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Saturday, June 3, 2006

MEU GRITO DE LIBERDADE

Meu grito de liberdade anda por toda a cidade, percorre guetos e vilas;

Nas favelas e cortiços, nos morros e periferia.

Meu canto de alegria traz o novo embutido.

No novo tempo sentido, em todos os sentidos e tempos. Na atemporal rebeldia, no dia rebelde da fantasia exposta, e posta à mesa.

No meio de tanta incerteza, semeio por precisão, o mais preciso dos sonhos.

Meu mar é de outros tamanhos, de vastos horizontes e fontes, nas frontes e frentes da vida.

A solução da partilha, nunca ninguém mais ser ilha. Todos poderem partir e compartilhar a comida, o sonho igual, repartido.

Repatriar a esperança perdida nessas batalhas, pelos campos e senzalas,

Sem ter vôos sem ter alas, nas velhas cadeias ferozes.

Nos gritos dos condenados, na morte de nossos filhos, no brilho opacificado desse povo amortalhado, acorrentado, neste céu acinzentado, cravejado pelo cristal das lagrimas do povo.

Nossos dias sem futuro, na solidão desse muro, na mansidão do regato, no medo, nosso retrato, exposto qual fora fratura, sangrante, massacre de tantos por tantos por tanto tempo, impune.

No pátio de tantos horrores, na fome e injustiças, abutres perfuram os olhos.

Escarnecem de todos, qual fossem espectros sem rumo.

No meio de tantos, aprumo a carcaça sem sentido e tento olhar para um dia.

Dia em que a melodia não seja vadia ou vazia, nem os olhos vazados e a língua amputada, sobrando somente o silêncio. Sem nexo e sem serventia.

Meu grito procura um eco, tampouco muitas vezes se escuta. A força sempre bruta, abrupta e fera, me traz o tempo da guerra, o grito da selva, a guelra do peixe fora do seu habitat, sem ar, agônico. Afônico , sigo tentando, tateando tatuado, marcado a ferro e fogo, no jogo do forno das almas, da lama até o pescoço, sem viço, meu vício é meu alvoroço, e roço as mãos tão serenas, das justas e mansas morenas que habitam o peito brasilis.

No meio dessa desdita, aflita a mãe grita e pede a quem quer que seja, socorro.

Nos morros e nas favelas, entranhas expostas e podres. Os pobres são mera agonia.

A venda nos olhos de tantos, impede o cheiro da decomposição desse povo.

Perdido no meio das matas, dos velhos e novos cortiços, por onde se esgueira a esperança.

Mas ao renascer da manhã, há luz, fraca, mas viva.

A luz que tantos queriam, que tantos pediram, aparece no final da estrada.

O brilho é frágil, mas vivo. O tempo é ágil e preciso. O mundo precisa disso.

Do brilho dos olhos do povo. Dos olhos verdes da mulata e dos cabelos louros do menino.

Do sorriso desdentado e cheio de cáries, reflexo da falta de caridade, de claridade, nas crateras e cáries da alma dos dominadores.

Por onde fores, cordilheira sobre flores, esmagas e negas os amanhãs.

Os caminhos teus são vãos, são em vão, sem serventia, sem soluções.

Permita a esse povo que acorda que a corda não arrebente, nem arrebate seus dias.

Permita que a luta aflita e bendita, infinita não se torne somente um vazio a mais neste ciclo de vida, que o cio dê a gravidez e a gravidez o parto, de um rebento forte, parido e bem disposto, com o rosto transbordando um novo amanhecer.

Permita que essa fantasia, seja a mais bela poesia, seja o brilho do amanhã.

Permita enfim, que Deus proteja a quem quer que seja, pois sei que Ele almeja o desejo desse oprimido, comprimido, exasperado, sempre desesperado e desesperançado contingente de um continente, por tempos e tempos, subjugado, despojado, amordaçado e infeliz.

Permita esse novo canto, novo encanto em cada canto e, por encanto, o vôo desse condor.

Pairando livre no espaço, forte e sem embaraço, rumo à liberdade.

Ave de arribação, nave de transformação, transformar em ação, o que sempre fora ilusão.

Aflora-se mais esse rito, nosso mito, nosso aflito grito ecoando pela humanidade; dando toda a dimensão de que, nesse rincão, nesse pedaço de chão, a justiça enfim floresce, vendo o pobre que padece, ouvindo a nossa prece.

Nossa maior benesse é essa, a nova promessa de JUSTIÇA!

DE COMPUTO E DE CÔMPUTO

Num dos episódios mais tensos da Câmara dos Vereadores de nossa pequena cidade, temos um embate inesquecível.

Dr. Flavio era um daqueles médicos do interior que, por idealismo ou por sede de poder, passa a entrar na vida política do município, normalmente com êxito.

Elegera-se vereador e, como tal, era uma ilha de conhecimento em meio ao deserto de idéias que compõe normalmente o poder legislativo interiorano.

Paulo Carniça, depois que concluíra o Mobral estava a toda e, já fazendo o projeto Madureza, se achava um douto, capaz de emitir com franqueza suas opiniões sobre qualquer assunto.

Num de seus arroubos de intelectualismo, em plena sessão aberta da Câmara Municipal, saiu-se com essa:

-Senhor Presidente, eu computo novos casos de tuberculose na nossa cidade, e isso vem aumentando todos os meses;

Além disso, eu computo também o aumento das muriçocas e pernilongos que estão impedindo o nosso povo de dormir.

Nessas computações, foi um tal de computo pra cá, computo pra lá até que, para cutucar o doutor Flavio que a tudo observava calado, Paulo cismou de dizer “computo que o atendimento da Santa Casa está muito aquém do que merece nosso povo!”.

Nessas alturas, Dr. Flavio se ergue e, agressivamente responde ao vereador computante.

-Vossa Excelência está enganado, NÃO SE FALA COMPUTO E SIM CÔMPUTO!”, para começo de conversa e, depois, o senhor não tem conhecimento de causa para poder julgar o trabalho de saúde no nosso município.

Ao que, sem pestanejar PAULO RESPONDE:

- Em primeiro lugar, quando eu falo com Vossa Excelência eu falo COM PUTO sim! E, depois quem é o Senhor pra falar em conhecimento de causa. Pelo que me consta o Senhor é Doutor médico e não doutor advogado!

DAS CARONAS E DE PAULO CARNIÇA

Falando em Paulo Carniça, assim que se aposentou como açougueiro e político, o nosso querido amigo, passou, por um processo de alienação mental progressiva, a adquirir um hábito terrível.

Pedia carona a quem quer que fosse para qualquer lugar.

Era comum alguém passar de carro e, ao ser feito o sinal de solicitação de carona por Paulo, ao parar e informar que o rumo a ser tomado era outro, Paulo entrar no carro assim mesmo e ir para nem imaginava.

Esse hábito era conhecido de todos, inclusive por João Bento, caminhoneiro conhecido de uma cidade próxima a nossa.

Pois bem, numa tarde de sexta feira, João Bento, ia para Muriaé, onde tinha marcado um encontro com um desafeto para acertarem as contas sobre um terreno vendido há tempos, no estado da Bahia.

Distraído, ao perceber que Paulo lhe pedia carona, parou e perguntou para onde esse ia.

Ao informar Paulo que iria para Muriaé, esse, prontamente, subiu no carro e se acomodou no banco do carona.

Quando chegaram ao cartório, João pediu a Paulo que esperasse um pouco, pois ele voltaria em seguida.

Para espanto de Paulo, ao descer, João deixou perceber que estava armado.

Mas, como Paulo conhecia João e sabia que o mesmo tinha um temperamento pacífico, permaneceu no seu lugar enquanto o amigo se dirigia par o cartório.

Nesse ínterim, um conhecido de Paulo o reconheceu e começou a conversar com ele.

Assunto bobo, tipo como vai a comadre, como vão os meninos essas coisas...

Mas, de repente, se ouviu um tiro e um burburinho gigantesco no outro lado da rua.

João vem correndo, abre a porta e, com a arma ainda em punho, acelera o carro a toda.

Paulo, pálido e tremendo todo, dos pés à cabeça, olha para João que, sem pestanejar foge em alta velocidade, Rio Bahia abaixo.

Num sentido totalmente contrário ao da pequena cidade.

João distraído e Paulo apavorado, não deu outra.

Quando João se apercebeu da presença de Paulo, já estavam próximos de Governador Valadares.

Ao perceber o amigo em estado de pânico, mas sem poder voltar para trás, pergunta-o se poderia deixá-lo ali.

Paulo nem sabia que cidade era aquela, mas, devido ao estado de choque em que se encontrava, nem pensou em dizer não.

Devidamente “despejado” na cidade estranha, Paulo dava graças a Deus por estar vivo.

João, quando parou o carro, quase na divisa com a Bahia, ao reparar bem naquela mancha escura no banco do carona do seu carro, passou a entender melhor o apelido de Paulo Carniça.

Quanto a esse, depois de tal episódio, se curou da mania de pegar carona.

Agora, como ele voltou para casa; isso são outras caronas!

DE LEIS E DA GRAVIDADE DOS FATOS

Paulo Carniça era um conhecido açougueiro de uma pequena cidade da Zona da Mata Mineira, a mesma que elegera Francisco de tantas aventuras aqui descritas.

Analfabeto funcional, mal sabendo assinar o nome, se elegera vereador na cidadezinha, no mesmo mandato onde Francisco era prefeito.

Esse fato de ser semi-analfabeto o incomodava muito e, francamente, como era bem intencionado, resolveu se matricular no MOBRAL.

A duras penas, recomeçando a estudar já com seus quase 50 anos, seu esforço era emocionante.

As dificuldades de aprendizagem eram muitas, mas, depois de um ano, já conseguia ler algumas coisas.

Uma delas chamou-lhe a atenção.

Ao entrar na biblioteca municipal, reparara num livro de Física esquecido em um canto e o título logo despertou sua atenção;

“A LEI DA GRAVIDADE, por Isaac Newton”.

Imaginara logo que, pelo nome do autor, deveria ser um grande político estrangeiro, o que logo lhe despertou o desejo de se tornar conhecido.

Pensou, pesou, analisou e, chamando seus assessores, depois de quase dois meses de muito trabalho, resolveu fazer um projeto de lei baseado no que entendera ser a lei de Newton.

Entre risos contidos e reações de surpresa, Paulo apresentou sua lei numa sessão solene, onde se homenageava os Professores pelo seu dia, num outubro perdido no tempo.

“A lei da Gravidade é de muita importância para a nossa e qualquer cidade. Por ela se define as gravidades dos assuntos e das urgências e perigos dos acontecimentos.

Por exemplo: se houver uma enchente e tivermos que calçar uma rua, pela lei da gravidade, a gente desvia dinheiro do calçamento para ajudar as vítimas da enchente”.

O comentário de um médico que assistia à sessão da Câmara foi definitivo.

“AINDA BEM QUE O PAULO CARNIÇA NÃO ACHOU UM LIVRO DE GINECOLOGIA, IA SER DIFÍCIL TENTAR APROVAR A LEI DA GRAVIDEZ!”

DOS TEMPOS DA ARENA E DO MDB

Nos tempos da ditadura, como todos nós sabemos, havia somente dois partidos políticos no Brasil, mas, por uma desses casuísmos inerentes aos períodos de exceção, havia a divisão dos partidos em “famigeradas” sublegendas, o que permitia, em Muriaé, que a antiga UDN e o antigo PSD andassem lado a lado numa mesma ARENA governistas.

