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Saturday, April 9, 2011

Vassuncê já mi conhece
Vévo a vida sem temê
O que possa entonce vê
Nas históra qui estremece.
Coração si compadece
E cansado di sofrê
Num traduiz o bem querê
E tumbém nada obedece
Apois véve recramano
Nas lembraça dos engano
Qui conhesse munto bem,
Dos amô qui já perdi
Tanto lá o mermo aqui,
Só sôdade essa arma tem.


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Nus amô qui já se foi
As lembrança dolorosa
De quem seno munto prosa
Se perdeu nesses comboi
Presunçoso coração
Das pregunta sem saida
Vai de novo e tenta a vida
E não veno soluçao
Faz arribação e tenta
Nas parage mais distante
O que tanto amô garante,
Nas tocaia tão sangrenta.
Repartino verso e canto
Só sobrano disincanto.

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Tantas veis os ói chorano
Cum sôdade da morena
Meu amô já num tem pena
E dispois im disingano
Muda a vida traiz os prano
Onde a sórte sai de cena,
Numa istrada tão pequena
Vô sofreno e vô cantano.
Isperano um novo dia
Apois tanto sufrimento,
Quano penso e tômbem tento
A vióla mi arripia
Num ponteio mais filiz,
Tanto amô na vida eu quis.


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Coração causa furdunço
Nesse peito sem juizo,
E somano os prejuizo
Mata mais du qui jagunço,
Num trevesse num repente
Numa trova maginá
O qui possa disvendá
Quanto mais o que se sente
Vai nasceno do meu peito
Cumo fosse um passarim,
Véve sorto dento em mim,
E pércura de seu jeito
Tê no amô agora o nim,
Mais jamais tá sastisfeito.

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Meus versejo faiz do soim
O qui tanto desejei,
Quano amô virasse lei
Num momento mais medoim,
O que qué que se compoim
Fala do camim qui sei
Quano narma merguiei
Breganhei o qui propoim
Dos querê uma querença
Que fazeno a difença
Num si cansa di sonhá
Tanto tempo pércurano
Quem pudéra noutro prano
Vi comigo aqui ô lá.

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Nada mais que essa sodade
Martratano quem se feiz
Coração qui duma veiz
Percurano a liberdade
Qui num vê mais de verdade,
Passa dia, passa meis
Das lembrança num disfeiz
Nem sequé nem a metade.
Véve a viva sem sabê
Pruqui foi qui vassuncê
Me dexô na solidão.
Sem tê jeito nem potença
Num há mais quem me convença
Que inda tenho coração.

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Sodade martrata a gente
E num dexa mais saida,
Vo levano a minha vida
Desse jeito, penitente,
Só quiséra tá contente
E sabê sem dispidida
Da palavra mais quirida
Desse amô que esta arma sente
Um minero quano qué
Um chamego da muié
Faiz quarquer doidera, pois
Num midino consequença
A vontade é mais imensa
Poco importa se há dispois.

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Lévo a vida desse jeito
Sem pensá, sem tê temô
Nos camim do santo amô
Toda noite im paiz eu deito,
O qui vem de Deus aceito,
Seja lá cunforme fô
Nos pérfume dessa frô
As batida du meu peito.
Já num posso assussegá
Seja aqui seja acolá
Nus riacho da sodade
Acelera o coração,
Pois se amô é troço bão
Traiz pro ói a craridade.

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Nus momento adonde passo
Tão distante do meu bem,
Quano esta vontade vem
Ocupano seu ispaço,
Me esqueço do cansaço
Coração cabeno um trem
Quero tanto e mais ninguém
Na verdade eu tento e casso.
Nas passada dessa frô
Vicejano o grande amô
Nada poda esse querê;
Minha vida toma prumo,
I dipressa vô i rumo
Diretim pra vassuncê.

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Numa lua sertaneja
A vontade de cantá
Coração tanto deseja
A morena aqui o lá
Sem sabê cunforme seja
O qui possa me arribá
Se meu peito já lateja
Cum vontade de casá,
Nossas coisa, nossa vida,
Num mais veno outra saída
Num me resta solução
Já te dei minha palavra
Quando amô a gente lavra
Sarva toda a prantação.

