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Tuesday, December 21, 2010

Perdendo o que pudesse em fantasia
Gerando o quanto quis e mesmo assim
O tempo se desenha em novo brilho
E o mundo desejando qualquer paz
Ainda que pudesse ser a mais
Do quanto na verdade não teria.

O todo desdenhando o que teria
E insisto na mais louca fantasia
E busco com certeza um pouco a mais
O mundo se deseja sempre assim
E nisto adivinhando o que esta paz
Traduz ou mesmo tenta em raro brilho.

No olhar se refletindo também brilho
E o corte na verdade não teria
Sentido algum se a vida quer a paz
Singrando sem certeza e fantasia
Flutua dentro em nós e sempre assim
Meu canto se aproxima um pouco mais.

O corte aprofundando sempre mais
Renega o que pudesse em novo brilho
E o todo desejado trama assim
Além do quanto quis e mais teria
Minha alma noutro passo fantasia
Buscando o que pudesse ainda em paz.

E mesmo que vencesse em plena paz
O novo se aproxima e busca mais
Trazendo ao meu caminho a fantasia
Restando em meu olhar um ledo brilho
E nisto nada além inda teria
Mudando este cenário mesmo assim.

O tempo se transcende e sendo assim
Encontro tão somente a velha paz
Destarte muito pouco inda teria
E mesmo que viesse logo mais
Retendo a cada passo um novo brilho
A vida desenhada em fantasia.

Embora a fantasia seja assim
No olhar um raro brilho feito em paz
Além do pouco mais já não teria.

Monday, December 20, 2010

O quanto acreditasse em novo tempo
E nisto não veria qualquer luz
Do mundo aonde o nada se apresenta
Vagando contra a fúria deste mar.
E a noite sem sentido ou sem proveito,
A morte ronda e toma ora de assalto.

Um peito se desenha enquanto assalto
E nisto se perdendo o imenso tempo
A vida não demonstra algum proveito
E nega o quanto pude em rara luz,
Trazer dentro de mim inteiro um mar
Enquanto a solidão toma e apresenta.

Meu mundo de tal forma se apresenta
E nisto a solidão doma e me assalto
Ousando num momento e traça o mar
Reinando como Cronus sobre o tempo
Tocando dentro da alma em rara luz
Gerando com firmeza algum proveito.

Produz o sentimento em tal proveito
Fortuna mais temível se apresenta
Falena em desespero contra a luz
E a vida traça o nada enquanto assalto
Meus erros do passado e enfrento o tempo
Tentando conceber um novo mar.

Quem dera se enfrentando o velho mar
Lutasse e na verdade em meu proveito
Traçasse com firmeza um raro tempo
A luta com certeza se apresenta;
E quando os sentimentos neste assalto
Expressa o que pudesse: imensa luz.

Ao fundo se imagina em clara luz
Reflexo dessa lua sobre o mar
Tomando o pensamento em duro assalto
No fim pensando em meu próprio proveito
Uma esperança ao longe se apresenta
Marcando em ar profano o ledo tempo.

E assim vendo o meu tempo contra a luz
A vida se apresenta e toca o mar
Meu mundo sem proveito. O sonho; assalto.



Amor não poderia ser diverso
Do quanto imaginara um sonhador
E tanto além do céu, neste disperso
Cenário feito em paz, raro valor,
Ainda que pudesse outro universo
Vibrando em consonância, sonho e cor.

O olhar se imaginando em clara cor
Depois deste sentido mais diverso
Vagando sem paragem no universo
Apenas sou quem sabe um sonhador
E tendo esta esperança em tal valor
Meu canto sem destino ora disperso.

O todo noutra face; mais disperso
Trazendo este matiz em rara cor
Gestando dentro da alma com valor
O que pensara outrora ser diverso
A sina de quem ama, um sonhador
Ultrapassando e muito este universo,

A cada novo instante um universo
Unindo este cenário antes disperso
Trazendo neste olhar raro valor
Meu canto se mostrara em sonho e cor
Tramando o que pudera ser diverso
Mostrando este cenário, um sonhador.

Quem fora no passado um sonhador
Sabendo da esperança e seu valor
Tramando este caminho em nova cor
Encontro neste amor seu universo
E enquanto se pensara mais disperso
Adentra este momento em paz, diverso.


Um mundo tão diverso e sonhador
Traçando do disperso outro valor
No amor, seu universo, molda a cor.


Já não me caberia acreditar
Nas tramas deste sonho, amor imenso
E quando me imagino a desenhar
O todo noutro rumo não compenso
O tanto quanto pude caminhar
Gerando este momento audaz e tenso.

O passo mesmo quando duro e tenso
Tomando o quanto resta acreditar
Deixando para além o caminhar,
Trazendo neste olhar um sonho imenso
Meu erro num acerto; em paz, compenso
E vejo o céu em nuvens desenhar.

O amor que inda pudesse desenhar
Embora o meu momento seja tenso
Pudera em paz viver o que compenso
E neste novo mundo acreditar
Singrando um mar sublime e mais imenso
Ousando neste encanto caminhar.

Em meio às tempestades caminhar
E um novo dia em paz, já desenhar
Trazendo este cenário agora imenso
Deixando para trás o mundo tenso
E neste novo mundo acreditar
Enquanto com ternura me compenso.


O quanto da ilusão assim compenso
Cansado mesmo até de caminhar
Ao fim de cada passo acreditar
E nova trama sempre desenhar
E embora prosseguisse sempre tenso
O mundo que adivinho; agora imenso.

O sonho se apresenta mais imenso
E nisto cada engodo ora compenso
E sei do quanto fora mesmo tenso
E quando se permita caminhar
Um tempo mais sutil a desenhar
E nele com firmeza acreditar.

Pudesse acreditar no amor imenso
Um mundo desenhar onde eu compenso
Sabendo o caminhar, difícil, tenso...

Sunday, December 19, 2010

Utopia...// Sonhar

imagem e miragem /refletindo

translúcida lua / desejo:

da ilusão./ ser feliz!

Mara Pupin / Marcos Loures




Publicado em: 03/04/2007 19:33:57
Última alteração:28/10/2008 06:06:05


Vestindo uma esperança
Aos pés da Santa Cruz louvando a vida,
Mostrada em cada chaga, cada corte.
Ouvindo bem distante, um canto breve

Vestindo uma esperança que conforte.
O canto de alegria, prosperando
Cruzando todo o mundo, quem me dera.
Esculpiria um sonho em primavera!
Publicado em: 25/09/2008 06:48:18
Última alteração:02/10/2008 14:16:26


Vá, me enterre bem ligeiro Nem espere o sol raiar,
Vá, me enterre bem ligeiro

Nem espere o sol raiar,

Sem teu amor verdadeiro,

Como é que eu vou ficar?
Publicado em: 23/10/2008 11:26:18


Vacinado contra casamento.
18

Mote

Vacinado contra casamento.

Contra tudo, vacinado,
Eu já fui e não aumento;
Contra gripe, mau olhado,
E até contra... casamento

Marcos Coutinho Loures

O problema da vacina
É não que deu resultado,
Quando vi bela menina,
Eu fiquei adoentado.
Publicado em: 19/11/2008 16:34:02
Última alteração:06/03/2009 18:59:55


Vagamundo, vagabundo
Vagamundo, vagabundo
Coração sem serventia,
Rasgando rasgo profundo
Morrendo um pouco por dia
Publicado em: 17/10/2008 13:57:19



Vago à noite a te buscar,
Em que mundo te escondeste?
Sem estrela, sem luar.
Entre nuvens te envolveste...
Publicado em: 28/08/2008 08:58:51
Última alteração:17/10/2008 14:20:27



Vai meu mar amar maré Décimas
Vai meu mar amar maré
Maresia mar e sina,
Amando Mar e Marina,
No meu mar, morreu a fé,
Nadava, mas não deu pé.
Fui tragado por sereia,
Que cantando, fez a teia,
Que prendeu seu grande amor,
Nem por reza ou por favor,
Cessou brasa, que incendeia...
Publicado em: 13/08/2006 17:31:29
Última alteração:31/10/2008 01:50:56



Vaidosa, caminhavas insensível,
Por entre as alamedas e caminhos;
Amar-te parecia tão possível
Por isso que temia teus carinhos.

Mas mostraste, entretanto uma outra face
Que tanto surpreendeu quanto marcou.
Teu rosto não permite outro disfarce
Espelhas, sem saberes o que sou.

No fundo parecemos descontentes
Infelizes e tristes caminheiros.
Mas somos tão iguais embora tentes
Negar esses teus traços verdadeiros.

Não vejo como ter monotonia,
Se somos espelhares e sedentos.
Em tudo que vivemos, fantasia,
Amores que tivemos, vãos tormentos...
Publicado em: 09/12/2006 21:36:11
Última alteração:31/10/2008 01:38:40


VALE A PENA NÃO SÔ!
Um jovem que passara toda a infância e adolescência esperando que seu órgão reprodutor crescesse um pouquinho mais, chegou à idade adulta sem que isso houvesse acontecido e ele se sentiu em profunda depressão.

As coisas começaram a piorar quando a quinta namorada desmanchou o namoro e lhe disse a causa do rompimento:

- Você é prefeito em tudo. Menos em um ponto fundamental e você sabe qual é.

Diante daquilo ele resolveu procurar vários médicos e a única solução encontrada era fazer um implante de silicone, mas.... faltava dinheiro.

A depressão foi aumentando e um dia ele resolveu se confessar com um amigo:

Estou na mais profunda tristeza e já briguei com cinco namoradas, mesmo depois de ter procurado muitos médicos. Acho que a única solução é o suicídio.

O amigo que gostava muito dele, resolveu lhe dar um conselho definitivo.

- Larga de ser besta sô! Será que vale a pena morrer por uma coisa tão pequena?


MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 08/04/2008 07:54:08
Última alteração:21/10/2008 18:11:39


Vem logo para a festa
Vem sem medo
Que o tempo sempre empresta
Algum segredo
A quem tanto viveu
E não sabia
Do amor que não se encontra
Todo dia.
A lua que anda tonta
De poesia.
Já sabe agradecer
À primavera
As flores
Espalhadas
Na janela...

Publicado em: 20/03/2008 12:27:40
Última alteração:21/10/2008 22:20:30

Vamos embora
Hora chama
Chama cama
Cama e seios
Seios e remansos.
Frágeis as desculpas
Lupas e prenúncios.
Passos e fantasmas
Brados e orgasmos.
Te amo
O que posso fazer?
Publicado em: 25/10/2006 22:50:27
Última alteração:31/10/2008 01:48:00


“O pião entrou na roda”
Vamos todos cirandar,
Aprender agora é moda,
Tão gostoso é estudar!
Publicado em: 28/08/2008 13:25:16
Última alteração:17/10/2008 14:23:30


De noite no sertão a gente bota
Penico por debaixo de uma cama,
Gostou desta comida? Então arrota,
Aonde tem fumaça existe chama.
Sapato de caipira é sempre bota
Mais de dois conversando vira trama.
Mulher pára de drama e vem pra cá
Consolo de quem lida é namorar!
Publicado em: 11/12/2007 18:58:35
Última alteração:23/10/2008 07:40:05


Tempo indócil não sossega
Traz em si, a tempestade
A lembrança andando cega
Mata a gente de saudade...
Publicado em: 15/03/2008 21:03:09
Última alteração:22/10/2008 14:38:24


Por que vais procurar em outros braços,
Aquilo que guardei só para ti?
Jamais eu demonstrei, sequer cansaços,
Pois amor igual a este, eu nunca vi!

Vamos, então, viver o doce sonho
De um futuro tão lindo e bem fagueiro,
Nos acenando ao longe... Assim suponho
Repleto de promessa, alvissareiro.

Tu sabes quanto amor tenho por ti,
Por isso não procure em outro alguém
Aquilo que terás, amada, aqui.
Carinhos e desejos, tanto bem...

Me abraça, te aconchega junto a mim.
Vê como é perfumado este jardim!

HLUNA
Marcos Loures
Publicado em: 01/06/2007 16:00:38
Última alteração:15/10/2008 02:38:47


Vamos, meu amor

Vamos, sempre
Vamos ao amanhã
Que ontem prometia
E nunca vinha...
Vamos em busca
Deste futuro
Antevisto na noite
Escura
Noite que não terminava...
Vamos acima
Desta palidez inerente
Inerte e inconfessa.
No sorriso sem sabor
Sem saber, sem sentir
Sem ser
Apenas se.
Vamos em busca do sol
Que não veio
Que não seio
Mas será?
Vamos meu amor
Que o tempo não pára
E o efeito inebriante
Da lua
E da cachacinha trazida
De Minas, passam.
Vem que as ondas do mar
Levantam as saias
E os medos se ampliam
Dos amores que não saberiam
E não viriam nunca.
Se não fossem os nossos sonhos.
Comuns, iguais e repetidos.
No eco desta voz,
Sonares são ares
São mares e são luas.
Que jamais serão minhas...
Publicado em: 02/01/2007 14:34:20
Última alteração:30/10/2008 18:30:34


VAZANTE

Lago assoreado;
Com os olhos rasos d’água,
Todos lagrimando...



VAZIO...

Coração solitário esvai em lava,
Do quanto que quisera e sem sentido
Jogado sem carinho, demonstrava
Amor que há tanto tempo está perdido.
Apenas amargura me esperava,
No olhar que segue só, desiludido,
A vida se acabando deste jeito,
Matando pouco a pouco um ledo peito...
Publicado em: 24/11/2007 17:40:40
Última alteração:24/10/2008 15:17:15


Vazios
Ócios
Ossos
Expostos...

Publicado em: 25/11/2008 19:33:14
Última alteração:06/03/2009 16:40:53


Vê chegando o minuano,
Logo, logo se estremece
Coração sem desengano
Em alegrias se tece.
Publicado em: 22/10/2008 13:34:27


É só mais um abraço que eu te peço
E mais um beijo ardente inflamado
Exponha teu desejo pelo avesso
Já chega desse charme envergonhado!

Não achas que um carinho eu mereço?
Eu nunca fui assim tão comportado -
Não paro de pedir-te - isso não cesso,
A dói-me o culhão está inchado...

E nada da vadia me entregar
a porta que eu bem sei vive arrombada,
pior é que depois de me tocar

e pagar um boquete tão divino,
a quenga, a sirigaita, puta e vada,
se vira então sozinha com pepino...

GONÇALVES REIS
MVML
Publicado em: 17/08/2007 19:10:52
Última alteração:29/10/2008 20:36:28


Veja a luz daquela estrela
Que se espalha sobre o mar,
De mansinho pude vê-la
Refletindo o teu olhar.
Publicado em: 23/01/2009 18:02:02
Última alteração:06/03/2009 07:06:42


vejo a moça mais bonita
caminhando pela rua,
coração tolo palpita
e imagina a moça nua...
Publicado em: 16/01/2010 13:29:50
Última alteração:14/03/2010 21:06:08


Vejo em te olhar // Reflexo de ti
O brilho // constante
Constelar // que ressoa
Da paixão...// em mim

Marcos Loures // Mara Pupin

Publicado em: 26/03/2007 21:56:43
Última alteração:28/10/2008 05:49:24


Vejo lindas paisagens
Quando chego no sertão,
São melhores as viagens
Que vão dar no coração...
Publicado em: 19/12/2009 20:05:26
Última alteração:16/03/2010 09:54:49


Vejo o sol, imenso brilho
Como um sonho iridescente
O meu peito segue o trilho
De teus olhos, num repente...
Publicado em: 19/01/2009 13:47:37
Última alteração:06/03/2009 07:18:11



Vejo os rastos que deixaste
Nos caminhos da emoção.
Quando amor não tem desgaste
Faz tão bem ao coração...
Publicado em: 17/06/2008 22:17:00
Última alteração:20/10/2008 01:16:10



Você veleiro
Embarco os sonhos
E encontro no amanhecer
Meu cais...
Publicado em: 03/08/2008 19:34:16
Última alteração:19/10/2008 22:10:2


Velha lua nova
Velha lua nova
Aprova a cena
Ou empena a alma?
Se acaso tu chegasses
Virias os verões
Que tanto foram nãos
E agora são versões...
Empaco
Ou parto?
É pouco pra quem sonha...
Seria sério ou serviria risos?
Atiço e contra-ataco
Nacos de desejo espalhados nos lençóis...
Sedas e semens
Sementes.
Mentes e queres solução.
Remetes ao passado
Longínquo e teimoso.
Alvoroço.
Roço e rastreio
Seio e mulata
Compotas abertas
Pernas também...
Publicado em: 15/04/2009 15:45:31
Última alteração:17/03/2010 20:48:54


Velhas cartas, jogue fora,
Falsos sonhos de um menino,
De saudade, o peito chora
Condenado ao desatino...
Publicado em: 19/01/2009 13:54:56
Última alteração:06/03/2009 07:17:44


Velhice é doença que a medicina não cura
35

Mote

Velhice é doença que a medicina não cura


Pra dizer, peço licença,
Esta verdade mais pura:
A velhice é uma doença
Que a medicina não cura.

Marcos Coutinho Loures...

Tempo corre, tempo passa,
E jamais vai me esperar,
Se eu me perco na fumaça,
Só a morte vai curar...
Publicado em: 20/11/2008 08:23:27
Última alteração:06/03/2009 18:50:53


Velho não manda brasa, velho manda cinza.
154

Velho não manda brasa, velho manda cinza.


Descobri, por minha casa,
Onde sou meio ranzinza,
O velho não manda brasa,
O que ele manda, é só cinza.

Marcos Coutinho Loures

Onde há brasa existe fogo,
Mas, para minha desgraça,
Ao jogar assim teu jogo,
O que sobrou foi fumaça...
Publicado em: 22/11/2008 21:42:35
Última alteração:06/03/2009 16:50:52


Velho não “manda brasa; manda fumaça
33

Mote

Velho não “manda brasa; manda fumaça


Velho sabido, não casa
E, do casório, acha graça;
Pois ele não manda brasa;
O velho manda é fumaça.

Marcos Coutinho Loures.