Alguns poucos corajosos, se reuniam no MDB e faziam tripla oposição; aos Governos Federal, Municipal e Estadual, todos unidos sob a égide da cruel ditadura militar que vivíamos.

Em Muriaé, havia uma professora de Português muito querida por todos, de temperamento explosivo e famosa por suas atitudes corajosas e, muitas vezes, intempestivas.

Pois bem, numa eleição para prefeito e vereadores, lá pela década de 70, a nossa amada mestra, resolveu se candidatar.

Como só poderia ser, optou pelo MDB, o que diminuía bastante suas chances de se eleger, mas, mantinha a coerência de uma lutadora.

Tínhamos nesta mestra, além de um excelente caráter, uma purista do idioma, reagindo com indignação a qualquer erro crasso que ocorresse.

Cabo eleitoral de cidade pequena, normalmente, não tem ideologia. A sua principal função, a de arregimentar eleitores, normalmente é recompensada a peso de ouro.

Luisinho Pereba era um dos mais requisitados de Muriaé, tinha dívidas para com o pai de nossa heroína, fruto de casos passados ligados à compra e venda de gado.

Nessa eleição, portanto, não adiantava nem a Arena 1 nem a Arena 2 tentarem contratar Luis, este estava irremediavelmente ligado à nossa candidata.

Estava, mas não ficou...

Não é por causa de “compra” ou aliciamento, como vocês podem pensar não. Luis era incorruptível.

O problema foi a maldita mania de perfeição de nossa mestra com relação ao idioma.

Num comício, para melhor localizarmos, no MAIOR comício preparado pelo MDB, ansioso com a provável votação recorde de sua candidata e a possibilidade de eleger um vereador, fato raro naqueles tempos bicudos, a professora fez um dos mais belos e corajosos discursos.

Ao falar da desigualdade, da opressão, da falta de liberdade de expressão, nossa heroína se emocionara às lágrimas.

Empolgado, Luis, mesmo sem entender muito que a mestra dissera, resolveu tomar o microfone e defender, com unhas e dentes a sua candidata.

Num momento de emoção incontida saiu-se com essa:

-Votem em M..., ela é a MULHER IDEAL PRA “CAMA” DOS VEREADORES DE MURIAÉ!

A professora, ao ouvir tal disparate, não conseguiu se conter:

- Ideal PRA CAMA DOS VEREADORES É A SUA MÃE, SEU IMBECIL!

Surpreso com a reação da professora e sem entender muito bem o porquê, Luis se levantou e retirou-se do palanque. Do palanque e da campanha!

Claro que a nossa mestra não se elegeu, mas pelo menos a sua honra e a da “flor do Lácio” foram respeitadas!

Friday, June 2, 2006

De Hot Dog e da Política mineira

Francisco, o nosso prefeito udenista das Minas Gerais do começo da década de 70, tem no seu vasto currículo, uma das histórias mais hilariantes do anedotário político da Zona ops... da Mata Mineira.
Contam que, chegado às novidades que pululavam na ex-capital federal e antiga corte vez em quando descia para o Rio de Janeiro em busca de prazeres e novidades que “poderia utiliza para o desenvolvimento de sua cidade”, se bem que as visitas à Vila Formosa e aos Cabarés da Lapa eram mais freqüentes que às Convenções e Congressos; isso sem contar a museus, teatros, cinemas etc...
Numa de suas primeiras viagens ao Rio, foi surpreendido com algumas novidades inesquecíveis.
A tanga usada pelas cariocas fascinava o nosso pobre Prefeito, excitado pelas belezas das praias e, principalmente das “praianas”.
Uma outra coisa que o deixou muito assustado foi a descoberta dos travestis, que jurava serem mulheres, e das boas!
Pensou até em levar alguns para visitarem a sua cidade, no que foi desaconselhado, prudentemente por seu “Assessor Cultural”.
Pois bem, dizem que uma vez, ao passear pela praia de Copacabana num início de tarde, a fome abateu-se solenemente sobre nosso herói.
Fome muita e dinheiro curto; pois tinha perdido muita grana num cassino clandestino no Centro da Cidade, para onde fora levado por uma das fogosas meninas do Rio, resolveu procurar alguma coisa para comer.
O que mais lhe chamara a atenção foi uma barraca de “CACHORRO QUENTE”. Estarrecido pelo que lera, consultou seu assessor para saber da viabilidade de comer carne de cachorro, hábito desconhecido de seu povo.
Mas, cada roca com seu uso e cada povo com seu uso, e baseado na informação de seu assessor, tão ignaro no assunto quanto ele próprio, pensou, analisou, olhou pro bolso e afirmando que, “pelo menos o cachorro viria quente”; com o asco reprimido, tomou coragem e pediu um para o barraqueiro mais em conta que encontrara.
Nesse meio tempo, o seu assessor, distraíra-se com um belo par de coxas e uma tanga extremamente generosa que passava ao lado.
De repente, para susto e espanto de todos os que estavam por perto, eis que Francisco, enrubescido e em tom de voz elevado, com toda a ira que lhe era permitida grita:
-Tudo bem, até entendo esse negócio de comer cachorro. MAS ESSA PARTE DO BICHO NÃO, POR FAVOR, NÃO! PEGA ESSA COISA E ENFIA...!
CAI O PANO!

DOS PODERES DO POVO

Da coluna Painel da Folha de S.Paulo, hoje:

"Apesar do endosso explícito de Hugo Chávez à nacionalização do gás, amplamente aprovada pelos bolivianos, a imagem de Lula no país vizinho é ainda melhor que a do colega venezuelano, segundo pesquisa do instituto Ipsos Opinion em parceria com a consultoria de risco Eurasia Group.

Na Bolívia, 55% têm opinião positiva ou muito positiva sobre Lula. Apenas 17% manifestam opinião negativa ou muito negativa. Os resultados de Chávez: 50% (positiva ou muito positiva) e 32% (negativa ou muito negativa).
Também no Peru, onde haverá 2º turno presidencial domingo, Lula está bem (48% de avaliação positiva ou muito positiva). Ali a desaprovação a Chávez é elevada: 69% de opinião negativa ou muito negativa."


Isso demonstra uma realidade que foi percebida até pelos EUA, Lula é o contraponto a Chavez na América Latina.
Isso dá a verdadeira dimensão da liderança, a nível continental do Presidente operário.
Essa apreciação pode ser sentida, também, entre os líderes Europeus e os dos Países Emergentes.
A presença de um brasileiro, socialista e oriundo das camadas mais humildes da população, mas com essa característica ímpar; a capacidade de liderança, torna-o mais forte que poderíamos imaginar.
Lula se aproxima, desta forma, de uma invejável posição perante o Mundo.
Claro que isso causa extrema inveja aos “Intelectuais” de plantão.
Quando vemos isso, passamos a entender a fúria preconceituosa e segregadora de parte dos “Formadores de opinião” não cabendo a nós, simples médicos, professores, advogados, sociólogos, entender a capacidade de comunicação de uma liderança inquestionável, com origens populares.
A História tem poucos exemplos disso e por conta dessa raridade, deve-se valorizar essa liderança.
O nosso povo tem seus heróis gerados nas bases populares, como o caso de Tiradentes, de Pelé, de Zumbi e de Antonio Conselheiro.
Luis Ignácio é mais um exemplo disso, e isso é insofismável.
Cada um de nós, temos o direito de gostar ou não de Lula por conta de sua personalidade e de seus erros de português. Mas o que não se pode negar, às expensas de ter-se cometido um erro primário, é a capacidade deste se comunicar com o povo, o seu povo.
A cada dia percebo que esse povo de Lula, não é o PT, nem o PCdoB, nem o PSB e, muito menos os partidos de oposição.
Esse povo não é partidário, nem tampouco discute política nas páginas dos jornais, revistas e Internet, que são de acesso impossível para a maioria dele.
Esse povo se forma nas quitandas, feirinhas, mercados e nas conversas regadas com cachaça, com refrigerecos e com arroz e feijão.
O trabalho árduo desse mesmo povo está, pela primeira vez, sendo medianamente recompensado e isso conta muito.
As denúncias de corrupção de políticos foram percebidas por essa população como um ato de alguns assessores de Lula, mas nunca como um ato DELE e, mesmo quando se percebe desta forma, a troca de humores e sensibilidades supera qualquer coisa.
Não quero discutir política partidária nem preferências pessoais, quero expressar, tão somente, a minha visão sobre esse fenômeno que, a cada dia, deixa de ser somente Brasileiro.
Lula, a cada dia que passa, toma o aspecto de todas as minorias e injustiçados. Quando um líder como Bono Vox o reverencia, o faz como a um representantes dessas camadas sofridas da humanidade.
Lula está se tornando a principal referência para estes grupos e isso fica evidente a cada manifestação de apreço de lideranças européias e americanas, inclusive entre os líderes não socialistas.
Dentre eles podemos citar até a Sra. Rice tão temida e criticada, Jacques Chirac, Bush, entre outros...
Essa percepção não pode ser desprezada por quem, favorável ou não a Lula, quiser entendê-lo, mesmo que não o aceite.
Se negarmos isso, corremos o risco de, a exemplo da mídia nacional e dos partidos de oposição, exceto Heloisa Helena que nunca negou a liderança de Lula, perdermos o bonde do povo, o que leva a humanidade para frente.
Os grandes movimentos da humanidade sempre forma populares e, em última análise, Lula personifica não só o NOSSO POVO, mas muito mais que isso.
Tenhamos, pois, a humildade de reconhecermos isso; inclusive os que o querem derrotar.
Subdimensionar Lula é querer ser atropelado pelos milhões de humildes e discriminados do mundo todo.
Conhecer esse povo é a diferença básica entre quem se originou dele e os que acreditam, ingenuamente, poderem pensar e falar PARA ele.
Lula, ao contrário, sabe muito bem falar POR ele.
A diferença é muito grande, portanto, aconselho a quem quiser conhecer o povo, aprender a falar e pensar como ele, para se identificar com ele e nunca se arvorar a querer ser o NORTE desse povo.
Não creiam em lideranças que não nasceram do povo; elas têm os pés de barro...

DE CPIS E DO CINISMO

Fantasmas de CPIs enterradas assombram Alckmin
Ao longo de seu governo, em São Paulo, Geraldo “Banho de Ética” Alckmin portou-se como um samurai. Passou na espada 65 CPIs. Agora, os fantasmas de todas as comissões não-instaladas surgem do nada para puxar-lhe o calcanhar.

O STF julga nos próximos dias uma ação em que o presidente do PT, Ricardo Berzoini, pede a exumação das CPIs enterradas sob Alckmin na Assembléia Legislativa de São Paulo. O relator do processo é o ministro Eros Grau.

Na ação, Berzoini pede que seja declarado inconstitucional um trecho do regimento interno da Assembléia paulista. Prevê que, além das 33 assinaturas de deputados estaduais exigidas para a instalação de CPIs, os requerimentos precisam ser aprovados em plenário por uma maioria de pelo menos 48 votos. Um quorum que a oposição, em minoria, jamais consegue atingir.

