotiva só.
Tempo passa, vagões jogados pelos trilhos e palmilho sobre o nada.
Até que num salto, num ultimato, o mato e a cordilheira,
A senda distante
Ausente do olhar
Do mar,
No ar.
E o fim refaz a velha viagem pelo mesmo chão
De cascalhos e de espinhos,
De temores, amores e desditas.
Assim se renovam prazos e erros,
Enganos, engodos, todos iguais...
E o lírico bufão
Em escusa dimensão
Aprende tão somente
O mesmo não...

Monday, June 27, 2011

FERIDA EXPOSTA

FERIDA EXPOSTA

O velho trem
O tempo e a trempe
Aonde o fogão à lenha
Levava ao longe o perfume da vida,
Dos sonhos do moleque,
Do pé de moleque
E dos anseios presumíveis,
A caça, a pesca, o peso do estilingue,
O extinto encanto e o vento
Balançando as roupas no varal,
Sombras dançantes,
Nuvens mutantes
E o coração esperançoso...
Mas nada veio,
O trem passou.
Quando cicatrizará?
INFÂNCIA

Não quero acreditar
Nem tampouco o poderia.
Refém dos dias nublados e sem sentido
Passeio nos quintais da infância há tanto desperdiçada
E jogada nalgum canto, nos porões empoeirados.
Há tanto penhorei a vida e não vim buscá-la. Tampouco acreditasse.
A vida não se deu, e o tempo se esgotara,
Atento aos desvios comuns do caminho
Atalhei, retalhei e me expus.
Quasimodo sonhando com o amor...
Risível e estranho, jamais plausível.
O cancro efervescente que mantenho vivo
E guardado, bem guardado, no mesmo porão,
Não deixaria sobrevir sequer uma esperança.
O cravo, a rosa, o medo, o verso e a mesma prosa sem sentido,
O desvalido e esquálido enquanto quisera fúlgido.
E aos poucos metastaticamente a vida traz o fim,
Mas ainda me resta o porão.
VAZIOS

Procuraria apenas o que possa traduzir
Ainda as marcas todas de um passado
Há tanto pelo esgoto derramado
E nada encontraria.
Mas procuro.
O sacrílego momento aonde o vento
Moldasse a farsa inteira e não convenha
Seguir o que pudesse sem a senha
Na sanha onde se ganha mesma face,
Ainda que deveras me embarace
Ou trace novo tempo, eis o fim.
O vértice no vórtice se perde
E o perigeu aponta o caos imenso,
E penso, repenso intenso e vasto céu,
Ausento-me deveras do que fora,
Buscando com prudência o que inda venha
E mostre a face escura da esperança desmedida e ébria.
Volto ao minha origem lusitana e tento Loures,
Volto à Calábria dos meus avós e tento Paola,
Porém o que encontro representa somente a semente
Abandonada em solo pedregoso, semidesértico.
Quisera qualquer tom que inda pudesse
Marcar além da farsa e da ironia,
Calando de vez esta agonia
Que presume novo pileque, nova ressaca e a mesma inconclusão.
As minhas incursões pelos sonhos sempre foram vãs.
Malsãs e mal resolvidas.
Ouço a mesma voz que há tanto traduzira o não sentir,
O não poder e o tentar resistir,
Ao fim de certo tempo o quanto ainda poderia
Trazer algum alento, ou mesmo uma frágil ilusão,
Ecoa na distante faceta que deixei nas bases esquecidas
Dos tantos que entre tantos redundaram em mim.
Vago e multiforme, louco ou incauto.
Queria adormecer e acordar noutro cenário,
Amielinizado e, prazerosamente imerso no vazio da própria existência...

ECLIPSE TOTAL

ECLIPSE TOTAL

Eu e você.
Eclipses totais
Raros e inesquecíveis!

SAUDADE

SAUDADE

A solidão rondando cada quarto
Do velho sobrado abandonado há tanto,
As sombras do que um dia fosse vida
Espalham pelos cantos as mesmas ilusões.
Recordações?
Ações
Lições de piano
E planos esquecidos
Pelos cantos.
Nos becos sem saída da vida
A sorte não repete
Nem compete o que reflete
Dentro da alma encarcerada no velho sobrado.
APENAS O FIM.