Minha amiga, na verdade,
Ponha lenha neste fogo,
Senão fico na saudade
E meu ganso não afogo...
Publicado em: 20/11/2008 08:17:38
Última alteração:06/03/2009 18:50:42




Os olhos tão amargos deste povo
Vendido nas esquinas, nos bordéis,
Um sonho que teimoso, inda renovo
De ter depois de tudo doces méis.
Porém deste amargo imenso em provo
Os sonhos se perdendo em carrosséis.
Nas costas tão lanhadas da amizade
O orgulho desta corja: a falsidade...
Publicado em: 19/11/2007 23:01:05
Última alteração:24/10/2008 15:14:50


Velhos vendilhões do templo,
Vendendo o pobre judeu,
Tentando servir de exemplo
Neles, diabo escondeu...
Publicado em: 03/03/2008 19:56:35
Última alteração:22/10/2008 14:09:11


Velório e vida

Versifico com cuidado
Não pretendo magoar
Aquela que foi passado,
Nunca mais irá voltar
Não procuro por saudade,
Nem cheguei a perguntar.
Vago ruas na cidade
Esperanças de voltar.
Teus braços são meus descansos
Nas estradas que passei.
Os olhos são os remansos
Onde enfim descansei.
Quem quisera ser saudade
Dos meus braços sairá,
A canção da liberdade,
Todo pranto cantará.
Minha senda é sempre leve,
Meu caminho pesa cruzes.
Meu amor passou tão breve;
Nos espinhos e nas urzes.
Quem não quer ser mais sereno
Trovejando vai passar
Amor que não tem veneno
Serenatas ao luar.
Minha luta é sem destino,
Os meus olhos negam sol.
O amor desse menino,
Ilumina qual farol,
Todo tempo que não tenho,
Nada fiz que não valia.
Quando em tristezas me lenho,
A noite não traz o dia.
Toda minha fantasia,
Se perdendo num abismo.
Quem souber da poesia
Esquece do fanatismo.
Quadro que pinto não nego,
Tenho as tintas que encontrei.
Toda dor que não carrego,
Nas espadas dessa lei.
Vi meus barcos naufragando,
Vi meu tempo sem remédio.
Meu amor já foi mudando,
A vida não quer mais tédio.
Toda trama me envolvendo,
Nunca pude revelar,
Minha dor pede remendo
Nas espreitas do luar.
Vacinei a tempestade,
Encampei a solidão
Esqueci felicidade
Fechei porteira e portão.
Menina não tenho prenda,
Não me prende teu amor.
Vestido de chita e renda
Nos cabelos, uma flor.
Na mão a rosa vermelha,
Certezas no coração.
A vida pede centelha,
Não terá mais solução.
O meu verso de repente,
Volta e meia não tem fim.
Todo amor que se sente,
Emana dentro de mim.
Quero o tempo sem certeza
Sem ontem nem amanhã
Tudo que tiver na mesa
Procurei com muito afã
A geléia e sobremesa
Vieram lá do quintal.
Só restou esta certeza,
Minha vida no varal,
Quarando qual fosse sina,
Que não deixa seu recado.
A mão que cedo assassina
Não permite um belo fado.
Recado que não foi dado
Às expensas da paixão.
Quando foi, foi malcriado
Esperando teu perdão.
Navego por sete mares,
Oceanos sem penedos.
Minhas noites sem luares,
Meus pesadelos, segredos.
Na rosa que tu me deste,
Espinhos fincaram fundo.
Amor que tens não empreste
Meu coração viramundo
Sabe das horas sem rumo
Quem não sabe não deseja
Amor que não mede prumo
Nunca nega nem me beija.
Sempre vaga estrela morta,
Sempre rouba no final
Minha vida morre torta,
De tristezas, festival.
O canto do passarinho,
Na gaiola não se ouviu.
Buscando seu velho ninho,
Muitas saudades pariu.
Minha mão não tem as linhas
Nem da sorte nem da morte,
Migrando qual avezinhas
Procurando pelo norte.
Somos versos reversos,
Inversos e inversões
Não quero mais universos
Nem quero rebeliões
Quero o canto mais sensato
Da vida que não me leva.
O meu medo é do regato,
Alma triste já neva.
Sofreguidão traz demência
Não pode servir de alento.
É tudo coincidência
A mão da sorte no vento.
Um remendo sem sentido,
Um vaso que não se quebra
Um amor mal resolvido
Nunca nas danças requebra
Me empurrando do penhasco
Amor que não deve nada
Se no final me sobra asco
Amor de carta marcada.
Revezando meu barraco,
Sai Joana entra Maria
Na vida sei que sou fraco
Vivo errando pontaria
Meu descanso é trabalhando
No suor já fiz a cama.
Muito tempo procurando,
Esqueci como se chama.
O monte que não divide
A terra que não concebe
O medo que nunca tive
O resto não se recebe.
O dedo que não aponta,
A faca que nunca corta
Estrela que não tem ponta
Minha esperança é morta,
Vizinho não sei o nome
Mortalha que não me cabe.
Se vou comendo sem fome
Meu mundo que não se acabe
Se viver virou meu mote,
Se não posso mais cantar
Enchi de fel esse pote,
Encharquei água do mar
Fiz desejo minha luta
A força que nunca tive.
A mão se anuncia bruta
O pranto que não contive.
O resto levo na vida
Na vida que não me resta
Liberdade sei perdida,
Observando pela fresta.
Vivendo sem ter juízo,
Não tenho medo ou saída
Vou morrer no paraíso
Preparando a despedida
Não quero choro nem vela
Nem discursos de mentira
A fita que tenho amarela
Não restou sequer a tira.
No velório que se preza
Defunto que não se enfaixa
Não quero nem mesmo reza
Derrame muita cachaça.
Quero dança e rapapé
Quero riso da viúva
Depois de ter rastapé
Que me caia muita chuva.
Mordida de jararaca
E de formiga saúva.
A sobra deixo de inhaca.
Pra sogra mostro essa luva.
O parto que nunca parte
Pois o resto fica aqui.
Molambo por toda parte
Dessa terra onde nasci.
Um gosto de rapadura
Um cheiro de café fresco
A noite que seja escura
Já pintei o meu afresco.
“Aqui jaz quem não jazera
Se jazesse a medicina”
Minha casa foi tapera
Minha morte, minha sina.
Defunto não fala nada
Minha voz já não tem força
Vai chegando a madrugada,
Por mais que torça e retorça,
No final quase não sobra.
Vencida minha batalha,
Vestido couro de cobra,
Na ponta dessa navalha.
Eta corpo mais pesado,
Como pesa esse presunto.
Que pena não ser alado,
O danado do defunto...
Publicado em: 25/10/2006 19:41:54


Vem ...

Vem,
fecha os olhos,
vem,
me encontrar
estou aqui,
no teu coração,
na tua pele ...
(ivana)

Entranho
Sonho
Estranho
A dor
Corpos
Unidos
Bocas
Atadas.
Loucas
Manhãs.
Afãs
e desejos...
Publicado em: 06/03/2008 19:39:25
Última alteração:22/10/2008 15:26:35


Eu quero sonhar
Com tanta alegria
Neste belo sonho
Que é sempre risonho
Minha fantasia...

A noite me acalma
Se tal sonho vem
São tantos desejos
Procuro teus beijos
Ao lado... Ninguém!

Mas sei voltarás
A cama te espera
De noite comigo
Aqui teu abrigo
A paz recupera.

Mas venha depressa
Cansei de sonhar
Rolando sozinho
Me dê teu carinho
Vem cá, vem amar!
Publicado em: 24/01/2007 11:01:41
Última alteração:30/10/2008 16:58:54


Vem amor me dar um beijo
Com gosto de quero mais
Sempre que, amor eu te vejo
Eu perco juízo e paz,
Vem matar esse desejo...

Quero teu amor comigo,
Sem ter pena sem ter dó,
No meu quarto o teu abrigo,
Nunca mais me deixe só,
Gritar mais eu não consigo,
Vou estourar o gogó!

¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬

Querida eu não parti. Estou aqui
Ansioso para ouvir o teu cantar.
Pensara, num momento, que perdi
Teus raios de fulgor, tão invulgar.
Recebo teu carinho e teu afeto,
Meu doce e meu desejo predileto.

Saudade valoriza um sentimento,
Mas maltrata demais o coração.
Jamais eu te tirei do pensamento
És força propulsora, solução
Para as dores que marcam dia a dia
Por isso, ao te rever, quanta alegria!



Vem amor me dar um beijo
Com gosto de quero mais
Sempre que, amor eu te vejo
Eu perco juízo e paz,
Vem matar esse desejo...

Quero teu amor comigo,
Sem ter pena sem ter dó,
No meu quarto o teu abrigo,
Nunca mais me deixe só,
Gritar mais eu não consigo,
Vou estourar o gogó!
Publicado em: 29/08/2007 13:18:20
Última alteração:30/10/2008 14:51:39




Vem andando de fraque, tão solene,
Com passos chaplianos, faz sucesso.
Eu bem sei que, nadando, teu progresso
É maior. Faz que o corpo todo empene,

Por meio dessas asas que, confesso,
Surpreendem. Sugere que m’acene
Quando sei, na verdade se te peço,
Dirás nada, por certo, tutto bene...

Vez em quando, resolves passear.
Umas férias mereces, estou certo.
Mas teimoso, nadando sem parar,

Tu não queres ficar aí, nem perto.
Nas praias cariocas, tanto mar...
Que fazer? Viajar no mar aberto..

Cansado então, do passeio,
Vens bater na minha praia,
És teimoso sim, bem creio
Que tu queres é gandaia...
Não tem outro jeito não...
Na volta, vais d’avião...
Publicado em: 04/08/2007 13:54:36
Última alteração:14/10/2008 14:44:20


Menina de trança

Que a noite é criança

O vento balança

Coqueiro na praia.

Deitada na areia

Sol que incendeia

Chamando a sereia

Não quer que mais saia.


Morena dengosa

Perfume de rosa,

A lua gostosa

Se deita e se espraia,

A pele morena

A boca pequena

O vento me acena

Suspende essa saia...


Te quero comigo,

Amor eu não ligo.

Que venha o castigo,

Te quero pra mim...

A lua me nina,

Morena menina

Amor, uma sina,

Amar-te sem fim...


O beijo na boca

Uma vez é pouca

A voz fica rouca,

Vem cá me ninar...

Depois no acalanto,

Amor, meu encanto,

Te amo, tanto, tanto,

Vem cá namorar...


O gosto do vento,

De ti, tão sedento,

No meu pensamento,

Nem quero o porquê,

Procuro calado,

Teu corpo dourado,

Olhando pro lado,

Te busco... Cadê?


Publicado em: 06/03/2007 08:54:28
Última alteração:30/10/2008 16:56:26


Vem comigo moça bela,
Eu te quero junto a mim,
No teu canto se revela
Todo amor que sei sem fim.
Publicado em: 02/03/2008 22:16:36
Última alteração:22/10/2008 14:04:03


Tendo amor por companhia
Encontrei a rara estrela
Na mulher que já me guia
No meu barco, aberta a vela,
Enfrentando todo dia
A dureza da procela,
O meu canto em poesia
Alegria já revela
Ao falar de quem eu amo
Toda noite em sonho chamo
E não canso de cantar
Vem comigo namorar!
Publicado em: 03/11/2007 10:48:33
Última alteração:02/11/2008 20:10:34



Essa lua me alumia
Trazendo muita alegria
Faz da noite pleno dia
Na varanda a desfilar,
Lua mansa quero o colo
Em seu luar me consolo,
Tanta luz que já me embolo
No seu raio, vou amar...

Morena veio calada,
Parece estar chateada
Moreninha minha amada,
Me diga o que te chateia;
Por favor diga que fiz,
Tanto amor que sempre quis,
Só quero fazer feliz,
É culpa da lua cheia?

Não precisa ter ciúme
Toda rosa tem perfume,
Amar mais que de costume
Também pode machucar.
Vem cá morena faceira
Vou te dar a vida inteira,
Venha aqui pra minha esteira,
Namorar neste luar...

Publicado em: 02/03/2007 16:51:34
Última alteração:30/10/2008 16:52:33


Vem comigo nesta dança,
Coração logo te alcança
E convida pra passar
Uma noite tão formosa,
Debaixo deste luar,
Moreninha bela e prosa.

Deixa ser o teu parceiro,
Teu amado e companheiro
Nesta dança que promete
A ternura de um namoro,
No prazer que já repete
Cada vez que me decoro

Desta pele tão morena,
Nesta noite mais serena
Serenatas vou fazer,
Esperando o teu aceite,
Do teu lado, o bom prazer,
Que nos dá fino deleite.

Tua boca pede um beijo,
O meu corpo num desejo
Quer o teu junto comigo.
Mas vem logo, por favor,
Senão vou correr perigo
De morrer de tanto amor!
Publicado em: 02/10/2008 16:20:28



O caso da Maria é que não casa,
Embora seja bela, uma boneca.
Aonde tem fumaça existe brasa,
A moça na verdade é bem sapeca,
Vem logo meu amor, senão atrasa,
E o fogo neste mato não sapeca.
Maria toda a noite é um perigo
Deitada nesta cama. Eu nem te digo!
Publicado em: 11/12/2007 19:02:06
Última alteração:23/10/2008 07:40:00




Minha amada, meus amô
Tanta coisa se passô
Só num isquici vancê,
Seu zóinho taum bunito
Como posso mi isquecê?
Si contá eu num credito...

Vancê foi fulô férmosa
Cum seu pérfume de rosa
Conquistô meu bem querê
Toda veiz quando é noitinha
Me aprepáro prá dizê
Da muié sumentes minha

Qui se foi prá num vortá,
Dá vontade di chorá,
De sodade do meu bem,
Vem cumigo, caprichosa
Dêxa di sê orguiosa
Vem comigo, agora vem...

Te do o sór di presente,
Mostro meu cantá contente
De mãos dada passiá,
Dibaxo da lua crara
Meus amô qué namora
Entonces vem, se prepara,

Que essa noite num é nada,
Quano chegá madrugada,
Vem matá a minha sede
De tanto que quero assim,
Deitadinho nessa rede,
Cum vancê perto di mim!
Publicado em: 29/08/2007 20:24:40


Quem dera minha amada
Se a vara assim cantasse
Varando a madrugada,
Mas por favor disfarce
Que a tua mini saia
Está deixando ver
Areia, mar e praia,
É bom assim viver.
Eu gosto quando sinto
Teu corpo junto a mim,
Em tua tez me pinto,
E vou até o fim.
Chegando de mansinho,
Não vou te machucar,
Amor fazendo o ninho,
Voando devagar,
Assim o passarinho,
Já vai querer pousar.
Depois? Deus nos acuda,
Teu pai se descobrir...
Vou precisar de ajuda,
Só me resta... Fugir...




Na farta que ocê mi faiz!
É só um pexinho incantado
Por meus óils, apaxonado
Di mardade num é capaiz!

Apois digo que esse cabra
É feioso e tem chulé
Fede mais do que gambá
Inda tem bicho de pé

Se eu falá ninguém credita
Mas porém como é que pode
O sujeito além de burro
Fede mais do que um bode.

Ele é um asno, eu arrepito
Xexelento como o quê
Mais gordo que um inlefante
Coitadinha de vancê

Cunhecido lá pras banda
Lá das Espera Feliz
O caboclo chulezento
Um pobre desinfeliz

É trombôio eu li agaranto
Fofoquero e mentiroso
É pior que cão sarnento
Além de ser horroroso

Finge que faiz uns versinho
Pras moçoila ele enganá,
Mas num sabe fazê rima
Nem viola puntear.

É mió sartá de banda
Quem te fala é seu amigo,
O sujeito é um babaca,
É meu conhecido antigo.

Vem comigo, eu li asseguro,
E seja o que Deus quisé
Larga de lado o banguela
Pode vir, mas vem na fé...




Amor,
É claro que há uma grande, enorme diferença entre nós.

De um lado aqui estou, com a certeza de que te amo com todas as forças possíveis do amor.

Do outro lado estás aí, coberta de indecisões e de incertezas.

Enquanto tudo faço para não te perder, pareces não acreditar nos meus sentimentos! Nem nos teus!

Sinto que também me queres mas, se pergunto se me amas, ouço apenas um tímido talvez, cobrindo de incertezas o meu destino.

Por que tanta indecisão?

Será que não consegues entender o quanto te quero, o quanto te amo?

Impossível acreditar que todos, todos os teus pensamentos, ao esmagarem a esperança de te ter, só para mim, o que fazem é nos afastar um do outro, impedindo que vivamos em plenitude, o amor que te dedico!

Estás perdendo tempo, mergulhada nas indecisões que teimam em não te abandonar!

Ah! Amor!

Se queres ser feliz, se desejas o próprio bem, por favor, jogue fora o manto das incertezas e vem ao encontro do nosso amor!

Vem, amor, ao encontro de meus braços, de meus beijos, antes que seja tarde demais para o nosso amor.

Marcos Coutinho Loures

Publicado em: 07/04/2007 20:49:37
Última alteração:27/10/2008 19:12:12


Vem comigo minha gente
Que uma noite não é nada,
Arrebentando a corrente
Noite invade a madrugada!

Publicado em: 03/09/2008 12:15:03
Última alteração:08/09/2008 04:47:53



Esperei o tempo inteiro
Pela volta da poesia
Já gastei quase um tinteiro
Mas teus olhos; nunca eu via.

Felicidade é completa
Se poeto o teu cantar.
Cupido fincando a seta
Faz a gente namorar.

Não sou mar, nem sou espinho,
Sou apenas trovador,
Coração devagarzinho
Ligeirinho ao teu dispor.

No sertão da minha terra
Aprendi a galopar,
Desço vales, subo a serra,
Na procura do luar.

Bebo a fonte da alegria,
Tramo as rédeas da paixão
Tanto bem que eu te queria,
Nas cordas do violão.

A seresta que te faço
Serenatas, madrugada,
Acompanhe este compasso,
Jogo de carta marcada.

Laço firme, braço forte,
No sertão ao deus-dará.
Já não quero mais a morte,
Nem tristezas cultivar.

Na restinga dos meus sonhos,
Nas estrelas lá do mar,
Os meus dias tão risonhos,
Do teu lado vão chegar...




Na batida deste samba
A morena se esbaldando
Num requebro me conquista
E vem logo dominando.