Uma das CPIs que a bancada de Alckmin obstruiu na Assembléia prevê a investigação da Febem, calcanhar da administração tucana. Outra pede a apuração de supostas irregularidades nas obras do Rodoanel, jóia da coroa da gestão Alckmin. Uma terceira trata de supostas impropriedades na execução de contratos de financiamento estrangeiro para as obras de despoluição do Tietê.

A candidatura presidencial de Alckmin guindou o problema paroquial paulista à condição de prioridade nacional do petismo. Daí Berzoini ter patrocinado a ação no Supremo. No final do ano passado, a bancada de Alckmin, num gesto de “boa vontade” chegou a concordar com a instalação de uma das 65 CPIs. Tratava da apuração de problemas ambientais no Estado. Mas o PT quis incluir no acordo a desobstrução de pelo menos uma outra comissão, a da Febem. E o tucanato, cuja maioria na Assembléia oscila entre 48 e 56 votos, decidiu manter a obstrução.

Dependendo do que vier a decidir o plenário do STF a tática de empurrar CPIs para baixo do tapete pode custar caro a Alckmin. Se a decisão dos juízes lhe for desfavorável, sempre que o candidato tucano abrir a boca para falar de ética e moralidade, o petismo esfregará no seu nariz a necropsia das investigações enterradas.




A situação de Geraldo agrava-se a cada dia, o fato de ter acumulado esse recorde mundial, de obstruções e tentativas de esconder a podridão desses 12 anos de Governo podem custar, a cada dia, mais caro para a candidatura tucana.
O que temos visto é uma debandada geral do ninho, onde os mais espertos e os que têm pretensões políticas no futuro, a cada dia, vão deixando mais solitário o ex-Governador.
A tática de “jogar a sujeira para debaixo do tapete”, convenhamos, é a pior que se pode utilizar para quem quer continuar na vida pública.
Até no simples fato de se fazer uma faxina na mais humilde residência, esse modo de ação, gera a criação dos “bichos escrotos” tão conhecidos.
A podridão da sujeira “escamoteada” de forma tão primária, faz com que haja propagação de “ratos”, baratas e ‘vermes”.
Isso, no frigir dos ovos, traz uma péssima impressão a quem visita a casa e uma fedentina insuportável para os habitantes da residência.
Os paulistas, durante muito tempo obnubilados por um marketing extremamente bem feito, durante bastante tempo, não perceberam o crescimento do nariz de alguns de seus dirigentes.
O fato desse nariz, hoje em dia, estar gigantesco, denota a aproximação deste com o famoso personagem da literatura infantil; e se associarmos o fato de que esse personagem era feito de madeira, teremos então, o nariz de madeira revelando a cara de pau.
Porém observamos o quanto essas assepsias foram mal feitas e decepcionantes, se levarmos em conta que o dito cujo, além de ser médico é anestesista e, portanto, deveria exigir que a casa estivesse um primor de limpeza.
Isso reflete no “banho de ética” que, a bem da verdade, se formos analisar o passado recente, não deve usar nada além de vassoura e tapete.
Aliás, o fato de termos tanta poeira e sujeira jogada para debaixo do tapete, pode e causa alergia a todos os que entram em contato com o ar vicioso reinante na casa.
O disfarce utilizado para justificar essa maneira um tanto quanto absurda de “banho”, é a de tentar mostrar os defeitos de outrem.
Biblicamente poderia responder principalmente se levarmos em conta o aspecto religioso do prezado anestesista, da seguinte forma: Não critiques o cisco no olho do seu próximo antes de reparar e tirar a trava que se encontra no seu!
O interessante é o argumento de que se o outro afirma não saber de nada ser cinismo.
Donde se deduz que quem se utiliza disto, para não ser taxado de cínico, deve ser taxado de CONIVENTE.
E a conivência com os desmandos e corrupções o tornam cúmplices, o que, convenhamos, é absurdamente GRAVE.
O médico deve prezar pela saúde do paciente, assim como o político deve prezar pela saúde de seu povo e de seu Governo, sendo necessária a transparência para que isso seja verdadeiro.
Quando temos um médico que coaduna com os erros de seus auxiliares ele é co-responsável pelo que ocorre com o doente, e digo mais, é o PRINCIPAL responsável, por ser esse ato de sua responsabilidade.
O fato de não ter punido os agentes que desconhece e não permite que se conheça, a partir do momento que é conivente e co-participe dos desmandos, o torna Tão ou MAIS responsável pelos danos causados a todos quanto qualquer “rato” ou “verme” que tenha lesado à comunidade.
A morte do paciente, sob tais circunstâncias, é RESPONSABILIDADE MAIOR DO ANESTESISTA QUE PERMITIU QUE OS RATOS ENTRASSEM NO CENTRO CIRÚRGICO E NÃO OS AFASTOU E NEM DEIXOU QUE A ASSEPSIA FOSSE FEITA COM PERFEIÇÃO.
NÃO DE PODE FUGIR DESSA VERDADE NEM TENTAR IMPUTAR O ATO A OUTROS, SENÃO, ALÉM DE IRRESPONSÁVEL, DEVEREMOS CHAMÁ-LO DE CÍNICO!

Thursday, June 1, 2006

SEM TER NADA POR DIZER

Sem ter nada por dizer
Desse tanto que já disse
Por ter medo de viver
Sem ter nada que afligisse
Pelo canto mais sensato
Desse rio, do regato.
Por não temer o cansaço
Por nem ter o teu regaço
Quis fazer essa manhã
Com teu gosto minha amada
Ter no meu peito a terçã
Ter nos olhos madrugada
Sem saber por onde andar
Nem ter medo da saudade
Nem vontade de voar
Quero ter somente a lua
Mudando a forma, mas nua.
Percorrendo cada rua
Como se fosse ela, a tua.
Como poder ser teu colo
Como transformar teu solo
Como navegar ao pólo
Como resistir ao canto
Envolvendo-me no teu manto
Encantando-me teu encanto
Navegando no teu mar
Procurando teu cantar
Sabendo bem mais te amar
Que poderia essa vida
Ser estrada tão comprida
Que nunca pode estancar
O que sangra sem segredo
Esse amor me dando medo
No meu último degredo
No final dessa cantiga
Que de tanto ou mais antiga
Vai queimando feito urtiga
Fazendo a vida serena
Dando dor a quem tem pena
Dando essa asa a quem não voa
Vou levando a vida à toa
Navegando essa canoa,
Vivendo essa vida boa.
Com o gosto da saudade
No peito essa liberdade
Carregando a vaidade
De ser livre, sem ter medo.
De saber qual o segredo
Para poder suportar
As dores mais poderosas
Vou tentando perfumar
Com os olores das rosas
A quem queira me amar.
Quero saber dessa sina
Que me traz a ti, menina.
Que me faz sentir, calor,
Nos braços do meu amor
Na rede toda preguiça
Que vem, prende me atiça.
Me dando essa sensação
De chegar nesse meu chão
Carregado de perdão;
Lavando toda certeza
Na chuva da madrugada
Tornando desesperada
Cada ausência sem você
Querendo, só por querer.
Querendo sem nem poder
Amar quem nunca esqueci
Na vida que já perdi,
Na curva dessa esperança
Ser de novo tão criança
Trazendo em minha lembrança
O gesto mais delicado
Onde amor tornou-se fado
A vida dando o recado
O medo andando de banda
Pesando o peito sofrido
Que por muito já vivido
Leva seu tempo perdido
Vai em busca da certeza
De encontrar essa beleza
Que todos chamam verdade,
Mas pra mim, sinceridade.
Conhecendo a liberdade
Chamo de FELICIDADE!

TASSO AFIRMA: ALÉM DE TUDO ELES SÃO FEIOS!

...Já o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), ironizou as justificativas do presidente Lula de que não tinha conhecimento do suposto esquema de corrupção envolvendo o governo, o chamado "valerioduto"."Estamos lançando uma chapa de homens que assumem suas responsabilidades, que têm caráter. Quando alguém disser que está acontecendo algo no seu governo, eles não dirão que não sabia, que não tinham nada com isso", disse.Tasso afirmou ainda que "tanto Alckmin quanto José Jorge não são nenhum Brad Pitt, mas são homens de caráter".



Realmente, acredito que Tasso tem razão em alguns pontos; senão vejamos:
Alckmin, embora não assuma, e nem vai assumir publicamente, SABIA SIM SENHOR DO PROJETO DE ATAQUE do PCC.
Isso foi publicado e republicado, sem nenhum sinal de contestação do Tucano.
Quem cala não diz nada; mas quem nem se mobiliza para se defender de um “ataque” feito por seus companheiros é, no mínimo, suspeito.
Temos que lembrar, caro Tasso, que os escândalos envolvendo o Governo Alckmin foram todos, sutilmente, “abafados”.
O caso Nossa Caixa até agora não teve nenhuma resposta contundente do Candidato, nem ameaça de.
Outros casos como o paitrocinio do Governo ao mestre em acupuntura e médico particular do anestesista Alckmin, idem.
70 CPIs engavetadas é digno do GUINESS BOOK, confere?
Inclusive, quando Tasso diz que “quando alguém disser que está acontecendo algo no seu governo, eles não dirão que não sabia, que não tinham nada com isso”, corrobora com a informação de que, realmente Alckmin sabia e tinha relação estreita com a crise na Segurança Pública do Estado de São Paulo.
Parabéns, Tasso, pela atitude corajosa de cara a cara, dizer aos seus partidários que Alckmin é omisso ou co-responsável pelas terríveis coisas que aconteceram em São Paulo nos últimos anos; inclusive da “doação” dos vestidos para sua amada LU.
Agora, sinceramente, não precisava chamar os camaradas de feiosos.
Isso já passa a ser ofensa pessoal!

VERMELHO, CONJUGO AMAR

No vermelho dos meus olhos
A luta por liberdade
No trânsito da cidade
No tropeço nestes óleos
Que simulam solidão.
Na solidez do desejo
No navegar da paixão
Procurando pelo beijo,
Desse teu vermelho lábio
Que, carnudo, encarna o sábio
Amor, sem conter limites,
Ao sabor dos teus convites;
Da solidão, inimigo,
Vivendo sempre contigo
Os sonhos de um amanhã,
No vermelhar da manhã
Desse sol que me engrandece,
Nascendo, a todos aquece.
Me faz retornar à prece
Em que agradeço ao Senhor
A vida que me concede
Pelo sol e seu calor.
No vermelho do meu sangue
Que traduz toda esperança,
No mar, no rio ou no mangue
Nos brinquedos de criança,
Este sangue que trafega
Dando vida a quem mais ama,
Pela mão pega e carrega
Vai acendendo essa chama.
Chama vermelha da vida
Que arde no fogo, feroz.
Trazendo sem despedida,
O brilho que, nunca atroz,
Reflete a luta bendita
Contra toda essa desdita
Que possa nos maltratar.
Sabendo, bem mais, amar;
Confortando o sofrimento,
Chama de amor e lamento
Vermelha como paixão.
Trazendo pro coração,
O retorno da beleza,
O término da tristeza,
Afagando , compaixão.
No Mar Vermelho da vida,
Atravessando, sem medo
Para trás, sem despedida
À frente, grande segredo,
Um novo canto de fé,
Onde, e por que Deus quiser
Possa –se recomeçar
Um novo tempo de glória
Um novo marco na história
Um novo canto ao luar.
No vermelhar dessa areia,
Onde encontrei a Sereia
Com seu canto a encantar
Trazendo ardente delírio
No vermelho deste lírio,
Cultivado com o sangrar,
Das lágrimas da morena
Que em meu canto, virou tema
Da forma sutil, serena.
Dos meus sonhos, meu lema
No meu barco, virou leme,
Pois ardor, não há que treme,
Sem o vermelho da louca,
Transtornando minha boca
Procurando tua boca,
No molho desse espaguete,
Vermelho, como o confete
Que encontrei na tua boca
Esquecido, e recordando
O tempo que foi passando.
À procura de teu mar.
Vermelho, conjugo amar!