Qualquer que seja a força necessária
Aonde o termo
Expressa o ser
Ou não podendo
Adendos trago
Esgote o tema,
E nada tema
Senão a cena
Que a sorte acena
Após o sonho.
Saudade dos dias úteis
Enquanto a morte ainda não viera,
O passo na busca de algum sentido,
Mas tanto quanto a própria expressão delimita
O medo não seria tão comum,
Sou mais um e a multidão somente aumenta.
Não quero nada além de um prazo,
Resgatar os meus enganos
Que sejam ou não levianos.
Leves ou livres
Apenas ilimitados...
Queria tabacarias e não as vejo,
Queria noites brancas e não as tenho,
Queria tantos sonhos. Mas o nada se serve na bandeja
Há tanto enferrujada e imunda, refletindo a minha alma.
A cabeça exposta,
A farsa composta
E a compota do doce de leite
Esqueci em Minas,
Que já não há e nunca mais será.
As velhas tramoias da esperança
Preparam armadilhas, arapucas,
E o sabiá coração não sabia,
Não soubesse e sangraria
Nas tantas expressões das ilusionárias sombras
Do futuro.
O que ou o que não houve; se dane.
A pane toma conta e nem conto mais os mortos.
Apenas sobrevivo e cativo ou não, mergulho no que um dia pensei ser.
Jogado contra os mesmo engodos
E os vários lodos e lamaçais
Que a vida traz e nada esquece,
Ousando na queda descomunal
Neste abismo interminável,
Insondáveis caminhos...
Mas ainda resta um pouco de cachaça na garrafa
E o que tem basta para mais um porre.
De tal forma bebo a vida e não mais me preocupo,
Apenas me ocupo dos preâmbulos que ditam o meu fim...
PAULATINO

Atos e atas
Reatas e voltas
Envolta nas tantas
Promessas
E vês
E tropeças
No quanto desfez
A vida sem nexo
O mesmo processo
Que há tanto temia
O quanto viria
Em festa ou temor.
A vida não me traria novo espaço
Senão este.
O que bebeste
O que cevaste
O que desgaste
O quanto trace
Sem ter contraste
Com um traste: esta esperança.
Não quero o acero
Nem o sincero
Momento em paz,
Tanto fugaz
Ou mesmo rude,
Rudimentar...
Aspectos vários deste prisma-vida
Jogado pelo canto, abandonado como fosse um cubo mágico.
Caleidoscópios diversos em mosaicos sem sentido.
Ousasse me expor desnudo em plena praça,
A farsa e a faca, a face sem disfarce,
Apenas loucuras.
Sem curas ou vontades,
Quixotescamente quis o mundo,
E me inundo agora, que o fim se aproxima,
Das tantas hipocrisias vendidas na esquina.
Vou ao cinema, mato a família, e no fim nada redime.
Reparo cada grota, cada farpa, escalo montes e voo sem asas.
Assisto a derrocada e creio no infinito.
Ou não?
Etéreo quanto a eternidade,
Na idade aonde o nada se responde
E o todo se apresenta em labirinto,
O extinto caminhar, o morto instinto,
E o velho suicídio.
Paulatino...
ESTILHAÇOS

Essencialmente quis a vida,
Atroz ou mansa, além ou mesmo próxima.
Quem sabe?
Acaba o tempo
Os resquícios demarcam os rastros
E deles reparo a turbulenta,
Mas insossa estrada
Marcada pelas curvas e becos,
Pelas quedas e barreiras,
Mas também pelas imensas retas.
Dizer que fui feliz? Nem tanto.
Grifar um ou outro acontecimento,
Cimentos e mentiras,
Tiras e reparos,
Amparos e tropeços
Recomeços e tropéis
Troféus?
Nenhum...
Apenas a sobrevivência
Após o sonho,
O mergulho,
Espinho e pedregulho.
Entulho? Nem tanto.
ESTILHAÇO.

A DOLOROSA LIBERDADE

A DOLOROSA LIBERDADE

As tramas entrelaçam
Passam e me levam,
Relevam erros
Desterros
E me enterro nos teus braços.
Lassos braços cansada vida.
Não tenho saída
Embora pudesse
Nutrir o vazio
Com sonhos sem nexo,
O sexo, o conselho,
Espelho renega
A vida relega
E o quanto delega
Esquece o futuro
Que jamais houvesse.
Acendo o cigarro,
O câncer ou loucura?
Difícil escolha...
Melhor a aguardente?
O bar, a verdade embaçada,
E o nada que se refaz de um mesmo nada original.
Reverso da moeda, queda, rede e fim.
Aflito, conflito comigo mesmo e perco. Invariavelmente.
Lembranças de crimes e castigos.
Родион Романович Раскольников revela-se vivo,
E a fonte dos desejos abandonada nas ânsias de um novo dia.
Pudesse ser diverso? Nem mesmo sei.
Amei e reamei, amarras, cordoalhas, algemas...
No fim a dolorosa liberdade.
O QUE SERÁ DE MIM?

Sentado nesta mesma noite envolta pelo medo da manhã
O cadafalso
O falso passo
A cada momento
Arcádias volvendo
Cárdia e coragem
Agem e realçam
A queda.
O prazo veda
O tempo seda e nada encontro.
Ponto a ponto
Aponto o fim
Tomo mais um gole
Um traçado
Traçando amanhãs
Malsãs e diversas.
Expresso o fim
E sei do começo
O tombo, o apreço.
E quando mais,
Apareço.
Venço e realço
Passo a passo
Descompasso e não alcanço
E encontro o mesmo ranço
Avanço e não me perdoo
Os tempos rotos, os dias mortos,
E os portos esquecidos.
Assisto ao fim da caminhada
E nova derrocada expressa o quanto resta,
Funesta noite,
Vagando em nós.
Já não concebo o quanto pude
E se, rude, sobrevivo,
Nada mais que lenitivo,
De outra volta não escapo,
Escarpas, farpas e medos.
Medonhamente a face exprime
O crime o “time”, o non sense fatal.
O bar a moça, bijuterias,
E quando rias entre os caninos
A fúria expressando o ataque.
Sei que vivi
E talvez isso me conforme,
Disforme ser
Envelhecer
E envilecer,
O que será de mim, meu Deus?