Seus quadris num remelexo
Os meus olhos vão seguindo,
Coração entra no ritmo
Disparando e percutindo

Sua luz que me embriaga
Faz de mim, uma falena,
Entorpece e me alucina,
Mas depois já deixa a cena;

Vou pra casa tão sozinho,
Relembrando do balanço
Da morena e seus quadris,
Só de lembrar. Eu me canso...
Publicado em: 06/10/2007 17:02:12
Última alteração:30/10/2008 11:45:25



Nas matas
Casamatas
E cascatas
Arrematas
E maltratas
Meu amor.
Que sempre
Vai exposto
A tanta dor
Disposto
A viver
Felicidade
Se nada
Não fizer
Daqui há pouco
Amor
Acaba
Deixando-me
Louco.
Menina vê se traz a história
E dança a mesma dança
Que dancei.
De tanto amor
Que tenho
Me danei.
Mas peco
Por não
Ser poeta
Se fosse
Poderia
Te dizer
De tudo
Que, cansado
De sofrer
Aguardo
Sem demora
Que tropece.
Fazendo
Afinal
A minha prece
Depressa
Que a saudade
Vai doer!
Publicado em: 16/12/2006 10:18:21
Última alteração:30/10/2008 20:14:50



VEM LOGO, ESTOU TE ESPERANDO QUERIDA

Vou testar tua virilidade
Não te aborreça comigo
Mas é que gosto de homem assim
Que honra seus compromissos
seja preto, branco ou mesclado, não importa
Só quero que não tenha juízo
Homens maduros ou
jovens prá mim não faz diferença
Não sou gatinha manhosa
Sou sim uma gata sedenta
Gosto de homens dotados
Na hora não exijo consciência
Também gosto de ser explorada
Nos mínimos detalhes
Mordida, lambida, arranhada
No amor também ser sádica
Vais encarar doce mel
Ou vai ficar só na amizade?

Matar a minha sede
Chupar bem de mansinho
Lambendo com vontade
Fazer muito carinho.

Entrar e penetrando
Com fome e com vontade
Na boca, frente, atrás
Total virilidade...

Eu quero a tua boca
Descendo com tesão,
Beber de teu prazer
Causar inundação

Arranhar tua pele
Morder o teu pescoço,
Num remelexo louco,
Trazendo este alvoroço.

Abrir as tuas pernas
Entrar com minha lança
Cravar com toda a força
Bem fundo é que se avança

Eu quero que tu sintas
A vara audaciosa,
Que vibra de vontade
E que contigo goza...

Transar a noite inteira
Amor que me comove,
Depois de tanto ardor,
Fazendo um meia nove

Bater no teu traseiro
Puxar os teus cabelos
Trazendo os teus quadris,
Tocando nossos pelos.

Vem logo que eu te traço
Morena safadinha,
Eu quero que derrames
Teu mel nesta grutinha

Molhada e apertada
Bonita e tão cheirosa,
Vem cá que eu quero entrar
Nesta toca gulosa...

GELIS
Marcos Loures
Publicado em: 22/07/2007 22:48:58



VEM LOGO, MEU AMOR /

Todo homem é assim
conheço bem esta raça
depois que consegue o que quer
Sai de mansinho, nada encara
Mas comigo é diferente
só dou se for por amor
Antes de saciar-te na cama/
Casamento, sim senhor
E antes de tudo
Falar com papai meu amor

Prá que dificultar,
Morena tão gostosa,
Se a gente quer se amar,
Colhamos esta rosa.
Não deixe que o perfume
Se acabe pouco a pouco,
Depois tanto queixume
Assim vou ficar louco.
Não quero que teu pai
Se meta neste caso,
Vem logo, a noite cai,
Amor não quer ocaso.
Se caso ou se não caso
Querida, tanto faz,
Sou velho, acaba o prazo
Depois não sobe mais.


GELIS
Marcos Loures
Publicado em: 28/07/2007 13:26:00
Última alteração:05/11/2008 17:44:05


VEM LOGO, MEU AMOR /


Na garagem não dá
Posso me sujar de graxa
Lembra daquele dia na mata
As formigas fizeram arruaça
Picaram meu corpo todinho
Foi aquela desgraça

Quero trepar mesmo contigo
É no meu apartamento
Lá tem hidromassagem
Uma piscina ao relento
Sem falar das delícias
Que a gente vai comer fudendo

Vamos trepar na piscina
Olhando a lua prateada
Tomando um whisky com gelo
Varar a madrugada
Depois na hidromassagem
Relaxar depois dar uma na sala

Quero que me coma toda
Pela frente e por atrás
Quero muitas vezes na boca
É isto que gosto mais
Quero meu grelo na tua língua
Quero um 69 rapaz

Quero gozar sem parar
Quero que gozes também
Quero gozar junto contigo
Na mesma hora meu bem
Agora diz meu doce mel
Tu vens ou não vem?

Tu sabes quanto eu gosto
De te comer todinha,
Fudendo devagar,
Atrás, na bocetinha,
Depois lamber gostoso
Colocar na boquinha
Até que exploda tudo
E o leite derramado
Depressa sem perdão
Já ser todo sugado.
Coloco na garagem
Ou mesmo na banheira
Gostosa sacanagem
É pra ser feita inteira
Sem medo ou sem censura
Deixando de frescura
Gostoso a gente inventa,
Entre as quatro paredes
Querida, vale tudo,
Matando as nossas sedes
Vem logo que eu te ajudo,
Na cama, chão ou redes,
Não deixo de querer
Sem ter nenhum juízo,
De novo te fuder.
Chegando ao paraíso
Estradas do prazer.
Fazendo deste jogo
Delícia a se jogar,
Querida acende o fogo
Que a chama vai brilhar,
Mas venha logo, logo
Que eu quero namorar...


GELIS
MVML
Publicado em: 12/09/2007 20:40:07
Última alteração:29/10/2008 20:30:38


VEM LOGO, MEU AMOR -

Está frio ai meu amor?
Espera um pouco que já vou te aquecer
Te abraçar, te beijar, te chamegar
Fazer coisas que só eu mesma sei fazer
Prometo que vais gostar
A tua chama mais uma vez vou acender.

Morena venha logo
Que o frio não espera
Ardendo no teu fogo
Trazendo a primavera
Entrando neste jogo
Delícia feita em fera

Chamego é bom demais
Eu gosto e assino em baixo
Amor que a gente faz
Incendiando o tacho
Eu quero sempre mais
Carinho eu quero em cacho.

Brincar o dia inteiro?
Acenda o fogareiro!

GELIS
Marcos Loures
Publicado em: 21/07/2007 15:17:19


VEM LOGO, MORENA /

Meu coração já está contigo
Só falta agora meu corpo
Moreno da cor de jambo
Também faceiro e gostoso
Sei que não vais me dispensar
Se o fizeres serás um tolo
Vem logo amor me buscar
Conhecer este teu tesouro!


Em tua morenice
Mergulho sem juízo,
Além do que te disse
Prometo o paraíso
É fogo que se atice
Depressa num sorriso,
Tu não terás mesmice
Escuta o que te aviso,

Na boca, em tuas pernas,
De lado, frente e trás,
Carícias firmes, ternas,
De tudo sou capaz,
Nas coxas, nas virilhas,
Nos seios e pescoço,
Carinhos, maravilhas,
Causando um alvoroço
E percorrer as trilhas
Garanto: é um colosso!

GELIS
Marcos Loures
Publicado em: 29/07/2007 21:23:31


De noite nua em chama
Na cama dos meus sonhos,
A gente quando se ama
Momentos mais risonhos
Vencendo em bela trama
Os dias tão tristonhos.

Amor se proibido
Gostoso eu te garanto,
Aumenta esta libido
E nela tanto encanto.

Depois tirando a roupa
A gente não domina,
Amor deita na sopa
Conhece mapa e mina.

Não vejo mais por que
Temer este desejo,
Vem logo, bem-querer
Que eu quero cada beijo,

Na imensidão do mar
Eu quero navegar
Depois de mergulhar,
Ninguém vai separar!
Publicado em: 02/04/2008 16:23:09


Nos bares da cidade,
Nas praias, no sertão,
Com toda a qualidade
Da vida em sedução
Da lua que em verdade
Aflora ao coração,
Já traz felicidade,
Desejos da paixão.
Sorrimos de alegria,
A música embalando
O sonho, a fantasia
Amor vai borbulhando
Do jeito que eu queria,
Tu vais me conquistando..
Publicado em: 05/04/2008 20:55:39
Última alteração:21/10/2008 20:18:06

Um cheiro no teu pescoço
Que delícia meu amor,
Arrepia, é um colosso,
Ô cheirinho sedutor.

Eu sei que isso te alucina,
Minha amada,minha flor,
Venha cá minha menina,
Deixa eu ser o teu amor...

Meu amor, mulher bonita,
Dessa vida é o meu mote,
Você já quer que eu repita
A fungada em teu cangote?



Tanto bem que te queria,
Tanto amor com alegria;
Nem preciso te dizer!
Como poderei viver
Sem amor, sem fantasia
Que encontro só em você...

A saudade é coisa louca
Dá uma coceira na boca
Vontade de te beijar
Vem amada; para cá
Minha voz já ficou rouca
De tanto, amor, te chamar.

Meu amor é aprendiz
Mas do jeito que se quis
Não me sai do pensamento
Tanto quero o sentimento
Que sempre me fez feliz.
Me afasta do sofrimento.

Que bom saber que estás bem
Vem comigo agora, vem
Vamos de novo cantar
O nosso amor sem parar,
Não importa mais ninguém,
Vem comigo, namorar!



Cachorrinho está latindo,
lá no fundo do quintár;
cala boca, cachorrinho,
deixa meu benzinho chegar.

Quando amor bate na porta,
Não adianta fechar,
Se tem tranca? Não importa,
Amor faz força pra entrar...

E depois que amor entrou,
Nada mais posso fazer,
Tanto amor já me matou,
Desse amor eu vou morrer...

Nem cachorro nem vigia,
Consegue esse amor deter,
Seja de noite ou de dia,
Amor dá muito prazer.

O prazer que tu me tinhas,
Era pouco e se acabou,
Suas pernas sobre as minhas,
Sem ter pena ela deixou.

O que faço companheiro,
Se perdi minha passada,
Vou viver o tempo inteiro
Procurando a minha amada...

Observação: A primeira trova é de Santa Maria de Suaçuí, Minas Gerais

Publicado em: 20/05/2007 15:17:17


Eu nunca estive distante
Desse amor que é meu sustento,
Penso em ti a todo instante,
Tua voz ouço no vento

Que me diz, ela já vem,
Eu espero em alegria,
Toda vez que chega alguém
Frustrando essa fantasia,

Eu respondo: a minha amada,
Meu amor de todo dia,
É a minha namorada,
Me aninha, essa Maria.

Que tem cheiro de pecado
E perfume de uma flor,
Eu estou apaixonado,
Venha ser o meu amor.

Meu amor nunca se engana
Tem buquê na sua boca,
Traz a vida soberana
Sem ela, minha alma louca.

Por isso nesse versinho
Digo pra te sossegar,
Tô voltando para o ninho,
Depressa: vem namorar!
---------------------------------------


Esta noite, meia-noite,
vi cantar um gavião,
logo o povo já o diz,
venha lá meu coração.

Minha morena bonita
Cheirosa como uma flor,
Neste teu laço de fita
Encontrei o meu amor.

Morena moça faceira
Que gostosura te ver,
Toda noite, a noite inteira,
Nos teus braços me perder...

A tua boca pequena
De vermelho carmesim,
Venha cá minha morena
Venha dar um beijo em mim...

O meu pobre coração
Toda noite se alucina,
Tá morrendo de paixão,
Pela morena menina.

Moreninha se escondeu
Com medo do gavião,
O seu corpo se perdeu
Dentro do meu coração.

A trova mote é da região de Minas Gerais
Publicado em: 02/09/2008 06:39:52


Gosto doce da maçã
Na boca de quem amei,
Trazendo meu amanhã
Dos tempos que já passei.

Vem morena me dizer,
Conhecer esta emoção
Nos teus braços vou morrer
Com desejo e com paixão...
Publicado em: 18/04/2007 19:55:21
Última alteração:02/11/2008 21:55:27


Há tanto tempo eu te queria
Nada fiz pra magoar
Seja noite ou seja dia
Venha logo namorar,
Nosso caso não se esfria
É fogueira pra queimar
Não jogue tanta água fria
Eu só quero o teu amar.
Nosso amor é fantasia?
Vamos lá fantasiar
Viver toda essa alegria
Que ninguém pode roubar...
------------------------------------------------


Vem pro colo de quem ama,
Por favor, demore não,
Meu amor sempre reclama,
Teu amor no coração!
Publicado em: 17/10/2008 13:55:43


Solitário caminheiro
Sem ninguém percorre estrada,
Quer amor mais verdadeiro,
A sua alma está cansada,
Tanta dor, tanto espinheiro,
Muitas vezes desprezada,
Quer da flor o doce cheiro,
Procurando não vê nada.
Mas quando chegando ao fim
Desta longa caminhada,
Encontrou no seu jardim,
A rosa tão esperada,
Coração dispara e enfim,
Ponto final da jornada...

Publicado em: 14/05/2008 21:31:22
Última alteração:21/10/2008 18:30:33


Na noite fagueira
Paixão verdadeira
Que se deu inteira
No canto se fez.
Paixão que me encanta
Na voz que te canta
Minha dor se espanta
E some de vez.

Em meio a desertos
Amores incertos
Não querem acertos
E morrem sozinhos.
Eu quero teu colo
Contigo me embolo,
Na cama ou no solo,
Fazemos os ninhos...

Na noite que brilha
Amor segue a trilha,
Imensa partilha
De todo o prazer.
Em tantos fulgores
Trocamos amores
Servidos senhores
Pr’a sempre te ter...

No véu da esperança
Promessa de dança
Sem medo, se avança,
E nada detém.
Na nossa cama
Acesa essa chama
Na lua, na lama,
Vem, meu amor, vem...
Publicado em: 04/02/2007 11:38:1



Mi vem falá desse amô
como sendo pobre cantadô?
Qui qué issu seu dotô?
Di pobri tu num tem nada não,
É bom cantadô meu sinhô...
Nu peito só carrega a tár sardade
Sim issu é verdade...
Sardade de uma minina
Que sempre está pur pertinhu...
E dotô tão isperto finge tá suzinhu...


Tua frorzinha mais bunita
Iscrevi tão linda e formosa...
Poesia, crônica i prosa...
Qui dá vontadi de cupiá.
Mais sô divogada
Sei qui nem posso imaginá
Ieu atrais das grades,
Minha pena a pagá,
Purque mi pus a copiá,
Só pra ti cunquistá...
Intão pra num ir presa,
Iscrevo esses pobre versus
Qui os erros nem vai notá...

Veja seu dotô:
Nem pricisa mais corrê não,
Ela mora di ti é bem pertinhu
Bem longe lá du sertão...
Mora ai dentrinho du teu
Sofrido coração...


Mas ieu, seu dotô...
Se preciso fô,
Eu vô cuntigo pescá!
Só pra ti conquistá...
Pra parecer cum Maria
Nos versos qui ela faiz...
O bolo qui tu qué, eu levo
As vacas eu sei apartá...
E tem mais... tua rôpa
Dexo bem lavada
Branquinha e quarada
Dexo tudo no vará!

Ahhh, esse teu peito sonhador
Nem parece peito di Dotô!
Nele só si vê amô...
Dotô? Morre de sardade não
Faiz iguar ao beija-flor
Na hora da sardade
Beije a rosa, beija flor...
E si enche di amô!!!!


Minha sorte benfazeja
Tanto, tanto te deseja
Beija flor quer te beijar
Tu és menina faceira,
Debaixo deste luar,
Te namoro a noite inteira...

Vem comigo moreninha
Cheirosinha, gostosinha,
Teu amor também te quer,
Tu és rosa delicada,
Em formato de mulher,
De mulher apaixonada!!!

Não me fale de saudade
Isso já virou maldade,
Quero, enfim, saber do beijo
Que prometeste me dar,
Vem matar o meu desejo
Meu desejo, vem matar!

Quem dera eu fosse doutor,
Professor e contador
Pra contar tantas estrelas
Que nascem de tua boca,
Toda noite quero vê-las
Nesta paixão, quase louca...

Minha casa é de sapê,
Mas cabe o meu bem querer,
Deitadinha nesta cama,
Nuinha, me traz a lua,
Acendendo toda a chama,
Nossa história continua...

MARINA MORENA
Marcos Loures
Vencido pela saudade
Meu peito não teve paz.
Agora a felicidade,
Eu não verei nunca mais!
Publicado em: 30/11/2006 19:22:02
Última alteração:28/10/2008 10:03:26



“Venceu-me, o amor, não nego”.
E vencido, assim, prossigo
Vou carregando comigo
A dor que sempre carrego
Acostumei-me e nem ligo!

De tudo que nesse mundo
Procurei, tenha a certeza,
Esse amor que é mais profundo
Agiganta-se na baixeza
Causando-me uma tristeza.

Amor que não se traduz
Por fazer alguém contente
Toda a vida, de repente
Perde o brilho e vai sem luz.
E no coração da gente,
Só saudade inda reluz.

Vencido, sem esperança,
Procurando pelo nada,
Nada resta na lembrança
Só o nada já me alcança
Para o nada, minha estrada...
Publicado em: 03/12/2006 11:54:18
Última alteração:02/11/2008 21:03:26



VENDA SEU VOTO - mas não entregue o produto
VENDA SEU VOTO - mas não entregue o produto
Estava pensando, seriamente em propor uma campanha contra essa corja de políticos safados que teimam em tentar comprar os votos dos mais humildes.
A tentativa de compra das consciências se repete em todas as eleições e, por mais que tentamos disfarçar, o poder econômico sobrepõe-se às idéias, principalmente nas cidades pequenas, como na que moro.
O fato de tentarmos conscientizar a população nem sempre dá bons resultados, e no final da história, a maioria dos candidatos a vereador, prefeitos etc..., ligados a oligarquia econômica acaba se elegendo, por essas e outras é que os partidos honestos, como os da esquerda, acabam sendo prejudicados, a penetração do PT, PSB, PC do B, acaba sendo muito limitada, vencer e convencer é muito difícil contra os "favores" e formas de aliciamento que ocorrem a cada eleição.
É importante o convecimento porém, a forma agressiva que essa turma usa é extremamente desleal.
A compra e venda de votos é tão enraizada na política nacional, que a única forma de acabarmos com ela é levando-a de uma forma mais jocosa e sacana, ou não vivemos no país aonde o macaco tião foi um dos mais votados e o rinoceronte foi eleito?
Seria muito engraçado vermos, que após ter "contabilizado" tantos votos, o candidato tivesse a nítida impressão de, ao invés de ludibriar o povo ter sido ludibriado por esse.
Teríamos o começo da derrocada do poder econômico nas eleições; a utilização da urna eletrônica se tornou uma arma importantíssima para o eleitor poder ter o seu direito a escolha preservado, já que a mesma impede a anotação de símbolos, como era feito com a cédula manual.
A quantidade de dentaduras, pares de tênis, sacos de cimento, milheiros de tijolos "jogados fora" pelos "políticos" useiros e vezeiros nessa prática iria, a médio prazo inibi-los da própria ação; se quiser ser enganado, tente me ludibriar.
Muitas vezes, aqui no interior, temos visto cabos eleitorais recebendo grana preta para cuidarem dos seus "currais eleitorais" e isso, na verdade, tem garantido a eleição dos pilantras que pululam na nossa política; que bom seria ver isso acabar; e com a grande piada, do gado arrebentar, sutilmente a cerca e andar livre, ser livre , criar e acima de tudo consolidar a liberdade.
posted by MARCOS LOURES at Quarta-feira, Abril 26, 2006
Publicado em: 15/10/2006 11:10:21



Ó vento do norte, tão fundo e tão frio,
Não achas, soprando por tanta solidão,
Deserto, penhasco, coval mais vazio
Que o meu coração!