DO DIA EM QUE STALIN DEU UM BEIJO EM ACM

DO DIA EM QUE STALIN DEU UM BEIJO EM ACM.

Eu já estava meio desconfiado disso, no começo achei que era somente boato, mas agora não. O fato foi constatado e o que era simples suspeita se tornou numa inverossímil realidade.
No começo da década de 90, surgiu, vindo do Nordeste, um homem que surpreendeu muita gente, pela forma concatenada de expressar suas idéias.
Na Rússia, um careca, Mikhail, era a bola da vez da imprensa liberal e “capitalista”, pois anunciava não a reforma, como era de se esperar, mas sim o final do comunismo na União Soviética.
Isso deixou meio mundo de calças curtas e muitos até sem calça.
O sonho do proletariado no poder, com o marxismo pleno foi, de uma única tacada, ralo a baixo na ex-poderosa Rússia.
Aqui no Brasil, inspirado física e intelectualmente no coleginha russo, outro careca, anunciava, paralelamente o final do Partido Comunista Brasileiro, de passado de lutas, iniciadas por Luis Carlos Prestes, entre outros.
Pois bem, enquanto a Rússia se perdia nos pileques e delírios de Boris, permitindo que a segunda maior potência do mundo, passasse a exportar prostitutas e adolescentes para a Europa ocidental e EUA, corroborando para a formação de grupos mafiosos no mundo inteiro, no Brasil, Fernando Collor, associado com os coronéis, estava no poder e, após um período curto, quando Itamar assumiu a presidência , os mesmos coronéis retornaram e mantiveram esse poder por mais oito anos.
Nosso carequinha (Não estou falando do palhaço com talento não) mantinha um discurso social democrata, contrário ao coronelismo que, até por uma questão regional, era de conhecimento profundo deste cidadão.
Leitor de Casa Grande e Senzala, admirador do seu autor, homem respeitado no Brasil e no mundo todo, o ex-comunista, não sei por que, começou a perceber por que o coronelismo tanto o fascinava.
Na verdade, o brilho ofuscante dos olhos do cornonelófilo ex-comuna, era evidente quando o mesmo, assumiu uma briga que ninguém ousara antes.
Ao pedir a cassação do Presidente proletário, algo estava se delineado no ar.
Era evidente que ele desejava, não só ser visto como um “Don Quixote” como poderia parecer, mas queria muito mais.
Queria ser aceito, e mais, queria ser amado pelos coronéis.
Isso se evidencia nos caminhos traçados por ele e seu partido.
Como não conseguiu ser vice da chapa Neoliberal, passou a ser capacho para o mesmo coronelato que tanto, “para russo ver” , combatia.
O escravo adora a senzala!
O chicote “faz carinho” nas costas de quem se submete, e isso é facilmente comprovado.
Sei que isso faz parte de uma análise mais profunda na relação entre os homens.
E a atitude sem precedentes desta aliança “Stalin-ACM”, me permite dar razão aos coronéis, com relação aos “rebeldes”. Muitos deles, depois de envelhecidos, por despeito ou por subserviência, voltam-se para os “donos” e lambem, descaradamente, os eternos DONOS DO PODER.
É caboclo, o povo sofrido de sua terra “agradece” a sua coerência!

FESTA EM BRASÍLIA

Fui convidado a participar de uma festa em Brasília, numa mansão espetacular, onde soube que se reuniriam vários políticos e empresários.
A festa seria regada a uísque escocês e vinho italiano, servidos junto com croquetes de camarão e porções generosas de caviar.
O jantar teria como prato principal um faisão assado à caçadora, feito por uma cozinheira mato-grossense, especialmente convidada para este evento.
Os garçons, contratados a um buffet dos mais luxuosos de Brasília, estavam acompanhados por belas e deliciosas meninas, disfarçadas de garçonetes, que seriam segundo informações que obtive nada mais nada menos que “acompanhantes” requisitadas a peso de ouro, entre as mais importantes casas do gênero da capital federal, por uma promoteur, ou pró meter, sei lá como chama esse tipo de profissional...
Falar em informações obtidas, uma coisa me deixou assustado nessa festa;
Malas e malas de dinheiro eram repassadas à frente de todos inclusive, pasmem, do motorista do dono da Maison s’urubê, como era conhecida tal mansão.
Havia um caseiro que, meio que disfarçadamente, observava a todos que chegavam, anotando as placas e quem dirigia, para depois, segundo me disse, jogar no bicho.
Perguntei o porquê de anotar as placas e conferir quem dirigia, pelo fato da festa ser privé e exigir, por isso mesmo, muita discrição.
Outra coisa que me chamou a atenção, e disso a cozinheira pode servir de testemunha, é que tramava-se assassinatos e roubos à frente de todos; inclusive do principal “bicheiro” da região onde, provavelmente, o porteiro fazia suas “fezinhas”.
No meio dessa festança, de repente, num dos vários shows de strip tease, quando uma cena me chamou a atenção; um japonesinho, um outro moço com sotaque caipira e outro com a língua presa, parecendo que tinha fimose na língua, saíram com malas cheias e, por incrível que pareça, estava escrito DINHEIRO nas malas abarrotadas.
Achei estranho, mas não falei nada, já que a cozinheira me disse que isso era corriqueiro na casa do patrão dela, e os três, que eram conhecidos como trio PARADA DURA, eram costumeiros em fazer esse tipo de coisa.
Outra coisa que me tranqüilizou com relação a isso, foi o fato do caseiro ter me dito que o moço da língua presa ter feito isso, várias vezes.
Inclusive achava estranho a divisão de a grana ser feita daquela forma mais usual:
“Uma pra você, outra pra mim, uma pra você, uma pra mim”.
No final da festa, haveria uma orgia, e essa era a parte mais esperada por todos.
A pró meter fez um sorteio, que lembrava a divisão do dinheiro.
Pena que, como tinha mais homens que meninas, me sobrou a cozinheira.
E vou falar com vocês, não valeu a pena não.
Ela falava muito e agia pouco; gostava mesmo era de contar papo.
Que era isso, era aquilo, etc...
Fiquei muito aperreado, enquanto o pessoal lá se divertia, eu tinha que encarar essa.
Isso foi osso duro de roer.
Da próxima vez, acho que não vou mais não ou, quem sabe, vou procurar uns políticos desses da vida, dar um caô e ver se faturo uma grana.
Por que o negócio aqui fora tá feio!

NOBLESSE UNIDA JAMAIS SERÁ VENCIDA

PF prende irmão de Eliana Tranchesi, dona da DasluA Polícia Federal confirmou que prendeu nesta quinta-feira Antonio Carlos Piva de Albuquerque, irmão de Eliana Tranchesi, dona da butique de luxo Daslu. Ele também trabalha na empresa, onde ocupa o cargo de diretor financeiro.O mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça Federal a pedido do Ministério Público foi cumprido pela Delegacia de Crimes Institucionais da PF na manhã de hoje. Piva de Albuquerque foi preso em casa e chegou à Superintendência da Polícia Federal na Lapa (zona oeste de São Paulo) por volta das 9h30. No final da manhã, ele foi transferido para o centro de detenção provisória de Guarulhos (SP).A crise da Daslu começou em julho do ano passado com a megaoperação da Polícia Federal e da Receita Federal, que resultou na detenção, por 12 horas, de Eliana Tranchesi e na apreensão de documentos. Na época, Piva de Albuquerque ficou preso por cinco dias.A maior butique de luxo do país é acusada de importação irregular pelo Ministério Público Federal. A empresa teria construído um esquema para subfaturar importações com o objetivo de sonegar impostos.Eliana, Piva de Albuquerque e mais cinco pessoas respondem a processo na 2ª Vara de Justiça Federal de Guarulhos (SP) sob a responsabilidade da juíza Maria Isabel do Prado, que decretou a prisão.O mandado de prisão deve-se a indícios coletados pelo procurador Matheus Baraldi Magnani de que a butique continuaria a trazer mercadorias de forma irregular ao país por meio da Columbia Trading.Em dezembro do ano passado, a Receita Federal apreendeu R$ 1,7 milhão em bolsas das marcas Chanel e Gucci importadas pela Columbia. Etiquetas da trading estariam sobrepostas às da Daslu no conteiner que foi fiscalizado pela Receita.Ao ocultar o nome da Daslu, a loja deixaria de ser contribuinte de IPI (Impostos sobre Produtos Industrializados), de 10% sobre o valor da venda do produto ao consumidor, segundo informa o procurador. Se importou R$ 1,7 milhão em bolsas e as vende por R$ 5 milhões, por exemplo, a loja teria de pagar R$ 500 mil de IPI.ProcessoEliana é acusada de formação de quadrilha, descaminho aéreo consumado --importação de produtos lícitos feita de maneira irregular--, descaminho aéreo tentado --tentou fazer a fraude, mas não conseguiu-- e falsidade ideológica. Caso seja condenada, pode pegar 21 anos de prisão.


É absurda essa ação contra um de nossos maiores orgulhos, a Daslu.
Essa ação é típica dessa turminha sem classe e sem finesse que se julga com autoridade moral para atingir uma das nossas mais tradicionais famílias, da qual, por ser descendente dos Paiva, lá de Minas, me considero meio que aparentado.
E com muito honra.
Vejam só a que ponto, o ciúme, a inveja e a falta de qualquer sentido de noblesse pode levar esse grupelho subdesenvolvido e sem tradição nenhuma, verdadeiros párias!
Tentam atingir a arte, a mais pura arte, tentando comparar as obras primas que são vendidas nesse verdadeiro templo do bom gosto com qualquer Casas Bahia da vida.
Tentar obrigar nosso ícone a pagar impostos como se fosse uma qualquer?
Senhores da Receita Federal e da Polícia Federal, aprendam um pouco sobre arte e depois que souberem as diferenças entre arte e lixo, quero ver se terão o displante de tentar repetir esse horroroso gesto, sem nexo e sem classe.
Eu me lembro da Inauguração dessa maravilha que é esse templo com a presença do Exmo. Governador Geraldo Alckmin, nos dando o prazer de cortar a fita, num gesto imortalizado por todos os grandes comunicadores do Brasil, como Amaury Jr. e Hebe Camargo.
Se não me esqueço, Adriane Galisteu também nos honrou com sua presença e charme, assim como a Luciana Gimenez, abrilhantando a festa com sua inteligência e beleza ímpares.
Mas meus amigos, não se preocupem, os cães ladram e a caravana passa.
Um dia, ainda teremos justiça nesse país pois, ao invés de irem correr atrás de bandidos nas favelas e na periferia, ficam perseguindo os divulgadores da arte e da noblesse nesse paiseco de terceiro mundo.
Também , com um presidente analfabeto como esse, que ao invés de tentar entrar num curso de idiomas, para ver se fica, pelo menos, um pouco mais apresentável, fica dando esmola para os mendigos e vagabundos que não gostam de trabalhar!
A que ponto nosso país está chegando, punir quem nos traz a possibilidade de termos um contato com o primeiro mundo e deixar solta essa quadrilha que não sabe nem roubar direito, essa caterva petista e companhia!
Estou conclamando a todos, principalmente ao grupo das AMALU, amigas da Dona Lu para, reunidos em frente à Daslu, fazermos um manifesto contra essa gentalha!
Vamos lá gente, que NOBLESSE UNIDA, JAMAIS SERÁ VENCIDA.