PARAÍSO?

Nuns momento mais difírce
Nada mais a gente vê
E o camim num diz pruque
Acabasse tár bobage
Vivo in riba das bestage
Dos meus ói que há di cumê
Essas terra puluida
Numa casa de sapê,
Me cuntaro na verdade
Que dispois de munto tempo
Nóis viemo dos macaco,
I dus bixo dinorsaro
Mas se póde sê mintira
Nóis foi feito desse barro
E si tanto ali escarro
Cuspu mermo num érmão
E pisano cum cuidado
Notra nova criação,
Das palavra qui prindi
Me falô pade e cumpade
O pastô mi confirmô.
Mais ao repará dereito
Vejo as marca no meu peito
Desses tempo do passado,
Coração qui bate e bate
Inda mais que se me martrate
Quano fica apaxonado
Trais as marca dotros bixo
E morreno viro lixo
Pulos barro serputado.
Me falaro dum Adão
Cabra munto sem juizo
Qui pru causa duma cobra
Disgramô no paraiso
Indo atrais duma muié
E prendeno uma bestage
Que divera seno bão
Fez da vida a sacanage
Qui dispois levando a paz,
Mais muié seno danada
Ingana inté Satanais
E o qui fica dessa históra
Se é maçã, seja de peito,
O trem bão cunforme feito
Num me larga mais memóra
Toda noite comemóra
Desta Adão esse márfeito,
Mais si o Paraiso é bão
Tombém é o tar pecado,
Di um jeitim bem mais safado
Com totár furnicação
Dus camim pra sarvação
A mió das direçao.
Quano vejo a minha dona,
Cum jeitim e peladona
O trem fica intão di pé
Qui num tem mais jeito não
Se é pecado, teja certo
Nesse inferno todo aberto,
Viva a minha pérdição!

COPLA 1

Na canção que poderia
Ser apenas o que tento
Ninguém sabe a direção
Deste vento que ora sopra

Atentando sem saber
Do que nada mais viria
Sendo a vida o que se faz
Noutro tempo em paz e guerra

Vejo o verso sem proveito
E se tento não encontro
Numa copla mais sutil,
Beijo a boca da esperança.

Mas depois nada mais tendo
Onde entendo este vazio
Nisto quando iludo o tempo
Sinal que acabou-se tudo.
91

No tempo que passa
A vida se expressa
E quando depressa
A sorte esfumaça
E resta o que traça
Na força e começa
A luta sem pressa
Ou mesmo se escassa.
Vencendo o caminho
Enquanto não vira
Meu tempo daninho
Exposto à mentira
Enquanto me alinho
Ao que se retira.

92

Já nada se vendo
Nem mesmo sentindo
O tempo eu desvendo
O mundo vestindo
O quanto em remendo
E tanto já findo
O passo onde entendo
O sonho partindo.
Resumos das eras
Que tanto temperas
Em atos diversos
E bebo somente
Ousando a semente
Expressa nos versos.

93


Não vejo sentido
No tempo que a vida
Pudesse e duvida
Enquanto eu me olvido
Do verso vivido
Na luta premida
E sei da ferida
Ou quanto lapido
Do tempo sem rumo
Do canto em resumo
Assumo os pecados,
E vejo os medonhos
Cenários em sonhos
Em tons rabiscados.

94


A bala, o corcel
O vento se abala
E nada mais cala
O tempo cruel,
Ousando em tal céu
A luta avassala
A sorte não fala
Nem tira seu véu,
E vendo o que resta
A sorte funesta
Atestando o fim,
Vencido singrando
O tempo mais brando
Negando ao que vim.

95


Não vendo a verdade
Que o tempo ora esconde
Sem saber nem onde
A vida me agrade
Ou traz liberdade
Ou mesmo responde
Enquanto em tal fronde
A sorte degrade
Podendo talvez
No quanto ora crês
Saber de tal fato
Meu mundo se deixa
Levar pela queixa
Quem em ti, eu constato.