Vendaval

Fernando Pessoa

Encontrando vazio o coração
Que outrora se fizera mais feliz,
Aprofundando a dor, tudo desdiz,
A própria sorte traz a negação,

Agora tão somente a solidão,
Aonde no passado amor eu quis,
A sorte me abandona, vaga atriz
Mostrando a cada dia o mesmo não...

Penhascos e desérticos caminhos,
Os dias que enfrentando são sozinhos
O vento traz o frio e rouba o Norte

Aonde houvera um verso, simples trova,
Agora imensa dor e negra cova,
Aguarda finalmente a minha morte...
Publicado em: 26/01/2010 18:34:00
Última alteração:14/03/2010 18:08:47


Vende-se
A vergonha;
Liquidação
Liquidando esperança
Publicado em: 03/08/2008 20:54:23
Última alteração:19/10/2008 22:12:31




Vendo a lua tão distante
A viola nos meus braços
Desejando a todo instante
Receber os teus abraços...
Publicado em: 02/03/2008 18:53:20
Última alteração:22/10/2008 14:01:18


Desejo que devores meu prazer
Em mil carinhos loucos, sem juízo..
Vivendo em cada toque o paraíso
Preciso e necessito deste fogo
Que delirantemente me invadiu.
Venha logo, querida, no teu jogo
Jamais tenho a perder, ganhamos todos.
No gozo delicado e tão profuso
Bailado desejado e tão confuso
Nesta fusão de pernas e de coxas
Queimando, ardendo sempre em incontidos
Passos nesse balé que nos arvora,
Mas venha sem demora. Quero agora!
---------------------------------------------


Tanto amor que te proponho
Pondo os olhos no infinito
Vasculhando cada sonho,
Cada qual é mais bonito
Neles vejo o teu retrato,
Nosso amor é bom de fato.
Publicado em: 15/03/2008 22:00:44
Última alteração:22/10/2008 14:38:48



Crises
Lises
E deslizes.
Cicatrizes?
Não avises
Venha já
E seremos
Felizes...
Publicado em: 24/08/2008 21:20:39
Última alteração:17/10/2008 17:06




Na fartura do não tenho
Na esperança do vou ter,
Coração vazio embrenho
E me perco sem prazer,
Solidão fechando o cenho,
Traz vontade de sofrer
Do passando aonde eu venho
Esqueci meu bem querer
Nas esquinas do caminho,
Numa estrada sem final,
Da gaiola um passarinho
Vai voando em dor fatal
Procurando por seu ninho,
Não percebe nem sinal
Mas não quero estar sozinho,
Venha ser meu bem, meu mal,
Com teus beijos e carinho
Teu sorriso sensual,
Meu amor devagarinho
Vai vagando pelo astral,
Dominando vagarinho,
Prometendo num sinal
Meu coração pobrezinho
Será feliz, afinal...
Publicado em: 08/09/2007 18:38:19


Venha logo minha amada,
Que esta tarde é toda nossa,
Vou cantando esta toada,
Tanto amor já me remoça...
Publicado em: 19/12/2009 19:54:41
Última alteração:16/03/2010 08:46:36



Venha logo, amor prometa
Goiabada pede queijo
Romeu quer de Julieta
Com carinhos, tanto beijo...
Publicado em: 03/03/2008 21:02:59
Última alteração:22/10/2008 14:14:00


VENHA LOGO, MEU AMOR
Prá que dificultar,
Morena tão gostosa,
Se a gente quer se amar,
Colhamos esta rosa.
Não deixe que o perfume
Se acabe pouco a pouco,
Depois tanto queixume
Assim vou ficar louco.
Não quero que teu pai
Se meta neste caso,
Vem logo, a noite cai,
Amor não quer ocaso.
Se caso ou se não caso
Querida, tanto faz,
Sou velho, acaba o prazo
Depois não sobe mais.
Publicado em: 01/08/2008 21:02:16
Última alteração:19/10/2008 22:10:24


VENHA LOGO, MEU AMOR
Pode ficar tranqüila
Eu cuido com carinho
Teu coração não fica,
Amor, jamais sozinho.
Encontrou outro aqui
Que bate em mesmo tom.
Deixando mais Alegre
Ecoando este som.
Em terras capixabas,
Um coração mineiro
Batendo bem mais forte,
Agora mais festeiro
Encontra a sua sorte,
Matando esta tristeza,
Olhando para o norte
Percebe a fortaleza.
Morena delicada
Que tanto me faz bem,
Estou já te esperando,
Por favor, agora, vem...
Publicado em: 30/10/2008 06:36:18
Última alteração:02/11/2008 20:28:08


O destino dos meus lábios
É tocar na tua boca,
Sentimentos são tão sábios
A vontade é quase louca,

Venha amor, me dá um beijo
Minha boca está com sede,
venha matar o desejo
Numa esteira cama ou rede...
Publicado em: 14/05/2008 19:25:25
Última alteração:21/10/2008 14:41:29


Silêncio na madrugada
Silêncio dentro de mim.
Sem saber de minha amada
Eu terei um triste fim.

Nada mais me interessava
Nem as flores, nem jardim.
Por onde meu bem andava,
Quem souber conta pra mim....

Tem o cheiro da saudade,
Meu amor, meu bem, te vi.
Caçando na claridade,
Desde a noite em que perdi...

Vou em busca de teu beijo,
Pelas ruas da cidade.
Meu amor, tanto desejo,
Volta amor, por piedade!

Sou um pobre cantador,
Que se encanta todo dia,
Com esse canto de amor,
Com essa bela harmonia...

Mas não tenho mais sossego
Desde que amor partiu.
Meu amor, eu peço arrego.
Coração batendo a mil...

Vem comigo, de mansinho,
Volta pra me carinhar,
Passarinho quer o ninho,
Meu amor, só quer te amar...

Tens o gosto da garapa
Na boca que tanto quis.
Meu amor, não mais escapa,
Venha me fazer feliz!
Publicado em: 07/02/2007 13:54:00


Nunca!
Lugar que não existe e não freqüento
O hoje é o nunca de ontem
E amanhã? Quem sabe...
Virei ou virás sem lei ou em paz.
SEM NUNCA.
A nuca exposta, a boca aberta
Alertas e maciez.
Do nunca se fez
O que trama essa vez;
Agora te quero
Macia e vadia.
Dia a noite
Noite no dia...
Poesia.
Mas não quiseres, que posso fazer?
Volto ao nunca, e nunca mais
Teremos outra oportunidade...
Publicado em: 31/12/2006 11:49:36
Última alteração:02/11/2008 21:00:10


Nascendo num dourado berço de ouro
Quem sabe poderás me conceder
Um minuto feliz.
Eu venho desses restos de esperança
Fustigado p’las dores mais terríveis.
Mesmo assim, sou feliz.

Vivendo sem saber se vem futuro,
Se vem, se poderei, enfim sorrir.
Se serei mais feliz.
Descanso meus olhares no passado,
Sem pena do presente, nada temo.
Senão não ser feliz...

Distâncias percorridas, sem temor.
Vencendo a solidão, eu te proponho
Querida, ser feliz...
Esqueça as minhas tantas cicatrizes,
Se doure neste sol de uma esperança
E venha ser feliz...
Publicado em: 01/02/2007 09:58:57
Última alteração:02/11/2008 21:06:08


Eu já fiz a minha cama
Preparei o cobertor
Mas tanto amor já me inflama
Que eu tô sentindo calor,
Por favor vê se me chama
Prá fazer esquentador,
E vê se não mais reclama,
Pois eu sou o seu amor.

Maria não foi de nada
Nada tive com Maria
Não entra na fofocada
Senão acaba a alegria,
Só você é minha amada
Seja de noite ou de dia,
O resto é coisa inventada,
O resto é só fantasia!

Eu nunca saí de casa,
Por isso não vou voltar
Tanto amor quando me abrasa
Não me deixa sossegar
Eu já tô pegando brasa
Vem agora me acalmar
Mulher quando a gente casa
Nada faz nos separar.

Maria é moça prendada
E nunca gostou de mim,
Quando usa saia rodada
Mostra na boca o carmim,
Fica bem apessoada
Ah! Se deita no capim...
Mas é só fofocaiada...
Publicado em: 16/08/2007 09:38:25


Passatempo, passarinho
Passa tudo devagar,
Passando o tempo, sozinho,
Tempo custando a passar...

Sem você aqui do lado,
Esse tempo é meu castigo,
Eu estou apaixonado,
Procurando o teu abrigo.

O meu verso é tão tristonho
Sem você aqui por perto,
O calor fica medonho,
Vou morrendo no deserto.

Mas quando te vejo aqui,
Que alegria minha amada,
Volto depressa a sorrir,
Noite fica enluarada.

Eu só quero o teu amor,
Por favor não diga não,
Para ti já se entregou
O meu pobre coração.

Vem comigo sem tristeza
Vamos viver nossa vida,
Tanto amor na nossa mesa,
Nosso amor é a saída.

Acabando com a dor,
Derrubando uma saudade,
Quero viver nesse amor,
Sem lamúria e sem maldade.

Eu plantei o meu jardim,
Já deu rosa e deu espinho,
Com você perto de mim,
Eu jamais serei sozinho!

Publicado em: 24/03/2007 16:27:22


Tanta saudade no peito,
Maltrata até me cansar;
Saudade, não tem mais jeito,
Me maltrata até matar...

Saudades desta morena
Que já foi meu bem querer
Hoje, distante; me acena
Aumentando o meu sofrer.

Quem amou demais na vida,
Sabe quanto a vida dói
Toda saudade sentida,
De repente nos corrói.

Mas não canso de te amar,
Mesmo distante de mim,
Todo dia a te esperar
Vou passando a vida assim,

Goiabeira dá goiaba
Cerejeira dá cereja,
Meu amor nunca se acaba,
O meu amor te deseja.

Qualquer dia a chuva cai
Vai encher esse regato,
E toda a saudade vai,
Procurar um outro prato.

Minha sina é teu amor,
Tua sina é ser só minha,
Te espero a hora que for
Nem que seja de noitinha!

Publicado em: 17/04/2007 23:03:29


Venha
Eu quero na nossa dança
De tanta dança
Cansar.
Eu quero na nossa trama
Deitado na nossa cama,
Te pedindo pra dançar
Que a noite avança
A vida passa
E a gente dança
Se de amor não dançar...

Venha,
Deixa essa porta aberta
A noite é sentinela
A lua testemunha
Eu te quero tão alerta
Porta e alma, vida aberta.
Prazer.
Eu quero no nosso jogo
Nossa brasa nosso fogo
Que a vida é logo
E a gente sem rogo,
Se não de amor, me afogo...

Venha,
Coberta quente
Noite fria
Rolando nessa dança
Que trama tanta dança
Perna com perna se trança
E trama tanto desejo
Roubando em cada beijo
Os uivos na madrugada
Se amanhã vem o nada
Que o nada venha enfim
Que o mar todo guardado
Eu te nado
Dentro em mim...
Publicado em: 31/12/2006 11:02:50
Última alteração:02/11/2008 21:00:27


Areias escaldantes do deserto.
As brancas testemunhas deste ocaso.
Amor que traduzimos por incerto,
Morrendo na tardinha, findo o prazo...
Um pobre beduíno; céu aberto,
Espera pelo oásis, ao acaso.
A miragem do amor, sem nada certo,
Olhar pleno e distante, morto e raso...

Areias escaldantes desta praia
Delícias de morenas e sereias...
O sol enamorado já desmaia,
Casais semi-desnudos se acasalam,
Desfilam seus hormônios nas areias...
Camelo e beduíno, nada falam...

Areias escaldantes no meu peito;
Saudade de quem foi e não voltou.
Não posso ser feliz, se desse jeito;
O sol insatisfeito me queimou...

Areias escaldantes... Meu amor...
Aqueça o coração d’um sonhador!
Publicado em: 10/02/2007 07:04:50
Última alteração:02/11/2008 21:05:35


Ventania e mulher feia, só quebram o galho.
139

Ventania e mulher feia, só quebram o galho.

Toda mulher me incendeia,
Pois eu nunca me atrapalho,
Vento forte e mulher feia,
Só servem pra quebrar galho.

Marcos Coutinho Loures

Quando namorei Raimunda,
Aprendi e fui ligeiro,
Esta verdade profunda:
Pra que serve o travesseiro?
Publicado em: 21/11/2008 13:01:23
Última alteração:06/03/2009 16:59:23


ventania
piolho na cabeça de careca,
suporta ventania?
Publicado em: 10/09/2008 21:25:03
Última alteração:17/10/2008 14:46:58


Vento busca catavento
Vento busca catavento
Sol procura girassol,
Coração batendo lento,
Teu amor, o meu farol...
Publicado em: 17/06/2008 22:18:48
Última alteração:19/10/2008 22:23:45


Vento chega de mansinho
Vento chega de mansinho
E levanta esta batina,
Deu pra ver o menininho,
Eu pensei que era menina...
Publicado em: 16/01/2010 20:32:12
Última alteração:14/03/2010 20:40:49


Vento do Amor

Vento do amor
Traz a saudade
De tantos dias
Velhas poesias.
Liberdade,
Olhares cheios
De ternura...

Da lua, a brandura,
Derramada nas árvores
Abraçando mansa
E estreitando os braços
Da esperança...

Vento do amor
Não mais vás.
Traz encanto
Desse tanto amor
Desse tanto amor...

Vento do amor...
Constelações. Astros...
Venha sobre meu rosto
Espalhe tantas luzes
Aurora...
Nos fantasmas
Dos amores
Que se perderam; frios.
Rodando nas estrelas
Morrendo coração.

Minha amada voltará
Nos ventos da manhã;

Vento do amor
Que sei virá
Vivo
Desse tanto amor
Desse tanto amor...
Publicado em: 03/01/2007 15:09:32


Vento e sombra
Vento e sombra
A manhã não veria o rosto
Amargo da saudade
Estampado e corrosivo...
O som da noite ecoando
E trazendo o velho medo
De nada ser
A não ser segredo...
Artelhos e joelhos, remendos....
A véspera a vésper a vespa
Na vestal que se fingira
A tira estira e não aflige
Corrige....
Mais nobre poder da criação
Inconsciente desengano.
Sem ter plano e sem um canto
Me risco pelo arisco tempo
E tempestade.
Cidade e saudade, soledade...
A agonia que a noite deixa
A queixa que não fiz
O cavalo que voou
O manto que não cobre
O mato tudo cobre
Um matuto que me cobra
Coração de bronze e cobre
Cobra e serpentina
Serpente cristalina
Que assassina alma menina
E sem crina desatina
Pela vida afora....
Publicado em: 26/11/2006 14:45:36


O sol estrelar
Ao ventar ou explodir
Vira pirilampo?

Publicado em: 19/03/2007 12:53:41
Última alteração:28/10/2008 19:24:55


VENTO SOLAR


Vento solar
Que traz o teu nome
Matando essa fome
Sacia o luar
Em trajes de gala
A lua se cala
E deita seus raios
Beijando este mar.
Vislumbro o teu corpo
No porto dos sonhos,
Melífera senda
Amores desvenda
Desnuda a paisagem
Na plena poesia
Que amor irradia
Vicia e transtorna
Em torno da luz...
Publicado em: 31/07/2008 19:58:59
Última alteração:19/10/2008 22:07:54


Vento trazendo notícias
Vento trazendo notícias
De quem foi pra nunca mais,
Entre medos e delícias
Tempestade invade o cais...
Publicado em: 17/06/2008 22:12:13
Última alteração:20/10/2008 01:15:33



Vento Ventania Sonho
Vento
Ventania
Sonho
Vendaval
Vale o quanto preza
Amor sem igual
Rimas, avarias,
Tombos e desejos.
Nossos velhos dias,
Sortes, realejos.
Velejo os meus sonhos
Mares do prazer.
Risonhos caminhos,
Passo a percorrer.
Sou
Não sou
Vejo
E colho.
Recolho
Meus olhos,
Espelhos
Velhos
Meninos
Que não
Se cansam
Das ilusões...
Publicado em: 03/10/2008 13:46:13


Ver o Invisível.

Amar nos faz crer no incrível,
Ver o impossível
Sentir o inesgotável
E impalpável.
Amar é ter asas nos pés
E viajar pelos espaços
Pelos universos
Que estão contidos
Nas entranhas mais profundas
Das nossas almas.
Amar é expor a nudez absoluta
E não ter vergonha
Esconder as estrias da alma
E do corpo,
Mas não reparar nas do outro.
Amar é ser não só capaz de ouvir
Estrelas,
Mas mesmo de pegá-las
Nas nossas mãos
E até devorá-las
Roubando os seus lumes...
Publicado em: 05/12/2006 15:08:34
Última alteração:02/11/2008 21:03:12


VERDADE
VERDADE

Mensagem:

VERDADE





Verdade real

Verdade irreal

Verdade imoral

Verdades,quantas há?





A Verdade tem função

Da razoabilidade

Nas premissas

E na conclusão.





Magistrado! não venha justificar como lógicas

Teses equivocadas

E antíteses desmotivadas

Com decisões previamente arquitetadas.





Titular da decisão descabida

Não tente aristotelar como justo o sofisma

Nem confunda o direito

Adjetivando a verdade irrealizada.





Verdade é por natureza una.

Existe ou não existe na realidade

Mesmo no mundo jurídico.

Onde também não pode ser mutante.



O injusto deliberado

Não qualifica O justo natural

Ao negar o direito positivado

E dar voz ao injustificado.





Como fica sua função,sim, adjetivada?

Real?

Irracional?

Imoral?



A sociedade fica politicamente desarmada.

Adjetiva a decisão

Afastada da verdade,

Motivada e de intenção ocultada.





Essa é a realidade social

Resultante da política não revelada

Nesses adjetivos inexistentes

Indevidamente montados na verdade.
Publicado em: 07/09/2008 19:21:00
Última alteração:08/09/2008 00:18:45


Verdadeiro amor?
Ama-me quando eu menos o merecer, porque será nessa altura que mais necessitarei.
(Dr. Jeckyll)



Nas horas mais difíceis te conheço
Bastam que essas quimeras me profanem
Que todos deste mundo já me enganem
Para saber se em ti me reconheço!