Wednesday, May 31, 2006

DO MILAGRE DO MERCURIO CROMO

Uma das cenas que considero inesquecíveis na minha vida de socorrista deu-se no PS de Guaçui, no Espírito Santo.
Estávamos no começo de uma tarde quente de sexta feira quando a ambulância que faz os atendimentos de urgência e emergência dentro do município foi solicitada para atender a um chamado próximo a Rodoviária.
Ao retornar ao PS, trazia um cidadão totalmente embriagado, com escoriações na face.
Esse fato se deu no início dos anos 90, portanto o mercúrio cromo ainda era utilizado em alguns lugares e, no PS ainda o utilizávamos como auxiliar na assepsia de ferimentos.
A auxiliar de enfermagem, ao fazer a limpeza da ferida, foi surpreendida por uma cabeçada do doente.
O resultado desse incidente foi a abertura do frasco, desses grandes com mais ou menos meio litro de mercúrio que, ao ser destampado, deixou cair sobre o pobre bêbado a quase totalidade de seu conteúdo.
Deixamos o “avermelhado” bêbado em observação, mas, com o decorrer do dia, e a chegada de urgências mais óbvias, fomos obrigados a remover o paciente para casa.
Pois bem, ao retornar ao Pronto Socorro, o motorista Cleber nos contou da dificuldade de encontrar o local onde habitava nosso amigo.
A informação que colhera, ao trazer o doente, é que o mesmo residia em Celina, distrito do Município de Alegre, que se acha a dez quilômetros de distância de Guaçui.
Ao chegar a Celina, e tentar encontrar a casa do bêbado, Cleber me disse da dificuldade da procura, os habitantes do local se referiam ao fato de “não conhecerem esse cidadão, inclusive por nunca terem visto um homem tão vermelho assim, na vida”.
Quando já estava desistindo, Cleber ficou sabendo por meio de um vizinho do alcoólatra, que este morava numa trilha de terra perto do distrito.
Devido à dificuldade de tráfego naquela estrada vicinal, Cleber deixou-o no começo da trilha e retornou ao PS.
Tudo bem se a história terminasse aqui, mas não.
Passados um ou dois meses, eis que o cidadão passa em frente ao Pronto Socorro, mas extremamente modificado.
A roupa comum tinha dado lugar a um paletó e gravata. No lugar da garrafa de cachaça, o cidadão trazia uma Bíblia.
Ao ser indagado do porque daquela mudança tão brusca, Cleber obteve uma resposta insólita:
- O Senhor não sabe o que aconteceu comigo!
Eu estava bebendo com uns amigos aqui em Guaçui quando, de repente, o diabo me levou, deu uma volta comigo, me marcou para a morte me pintando todo de vermelho e me jogou na estradinha lá perto de casa.
Quando acordei, seu moço, eu jurei pra mim mesmo que eu ia me arrepender dos meus pecados, ia entrar numa Igreja e nunca mais ia beber na minha vida!

Soneto em redondilha

Pode ir embora safado;
Isto aqui não te pertence
Cada vez que olho pro lado
O seu olhar não convence

Leva pra longe, danado,
É esse seu jeito non sense
Deveria ter cuidado
Embora você não pense

Cada dia mais distante...
Há mais gente descontente,
Um bocado mais adiante

Cada qual no seu batente
Homens sem temer rompante
Urgindo se sentir gente!

DO SOCIALISMO DE RESULTADOS

Uma coisa necessita ser analisada neste período pré-eleitoral.
Temos um grande vencedor se consolidando a cada dia, e um grande derrotado, se não for feito algo com urgência.
Paradoxalmente os dois sempre andaram juntos e, durante um bom tempo se confundiam de forma quase que monocromática.
O vencedor, Lula, a cada dia se apercebe disso e busca para ter as condições mínimas para governar, o apoio em outras siglas que não somente o PT, esse sim, o provável derrotado nessa eleição.
O PT paga o preço por seus erros contínuos, desde o início das denúncias contra o caixa 2, atabalhoadamente feito.
A mea culpa e a prometida limpeza ética, ficaram a meio caminho; a partir do momento em que, todos nós sabemos que não houve mensalão e sim um caixa dois; mas, com a falta de combatividade e reação mais sólida do partido, para a população, com a ajuda da Mídia, restou a certeza da existência da corrupção.
A mentirosa afirmativa de que “estávamos frente ao maior esquema de corrupção da história” foi a “verdade” que se solidificou para a opinião pública.
Lula saiu dessa crise praticamente ileso, mas o PT não. Esse ficou com a marca da corrupção nas costas e, como a virgem que é pega em flagrante se torna mais visada que a prostituta usual, ao PT restou esse estigma.
Erros de estratégia a parte, temos um caminho longo a percorrer até a recuperação da sigla ou, pelo menos que a surpresa provocada associada à ira dos outros partidos e grupos, seja dirimida.
Pois bem, com tal fato esclarecido, temos um grande problema pela frente: Lula está agindo, e só lhe resta agir assim, com total independência em relação ao Partido.
Hoje ele é muito mais representativo que o PT e disso não tenhamos dúvida.
Não só Lula se apercebeu disso, mas o PMDB e setores mais progressistas do PSDB também, e sabem tanto quanto o Presidente, que para manter a governabilidade pelos quatro anos que virão, deverá haver, pelo menos informalmente, uma aliança em torno de um projeto.
A aproximação entre Lula e Serra, Quércia, Aécio e outros líderes oposicionistas deve ser vista com os olhos de quem se apercebe da sabedoria desta decisão.
O afastamento de FHC e Aécio e Serra, e do PFL do PSDB é sintomaticamente uma alusão a esta verdade que se apresenta límpida e clara.
Não podemos e nem temos cacife para julgar qualquer ato de Lula neste instante, já que por nossa culpa, definharemos nas próximas eleições; mas, sobreviveremos.
Nosso restabelecimento moral e ético depende somente de nossas atitudes de agora para frente.
O SOCIALISMO necessita dessas alianças para continuar a ser instituído no Brasil e para isso, necessitamos dessa espécie de “Socialismo de resultados”.
Nesse país de instabilidade partidária, e de falta de clareza com relação aos ideais de cada partido e mesmo falta de coerência, podemos imaginar, nesse período, numa possibilidade de amadurecimento partidário.
A formação de blocos entre os partidos, com um grupo socialista típico, formado pelo PSOL e setores mais à esquerda de alguns partidos, outro grupo desse “socialismo de resultados” e um terceiro grupo formado pelo PFL e congêneres, nos dá a nítida impressão de que o país estará amadurecendo.
Ao PT, caberá um papel importante, mas não fundamental nesse novo mandato de Lula, cuja base aliada deverá ser ampliada dentro de uma linha mais ideológica do que com os PLs, PTBs, PPs e “aparentados”.
Com a minimização do poder de FHC e de outros dentro do PSDB, este também deverá se afastar do PFL e, talvez no que pensávamos ser impossível, se aproximar cada vez mais do PT e do grupo socialista do PMDB.
Esse quadro é o que pressinto; posso me enganar, mas creio que esta nova realidade partidária do país trará muitas surpresas.
O que sei é que Lula se aproxima, e não lhe resta outra alternativa, dos grupos mais afinados com o PT, dentro do PMDB e do PSDB.
Quem viver, verá!

SONETO

Gosto amargo de tantos preconceitos
Espera inútil, trazes o não ser.
Rastros de sangue vão tragando o peito.
As esperanças matas, sem saber.

Levas o vago gesto, apodrecer.
De complexos caminhos, imperfeitos;
Onde pisas, destróis sem perceber,
As cargas que carregas, tão sem jeito.

Liberdade, palavra sem sentido.
Cabes nesse deserto que professas
Kilovats a esmo nos ouvidos.

Martelas repetidos sons, tropeças.
Invertes as verdades consumidas
Nesta vazia noite, que confessas...

PARA ONDE IRÁ FHC?



Pára com isso, Serra!
Do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em conversa recente com um amigo do peito:

- O Serra tem de parar de falar mal de mim. Eu botei o Alckmin para perder essa eleição e o Serra foi preservado para ser candidato em 2010.





Essa conversa apresenta a seguinte conotação: com a aproximação das eleições e a clara reeleição de Lula à vista, setores do PSDB, capitaneados por José Serra e Aécio Neves, se afastam mais e mais daqueles que poderiam, de uma forma ou de outra, prejudicar a possibilidade de herdarem, com a impossibilidade de um terceiro mandato consecutivo, o apoio de Lula ou, pelo menos, uma oposição mais suave deste.
Devemos nos lembrar que Fernando Henrique Cardoso, certo da derrocada de Lula no ano passado, começou a agredi-lo de forma pessoal e antiética, o que gerou descontentamento e mágoa no Presidente, sentimentos que o mesmo não alimenta nem para com Serra e muito menos para com Aécio.
O que quer dizer isso?
Lula caminha célere para ser o grande vencedor dessa eleição, independentemente do PT ou de qualquer aliança. Sua busca, agora é para a governabilidade no segundo mandato.
E, tanto Serra quanto Aécio vislumbram essa possibilidade como um fator real de poder ter, senão o apoio, mas uma posição mais simpática de Lula com relação a uma candidatura deles.
Os entraves naturais a essa situação estão sendo retirados pouco a pouco. O primeiro deles, obviamente é o PFL e nisso, o próprio PFL tem colaborado para que ocorra.
Os comentários suicidas de César Maia, entre outros, têm demonstrado isso.
Outro fator importante é o afastamento de setores tucanos que confundiram adversários com inimigos, e FHC, atingido pela mosca azul e pelo sentimento de vingança contra o “analfabeto que superou o professor”, no seu sentimento mesquinho de uma inveja atroz, detectada várias vezes em declarações anteriores, esbaldou-se de tanto melado e falou demais.
A prudência de Serra e de Aécio, demonstram o quanto estes estão mais maduros e, percebendo desde o início que Lula era bem mais forte do que se apregoava, ficaram a maior parte da crise calados ou, no máximo, deram suaves alfinetadas.
Este episódio abre a sepultura política de FHC, vítima de sua soberba e de sua inveja, abandonado por tudo e por todos e definitivamente legado ao esgoto da história.
Quem sabe, para seu consolo, possa ser chamado a se filiar no PTB de Bob Jéferson ou no PPS de Bob Freire, pois, acredito que nem o PFL de Toninho Malvadeza vai aceitar esse espólio!