Sunday, June 26, 2011

Num átimo
Um único momento
Eu tento e o vento
Espraiando esta esperança
Lança além a boia e sem saída
Apenas vislumbro cada vez mais distante a costa.
A infância, o remanso, o prazo findado,
O passo arredio e o rio.
Imenso rio que infante vencera num salto,
Cheio de jacarés e de armadilhas
Nas ilhas onde fui Tom Sawyer
Onde fui herói e ninguém soube.
Espadas e fúria,
Apaches e lutas
A vida parecia mais fácil
E a vitória era quase sempre garantida.
O mundo cabia no quintal entre roupas e varal,
Entre broas e café, refrescos e entardecer,
Enternece a noite e o que não vinha e temia
Passeia pela casa e pela vida.
Sobras de sonhos aliviam assombrações que são invencíveis.
O fim do jogo, o troco na hora e o corte profundo.
Assim gira o mundo e quando me inundo, não sei mais nadar.
Nem atravesso o rio imenso num salto,
Ressaltos e quedas
Estradas e atalhos,
Falhas e enganos...
O menino cresceu
Ou o mundo mudou?
Do céu aberto
Deserto o sonho e vejo apenas
O que o tempo rege,
Herege tempo, frágil solução...
Os olhos procuram sóis
Em giros sem descanso.
Avança e lança ao não,
A sôfrega expressão
Ação que caçoa,
Arpoa e
Neva.
Nos meus dias mais felizes
Os meus sins diversos,
Versos sem sentido
Velhas cicatrizes
Em atrizes paixões
Gerando cançonetas
E sonetos.
Mistos de carinho com angústia
E medo,
E arremedo,
Comedidamente
A mente em tal comédia
Enreda seus erros contumazes,
Conturbando a turba que toma o pensamento.
E invento algum cenário
Nos tantos palcos que ilusão descreve;
A brevidade de um momento em paz.
Jazendo o peito audaciosamente morto
No amor que não houvera ou simplesmente espera o fim da festa.
E o céu abrindo os véus desta torpe esperança agrisalhada.
Minhas cãs, meus afãs sem manhãs, amanhãs.
Apenas revivendo cada gota desta aguardente chamada amor.
Ébrio?
Nem tanto,
Apenas tonto neste carrossel,
Imenso turbilhão
Entre enredos e quedas,
Entre sonhos e pavores,
Olores e tormentas,
Rancores ou alentos,
Momentos...
Pudesse prosseguir em tom mais suave, mais sensível... Plausível?
Da estação vejo ao longe o trem,
O tempo, a sorte, e esta avidez de vida apenas consumida.
Vazios entre cortes,
Quelóides na alma,
E o preço a se pagar...
Plagas que não conheço ou meço, mereço...
Endereços vários
Ritos tais
Quais
Fossem o mesmo caminho
Estrada para o céu
Escadas para o abismo,
E o salto do funâmbulo
Sem corda...
Acordo e nada vejo
Somente o mesmo céu
E o vazio deste horizonte...
Te Adoro!


Enquanto contemplava o mar e o sol,
Pensava em você, em nós dois, em quantas
Deli_cio_sas loucuras, em versos, já vivemos...
Nesse instante uma brisa leve me trouxe
Uma envolvente sensação de sentir sem estar e
Borboletas dentro de mim começaram a dançar
Fazendo emergir letrinhas das mais bailarinas e sapecas!
Mas não consigo transformar em versos
Porque quando elas não cabem em mim,
Transbordam emudecendo-me;
Ainda bem que nossa cumplicidade lhe permite
Sentir e saber o indizível.
Posso lhe assegurar que mais uma vez e sempre,
Trago o doce e urgente desejo de querer estar contigo,
Do melhor jeitinho que sei ser:
Junto&Misturado...
Então, vem aninhar-te no aconchego do meu abraço,
Quero envolver-te como um belo e enternecedor laço,
Como o sol quando se deita, languidamente,
Sobre o mar e a tarde envolvida e apaixonada
Faz-se noite acendendo o espaço...

(NinaFlor)

O amor que se anoitece e traz a lua na alma,
Brilhando sobre as ruas vazias da esperança e renovando-as,
Revigorando o quanto se perdera em meio à própria treva,
Da vida sem ceva, da dor tão longeva e me atrevo a sonhar...
Lembranças que reativam os sonhos e reerguem o velho abandonado,
Olhando os arranha-céus, revejo-te e da sarjeta aprendo a voar,
Vagar pelo infinito entre as estrelas...
E ao te ver,
Astro dominante, deidade incomparável,
Perfaço o meu caminho, satelitizado e imantado pela sílfide.
E volto a acreditar que existo,
Insisto e tento as asas,
Mesmo que o sol as derreta,
Valerá a pena tentar te alcançar...