Meus erros, meus enganos, meus defeitos,
São todos testemunhas que eu existo,
Se a nada neste mundo não resisto
Talvez os meus problemas sejam feitos

Das velhas tempestades que passei,
As sortes e presságios tão obscuros
Prometem velhos céus bem mais escuros
Em nada do que tive, me encontrei.

Rasguei a fantasia que escondera
A podre maciez que sempre fere
O lume desta noite se interfere,
E traz na madrugada a doida fera.

Agora que não trago mais meus medos
Envolvidos pela noite que me corta,
Que toda essa ilusão se mostra morta
O mundo me prepara meus degredos...

As galés e as cadeias que me tragam
Engolem um humano e me trituram
O rosto e meus desejos desfiguram
Os planos de viver contigo estragam...

Se falas que me adoras e me queres
Agora é que terei minha resposta
Meu mundo dilacera tudo em posta
E não promete luzes nem talheres.

Apenas um restolho de esperança
Um prato carcomido e sem futuro
O mundo que teremos será duro
A morte poderá vir como lança.

Por isso é que durante a tempestade
Que corta que alucina e que destrói
Com tudo que sonhamos já corrói
Se teu amor enfim é de verdade!
Publicado em: 25/11/2006 21:03:51
Última alteração:31/10/2008 06:19:06

Onde estará a estrela
Que há dias
Noites
E madrugadas...
Pra sempre
Sem leme
Sem por
Nem par
Aonde?
Para
Pára
Que nada vem
Senão a vergasta...
Publicado em: 01/08/2008 13:57:13
Última alteração:19/10/2008 22:08:53



O vermífugo diz do verme.
- Não pode ver-me!
Publicado em: 10/09/2008 21:42:10
Última alteração:17/10/2008 14:47:38


VERMELHO, CONJUGO AMAR

No vermelho dos meus olhos
A luta por liberdade
No trânsito da cidade
No tropeço nestes óleos
Que simulam solidão.
Na solidez do desejo
No navegar da paixão
Procurando pelo beijo,
Desse teu vermelho lábio
Que, carnudo, encarna o sábio
Amor, sem conter limites,
Ao sabor dos teus convites;
Da solidão, inimigo,
Vivendo sempre contigo
Os sonhos de um amanhã,
No vermelhar da manhã
Desse sol que me engrandece,
Nascendo, a todos aquece.
Me faz retornar à prece
Em que agradeço ao Senhor
A vida que me concede
Pelo sol e seu calor.
No vermelho do meu sangue
Que traduz toda esperança,
No mar, no rio ou no mangue
Nos brinquedos de criança,
Este sangue que trafega
Dando vida a quem mais ama,
Pela mão pega e carrega
Vai acendendo essa chama.
Chama vermelha da vida
Que arde no fogo, feroz.
Trazendo sem despedida,
O brilho que, nunca atroz,
Reflete a luta bendita
Contra toda essa desdita
Que possa nos maltratar.
Sabendo, bem mais, amar;
Confortando o sofrimento,
Chama de amor e lamento
Vermelha como paixão.
Trazendo pro coração,
O retorno da beleza,
O término da tristeza,
Afagando , compaixão.
No Mar Vermelho da vida,
Atravessando, sem medo
Para trás, sem despedida
À frente, grande segredo,
Um novo canto de fé,
Onde, e por que Deus quiser
Possa –se recomeçar
Um novo tempo de glória
Um novo marco na história
Um novo canto ao luar.
No vermelhar dessa areia,
Onde encontrei a Sereia
Com seu canto a encantar
Trazendo ardente delírio
No vermelho deste lírio,
Cultivado com o sangrar,
Das lágrimas da morena
Que em meu canto, virou tema
Da forma sutil, serena.
Dos meus sonhos, meu lema
No meu barco, virou leme,
Pois ardor, não há que treme,
Sem o vermelho da louca,
Transtornando minha boca
Procurando tua boca,
No molho desse espaguete,
Vermelho, como o confete
Que encontrei na tua boca
Esquecido, e recordando
O tempo que foi passando.
À procura de teu mar.
Vermelho, conjugo amar!
Publicado em: 27/08/2006 06:03:12


Versejando em alegria
Eu não consigo parar,
Meu amor em poesia
Tão gostoso de gostar.
Publicado em: 01/03/2008 21:00:48
Última alteração:22/10/2008 13:27:00


Meu verso é tão romântica quimera,
É dor que não consigo mais calar.
É templo da saudade, morte e fera,
É luz que sempre roubo do luar.

A cada novo canto a dor se esmera
Transborda no horizonte, seca o mar.
Meu verso de saudade reverbera
Supremo sentimento, louco amar!

Meu verso é tentativa de emoção.
É pélago que busco em alarido.
Mergulho totalmente da amplidão.

Espero um leonino manso afago...
É verso apaixonado de um vencido.
É resto deste copo, nenhum trago...

Se mago, não expressa juventude,
Se magro não revela bem quem sou.
Me acabo com vontade mais amiúde
De ser o simples verso que restou.

Amor dançando em versos, bailarino,
Usando essas palavras que disfarço,
Meu medo me acompanha de menino,
No grito em desespero que não faço.
O mundo se perdendo, cristalino,
Eu perco, sem juízo, meu compasso.
E quero teu amor em desatino,
Dançando com palavras, mesmo passo...
Publicado em: 10/02/2007 23:43:49


Verso sem Juízo
Meu verso sem juízo
Não quer deixar meu peito em paz.
Inquieto, insatisfeito,
Faz que vem mas jamais...
Verso mais audaz
Tem vida própria
Se apropria ,desapropria
E o quê que eu faço do meu coração?
Publicado em: 29/11/2006 19:19:51
Última alteração:02/11/2008 20:44:38


VERSOS DE AMOR /

Meus versos são pulsantes de desejo
São flores madrugadas e espinhos
São doces e amargos são carinhos
São notas musicais - simples arpejo

São ritmos cadentes - busca ensejo
E quer perambular n'outros caminhos
E são inebriantes como os vinhos
Que encontrou um mestre em vesejo...

Brincando com palavras canto amor,
Em novas primaveras que serão
Promessas redentoras de um verão.

Nas lavras deste simples trovador,
Refém de tantos sonhos, da ilusão,
Expondo sem defesa, o coração...

GONÇALVES REIS
MVML
Publicado em: 27/08/2007 21:43:13
Última alteração:05/11/2008 14:17:52


Alamedas, estradas e caminhos...
Nos pinheiros e cedros, tal beleza...
Lá perdi nossos beijos e carinhos...
A mansidão perfaz a sutileza...
Nossos olhos são tristes passarinhos,
Nasceram para a dor, tenho certeza...
Buscando por sossego, querem ninhos,
A vida proibiu tal fortaleza...

Meus versos procurando sem jamais
Encontrar as luas que desatas
Nas mansidões dos rios nas cascatas,
A corredeira leva nossa paz...
Quem dera conhecer as nossas matas,
Nas mãos que me acarinham, ser capaz
De ter a calmaria que retratas,
Brisa fresca que a noite calma traz...
Publicado em: 10/12/2006 20:41:28
Última alteração:02/11/2008 21:01:48


Minha alma se alimenta
Da menta deste amor
Momento: ser feliz
De tanto que te sinto
Pressinto que virá
A lua em fantasia
E tudo brilhará
Recebo da alegria
O vento que se quer
Fazer do novo dia
No rosto da mulher
O gozo que queria
E tudo que eu quiser...

Os versos nunca pecam
Se pecam não te mentem
Comentam nosso amor
Se amor não for pecado
Se lado não for tudo
Me inundo e piso fundo
Não perco mais segundo
Seguindo o teu caminho.
Pedindo um vão carinho
Misturo num cadinho
Um bocadinho a mais
Do amor que foi demais...
Publicado em: 26/01/2007 12:28:44
Última alteração:02/11/2008 21:06:00




Nos versos de um bolero a vida passa
Num passo disfarçando o sofrimento
Angústia num momento se esfumaça
Nas roupas que balançam com o vento.
O povo se reúne em plena praça
Esgarça e recomeça sem tormento
A vida que da maneira que mais quero,
Tão distante da letra de um bolero...
Publicado em: 11/12/2007 18:30:46
Última alteração:23/10/2008 09:47:35


Versos soltos pelo vento
Versos soltos pelo vento
Procurando algum amparo,
Meu amor, meu sentimento,
Nesta trova eu te declaro...
Publicado em: 17/01/2010 15:32:29


Versos tantos que hoje faço
Versos tantos que hoje faço
Pra falar do nosso amor,
Cada frase é um pedaço
Do que outrora quis propor...
Publicado em: 23/01/2009 18:02:54
Última alteração:06/03/2009 07:06:51


VERSOS TORTOS /

Palavras repetidas? Não suporto
Falar do mesmo cais, barcos, saveiros,
Amor que não se ancora neste porto
Nem versos que se façam bem ligeiros.

O sentimento inepto, poema torto
Que fale de problemas corriqueiros,
Do gato da vizinha que está morto,
Dos porcos que deixei lá nos chiqueiros.

Procuro algo novo original
E, às vezes, caio sempre no igual
Ai essa redundância como cansa

Um texto de outro texto hoje deriva
Por mais que cabeça esteja ativa
De um ou de outro autor a letra alcança


GONÇALVES REIS
MVML
Publicado em: 16/08/2007 17:51:10
Última alteração:05/11/2008 15:43:24


VERSOS TRISTES


Tomado pela dura sensação
Do medo que me invade o sentimento,
Distante, bem distante da ilusão,
Percebo da tristeza o frio vento,
Rondando em treva imensa o coração,
Meu canto se transforma num lamento.
Rasgando a minha pele, vai sangrando,
Aos poucos sem perdão irá matando.

Não vejo nem percebo desde quando
A dor de uma tristeza me invadiu,
Castelo dos meus sonhos desabando,
Tormenta me tocando, forte e vil,
O mundo num momento desandando,
O canto que eu sonhara já sumiu
Deixando este vazio no meu peito,
O rio se perdendo do seu leito.

Viver e ser feliz de qualquer jeito,
Sorrindo para a vida, simplesmente,
Outrora, com certeza foi meu pleito,
Perdido, sem ninguém, completamente
Jogado no caminho, insatisfeito,
Eu crera ser possível finalmente,
Saber de uma alegria que não veio,
Agora me restou duro receio

Do olhar em despedida, frio, alheio,
Da moça que não soube me esperar,
Distante da beleza de seu seio,
Percorro a vida inteira num vagar,
Busco sem resultados algum meio
Que possa este mistério decifrar,
A solidão se fez e num rompante,
Meu mundo desabou no mesmo instante.

Quem foi de uma esperança, amigo, amante,
Percebe quanto dói uma saudade,
Ardendo no meu peito, flamejante,
Denota a mais completa falsidade
De quem matou em sonho delirante
O dia, já negando a claridade.
Apenas a tristeza inda cultivo
E dela só por ela, eu sobrevivo.

De todas esperanças eu me privo,
Pois tenho uma certeza que não cala,
Do quanto é necessário ser altivo,
Porém uma tristeza rude, fala
E deixa o coração, pobre cativo,
Exposto na vitrine, em fria sala.
Mulher por que tu foste e não mais és,
Jogo meus olhos cegos aos teus pés.

O barco que navega sem convés,
O rio que em cascatas perde a foz,
O mundo se mostrando de viés,
Tristeza companheira feita algoz,
Jogado sem perdão vou às galés
E nada mais encontro dentro em nós.
Somente este vazio que me beija,
A morte sem desculpas se deseja.

A dor que no meu peito inda lateja
Decora cada verso que eu fizer,
De toda esta alegria que se almeja
Apenas a tristeza, uma mulher,
Que morde e dilacera enquanto beija,
Fará sempre comigo o que quiser.
Meu coração um pobre vagabundo,
Mortalha que me veste num segundo.

Quem teve um sentimento mais profundo
Amores e desejos; encontrou,
Nos mares da tristeza eu me aprofundo,
Meu barco sem ter leme naufragou,
De uma tristeza imensa eu já me inundo,
De tudo o que sonhei, nada restou.
Nem mesmo tua imagem refletida
No fundo da retina, distraída...

Quem dera se eu pudesse, em nova vida,
Saber de uma delícia que não vem.
A marcha de meus pés se faz perdida,
Não tenho mais vontade de outro alguém.
Jogado pelas ruas, minha lida,
Retrata a vida longe de algum bem.
A morte me rondando, já prepara
A sobremesa, dura, triste, amara...

Chibatas me cortando, cicatrizes,
As feridas, escaras, fundas chagas,
Vivendo tão somente em duras crises,
Rondando a minha cama, tristes pragas,
Não tendo mais saída, nos deslizes,
As facas me penetram, as adagas,
Mortalhas que vesti para esta festa,
O luto do vazio, o que me resta...

A dor à solidão assim se empresta
Mais uma vez encontro o sofrimento,
Entrando no meu peito, arromba a fresta
Tormenta que me invade num momento,
Feroz, no coração já faz a festa
E deixa uma tristeza em testamento
Separações, as perdas, minha sina,
Agonia terrível, assassina.

Andando a noite inteira na neblina,
As nuvens que me cobrem, sempre densas,
Apenas a mortalha descortina
Numa atroz ironia, as recompensas
Lançadas num tormento a cada esquina,
Sangrando em tempestades tão imensas.
O nada que recebo de teus olhos,
Brotando em flores tristes, tantos molhos...

Apenas a tristeza, segue assim,
Levando o barco até o ancoradouro,
Rasgando o que restara, enfim, de mim,
E como fosse um tipo de tesouro,
Invade todo o tempo o meu jardim,
Até que a morte venha e num estouro
Rebente esta represa, aliviando,
A dor há tanto tempo me inundando...
Publicado em: 22/10/2007 16:06:51
Última alteração:02/11/2008 21:54:21


Versos Vãos
Meus versos são em vão, pra nada vivo...
As ondas nunca deixam de chegar.
Quem resta tão somente, vai altivo,
Meus olhos nunca pedem teu luar...

As dores vão chegando, estou passivo.
A tarde nunca mais vai terminar...
Procuro perceber pra quê que sirvo...
As ondas nunca deixam velho mar...

Meus versos são estúpida nudez,
Exponho assim, meu âmago no verso...
As formas que escondi da timidez,

Os templos que passei pelo universo.
Meu mundo tão comum e tão diverso,
Os versos repetidos, meus talvez!!!
Publicado em: 24/09/2006 21:38:17
Última alteração:16/12/2006 07:58:10



De tudo um pouco
Poesia diz rimas
Diz primas
E limas,
Mas também busca o sentido
Sem o qual ando perdido,
Perdendo tempo
Perdendo o sonho,
Perdendo o sono.
E me encontrando...
Publicado em: 16/01/2010 12:02:41
Última alteração:14/03/2010 21:06:52


Vespa fabricando mel
No meu paraíso miraiense, uma das coisas que mais me incomodavam eram os marimbondos.
Quem foi picado por esse inseto, nunca mais se esquece. Dói, mas dói mesmo.
A dor vinha acompanhada por uma mistura indefectível de álcool com fumo de rolo.
Alivia na hora.
Entre as espécies de marimbondo, no quintal de minha avó havia duas que me recordo bem, uma era o chumbinho. Pequeno e vivendo em colméias grandes, fabricam mel. Realmente produzem um mel de paladar agradável.
A outra espécie era o marimbondo cavalo. Como o próprio nome diz, era grande e sua picada era extremamente dolorida.
Na ida para o quintal, volta e meia eu era atacado por um pequeno enxame de marimbondos chumbinho. Era passar perto da mangueira, esbarrar num galho e lá vinham as vespas atacando, zunindo e picando.
Então era correr para casa e ter o alívio no fumo de rolo e no álcool.
Um belo dia, cansado de tantas picadas, e pelo fato de ser “muito grande” nos meus cinco anos, resolvi acabar com o problema.
Localizando a colméia das vespas e percebendo que, se eu subisse em um caixote de madeira, conseguiria colocá-la a uma altura que me permitiria alcançar o meu objeto de vingança, tomei uma atitude.
Drástica e dolorosa atitude, mas radical.
Com a mão esquerda apoiada no tronco da mangueira, a direita foi em direção a colméia e executou rapidamente o que tinha planejado.
Segurando a pequena colméia na mão, esmaguei-a, entre feliz e irado.
A reação foi imediata; várias vespas me atacaram ao mesmo tempo.
Zunidos e picadas, picadas e zunidos.
Dor muita, mas felicidade também.
Naquele momento aprendi que a liberdade tem seu preço. E passei a ir para o quintal sem a ameaça daqueles insetos.
Um litro de álcool e um bom naco de fumo de rolo livraram a dor do corpo.
As mangas deliciosas que pude colher recompensaram.
Agora, a alma lavada, sem dor, podia correr livre pelo meu reino; o quintal de minha avó.
Publicado em: 20/08/2006 07:00:59
Última alteração:26/10/2008 22:36:03


Vestido dessas saudades
Procurei pela esperança
Vasculhei pelas cidades
Ninguém me manda lembrança;
A saudade se disfarça...
Esperança? Fez pirraça!
Publicado em: 03/10/2006 22:39:57
Última alteração:31/10/2008 06:20:57