Tuesday, May 30, 2006

DAS TERRAS MAL DIVIDIDAS

Seu moço me dê licença
Preu contar pras excelença
Um pouco dessa vivença
Que com muita experiença
Acumulei nessa vida
Vida ao sol bem mais curtida
Dessas hora bem vivida
Das ida e das despedida.
Aprendi com o roçado
Que mesmo sem ter pecado
A mão de Deus num perdoa
Quem num sabe curtivá
As hora toda que passo
Nessa terra a acariciar
Me serve como o compasso,
Me dando a lição mais boa
Das que pude perceber
Que num basta sabê lê
É percizo aprender a amar
O suó das minhas mão
O calo vem por herança
O valor de um coração
Só o amor como lembrança
A firmeza da esperança
E um poquim de gratidão
Satisfais bem mais ao home.
Das coisa que a terra come
Das vida que ela consome
Nois vamo ser seu adubo
Os pobres, os rico, tudo
Num vamo passar sem isso
Mesmo com os compromisso
Quitados ou por quitar
A vida tem seus pedágio
Que nois tudo vão pagar
Mesmo os cabra dos mais ágil
Disso num póde escapar.
Apois bem seje modesto
Que no final nem o resto
Das empáfia mais medonha
Nem das maldade que sonha,
O mais rico coroné.
Nada disso dá certeza
Da colheita da tristeza
Prantada , pur safadeza
Nesse mundo de meu Deus.
Nem os cristão nem ateus
Podem saber do dispois
Antonce vem, ora pois
O caminho percorrido
Deve de ser dividido
Pulos home que trabáia
Nois num suporta a cangáia
Num semo burro de báia.
Per favô, num atrapáia
Os cabra trabaiadô
Dê um trocico de chão
Se pegá desses ladrão
Sobra terra e dessas boa
Que é pau de fazê canoa
Que dá pru sujeito vivê
E criá us seus fiínho
Cum tanto amô e carinho
Tal e quar Cristo mandô
Apois repare sinhô
Que nois tudo é brasilero
Fío do mesmo pulêro
Adonde o galo cantô .
Hora premera da vida
Da nossa vida sufrida
Feita de munta corage
De sangue dos inocente
Arrepare nossa gente
No meio das paisage
Bataiando só a só
Nois num perciza de dó
Nem qué sua proteção
Isso nois num qué mais não
Nois perciza é de justiça
Nois num quer mais sê carniça
Prus hôme pudê jantá
Na fome descomuná
Dos abutre mais faminto
que véve nas capitár
sugando o sangue sem cor
dos home branco e retinto
que vevem nesse recinto
pra móde nus exprorá.
Trabaiamo a vida entera
Sem ter medo das porquera
Que, por medo ou por bestera
Os home que fais jorná
Tenta fazê de nois tudo,
Pior que os marginá.
Repare bem seu dotô
Apois quem sempe exprorô
Os pobre dos lavradô,
Róba de todos sem pena,
E dispois lá vem a pena
Desses home das nutiça,
Dizeno que as puliça
Divia nos martratá,
Que Deus perdoe esses cabra
Que as cabeça deles abra
Pru mode compreendê
Qui nois num semo bandido
Que nois só fumo banido,
Sem dereito a recramá,
Que nois ta quereno tê
É sumentes pra vivê
Um tiquinho dessa terra,
A terra adonde se encerra
Nosso peito varonil
Do nosso amado Brasil!

DO NASCIMENTO DE UM POLÍTICO

Lembo chama ACM de 'senhor de engenho'
Lideranças do PSDB e do PFL ruminam em segredo a suspeita de que o governador de São Paulo, Cláudio Lembo, perdeu o controle sobre a própria língua. Em sabatina promovida pela Folha, nesta terça-feira, a língua de Lembo voltou a dar demonstrações de rara independência. Ela atacou pefelistas e tucanos e, em dado instante, insurgiu-se contra integrantes da platéia, reunida no Teatro Folha, no Shopping Higienópolis.

Lembo, 71 anos, esforçou-se para demonstrar que, em verdade, a língua segue o seu comando: “Os políticos costumam ser muito pouco claros no seu pensamento. Como eu estou velho, eu falo tudo que penso. Eu estou absolutamente lúcido e acho que a única coisa que posso fazer, politicamente, é ser lúcido e claro". A língua, porém, prevaleceu sobre o político durante toda a sabatina.
Referindo-se uma vez mais à falta de solidariedade do tucanato no auge da crise de segurança que teve de arrostar, a língua de Lembo voltou a ironizar o distanciamento estratégico de Geraldo Alckmin, Fernando Henrique Cardoso e José Serra: “Eu diria que, como toda ave, às vezes o tucano voa fora de hora". A despeito das críticas, a língua disse que votará em Alckmin para presidente e em Serra para governador de São Paulo.

Abespinhada com o fato de Antônio Carlos Magalhães, morubixaba da pefelândia baiana, ter dito que Lembo tem “cara de burro”, a língua tomou as dores de seu dono. Disse que ACM é um dos legítimos representantes do extrato que qualificou de “minoria branca”. Comparou-o a um “um senhor de engenho”. "O nosso senador é um homem de agressividade contínua. Felizmente, não tenho nada com ele".

Inquirida acerca da imagem de “esquerda” que seu linguajar vem imprimindo na testa de Lembo, a língua do governador disse ter enorme simpatia pela senadora Heloisa Helena, presidenciável do PSOL. Mas insinuou que o hábito da senadora de vestir-se ao estilo bicho-grilo a impede de aderir à causa: "Até por indumentária, seria injusto se eu fosse para o PSOL", disse a língua.A língua de Lembo exaltou-se com integrantes da platéia quando questionada sobre a suspeita de que a polícia paulista tenha executado supostos integrantes do PCC. "Não houve execuções. A polícia é equilibrada e racional", disse ela, arrancando risos da audiência. Dirigindo-se a um expectador, a língua desferiu, ferina: "E você, que está rindo, não tem coragem de ser polícia. No dia do pânico você estava dentro de sua casa".




Realmente, estamos vendo o nascimento de um belo político.
Cláudio Lembo, no ocaso de sua vida, aparece com a dignidade e honra de um jovem guerreiro, para surpresa de todos.
Esse homem que, durante toda a vida política parecia totalmente apagado, sendo comparável a um vagão arrastado pelas locomotivas de seu partido político ligado, muitas vezes, ao que mais podre há nesse país, as oligarquias nordestinas e ao coronelismo sanguinário e cruel.
Aparece-nos como um homem digno, com um discurso à altura de grandes libertários como Teotônio Vilela, entre outros.
Surpreendente a cada intervenção que faz, o Governador Cláudio se demonstra muito melhor em todos os níveis do que seu antecessor; covarde e sem ação, um joguete nas mãos dessas oligarquias que Lembo denuncia e ataca.
A maturidade de um homem pode dar-lhe a liberdade que traz a dignidade. É muito bom amadurecer e envelhecer.
A coragem que faltara ao jovem e ao adulto, se demonstra no velho, no idoso.
O fato de termos essas características aflorando nesse homem de 71 anos, nos dá esperanças com relação ao ser humano; nunca é tarde para se restituir ou adquirir a sensatez e a dignificante liberdade ou a libertária dignidade.
Nós outros, que lutamos por um mundo com maior cidadania e igualdade , com respeito pelas diferenças e amor ao próximo, te recebemos com os braços abertos.
Com os mesmos braços que receberam, noutra época, o Senador Teotônio, a luta pela verdadeira democracia nesse país, cada vez mais se sente orgulhosa de te ter como aliado.
Não permita mais que esses senhores de engenho e esses crápulas dessa bem detectada minoria branca que agora se sentindo ofendida; pois a carapuça que lhes cabe é pesada e vergonhosa, te desviem do caminho, companheiro.
Seu discurso não é de direita e nem de esquerda, é o pela justiça e pela dignificação do ser humano.
Governador Cláudio Lembo, a velhice te deu a lucidez e a franqueza, não as perca.
Mantenha-as com todo o afinco que puder, não cedas às pressões desses crápulas que sempre te usaram, perdoe minha franqueza.

DA POMPA E CIRCUNSTÂNCIA OU DO JANTAR TUCANO

Jantar de R$ 3.000 tenta arrecadar recursos para a campanha de Alckmin Os tucanos paulistas se reúnem hoje, a partir das 19h, em mais um jantar de apoio à candidatura do ex-governo Geraldo Alckmin, no Oggy Gallery, nos Jardins. Com convites a R$ 3.000, o jantar deve arrecadar recursos para a pré-campanha de Alckmin.O ex-prefeito de São Paulo José Serra, candidato tucano ao governo de São Paulo, é esperado no evento. Ele não confirmou presença.O jantar havia sido cancelado por conta da onda de violência que atingiu a capital na semana retrasada. O convite custa R$ 3 mil e foram vendidos cerca de 300 convites. O evento é organizado pelo diretório estadual do PSDB em São Paulo. Hoje à tarde, tucanos e pefelistas se reúnem no conselho político criado para aparar arestas na campanha de Alckmin, na capital federal. Entre os itens da pauta do encontro do conselho político está a formalização da aliança PSDB-PFL, prevista para quarta-feira.




Honestamente, eu não quero parecer vingativo, mas tem coisas que acontecem que o dedo coça e não tem jeito. Lá estou eu de novo a escrever...
Lembro-me bem quando o PT fez um jantar cuja doação mínima era de mil reais para arrecadação de dinheiro.
Isso levou o Senador Arthur Virgílio a crises convulsivas dentro do Senado Federal, colocando em dúvida todos aqueles que participaram de tal jantar.
Alegando que as contribuições seriam uma forma de corrupção, já que quem doasse teria “benesses do Governo”.
Agora o PSDB me vem com o mesmo tipo de expediente para a mesma arrecadação de dinheiro.
Percebo que o Senhor Senador falava por conhecimento profundo de causa já que, no seu partido, provavelmente, tais jantares prestam a finalidades outras.
Pelo que ocorre na minha casa, por pressuposto devo imaginar o que ocorre na de outrem, pensava assim o Senador Virgílio.
Partindo desse pressuposto, entendo agora o piti dado, como de costume pelo emplumado amazonense.
Agora, voltando ao Jantar, me ponho a imaginar como transcorrera tal evento.
Com a cobertura “jornalística” de Caras e televisiva de Amaury Jr., O Repórter, temos a abertura do evento, na Daslu, presidido pela “Dama da televisão brasileira” Dona Hebe Camargo!
Vestindo um legitimo “De merdè” da famosa coleção de Dona Lu Alckmin, a primeira dama mais elegante do Brasil; Hebe, com uma “gracinha” de sorriso chama a “gracinha” da Cristiane Torloni para coadjuvá-la na apresentação dos convidados e do fino buffet.
No menu temos Patê de Chuchu avec foie gras de entrée. Como prato principal, teremos Chuchu avec descargot ou Chuchu aux molho de trutas e maracutaionese, podendo ter, como opção, guisée de Tucano aux trambiqué; ou, quem sabe, tucano avec chuchu aux Robalo’s pavê.
Durante o jantar, teremos um show com Chiclete com Banana e Daniela Mercury, para encanto de todos os ouvidos dos nobres “vagabundos” convidados.
De sobremesa, teremos uma inesquecível mousse de abobrinhas avec chuchu.
Isso tudo associado a um magistral discurso de Don Fernando Henrique Cardoso, sobre os métodos mais eficientes para cozinha Lula ao molho pardo.
Métodos esses um tanto quanto ineficazes na prática, mas explanados à moda Dalilesca de FHC, num dadaísmo neoliberobesteirolês.
Após esse “Grande Encontro”, todos devidamente empolgados com a candidatura Tucanesa, entoarão para encerrar o conhecido hino do Íbis futebol clube e irão se encontrar à beira da piscina, onde jogarão uma moeda, solicitando um desejo.
E, para encerrar, num delicioso happy hour, todos juntos tomarão um PRIMEIRO ENGOV, JÁ QUE O SEGUNDO SERÁ FORNECIDO, GRACIOSAMENTE DEPOIS DAS ELEIÇÕES DE OUTUBRO.