96


Na palavra mais gentil
Ou no verso dolorido
O que tanto não se viu
Diz do sonho descumprido
O momento mais sutil
Noutro tempo resumido
Nem tal sorte se previu
Nem jamais se fez ouvido.
O vencido vencedor
Pelas tramas de um amor
Já não tendo solução
Entregando sem defesa
Segue em plena correnteza
Acordes do coração.

97


O meu canto sem sentido
O meu verso sem caminho
Onde busque novo ninho
Velho campo repartido
Entre o quanto não duvido
E deveras já me alinho
Vou vivendo mais sonho,
Dos meus passos, redimido.
Vendo o tempo de viver
Vendo o sonho se acabar
Onde quis algum prazer
Nada mais irei notar
Nem vontade de querer
Nem saudades de voltar.

98

Resumindo minha vida
Noutro toque ou na promessa
Sem saber desta saída
Nova senda recomeça
E bebendo a já perdida
Sensação de quem tropeça
Numa sorte construída
Onde o nada me endereça
Vivo apenas por viver
E não canso de uma luta
O que possa cada ser
Na verdade não reluta
E se tento espairecer
Sonho traz leda permuta.

99


Nada mais quero senão
A verdade de que um dia
Envolvendo em fantasia
Vejo a mesma solidão,
O meu tempo diz do não
A palavra não se adia
E o que pude em agonia
Traço em rara dimensão,
Onde tento novamente
O que possa e não desmente
Traz na mente outra esperança.
O meu passo não se cansa
Onde houvera plenamente
A vontade não alcança.

100

Resumindo cada fato
Neste pouco que me resta
A palavra não atesta
O que em sonhos mal constato,
Bebo então tal vário fato
Num calvário, a voz funesta
Onde quis a mera festa
Outro tom ora retrato,
Sem recato e na verdade
No que possa em realidade
Outra luz já não me guia
O meu mundo se perdendo
Onde vejo o tom horrendo,
Morta a rude poesia.

A PELEJA DO BORSONÁRO COM O MADAME SATÃ

Quando o tár de Borsonáro
Sem sabê disincarnô
E pensano ser sucáro
O qui o demo lhe sargô
Incontrô no seu camim
Umas coisa deferénte
E correno,o trem ruim
Qui na vida num foi gente
Apóis tanta falação
Defeneno a dita dura
Sem sabê da ingratidão
Do demoim com tár locura
Teve a sorte caprichosa
De na mesma nuve vi
Um sujeto adeferente
Desses qui eu conheci,
Cum oiá mais indecente
Qui se visse por ali.
Um neguim desses magrelo
Com as unha de vermei,
Pra falá inté martelo
O bichim era mais fei
E zoiano o Borsonáro
Com o oiá isfomeado,
Preguntô se ele era o cabra
Qui num gosta dos viado.
O difunto seno fresco,
Dando já de cabra maxo
Foi oiano cima im baxo
O diacho do sujeito,
Foi lógo meteno os peito
E já dando um esculacho
Provocô a figurinha
Que de tanto magrelinha
Num guentava nem um soco,
Mais dispois, de munto poco
Veno lá o tár de Emio,
Que de merde-se chamava,
Esse entonce pur um fio,
Precebeno a coisa brava
Disse pro sô Borsonaro
Larga de sê cabra otaro
Que vancê parece loco
Num se bole cum tal bicha
É mió invitá rixa
Qui o negóço é cumpricado.
Numa históra tão mársã
Vassuncê, meu cumpanhero
Vai sinti do enxofre o chero
Esse é madame Satã.
Borsonaro entonce riu
E partiu pra gozação,
Num momento o que si viu
Virô doida pérdição
Rasteira, rabo de arraia
Pé na bunda e pescoção
O troço pegano fogo,
No inferno a confusão
Borsonáro já quebrado
Cum deiz dente arregaçado
Com as bunda ora pru riba
Foi sintino na verdade
A tár da promiscuidade
Numa ardença, na tortura
E sintiu cumo é dirfice,
Mais dispois deu gulodice
Quando viu a dita dura...