VESTIDO VERMELHO E CURTO.
A noite traria de novo aquilo, aquela sensação de total insegurança, um misto de angústia e solidão.
A vida fora muito difícil, mas nada justificava aquele medo e aqueles pesadelos, terrores noturnos que faziam cada segundo se tornar uma incômoda eternidade.
Na idade do lobo, se transformara novamente em criança, cada noite era uma ânsia gigantesca, uma tenebrosa experiência com transpirações estranhas e tudo exalando um cheiro de fim, de ocaso, de vazio,
Nada mais poderia impedi-lo de viver, já tinha tido tantas e tanta decepções e vazios que nada parecia vencê-lo, mas aquilo parecia demais.
Os olhos ficavam fixos no teto, e cada vez que um carro passava na rua, os faróis iluminando o teto, pareciam lampejos de um tempo jamais esquecido.
As sensações de perda, do oco, do nada se aglomeravam e geravam um desesperador sentimento atroz.
Suas andanças pelo mundo, suas noites solitárias nos hotéis e pensões da vida de um “representante comercial” novo nome para caixeiro viajante.
Nome bonito como os paletós inexoráveis, devidamente lavados e passados nos mesmos hotéis onde dormia.
A solidão por companheira.
Claro que havia as prostitutas, mas isso não o tentava, sexo é bom, mas tem que ter o amor por base, pelo menos a atração física.
E os orgasmos fingidos e pagos regiamente o diminuiriam, o tornariam não o agente, mas sim a vítima, o prostituído.
Mas acostumara-se com essa solidão. Fiel e eterna companheira.
Podia ter-se casado, mas não, a solidão fora sua esposa e a mãe de cada uma das suas rugas e de cada fio branco de cabelo.
O amor, na verdade, não servia para ele e, talvez mais que o próprio amor, a palavra família era muito confusa.
Não se adaptaria a vozes e correria de crianças pela casa, nem podia imaginar-se em tal situação.
Era por demais egoísta para poder dividir seu espaço com mais alguém e, depois de certo tempo, sua independência seria totalmente aniquilada.
Sabia disso e isso lhe era de tal forma insuportável que, melhor nem pensar.
Fora sua a opção pela solidão, mas, de algum tempo para cá, essa o apavorava.
Como é que, beirando os 50 anos, idade em que deveria ser mais forte que sempre, esses pavores poderiam estar tão firmemente arraigados?
A timidez piorara, agora dera para gaguejar, essa tartamudez o surpreendia.
Velho, gago e medroso.
Que final de vida se desenhava!
Faltava voltar a ter as enureses, ai sim, a sua decadência seria completa.
Procura um psicólogo, talvez, quem sabe.
Um psiquiatra talvez fosse melhor.
Ouvira falar na andropausa, parecia esse o caso.
Mas, que nada!
A solução era parar de palhaçada e retornar à vida.
O dia nascia, e a vida renascida melhorava tudo, menos a gagueira, recomeçava a trabalhar.
Mas quando se aproximava a noite, ressurgiam os medos e se repetia tudo.
Começara a beber, isso talvez ajudasse.
No começo sim, o álcool fora um bom companheiro.
A embriaguez dava alento e, ainda por cima, desinibia-o.
Começara a freqüentar boates e prostíbulos.
Tornara-se um pândego, e foi perdendo os medos e as angústias.
Mas cada vez mais necessitava do álcool como suporte, cada vez mais e cada vez maior quantidade.
Um homem de 50 anos não tem tantos atrativos, mas o paletó, a gravata e uma pasta dessas de executivo associadas a esse homem, produz um encanto impar.
E foi assim, naquela noite.
Belas pernas, morena, deliciosamente escondida parcamente num vestido vermelho, curto, pernas torneadas, coxas deliciosas, rebolado divino, vestido vermelho, curto, curtíssimo.
O tempo também era curto e curto o punhal, o vestido vermelho, agora mais do que nunca, vermelho.
A vida restara mais curta que o vestido e que o punhal.
O paletó e a gravata manchados de sangue.
Na pasta algumas amostras de pano, pano vermelho, do mesmo tecido do vestido, não dava nem para fazer um vestido, mesmo curto como o da moça que, chateada, saiu do hotel praguejando.
Publicado em: 13/08/2006 19:46:12


Vestígios
Dos rascunhos
Garatujas,
Somente...
Publicado em: 03/08/2008 20:45:15
Última alteração:19/10/2008 22:12:04


Vi de tudo nessa vida,
Vi de tudo nessa vida,
Viajei mil universos
Porém disso Deus duvida
Vi trova com doze versos!
Publicado em: 20/08/2008 19:32:06
Última alteração:19/10/2008 20:25:30


Vi os seios da saudade no decote de sua ausência.
136

Vi os seios da saudade no decote de sua ausência.


Coisa mais linda, em verdade,
Eu vi na minha existência,
Vi os seios da saudade
No decote de uma ausência.


Marcos Coutinho Loures

Meu amor quando partiu
Não deixou nem telefone,
A saudade que surgiu,
Tá usando um silicone...
Publicado em: 21/11/2008 12:30:22
Última alteração:06/03/2009 17:01:18


Vibrante Prazer Açoite Tesão
Vibrante
Prazer
Açoite
Tesão
Que chega
Navega
Te pega
E joga
No chão.
Insumo
Fecundo
Teu sumo,
Meu mundo
Segundos
A mais.
Rondando
Cheirando
Bebendo
Demais
Da boca
Sementes
Espalho,
E louca
Desmaias
Espraias
Sem fôlego.
Apegos
E rogos,
Nos jogos
Safados
Atados
Alçando
Infinito....
Publicado em: 08/07/2008 19:06:07



VIDA //

Fazemos planos; sempre planejamos
E nesse sonho efêmero d'eterno
Alguns projetos são só desenganos
E o qu'era pra céu vira um inferno...

Num reboliço imenso trafegamos
Por oceano indócil, mesmo terno,
Nas lutas que, por vezes nós travamos
Em combustão criamos nosso inverno

Porém nós aprendemos deste jeito,
O mundo que vivemos, imperfeito
Pendula entre o prêmio e penitências.

Se fosse, então, a vida já montada
Que tédio que seria - pois novo nada.
São necessárias as interferências

GONÇALVES REIS
Marcos Valério Mannarino Loures
Publicado em: 06/08/2007 20:28:00
Última alteração:05/11/2008 16:57:41


Águas rubras
Que descubras
Mente e traços
Nossos braços
Farta ação
Bela dona
Nossa cama
Sem ter drama
Gozos clona
Vem à tona
Não destoa
Vida boa
Sombra e festa
Zoação...

Rima assanha
Sem barganha
Ronda em beijo
Já porejo
Emoção
Bela moça
Remoçando
Desde quando
Vida nossa
Bem nos roça
Alma ecoa
Segue à toa
Nos atesta
Redenção...

Publicado em: 22/03/2008 18:19:51


VIDA DE GADO
Gado
A cidade adormecida
Aço penetrante
Fogo nas ladeiras
Estrangeiras
Estranhas fogueiras humanas...
À cavalo, malas e estradas.
Terra e barro.
Sertão e seca
Serão e gado
Servidão...
Andando pelos distritos
Cavalo selado...
Povo selado.
Gado...
Publicado em: 09/12/2008 09:05:38
Última alteração:06/03/2009 15:22:35


VIDA VENDO
VIDA VENDO



Penso, logo não existo
Neste mundo tão distante
Que muda num instante
O instante.

Medito, logo não penso
Neste momento sem-senso
Da realidade que vejo
Fugindo no pensamento.

Fugindo, logo não medito
Porque desisto
E não insisto
Em vencer o tormento.

Com o tormento, aí sim existo
Ao vencer o instante
Por desconsiderar o lamento
E meditar sem pensamento.

Pensamento vazio, triste
Pelo vento que passou nada deixando
Nem mesmo o sofrimento
Das canções das folhas caídas
No chão distraídas.


Folhas que um dia pensaram
No caule da vida
Sem consciência da banalidade da Existência vencidas pelo tempo,
Levadas pelo vento.



Ítalo José Mannarino - Rio-29-08-08
Publicado em: 07/09/2008 19:31:54



Vida
A vida se esvaindo em diluências,
Nos escribas, falsários, testemunhas;
Tantos rasos cortando amor em cunhas,
Já reverbam meu tempo em inclemências!

Vestido de servil inapetência,
Quis teus olhos, mirando no passado.
Quem viveu condescende na impotência,
O meu rastro não sabe, vitimado...

Sacrificante, ledo, apaixonado...
Das resinas formais vêm meus defeitos.
O parto que negaste placentado,
Os ossos me quebraste deste jeitos...

As balas que me atiras, de confeito,
Os traços que não falho, são mentores,
Amor tão desbragante no meu peito.
Anseios, sortilégios, meus pendores...

Quem, brusca, me negou são amadores,
Oásis que não seca minha fonte...
Costumes que menti progenitores,
A luz maravilhosa no horizonte!!!

Gramínea essa paixão suplanta a ponte,
Expressando vestígios que não firmam,
No parque do que resta foi Creonte,
As mortes que me legas não me arrimam...

Vértices portentosos são disformes,
Minha culpa ferina e mais felina....
Despista quem cortava, são enormes
Os lodos que tropeças, saturnina...

Quando não me querias fui feliz,
Andávamos perdidos sem resquícios,
Nas portas dos meus medos, nuvem diz
Quem viver é delícia, santo vício!
Publicado em: 04/10/2006 18:12:16


Em sua partida
A parte que me cabe
Acaba numa ida
Aonde nada sabe
Sequer o que desabe
Porém mal resolvida
A vida não devia
Ser sempre assim, doída...
Publicado em: 16/01/2010 12:32:08
Última alteração:14/03/2010 21:06:38


Eu perdi o meu coração no empoeirado caminho deste mundo;
Mas tu o tomaste em tuas mãos.

RABINDRANATH TAGORE


Vieste em salvação para estas dores
Que tanto maltrataram meu caminho;
Perfumes se perdendo, deixam flores,
Sobrando tão somente cada espinho.

Meu rumo empoeirado, sem ter cores,
Vagando bar em bar, sempre sozinho.
Na busca de outros portos redentores.
Vazio o coração, perdendo o ninho...

Depois de esfacelado pela vida,
Marcado em tão profundas cicatrizes,
Sem ter nem solução, sem ver saída

Chegaste calmamente e com cuidado;
Mostrando-me outros dias, mais felizes,
Nas mãos, um coração empoeirado...
Publicado em: 15/04/2007 20:19:36
Última alteração:15/10/2008 17:11:54



Vim de terras tão distantes,
Léguas tantas eu andei,
Nos teus olhos deslumbrantes
Sem pensar eu mergulhei...
Publicado em: 04/03/2008 21:36:19
Última alteração:22/10/2008 15:02:30



VINGANÇA
Naqueles em que a vida vomitava
Helmintos e cadáveres expostos.
O quanto de esperança se mostrava
Mudando em alegria duros rostos.
O sangue em que este povo inda se lava
Farnéis que se carregam; seus encostos.
A bala revidada vem perdida;
Vingando as mortes feitas inda em vida.
Publicado em: 04/02/2008 13:17:59
Última alteração:22/10/2008 16:45:28


Vinho da Amizade

E, sem colher, da vida, os bens supremos
E sem provar do vinho da amizade,
Esmagamos os sonhos que tivemos,
No alvorecer de nossa mocidade...

Que mostra minha amiga quantos cardos
Espinhos e torturas, duras cruzes,
Carrego em minha vida tantos fardos,
Caminhos tão difíceis, várias urzes...
Mas sinto que talvez uma esperança
Aponte nesta curva mais fechada,
Deixando vir à tona uma lembrança
De todas essas horas vãs, passadas...

Porém, nesta existência singular,
Pelos caminhos vou, plantando flores,
No incansável mister de versejar...
E posso ver nos versos, que são tantos,
Ir diluindo os muitos desencantos
De vidas que só provam dissabores...

Marcos Coutinho Loures e Marcos Loures
Publicado em: 28/12/2006 21:57:14
Última alteração:02/11/2008 21:00:48


Violão de um seresteiro
Violão de um seresteiro
Quando chora de saudade
De uma rosa esconde o cheiro
É luar sem claridade...
Publicado em: 19/01/2009 17:29:57
Última alteração:06/03/2009 07:17:24


VIRGINDADE /

Deitada sensualmente e tão perversa
Chamava-me, indecente, e falsa casta
Se espreguiçava em seu tapete persa
Coberta de cendal, eu disse: "Basta!"

Por que ficas brincando e me excita?
Depois me diz assim: Agora não
Ao ver-me assim fingindo estar contrita
Abaixa-se e faz-me felação

Ainda se fazendo de inocente
Maltrata com terrível insensatez.
E finge que não quer o que mais sente,
Deixando tão somente este: Talvez...

Meu Deus! Isto parece até maldade,
Que mande para inferno a virgindade!

GONÇALVES REIS
MVML
Publicado em: 23/08/2007 16:36:30
Última alteração:29/10/2008 20:51:37


VIRGINDADE
Virgindade é coisa que dá e passa!
Publicado em: 11/09/2008 10:43:42
Última alteração:17/10/2008 14:52:08


Vírgulas da minha vida,
Vírgulas da minha vida,
Ponto final da paixão,
Dois pontos: a despedida.
Meu amor; exclamação!
Publicado em: 17/12/2008 07:36:50
Última alteração:06/03/2009 14:07:45


“Lá vem a lua saindo,
já cantou o bacurau;
môça gorda é girimum,
môça magra é varapau.”
Eu também cantava assim
Sem saber mesmo por que,
Mas tudo mudou pra mim,
Quando fui te conhecer...

Magrinha tão miudinha,
Moça bonita e faceira,
De manhã, de tardizinha,
Namorando a noite inteira,

Magrelinha e tão fogosa,
Não parava um só segundo,
Rosa bonita e cheirosa,
A melhor que vi no mundo...

Depois disso veio Zeca,
A danada da gordinha,
Eta mulher mais sapeca,
Gostosa e toda fofinha,

Não cansava de dizer,
Todo dia sem parar,
Me dando tanto prazer,
Como é bom te namorar...

Agora aprendi lição,
Tanta faz gorda ou magrela,
A mulher é bicho bão,
Se pretinha ou se branquela,

Tanto faz a condição,
Dessa rosa de costume,
Valendo mais que a visão,
O que importa é o perfume!

A primeira trova tem origem na região de Santa Maria do Suaçuí Minas Gerais

Publicado em: 10/03/2007 13:35:48


VIVA A MULHER!
Aquela bela morena
me fascina, me alucina!
Quando ela passa, serena,
o meu dia se ilumina.

Nils Zen

A morena me alucina
Mas também fica atrás
A mulata pequenina
Na verdade tanto faz,
A lourinha é minha sina,
Alegrias; só me traz,
A crioula desatina
Coração batendo audaz
Japonesa me ilumina
Transmitindo gozo e paz,
À minha alma feminina
Qualquer uma satisfaz...
Publicado em: 16/01/2010 14:13:03
Última alteração:14/03/2010 20:48:56



Corroendo meu peito, essas quimeras,
Renascidas a cada novo sonho,
Refazem das tristezas tantas feras
Deixando um coração tão mais tristonho.
Acompanham os sorrisos que me deras
Até nos meus momentos mais risonhos...
De tais lembranças quero me livrar.
Por isso, sem pensar, desejo o mar.

Mar de amores que trago em pensamento
E que renasce sempre, sem perdão.
Ao mar tão revoltoso, violento,
As dores vão rolando da amplidão
Em nuvens doloridas, sentimento
Na promessa cruel de solidão!
Quem me dera poder ser mais feliz...
Quem me dera saber que estás feliz!

Eu amo teu amor de tal maneira
Que toda tua dor já me transtorna
Por isso, minha amiga e companheira,
A dor que te provocam, já se entorna
E marca sem querer, a vida inteira,
E toda dor que trazes, me retorna.
E venho, sem pedires, ao teu lado
O braço que precisas, está dado.

Amores que de amores menos nobres
Se fazem nos amores mais saudáveis.
Os olhos sem amores são tão pobres
Caminhos sem amores, inviáveis.
Amores que te prezam nunca cobres
Por onde que for, são impagáveis
Os amores que nunca se pediram,
Apenas nos amores, invadiram...

Não deixe que a tristeza te viole
Pois sabes da certeza que carregas.
Encontrarás decerto quem console.
Nas estradas difíceis que trafegas,
Saiba que, nessa vida é gole em gole
Que se bebe nas casas e bodegas.
Por isso, nunca tema a tal saudade,
Desde que traduzir felicidade.

Amiga, nossas noites são mordazes,
Os dias solitários se arrastando...
Os dentes das quimeras são audazes
E pouco a pouco, sempre devorando.
Mas tudo se renova em outras fases
E depois disso tudo, o tempo passando,
As dores escondidas na despensa,
Terás no novo dia, a recompensa:
A Paz!
Publicado em: 09/12/2006 12:07:38


Não sinto mais o gosto
Que sentia há tempos.
Gosto da boca da morena
Na boca que queria teu carinho.
Amor parece passarinho
Que nasce no meu peito
Forra o ninho
Com as dores da saudade
E chocando com jeitinho
Faz nascer felicidade.
Eu quero tua praia
Esconder sob essa saia
Depois tomara que caia
Comigo na gandaia.
Morena, minha jandaia,
Minha jangada da sorte,
És a vida, o meu norte
Amor de tamanho porte
Salva a gente da morte.
É um cais onde se aporte
Tanto amor que se reporte
E com nada mais se importe
Amor sobra que exporte
Fazer amor, nosso esporte
Morena que tanto quis
De novo que quero bis
Tris, triz, mas sou feliz.
Por falar da morenaça
Tomo um gole de cachaça
Vamos depressa pra praça
Fazer tanta desgraça
E colocar pingo nos is
A lua tá um tesão,
Maltratando o coração
Também haja tentação
O poder de sedução
Desta morena me mata.
A lua cor de prata
Prateados meus cabelos.
Novelos da mesma tinta
Que amor quando se pinta
De tamanha solidão.
Mas depressa vamos nessa
Que toda a noite é promessa
Senão o tempo se passa
Cadê praça, cadê festa?
Só sobra (soçobra) meu coração...
Publicado em: 16/12/2006 10:29:55


Toda a dor que me devora
Nesta tristeza de agora
Que não deixa descansar
Um coração apertado,
De tanto que foi marcado
Pelas ondas deste mar...

Tantas vezes a maldade
Impede a felicidade
Não nos deixa prosseguir.
Nos meus dias tão medonhos,
Nos meus sonhos tão tristonhos,
Solidão a me impedir...

Na pureza deste manto,
Na grandeza deste encanto,
Meu amigo e Pai Jesus,
Vou pedindo teu abrigo,
Com minha fé eu prossigo,
Fica mais leve essa cruz...

Desculpe este pecador
Que tantas vezes com dor
Esqueceu de Te buscar.
Mas Amigo, meu irmão,
Vou abrindo o coração
Pra Tua voz escutar...

Tu nasceste pobrezinho,
Livre como um passarinho,
Numa pobre estrebaria.
E com tal serenidade
Falando de amor, amizade,
Fez reinar a poesia...

Aprendendo com Teu canto
Que amor é maior encanto,
Nele estará salvação.
Eu Te falo companheiro,
Pra salvar o mundo inteiro,
Amor, perdão: CORAÇÃO!
Publicado em: 11/02/2007 14:34:51


Vivendo da Saudade


Quando falo de saudade
Logo me vem tua imagem
Percorrendo esta cidade
A cada rosto miragem
Vejo essa boca pequena
Em cada curva da estrada
Minha vida, de serena.
Transformou-se revoltada
Numa grande tempestade
Que não tem mais paradeiro
Dolorosa de verdade
Te procuro o tempo inteiro
Quando acordo tão sozinho
Vou procurando te ver
Já não tenho meu caminho
Já não consigo viver
Quero te ter bem comigo
Pra me dar alento e amor
Pois sem ti eu não consigo
Encontrar mais o calor
Do que foi feita essa vida
Vida minha em tua feita
Minha vida vai perdida
Sem a tua nessa espreita
Nem espero mais ter vida
Se não tiveres por mim
Vida minha triste lida
Sem tua boca, carmim.
Quero o sol da madrugada
Quero a lua desta tarde
Vou morrendo sem ter nada
Vou vivendo de saudade.
Publicado em: 07/12/2006 06:11:02
Última alteração:02/11/2008 21:03:13



Vivendo da saudade desta vida
Que em vida tanta vida não se fez
A sorte, nessa vida, perde a vez
Embora tanta vida assim perdida,
A vida que vivemos, despedida...