DA ZONA E DA RURAL

Lembrando-me do Prefeito Francisco, já citado aqui antes em dois episódios inesquecíveis, tenho mais uma “das suas” para contar.
Contam à boca pequena, quase que sussurrante que nosso querido prefeito, nos idos dos anos 70, filiado à Arena, Arena 1 para ser mais exato, herdeira da UDN mineira, tinha muitos contatos importantes lá pros lados de Muriaé.
Uma coisa que merece ser citada é que em Muriaé, cidade conservadora da Zona da Mata mineira, a UDN tinha o apelido de “Goteira” , ao contrário do PSD, famoso como “poaia”.
Poaia é uma planta que nasce em qualquer canto e é difícil de ser extinta; dando um caráter mais “popular” ao partido.
Francisco, como udenista que se prezasse, defendia a tradição, a família e a propriedade, ancestral político de um certo ex-Governador paulista, famoso por seus laços com a Opus Dei, aliás, aparentada com o Integralismo de Plínio Salgado ou, melhor ainda, com uns movimentos europeus, mas é bom ficar por aqui, senão de tanto divagar a história vai ser esquecida.
Voltemos a ela, pois.
Como já dito antes, Francisco, apesar de seus laços com a TFP, tinha uma paixão irresistível pelas meninas da dura vida fácil, principalmente as mais novinhas.
Haveria um encontro de personalidades ligadas à UDN mineira, em Juiz de Fora e nosso amigo foi chamado para representar sua cidade.
Esse encontro iria contar com a presença de, entre outros, Magalhães Pinto, ex-Governador e homem forte do Governo Mineiro.
Isso deixara Francisco muito orgulhoso e, todo pimpão e serelepe, preparou-se para a viagem.
O seu Opala Diplomata estava reluzindo, brilhando mesmo, ofuscando os outros automóveis da pacata cidade.
Ao chegar a Juiz de Fora, se hospedou num dos melhores hotéis da cidade, com toda pompa e circunstância.
Na primeira reunião, iriam tratar de financiamento para a compra de tratores para as Prefeituras, obviamente superfaturados, num prenúncio da “máfia das sanguessugas à moda setentista”.
Nesse encontro, os prefeitos iriam ter que dar uma idéia da “necessidade” das micro regiões para a transferência de tratores, respeitando a necessidade de cada um.
Haveria, portanto, uma distribuição de maquinário de acordo com as necessidades das zonas rurais de cada município.
Francisco, aéreo, sem prestar muita atenção ao que se discutia naquele momento, pensando nas delícias do almoço que adivinhava ser servido naquele hotel de grã fino, ao ser inquirido tomou um susto.
E um susto maior ainda causou ao seu interlocutor.
A pergunta, simples, foi a seguinte:
“-Francisco, como está a situação da zona na sua cidade?”
Ao que, sem titubear, respondeu:”.
“-Boa, tem uma moreninha linda, deliciosa que a Clarice trouxe lá do Rio que parece ser uma princesa!”
Ao que, o Secretário de Obras do Governo, assustado e tentando corrigir o ato falho, tenta esclarecer:
-Francisco, eu estou falando da Rural!
No que este responde, sem pestanejar:
- A Rural deixei no sítio, eu vim com o meu Opala, mas ela está com os pneus meio carecas, vou ter que procurar aqui em Juiz de Fora, por que na minha cidade não encontrei pneus bons para ela não.
ABAIXA O PANO DEPRESSA!

SE A CANOA NÃO VIRASSE...

Da Folha de S.Paulo, hoje:

"Temendo um arrastão em seu território, o PSDB desenhou uma mudança na estratégia do pré-candidato Geraldo Alckmin à Presidência da República. Em vez da investida no Nordeste, Alckmin deverá se dedicar mais ao Sul e ao Sudeste -região onde conta com situação mais confortável- para impedir a ocupação petista.
O medo dos tucanos é que, no afã de ganhar visibilidade nacional, Alckmin deixe São Paulo desguarnecido, permitindo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhe fôlego suficiente para levar a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes ao segundo turno.
Além disso, os tucanos se preocupam com a performance do candidato no Rio e Minas Gerais. No Rio, onde, pelos números de hoje, os candidatos do PFL e PSDB não chegariam ao segundo turno, Alckmin ainda busca o palanque mais sólido para a disputa.
Em Minas, a intenção é explorar mais o capital eleitoral do governador tucano Aécio Neves (MG). Assim como o governador da Bahia, Paulo Souto (PFL), Aécio será convidado a integrar o conselho político da campanha de Alckmin."




A análise desta notícia deve ser feita da seguinte forma:
A possibilidade de reverter o quadro desolador da candidatura de Geraldo no Norte e Nordeste se mostrou totalmente nula.
E, antes que a sua ausência possa dar maior força às candidaturas contrárias ao PSDB, principalmente em São Paulo, é melhor parar de comer buchada de bode, acarajé, sarapatel; parar de fazer “promessa” para Padim Ciço, passear pelas ruas e praias nordestinas, mostrando seu “bronze” de garotão sarado e retornar à casa paulista para tentar impedir o barco tucano de fazer água.
Falando nisso, vou roubar um pouco da sua atenção para descrever essa canoa.
A canoa foi feita, sob a encomenda da alta cúpula do gran tucanato paulistano, por um estaleiro paulistano escolhendo para capitão, o piracicabano Geraldo, que se apresentou, voluntariamente para ser o capitão da embarcação.
Pois bem, como sabemos que a capital paulista não é um dos locais mais indicados para a indústria naval começando pelo simples fato de não possuir mar; foi chamada a alta cúpula do PFL nordestino associada com o PFL carioca, de César Maia para, costurando uma aliança tentar salvar o barco.
Esse pessoal do PFL tem muito mais conhecimento de fabricação de barcos, porém, como a experiência básica é na construção de jangadas, houve uma grande discrepância, entre o tamanho da canoa desejada e a fabricação da jangada pefelista.
Começou, então, uma grande discussão entre os vários engenheiros, construtores, operários, comandantes e até marinheiros.
Tucano é bicho terrestre e, sem perceber, entre trocas de bicadas e pescoções, começou a fazer várias perfurações na própria canoa.
Essa, inevitavelmente atingida e de forma brutal, começou a fazer água.
E por todos os lados.
Pois bem, o capitão Geraldo, mais perdido que cego em tiroteio foi chamado às pressas para tapar o buraco de bombordo.
Quando, de repente, começa a vazar em estibordo, na proa, na popa, em todos os lugares da canoa, havia furos e mais furos.
Nessa altura do campeonato, os construtores do barco reclamam em alto e bom som:
- Em que maldita canoa furada fomos entrar!
O capitão Alckmin, vive repetindo que as coisas vão mudar, vão mudar...
Mas se a canoa não furar eu chego lá será mudado, em pouco tempo por: ABANDONAR BARCO! E, nessa situação, os ratinhos vão deixar o capitão a ver navios; ou melhor, a ver o Lula Gigante, passando, célere, rumo à reeleição!

A MUSA DO VERÃO

Uma análise das pesquisas eleitorais para a presidência da república me permite fazer uma análise sobre as tendências de votos, principalmente em relação aos “redutos” de cada candidato ou partido.
Em primeiro lugar, uma coisa que é notória deve ser vista como ponto de partida para essa análise.
Temos um terço do eleitorado fiel a Lula, que vota e sempre votou e votará em Lula; temos outro terço que nunca votaria em Lula e um terço que irá decidir a eleição, qualquer eleição onde Lula participa ou participará.
Comecemos pela rejeição de Lula, essa se mantém dentro da previsão dos 30 e poucos por cento que nunca votariam nem votaram nele.
Poderia se imaginar que Alckmin deveria crescer absurdamente dentro dessa faixa de eleitorado, mas, por rejeição cumulativa, ou por incapacidade de convencimento ou por um passado de ineficiência deflagrado na crise de autoridade em São Paulo, este não consegue nem preencher esse espaço “vazio”.
Outro aspecto que chama a atenção, é o fato do voto da “intelectualidade” de Ipanema ou do Baixo Leblon, ter se virado em grupo para a candidatura de Heloisa Helena. E isso faz com que ela tenha a percentagem de votos esperada pela representatividade deste grupo, conhecido pela visão “esquerdista” sem conhecimento de causa.
Não quero fazer e nem devo fazer críticas, mas a Senadora herdou esses votos e só. Não conseguiu sequer “tocar” o coração e nem a alma do proletariado, em nome de quem pretende falar.
Já Roberto Freire e Cristovam Buarque mantêm a inexpressividade absoluta com que adentraram a corrida presidencial, como se fossem as Minardis do passado.
Nem por milagre podem alçar vôos maiores que 2 por cento do eleitorado, somados...
Enéas está sendo substituído pelo voto nulo, provável vice-campeão dessa eleição.
Esse fenômeno da grande expressão desse anticandidato, o nulo, demonstra nem tanto a insatisfação com Lula, mas sim, e com muito mais vigor, a insatisfação dos anti-Lulas com relação a Alckmin.
Lula conseguiu manter, basicamente os votos que obteve nas últimas eleições e, principalmente dos mesmos extratos que o elegeram, os proletários cansados de tantas promessas que buscavam a esperança associados aos votos dos que sempre votariam e votam nele, podendo atingir entre 45 a 55 por cento do eleitorado.
A perda de votos de Lula se deu, basicamente, no eleitorado das elites “esquerdistas” e nos em alguns votos “herdados” no segundo turno; como era de se esperar.
O principal fenômeno que antevejo, nessa eleição, é a grande rejeição, mesmo entre os anti-lulistas, da candidatura de Alckmin e de José Jorge, incapazes de dar ânimo ao mais fanático dos cabos eleitorais tucanos.
Agora, a candidatura de Garotinho, ao se esvair, vai distribuir votos entre Lula e Alckmin, proporcionalmente ao restante dos grupos pesquisados.
Já Heloísa Helena é a minha candidata preferida à Musa do Verão carioca.
Nesse quesito ela é imbatível!!!

Monday, May 29, 2006

CRÔNICAS - DA TOLERÂNCIA E DA DISCRIMINAÇÃO

Muriaé tem uma feira livre que ocorre, todos os sábados, próximo à casa de meu pai, na beira rio.

Essa feira é extremamente movimentada, e tem de tudo se preza; desde garrafadas até queijo, passando por verduras, frutas, lingüiça, geléia de mocotó com vários sabores. Enfim, é uma maravilha.

Num desses sábados, há uns meses atrás, aconteceu um fato insólito.

Zé do Burro é um dos feirantes mais assíduos e conhecidos da cidade, participando há muitos anos ininterruptamente.

Tem um jumentinho que é extremamente pacífico, pacífico e passivo, como veremos adiante.

A barraca do Zé é muito freqüentada por apresentar verduras fresquinhas, cuidadas sem agrotóxicos, tipo orgânicas mesmo.

Além da alface, do repolho e da mostarda, Zé traz as frutas da ocasião, colhidas no seu sítio.

As suas laranjas, mexericas, abacates, acerolas, entre outras são, realmente deliciosas.