Se traço minha vida sem ter medo
Em vidas que na minha nunca vivem
As vidas mais doridas se revivem
E guardam, nessa vida, seu segredo
Da vida nossa vida, vão degredo.

Mas vivo das saudades que vivi
Vencido pelas horas mal vividas
Vivendo tantas tristes despedidas.
Na vida que sonhei e que pedi.

A vida desse amor que não duvida
E crê numa esperança pueril,
Buscando tanta vida que partiu,
Espero reviver a nossa vida!
Publicado em: 15/12/2006 15:44:53
Última alteração:02/11/2008 21:01:07



Passei ontem a noite junto dela.
Do camarote a divisão se erguia
Apenas entre nós - e eu vivia
No doce alento dessa virgem bela...
Álvares de Azevedo



Vivendo em nosso amor a fantasia
Que torna todo sonho uma esperança
De ter ao lado teu; tanta alegria,
Que mostre entre nós dois uma aliança

Eterna companheira; em nosso dia,
O vento que nos traga temperança
Mostrando neste encanto uma harmonia
Trazida pela vida, sem tardança.

Entre nós a distância é tão pequena
Embora gigantesca para mim,
A mão que eu desejava só me acena

Dizendo do futuro que virá,
Quem sabe, depois disto tudo enfim,
A nossa bela estrela brilhará!

Publicado em: 19/03/2007 20:59:35



Eu te quero tanto
Que não vai caber
Amor; quanto encanto,
Eu vou me perder...

Vasculho no céu
Estrela que guia
Perco meu corcel
Acho poesia...

Do jeito que for
Vida que vivi
No mar desse amor
Eu já me perdi...

Minha alma se banha
Nas ondas do mar
Na praia tamanha
Onde quis amar...

Quero teu carinho,
Vivo, dentro da alma;
Beije de mansinho,
Teu beijo me acalma...

Tarde vai morrendo
Noite vai chegando,
Teu amor vivendo
Teu amor matando...
Publicado em: 11/02/2007 10:07:08
Última alteração:02/11/2008 21:06:53


Se te pego, não me escapa,
Se não vens, fica sozinha.
Adoçando na garapa
Sou uma pobre andorinha
Que pensou na borboleta
Que se foi, tão pobrezinha...

Canto o canto que quiser
Canto amor sem ter cuidado
No meu canto, essa mulher,
Caldo de cana e melado,
Se pensar que não me quer,
Nem olhei, ficou de lado...

Sou meu verso verdadeiro
Não me canso de dizer.
O meu amor por inteiro
Tanta coisa por fazer,
Entreguei à minha amada
Nos teus braços vou viver...

Cantando minha cantiga
Que se canto não me canso
Tanta coisa é tão antiga,
Mas de noite já te alcanço.
Vem comigo, minha amiga.
Na tua dança eu já danço...

Sou o que não mais queria
O que não queria sou,
Toda noite, todo dia,
Meu amor já me alcançou
Vou fazendo poesia,
Tanto amor, fazendo, vou...
Publicado em: 10/02/2007 23:03:35


Minha alma anda viúva
Buscando um novo acaso
Sem saber desta chuva
Amar fora do prazo
Vivendo sem ruído
Vencendo e ser vencido...

No gosto desta espora
No gesto que te faço
Amor não se demora
Abrindo-te meu braço
Vivendo sem juízo
No par, o paraíso...

No vento feito brisa
Na brisa em nossos mares
Amor quando se avisa
Promete teus amares
Vivendo o que mais sonho
Ser mais a ti proponho...

A vida perde a curva
E traz a madrugada
Visão que não se enturva
Não quer dizer mais nada
A mando do que vago,
Amando cada trago.
Vivendo amor tão mago
Pedindo um novo afago...
Publicado em: 03/02/2007 17:58:33


Luz que me trouxe no dia daqueles mais escuros
Onde a vontade de saltar e voar sem ter asas
Por sobre tendas, casas, montes, tua casa, teus muros...
Assaltando quintais, fornalhas, curvas e brasas.
Embaralhando sonhos, pernas e destinos.
Dos cardos esquecidos e das rosas espinhosas
Nas bocas já beijadas em mantos assassinos
Fazendo o medo desenredo e tramas vaidosas.

Tantas escoras
Nas vidas que se embalam, vou e volto.
Deixando tantas fotos nas gavetas, no passado,
Jogadas nos arquivos da memória, nos guardados.
Nos guardanapos carmesins, batons revoltos.

Mas tramo nossa luz nesse quarto onde estamos,
Cravando meus dentes nas costas mais arfantes.
E vivemos da nossa sede que tanto tramamos,
Com prazeres nada sutis e mirabolantes.
Rasgando os nossos céus sem ter galopes e pés.
Deitando nas nuvens, rubras e esfuziantes,
Sanguíneos desejos encarnados, carne e fés.
Minando aos poucos as defesas de bem antes

Minhas demoras
Nas dívidas que se pagam, sou e salto
Rasgando essas fotos de gavetas, sem passado.
Sem arquivos e sem memórias, dane-se guardados.
Os guardanapos queimados, sem sobressalto!
Publicado em: 31/12/2006 11:20:08


Caminhando em verde prado
Em busca de puras fontes
Em sua alma luz primária
Com cheiro de mato fresco.
A terra toda molhada
Olhando para o jamais
Um lagarto passa ao longe.
Uma abelha incomodando,
A formiga se aproxima.
Vento tramando chuva.
Casamento prometido
As coxas morenas, duras...

As águas mansas do rio
Os banhos na cachoeira
Rebanhos soltos, esterco.
Na sombra depois de tudo,
O canto esparso do pássaro.
A terra foi fecundada
Sementes brotando. Sexo.
O desejo é inerente;
Casamento traz a festa,
Fresta da janela, lua...
Olhos espiam nudez...

O vento da noite, estrelas.
O canto distante... Sonho.
A boca aberta espreitando
O fogo desta fogueira
Carnes em conjunção...

Inda bem que tempo passa.
Passa tempo, tempo e vida.
Na coxa roliça, os olhos...
Na boca, lábios carnudos.
Campeiam tantos desejos.
A vaca mugindo, o cio.
Calor que nada serena.
Sereno da noite vem
Traz o gosto do moreno
Traz o jeito desta lua
Que invade e deita-se nua
Num reboliço suave.

Penetra cada centímetro
Com esmero e insensatez.
Pelas pernas entreabertas
Os raios da clara lua.
Os olhos quase fechados.
A lembrança nunca sai
Do gado solto no pasto.

Do lado de fora, a fresta
Permite que se sacie
O desejo mais audaz.
E a vida continuando.
Procurando o paraíso...
Publicado em: 16/01/2007 12:56:07


VIVENDO POR AMOR

Sentindo o vento macio
Que veio da madrugada
Trazendo o doce perfume
Dos olhos da minha amada
Vivendo nesta esperança,
Uma vida não é nada.

Se não sonhares agora.
Sonharás de madrugada...

No canto do sabiá
Nas cordas do violão.
Amor gostoso de amar
Batendo no coração
Vento venta ventania
O vento de uma emoção.

Trago Maria no peito,
Mania do coração.

Se Maria não quiser
O que farei meu amor?
Vou a gosto vou na fé,
Para onde quer que for;
Levo o cheiro da mulher,
Espinho que lembra flor.

Na flor desse meu desejo
Tanto amor com tanto beijo...

Nas penuginhas coçando
Na garganta vou cantar
A vida toda te amando
A mando do sem parar
Sem parar de ir maginado
Como é gostoso te amar.

Levo no peito a saudade
Amar é ter liberdade...

Liberdade é feito um doce
Feito com muito carinho.
Menina que bom se eu fosse
O teu manso passarinho.
Ouro em pó que te trouxe
Truxe lá do meu caminho.

Das Minas como se fosse,
Meu coração, de mansinho...
Publicado em: 02/01/2007 07:41:51


-Como tudo terminou...

Ao me ver aqui sozinho, sozinho e a seu lado, sinto-me como um pássaro ferido, com as asas do sonho se arrastando pelo duro chão da realidade que hoje vivemos...

Nenhum sorriso, nenhuma palavra de carinho, nenhum gesto de ternura! Apenas o chão, onde seus pés descuidados esmagaram meus valores, tirando-me a alegria de viver...

Nas ruas e nas calçadas por onde passo, eu me perco á procura do nada, oprimido pelos sorrisos que cruzam o meu caminho, apesar de minha dor que, inutilmente, pede passagem.

Quando a noite chega, inundando de trevas o meu coração, olho para o lado de minha cama e vejo você dormindo.

As lembranças de um tempo distante tomam conta de mim e penso em reviver o antigo amor, tentando acariciar seus cabelos e afagar o seu rosto.

Mas eles se afastam de minhas mãos, tirando-me a esperança de voltar a ser feliz...
No fundo do baú de minhas fantasias, encontro restos de um vestido de criança, de uma boneca que a vida nos deu, como parte de nossos planos.

Cúmplices de nosso desencontros, se foi você quem fez em pedaços aqueles planos, fomos nós dois que, sem o saber e sem o querer, destruímos nossos sonhos de felicidade.

Enquanto espero que você volte a sorrir para a vida e para o amor, a solidão me invade e eu me agarro às lembranças daquilo que você foi, para sentir a sua presença, seja como for...

Como pássaro ferido, aguardo a chegada de um novo dia, o dia em que, juntos, haveremos de reconhecer os nossos erros e, abraçados e chorando, recolheremos o que sobrou de nossas vidas e de nossos planos, reconstruindo o nosso amor.
E enquanto espero o novo dia chegar, sem motivos, vou vivendo... Vou vivendo sem você...
Publicado em: 14/12/2006 13:51:25


Vivendo só da saudade Décimas
Vivendo só da saudade,
Percebendo a solidão,
Companheira nesse chão,
Onde errante, cedo ou tarde,
Procurei felicidade.
Nada tive, vou sozinho,
Buscando novo caminho,
Partindo pelas estradas,
Nas noites enluaradas,
Vou voando, passarinho.
Publicado em: 12/08/2006 23:40:17
Última alteração:31/10/2008 06:20:25


Eu nem sei como te chamas,
Teu nome não quero ler
Só sei que quando me chamas,
Vou, bem rápido atender.

Pois, se me chamas; querida,
Tem sabor de bem querer
Teu nome, já sei, é Vida,
Só por ti, quero viver...

Publicado em: 03/11/2009 13:33:57
Última alteração:17/03/2010 16:22:13


Viver é por si só, grande milagre

UM ALTAR ERIGIDO AO PAI ETERNO

Um altar erigido ao Pai Eterno
Ainda que interno o mesmo seja
É a certza de um gozo sempiterno
Também de maravilhas benfazejas.

Certeza de um caminho iluminado
E do calor que envolve corações
Que de alegria pulsarão acelerados
Por não conterem o mar de emoções.

Do Pai, santa presença inaudita
Acalmando da vida as turbulências
Trará sua benção e sua paz bendita.

Dispostos doravante a perdoar
E irmanados no doce amor cristão
O milagre da vida, então irão cantar.

Natanael Santos

Viver é por si só, grande milagre
Presente deste Pai Celestial.
Que cada verso meu, então consagre,
Aquele que é da Terra, o pleno sal.

Aplacando as tormentas, traz a paz,
Que tanto é necessária para nós,
Sendo o Homem, animal fero e voraz
Fazendo o dia-a-dia mais atroz,

Encontra nos Teus braços, lenitivo,
Motivos para crer numa esperança,
Nas águas deste encanto, Deus, eu vivo,
No olhar que ao infinito, o sonho lança

Eu vejo a Tua face traduzida
No bem que nos foi dado: a própria vida!
Publicado em: 25/02/2009 08:16:40


VIVER O AMOR...

Viúvo dos meus sonhos, andarilho,
Invento em cada verso um recomeço,
Vagando a noite inteira busco um trilho
Aonde não permite-se um tropeço.

A voz já quase mansa me apascenta.

Pergunto aonde irá parar meu sonho
Urgindo esta vontade de saber,
Tentando ser feliz, sou mais risonho,
Almejo tão somente conceber
Rimas que me mostrem quanto é belo
Imensas alegrias e o prazer
Alvissareiro aonde me revelo...
Publicado em: 11/10/2007 19:31:55
Última alteração:02/11/2008 21:54:28


Viver o Grande Amor
Tantas vezes percebendo essa tua presença amiga
De repente esqueço tudo o que já fiz.
Nas asas dos meus sonhos, tantas vezes fui feliz
Que nada mais me espantaria a não ser que prossiga
Na velha ladainha do amor verdadeiro.
É certo que isso não vale por inteiro.

Amor tem mesmo esses sorrisos meio enigmáticos.
Que faz com que as imagens multifacetárias
Pareçam cada vez mais trazendo os problemáticos
Emblemas retratando o vôo das procelárias
Em busca dos mares que não conhece
Embora, instinto de liberdade, contivesse.

Amor de maneira sórdida e gentil
Mostra que não sei fazer versos sem mentiras
Nem estrias que finjo não ter mais,
A paz de que preciso, ocultada nas asas desse amor
Alma que desarma e não pondera.
Viver um grande amor. Ah! Quem me dera!
Publicado em: 13/12/2006 21:32:05
Última alteração:02/11/2008 21:01:18


Tu és uma esperança que me doma
E faz de cada verso um novo dia,
Vivendo tanto amor em poesia,
Uma emoção divina já me toma...

Uma água cristalina em manso rio,
A fonte dos desejos conheci
No canto que sonhei cantar pr’a ti
Promessa de calor em dia frio...

Suor que já goteja em nossa sede,
Matada com carinho em profusão,
Depois de mergulhar nesta emoção,
Deitar e descansarmos numa rede...




Não se ria do amor que tanto tenho,
Espero que não sejas tão ingrata.
Sozinho já passei por tanta dor
Amada, se não queres, já maltrata...

Sou feito de ilusões que um dia foram
Deixando um simples resto que não sabe
Viver sem ter ninguém, a dor consome,
Não deixe que esse amor, um dia, acabe...

As noites que sonhei, flores pisadas,
Guardadas nas lembranças, doloridas.
Nas horas mais difíceis que passei,
Sonhando te encontrar. Com nossas vidas...

Por isso meu amor, me leve a sério,
Eu tenho esse carinho pra te dar,
Os nossos passos quero, com afinco,
Viver intensamente, o que é amar...
Publicado em: 19/01/2007 19:05:46
Última alteração:02/11/2008 21:05:48



VIVER O TEU AMOR
COMPOR A FANTASIA
QUE TRAZ EM PLENO ARDOR
O RENASCER DO DIA...

Publicado em: 16/08/2008 21:20:29
Última alteração:19/10/2008 20:17:57



Te proponho conhecer
O que em mim não saberia,
No teu corpo, me perder,
Raiando essa poesia...
Te achando vou me perder,
Vou viver só alegria....

Todo verso que te faço,
Minha amada, meu desejo.
Tô te mandando um abraço,
O meu carinho, meu beijo...

Versejando meu amor,
Nunca paro de sonhar,
Quero ter o teu calor,
Nos teus mares, me afogar...

Nada mais faço, na vida,
Senão te cantar assim,
A tua alma, amor, querida,
Se encontrou dentro de mim!
Publicado em: 09/02/2007 09:01:35
Última alteração:02/11/2008 21:05:46




Depois de tanto buscar
Entre estrelas radiantes
Mergulhei no teu luar
Vi pedrinhas diamantes
Publicado em: 07/08/2008 17:04:46
Última alteração:19/10/2008 19:40:10



Nas estradas mais floridas
Eu deixei meu coração,
Nossas rotas coloridas
Vão envoltas na emoção
Que domina nossas vidas,
E causa transformação
A quem sofreu no passado,
E hoje vive apaixonado!
Publicado em: 04/11/2007 22:51:33
Última alteração:02/11/2008 21:53:59


Vivo sonhando contigo

Saudade escreve teu nome
No meio da solidão,
Nessa poeira que some
Na curva desse estradão.

Vivo sonhando contigo
Nada mais quero viver
Nunca mais, nunca prossigo,
Não consigo te esquecer...
Publicado em: 04/12/2006 22:07:20
Última alteração:02/11/2008 21:03:16



Vivo sorrindo, embora isto me custe o pranto...
20

Mote

Vivo sorrindo, embora isto me custe o pranto...

Lá fora, o dia está lindo,
Mas aqui dentro, nem tanto...
Eu passo os dias sorrindo,
Embora me custe o pranto...

Marcos Coutinho Loures

Assim tento disfarçar
Este enorme desencanto.
Dia e noite a te buscar,
Ninguém ouve este meu canto...
Publicado em: 19/11/2008 16:40:28
Última alteração:06/03/2009 18:59:47



Menina feito deusa
Nas asas dos desejos
Queimando em nossos beijos
Ardores sem igual,
Trazendo o infinito
Em cada beijo agreste
Num fogaréu ardente
Que acende de repente
O coração da gente
E faz tudo explodir
Vem logo em minha rede
Quero matar a sede
Em teu corpo divino,
Menina o teu menino
Insânia do destino
Andando feito louco
Na busca que sem fim
Agora ao te encontrar
Já sabe que o infinito
Cabe dentro de mim.


VOCÊ /

Já quantas vezes disse-te princesa
Que nessa lida sempre aprendemos
Nem sempre a vida é azul-turquesa
Hefesto é fogo. Amor quem é? - a Vênus...

Meu corpo ao teu tão delicado
A sua face rubra recatada
Ao te tocar... desejo inflamado
Uma loucura... És outra minha amada!...

No cálice perfeito de teus seios
Louvores e fortunas sem igual.
Perceber-te em divinos devaneios
Permite-me viver um colossal

Desejo de opiácias maravilhas
Sulcando com prazeres, ricas trilhas...