Acontece que a Prefeitura, num esforço para aumentar a oferta de hortifrutigranjeiros, resolveu ampliar o número de licenças concedidas a outros feirantes.

Entre esses beneficiários, estava Ronaldo, filho da dona Zefa, lá de Itamuri, distrito de Muriaé.

Esse fatídico sábado era a estréia de Ronaldo como feirante, sua primeira e ansiosamente esperada vez.

Emocionado, ele saiu de Itamuri, de charrete com seu belo cavalo, o “Dengoso”, cavalo bonito, forte, um campolina de fazer inveja a muita gente.

Ele já tinha enjeitado mais de mil reais no animal, e tinha muito orgulho do bicho.

Arrumou o cavalo, atrelou o bicho à charrete e carregou-a com as mercadorias que iria vender.

As abóboras e as espigas de milho verde quase não cabiam, de tão grandes e bonitas estavam.

Pois bem, ao chegar à feira, e procurar o local que lhe fora destinado pela prefeitura, deu o azar de passar perto do Zé do Burro.

Não é que Dengoso, não sei por que cargas d’água, ao se deparar com o jumentinho quieto, pacífico, se apaixonou?

Um cavalo campolina apaixonado é um perigo, ainda mais se correspondido.

O animal sem dar a mínima para o fato de estar atrelado, resolveu, bem na hora do rush, com a feira apinhada de gente, “namorar” o pobre do jumento.

Entre relinchos e mais relinchos, com as patas dianteiras levantadas e as “armas” em riste, Dengoso partiu para cima do jumentinho que, passivamente acolheu o enamorado colega.

Zé do Burro ao presenciar a cena, sacando do chicote que, raras vezes usava com o jumentinho, começou a bater, desesperadamente no pobre Dengoso.

Batia e praguejava, xingando o pobre amante de todos os nomes possíveis e imagináveis, para susto duplo das senhoras e crianças que presenciavam a cena.

Susto inicialmente causado pelo Dengoso que, sem nenhum pudor, “cobria” o pobre jumento, numa aula ao ar livre de erotismo, mas de um homossexualismo estranho e nem um pouco romântico.

Depois os palavrões e chicotadas soltos a esmo, sem nenhum controle...

Ronaldo, ao ver seu animal sendo atingido, resolveu “tomar as dores” do bicho e aí o trem desgovernou de vez.

Zé chicoteava Dengoso e Ronaldo que, por sua vez, batia no pobre jumento e em Zé.

A polícia militar teve que intervir e levou a todos, inclusive os “amantes” para a delegacia.

Obviamente os animais ficaram de fora, ou pelo menos os quadrúpedes, quanto aos bípedes, ao darem suas explicações ao delegado travaram um intenso e confuso diálogo

Deste não tive muitas notícias, a não ser do começo da argumentação de Zé do burro que saiu-se com essa pérola:

-Doutor, eu trabalho mais meu jumento, nessa feira há muitos anos, e nunca tive problema. Mas, agora vou ter que sacrificar meu jumentinho doutor.

Esse cavalo safado desse moço desmoralizou o pobre bichinho doutor.

Agora como é que eu vou poder trabalhar com esse bicho, todo mundo vai chamar o pobrezinho de veado!

Moral da história – até com relação ao reino animal o preconceito existe!

Zé voltou à feira e com o seu jumentinho mostrando que, a tolerância deve sempre prevalecer.

Ronaldo agora, só vai à feira com um outro cavalo seu, o Pneu, devidamente castrado...

CACHORRO QUE NÃO CONSEGUE MORDER LULA, MORDE O PRÓPRIO RABO!

Lua-de-mel
PSDB e PFL se amam. No seu "ex-blog" enviado aos leitores por e-mail, o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), provoca Aécio Neves (PSDB), governador de Minas:

"MINAS GERAIS: INSUFICIÊNCIA FINANCEIRA/DÉFICIT DE 2 BILHÕES E 900 MILHÕES DE REAIS! DEPOIS DE TRÊS ANOS GOVERNO AINDA NÃO CONSEGUIU REDUZIR O DESEQUILÍBRIO FINANCEIRO QUE RECEBEU!

Diário Oficial do Estado de Minas Gerais mostra que a posição do Caixa do Tesouro de MG em 31.12.2005 indicava uma insuficiência financeira de 1,6 bilhões de reais e um DÉFICIT consolidado de 2,9 bi reais somando os restos a pagar que naquela data ainda não haviam sido processados!"





Decididamente, a cada dia que passa, chego à conclusão que é totalmente desnecessário “bater” nessa dupla PSDB/PFL.
Estou cada vez mais embarcando na onda Lulinha Paz e Amor.
O nível de agressões mútuas entre os “expoentes” dessas duas siglas me conduz a uma inevitável conclusão:
Ambos estão disputando um tipo de campeonato – após o lançamento da candidatura do insosso Alckmin pelo PSDB, o PFL contra atacou com o lançamento do não menos sem sal, José (quem?) Jorge.
A avidez com que César Maia tem atacado a todos e sendo revidado pelos mesmos, me dá uma dimensão da capacidade autofágica dessa turma.
Entendo agora a desesperada tentativa de “sangrar” Lula, isso é hábito.
Quem devora o próprio rabo, o que não faria se Lula tivesse o “rabo preso”?
Há necessidade da distribuição de vacina anti-rábica nessa oposição; e urgente!
Com a aproximação das eleições, e a canoa virada, eles nem se preocupam mais em mostrar os rombos e os furos desta. Expõem-se com uma fúria que me faz pensar na ruptura pós eleitoral.
E isso se transforma num delírio raras vezes visto na política nacional.
Serra e Aécio não dão nem darão suporte ao Alckmin, principalmente depois do que ocorreu em São Paulo.
A presença dele em qualquer palanque terá um efeito devastador, Alckmin se transformou de repente, no que nos meus tempos de estudante chamávamos de “desmancha roda”, o sujeito que, quando se aproxima, esvazia o grupo, fazendo cada um ir por um lado diferente.
O famoso persona non grata do PSDB, deve-se consolar com FHC, cada vez mais por baixo dentro do próprio partido.
A presença de Jose Jorge no lugar de Agripino, pelo menos nos poupará de ter que agüentar aquela voz irritante de taquara rachada.
Lula tem razão em reeditar o Paz e Amor, nem precisa tanto, somente ficar observando as confusões causadas pelos próprios adversários que, na incapacidade de terem um melhor resultado, começam a procurar um boi de piranha,
O sonho de todos era ter um Lula.
Mas esse é nosso!
César Maia, na ausência de ter o que falar, começa a atirar para Aécio que, finge que vai, mas não vai, tal qual o Serra que, no fundo, está vibrando com as deficiências de Alckmin, que reclama estar sozinho e bate no PFL, que bate no Tasso que, por sua vez, bate no PFL.
Serra está torcendo para que Alckmin não apareça no seu palanque, principalmente pelo fato de, se posarem juntos, atrás ficará o néon piscando: PCC! PCC! Ou então: FEBEM! FEBEM!
Já o descontrolado Maia, aprendiz de Brizola, com mira menos esmerada, mas com poder de fogo parecido, tenta lucrar com o caos.
Desse samba do crioulo doido, fica uma lição:
Cachorro que não consegue morder Lula morde o próprio rabo. E que rabão!!!!

Sunday, May 28, 2006

VESTIDO VERMELHO E CURTO.

A noite traria de novo aquilo, aquela sensação de total insegurança, um misto de angústia e solidão.

A vida fora muito difícil, mas nada justificava aquele medo e aqueles pesadelos, terrores noturnos que faziam cada segundo se tornar uma incômoda eternidade.

Na idade do lobo, se transformara novamente em criança, cada noite era uma ânsia gigantesca, uma tenebrosa experiência com transpirações estranhas e tudo exalando um cheiro de fim, de ocaso, de vazio,

Nada mais poderia impedi-lo de viver, já tinha tido tantas e tanta decepções e vazios que nada parecia vencê-lo, mas aquilo parecia demais.

Os olhos ficavam fixos no teto, e cada vez que um carro passava na rua, os faróis iluminando o teto, pareciam lampejos de um tempo jamais esquecido.

As sensações de perda, do oco, do nada se aglomeravam e geravam um desesperador sentimento atroz.

Suas andanças pelo mundo, suas noites solitárias nos hotéis e pensões da vida de um “representante comercial” novo nome para caixeiro viajante.

Nome bonito como os paletós inexoráveis, devidamente lavados e passados nos mesmos hotéis onde dormia.

A solidão por companheira.

Claro que havia as prostitutas, mas isso não o tentava, sexo é bom, mas tem que ter o amor por base, pelo menos a atração física.

E os orgasmos fingidos e pagos regiamente o diminuiriam, o tornariam não o agente, mas sim a vítima, o prostituído.

Mas acostumara-se com essa solidão. Fiel e eterna companheira.

Podia ter-se casado, mas não, a solidão fora sua esposa e a mãe de cada uma das suas rugas e de cada fio branco de cabelo.

O amor, na verdade, não servia para ele e, talvez mais que o próprio amor, a palavra família era muito confusa.

Não se adaptaria a vozes e correria de crianças pela casa, nem podia imaginar-se em tal situação.

Era por demais egoísta para poder dividir seu espaço com mais alguém e, depois de certo tempo, sua independência seria totalmente aniquilada.

Sabia disso e isso lhe era de tal forma insuportável que, melhor nem pensar.

Fora sua a opção pela solidão, mas, de algum tempo para cá, essa o apavorava.

Como é que, beirando os 50 anos, idade em que deveria ser mais forte que sempre, esses pavores poderiam estar tão firmemente arraigados?

A timidez piorara, agora dera para gaguejar, essa tartamudez o surpreendia.

Velho, gago e medroso.

Que final de vida se desenhava!

Faltava voltar a ter as enureses, ai sim, a sua decadência seria completa.

Procura um psicólogo, talvez, quem sabe.

Um psiquiatra talvez fosse melhor.

Ouvira falar na andropausa, parecia esse o caso.

Mas, que nada!

A solução era parar de palhaçada e retornar à vida.

O dia nascia, e a vida renascida melhorava tudo, menos a gagueira, recomeçava a trabalhar.

Mas quando se aproximava a noite, ressurgiam os medos e se repetia tudo.

Começara a beber, isso talvez ajudasse.

No começo sim, o álcool fora um bom companheiro.

A embriaguez dava alento e, ainda por cima, desinibia-o.

Começara a freqüentar boates e prostíbulos.

Tornara-se um pândego, e foi perdendo os medos e as angústias.

Mas cada vez mais necessitava do álcool como suporte, cada vez mais e cada vez maior quantidade.

Um homem de 50 anos não tem tantos atrativos, mas o paletó, a gravata e uma pasta dessas de executivo associadas a esse homem, produz um encanto impar.

E foi assim, naquela noite.

Belas pernas, morena, deliciosamente escondida parcamente num vestido vermelho, curto, pernas torneadas, coxas deliciosas, rebolado divino, vestido vermelho, curto, curtíssimo.

O tempo também era curto e curto o punhal, o vestido vermelho, agora mais do que nunca, vermelho.

A vida restara mais curta que o vestido e que o punhal.

O paletó e a gravata manchados de sangue.

Na pasta algumas amostras de pano, pano vermelho, do mesmo tecido do vestido, não dava nem para fazer um vestido, mesmo curto como o da moça que, chateada, saiu do hotel praguejando.