GONÇALVES REIS
MVML
Publicado em: 22/08/2007 20:17:53
Última alteração:05/11/2008 14:51:22



VOCÊ /

Depois que vi-te assim tão triste tão carente
Tentei mostrar quão bom ainda era viver
Uma jornada fiz para agradar seu ser
Eu quis mostrar-te, então, um mundo diferente

Mas preferias sempre ficar na escuridão
Eu quis trazer-te luz mostrar um novo dia
Foi flores, foi conversas, e tu dizias "Não!"
Estavas muito amarga, - e como -, azeda e fria...

Porém imaginei poder te dar carinho,
Às vezes bela rosa, encharcada em espinho
Perfuma um pouco mais, pois sabe quanto dói

O medo de viver e também se entregar.
Entendo na amargura um sonho a decifrar,
Mas também sei que a dor, no fundo já constrói...

GONÇALVES REIS
MVML
Publicado em: 27/08/2007 20:39:48
Última alteração:05/11/2008 12:54:10




Eu procurei aquele beijo ardente
Eu procurei também o seu carinho
Foste a estrada impura - inclemente,
A ambrosia, o mel e o espinho.

Tu foste tempestade que envolvente
Ao fomentar a fúria, de mansinho
Aos poucos se aplacando, lentamente
Avinagrou um belo e raro vinho.

Senti na boca aquele gosto doce
Deu-me um frissom assim como se fosse
Um grande choque ao corpo flamejante

Num êxtase sem par, um furacão,
Depois um frio intenso, ao mesmo instante
Geleira que emergiu, matou vulcão...

GONÇALVES REIS
MVML
Publicado em: 28/08/2007 20:56:50
Última alteração:05/11/2008 12:50:57


Você CLAÚDIO CAMARGO MARTINS e Marcos
Você, que eu hei de amar numa segunda chance,
Antes que o tempo atroz demasiado avance,
Será no meu pomar a fruta temporã,
Trazendo em si o frescor do orvalho da manhã.

Você, que eu hei de amar num derradeiro lance,
Há de me convencer que a vida não é vã.
Para que a fera em mim se dome enfim, se amanse,
Será o meu relax, será o meu divã.

Você que tanto quis e jamais poderia
Imaginar agora além de uma alegria
Um porto delicado, aonde a nau depois

De tempestade tanta, encontra finalmente
Ancoradouro calmo a luz que me apascente
Neste infinito mar que é feito de nós dois...

AS QUADRAS SÃO DO EXCELENTE SONETISTA E POETA CLAUDIO
CAMARGO MARTINS COM QUEM TENHO A HONRA DE FAZER ESTA PARCERIA.
Publicado em: 14/02/2010 14:04:01
Última alteração:14/03/2010 11:50:26


VOCÊ E EU/


Meu bem-te-ví
Eu sou tua flor
Veja-me aqui
A teu dispor...

Faz-me um carinho
Te dou amor
Doces beijinhos
Com muito ardor...

Amor eu bem te vi
Abrindo-se em botão
Se eu fosse um colibri
Beijava com tesão,
Trazendo para ti,
Prazer e tentação.

Bebia do teu mel,
Florzinha tão cheirosa,
Levava-te pro céu,
Da forma mais gostosa,
Destino tão cruel
Espinhos; tem a rosa...

ANA MARIA GAZZANEO
MVML
Publicado em: 26/09/2007 20:38:55


VOCÊ E EU!

Ao ver o teu vestido transparente
Percebo este mamilo intumescido
Ligando meu querer nesta corrente
Invado teus espaços, decidido,
Neste frenesi intenso, mais ardente,
Entrego-me aos desejos, sou vencido
E gozo da derrota em plena glória,
E nela já vislumbro uma vitória...
Publicado em: 10/11/2007 10:55:20
Última alteração:02/11/2008 21:50:15


Fundindo nossos corpos nessa trama
Da chama que nos chama para a cama,
Fervendo este desejo tão intenso,
De termos nossas pernas, entrelaces...
Em ti querida; saiba, tanto penso,
Me recompenso imerso sem disfarces...

Em frenesi, cativo deste sonho,
Olho do furacão aonde eu ponho
Todo o meu desejo e a vontade
De ter tua nudez bem junto a mim,
Volúpias a nos trazer felicidade,
Vibrando de prazer, até o fim...

Ateias fogo nesse meu lençol
Teus braços, calorosos como o sol
Que queima a noite inteira, flamejante
Mergulho nos teus vales e montanhas,
Desejo teu amor, amigo, amante,
Concebo meu desejo em tuas sanhas...
Publicado em: 03/09/2007 21:04:57
Última alteração:02/11/2008 21:58:13



VOCÊ E EU

Não te vi, nem pretendia
A noite não traduz dia...
Versejando fantasia,
Esqueci da melodia...

Amar demais a Maria,
Que sei, jamais, amaria...
Todo amor que se cumpria,
A dor que no peito estia...

Não te vi, nem pretendi,
Jamais pude estar aqui,
Por tanto tempo vivi,
O teu amor esqueci!

No teu livro tanto li,
Depois de tudo perdi
O prumo. Meu souvenir,
É saber que estás ali...

Não te vi nem pretendia,
Jamais pude estar aqui,
Versejando fantasia,
Por tanto tempo vivi!

A noite não traduz dia,
Não te vi, nem pretendi,
Esqueci da melodia
E prumo, meu Souvenir...
Publicado em: 28/09/2007 22:36:18


VOCÊ E EU

Quem dera se viesses num momento
Trazendo em teu sorriso, a redenção.
Levado em solidão, bebo do vento
Mordaz que se transforma em furacão
Causando tão somente o sofrimento,
Mostrando a dor insana da paixão.
Sentir o teu perfume junto a mim,
Refaço, em esperança o meu jardim...
Publicado em: 12/12/2007 21:41:41
Última alteração:23/10/2008 07:50:49


VOCÊ E EU
unos planos,
vôos plenos.
Nossos passos
Laços, aços
Alçam
Liberdade.
Completamente
Teu.
Completo-me
Quando ato-me.
Partes iguais,
Iguarias...
Respiro o teu ar.
Bebo tua boca
Beijo-te manso
Remansos e cais.
Olhos postos
Portos.
Partos
Pontes.
Fartos seios
Velas soltas
Vamos livres
Te amo
E tramo
Almas gêmeas...
Publicado em: 01/04/2008 15:56:16
Última alteração:21/10/2008 16:46:56


Versos e reversos
Da mesma medalha
Que é feito um troféu,
Na rês que se perde
No sonho que encontro,
Um conto qualquer.
De vida e de morte
Da sina e da sorte
Que é sempre o meu norte
Em tal cantoria.
Andanças fazemos
Sem barcos nem remos,
Apenas nós temos
A ponta dos dedos.
Que trazem segredos
E formam correntes
Com faca entredentes
Com fome e feijão
Arado no campo,
Fazendo o repente,
E qual pirilampo
Vencendo a corrente,
Abraço contente
Parceira gentil,
Meu peito fuzil,
Dispara e não cansa
De ter esperança
De um dia ser;
Quem sabe feliz...
Publicado em: 08/04/2008 18:00:36


Dois corpos que se buscam em fogo intenso
Nas fátuas madrugadas memoráveis
Insaciáveis sonhos delirantes,
Na tenra sensação de intensos gozos,
Ardências e demências lanças, metas
A seta te entranhando, tocas, grutas,
Orgásticos caminhos que percorro
Mormaços entre chamas e desejos.
Afãs tão delicados, aconchegos
Nas carnes misturadas as luxúrias
Na lúbrica emoção de ser só teu,
Meu mundo nos teus braços se verteu...
Publicado em: 09/04/2008 20:42:49
Última alteração:21/10/2008 18:20:14


Por seres esta esplêndida mulher
Aqui te presto justa reverência;
E assim será por toda esta existência
E por outras, se acaso uma outra houver.

É fácil descobrir esta meiguice
Que um generoso coração retrata
Pois diante de uma vida que maltrata
Jamais imprecações tua alma disse.

Deixas de lado as glórias deste mundo,
Pois sabes que são falsas e falazes
E, de iludir o espírito capazes!

Mas , nas coisas de Deus, mergulhas
Pedindo sempre paz aos dias teus.
Nas conversas que tens, a sós, com Deus...


MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 10/04/2008 15:09:11
Última alteração:21/10/2008 18:21:49


VOCÊ E EU
Maria é tão radical,
E fiel aos seus princípios
Que chega a passar bem mal,
Vitimada pelos vícios
Alimentares que sei,
Muitas vezes são difíceis
Mas pelo que já passei
Não consigo ver saída,
De tudo o que procurei,
Eu não achei nesta vida
Alguém que pudesse dar
Uma só explicação.
Para tudo o que passei,
Por isso, preste atenção:

-Maria tem por mania
Não comer nada animal,
Na refeição, todo dia,
Ela come vegetal,
Mas como te disse, amigo
Ela é muito radical.

De noite é que não se explica
Esse fardo caprichoso,
Bem na hora que se estica
Esse amor demais gostoso,
Maria fica calada
Não fala nada no gozo.

Esse silêncio atordoa,
Me deixa desconcertado,
Pergunta: Maria foi boa?
Ela ri meio de lado
E me diz: Marcos, amado,
Não se preocupe não,
É por que eu consigo,
Explodir em emoção;
Eu sou vegetariana,
Isso cansei de dizer,
Mas de noite a gente engana,
Só carne me dá prazer!

Publicado em: 22/04/2008 18:08:43


VOCÊ E EU
A luz que iluminava nosso ocaso,
Não deixa testemunhas, me arrebata...
Amor quando se trai parece vaso
Quebrado, que jamais de novo se ata...
Não posso te perder, nem peço prazo,
A vida sem sentido, me maltrata,
És pilastra por onde eu sempre embaso
Os meus sonhos são tristes... És a nata

De todos os meus passos. És a guia...
Nublando um claro céu, perdi a aurora,
A vida já não tem qualquer valia.
Vontade de partir e de ir embora
Perdi todo o sentido da alegria...
Um quadro que envelhece e se descora,
Nos pélagos medonhos, alma mora...
A tua ausência mata a fantasia..
Publicado em: 17/04/2008 19:40:09
Última alteração:21/10/2008 18:29:57


Quando queres verdades, dás mentiras,
Quando mentes cidades, vives campos,
Sertanejas sandálias nunca tiras,
Atiras nos pacatos pirilampos...

Me negas sentimentos que padeces,
Nas preces a prudência não te salva,
Nas horas mais vividas desfaleces,
Perfumas meu cadáver com a malva...

Vencida não se entrega quer vingança,
A lança que quebraste já não fere.
Desferida esperneias esperança,
Na dança que fingiste não me espere.

As amas que secaste não deleite,
O leite que me deste foi azedo,
Azado este momento, me respeite,
Aceite meu tormento por segredo...

Arremedo poema não tem fim,
A fim de esquecer tua falsidade,
Verdade é que não gostas mais de mim.
Carmim a boca doce da saudade.

Vontade de ficar mas tenho pressa,
Confessa que não viste este penedo.
O medo me transfere para Odessa,
Dessa mesma maneira que me enredo...

Vontade de voraz caricatura,
Na escura mansidão que não me negas...
Navegas pela mata mais escura,
Candura que fingiste não me apegas...

As pegas corvorizas nas sarjetas,
Tarjetas que ultrajaste incompletas...
As fases que tiraste dos cometas,
As bocas que lambeste vão repletas...

Vontade de saber o que não cabe,
Amarras os convés e não ancoras,
Descoras insensatas regalias,
Nas gralhas que imitaste sem demoras,
Amoras que comeste em noites frias...

Versículos, capítulos, promessas,
Compressas quase nunca são bastante,
Distante de meus olhos, já me apressas,
Verdades sempre em forma delirante...

Nas teclas que pianas operetas,
Nas marcas que maceras nas maçãs,
As maças que amassaste nas vendetas,
As vendas que fechamos, cortesãs...

Amor, te quero mesmo sendo insana,
Amar-te é ser o mesmo que não ter...
Calor demasiado a vida abana,
A morte é a vontade de viver...

Entre tanto entretanto na entressafra,
A pele que compele se completa...
A mão que me ebaniza da deusa afra,
Das paixões que me deste a predileta.

Amar a tal pantera me inebria,
Originariamente me devora,
Cigarros que fumei na noite fria,
A tosse intransigente me decora.

Amar a negritude desta bela,
Nos laços dalmatizam meus amores,
Contrastes sempre foi forma singela,
Da homenagem que peço enfim às flores...

Amando-te esperando meu desejo.
No canto que te embale a despedida...
No gosto chocolate de teu beijo.
És a razão final de minha vida!
Publicado em: 24/04/2008 14:25:47




Numa empreitada
Espreitas, caças, presas
Tesas mãos,
Lépidos lábios
Eletrizantes.
Elétrons e prótons
Imantados.
Irmanados
Gemelares...
Vontades siamesas...
Publicado em: 26/04/2008 19:27:06
Última alteração:21/10/2008 13:37:01


Por cima dessas mágoas que causaste
Em termos mais doridos que trocamos
Amamos e portanto desarmamos
As armas do combate, mas trocaste.

Vencido por verdugos sentimentos
Abates meus amores no combate.
Amando essa guerrilha me marcaste
Com lanças e terríveis sofrimentos.

Não quero combater a quem desejo,
No afã de me mostrar como se fere
Esfera desdenhosa que interfere
E causa sensação de nojo, pejo...

Rendeste meu amor em pouco tempo
Só pude, em desespero, te esperar.
Temperas teus desejos sem amar
E sempre que procuras, contratempo.

Atado sem sair, perdendo o espaço,
Disfarço meu cansaço desta luta.
Amor que se deseja e se reputa
Na disputa revela o seu fracasso!
Publicado em: 29/04/2008 14:43:41
Última alteração:21/10/2008 14:27:00



Gostoso é te deitar em minha cama,
Fazendo cafuné e beijar tudo.
Lamber as tuas pernas, arrepios,
Deixar meu coração, depressa, mudo.

Tocar teus seios, ter os teus mamilos
Endurecidos pelos meus carinhos.
Depois tirar a roupa e perceber
Aonde meus prazeres querem ninhos.

Não falo palavrões, fique tranqüila,
Apenas imagino e nada mais.
Tua finesse impede que eu te diga,
Mas posso garantir: é bom demais!

Ao copular contigo, Diva bela,
Adentro os labirintos desta Musa,
Porém posso pedir um favorzinho?
Ao menos; meu amor, retire a blusa!
Publicado em: 14/05/2008 10:52:43
Última alteração:21/10/2008 14:39:01




Dançando a louca dança
Sem mistérios
Os olhos se bebendo
Em fogaréu
Sou réu
E sorrateiro
Chego ao céu
Tinteiro de desejos
Seixos sexos.
Visão maravilhosa
Da nudez
Expondo os teus caprichos,
Tuas sanhas,
Mergulho em tuas tramas
Sou só teu.
E biso este compasso
Passo a passo
Translados lado a lado ao infinito...
Publicado em: 15/06/2008 20:39:17
Última alteração:20/10/2008 21:51:20



Por mais que o frio bata em nosso rosto
Calores que tu vertes me aquecendo,
O manto sobre a cama o corpo exposto
O dia em alegrias vai nascendo.
Depois da noite intensa, doce gosto
Da boca que me toca, percorrendo..
Calor que nos envolve, tropical,
No fogo do desejo. Sensual...
Publicado em: 07/07/2008 07:57:35
Última alteração:19/10/2008 21:44:58


Bailando em teu corpo
Meu corpo procura
O porto seguro,
A mão da ternura,
Do chão antes duro,
Semente se apura
E amor salta o muro,
Reparte em brandura
Além do futuro,
Esquece a tortura,
Amor eu te juro,
Eu quero esta cura
Que traz tanto apuro
Que entranha a loucura
Dos corpos unidos,
Vencidos os medos,
Distâncias, temores,
Amores sutis,
São qual vendavais
Dilúvios divinos
Eu quero teu cais,
Prazeres tão finos,
De novo, bem mais,
Causar desatinos,
Unido nós vamos,
Os mesmos destinos.
Publicado em: 08/07/2008 12:37:18
Última alteração:19/10/2008 21:45:27


Na triste madrugada
Sem música sem nada
A mística guardada
Nos olhos de quem foi.
O peito em agonia
Espera um novo dia
Que jamais chegará.
Eu falo em desencanto
Do amor que quero tanto
E perde-se na curva,
Da noite feita em chuva
Mergulhos no passado.
Querendo aqui do lado
O sol que não raiou...
Publicado em: 30/07/2008 10:43:20
Última alteração:19/10/2008



Retendo, a muralha
Batalha
E navalha
Que corta
E resume
No sumo
Que bebo
Concebo
Destreza
Vencer
Fortaleza
Invadir
Teu cais.
Orvalhos
E flores
Condores
Voando
Liberta
Fronteira
Amor
Cordilheira
Não sabe
De espaços
Nem sonhos
Que baços
Semeiam
Senões.
Somemos
O temos
O vemos
Queremos
E assim
Cevaremos
Fartas plantações...
Publicado em: 31/07/2008 14:45:55



Impregnados
De sonhos
Pregados
No infinito.
Plagas distantes
Ditames comuns
Somos um
Metades distintas
E complexamente
Idênticas..
Em consonância
Discrepâncias
Se espelham
E se fundem
Confundem
Cata-vento
Girassóis...
Sem fronteiras
Sem divisas
Visos visas
Vestes versos
Uni versos
Convergentes
Congruentes
Diferentes
Mas um só...
Publicado em: 31/07/2008 19:25:46


Seixos sexos seios sensuais.
Sais somas sereia seduzindo
Safadas sacanagens somos
Sentidos sobre sedas,
Suspiros.
Sargaços, sondas, suor.
Salivas sofreguidão...
Sítios, sorrisos...
Selas, sonhos.
Sim, somos somas
Serenatas...

Publicado em: 21/08/2008 22:18:04
Última alteração:17/10/2008 17:05:14



Noite fria...
Invernos dentro da alma
Onde alegria
Se escondeu?
Apenas sua presença
Ainda acalma
Momentos
De paixão...
Você e eu.
Publicado em: 24/08/2008 20:09:40
Última alteração:03/10/2008 17:45:23


Coração bate depressa
Quando sente o teu bater,
Todo amor que se confessa,
Traz vontade de viver.

Publicado em: 29/08/2008 13:18:18
Última alteração:17/10/2008 14:27:10


As ilusões cruéis fatais e terebrantes...
Meu mundo se perdia em olhos tão distantes...
Quem dera Deus me desse amor da bela deusa...
A vida, num repente, em rara em mansa luz,
Talvez não me pesasse e fosse leve, a cruz...
Nas ruas desfilava, amada semideusa
A mais bela que, um dia, entre outras,conheci.
E que, Graças a Deus, comigo estás, aqui
Publicado em: 09/09/2008 21:34:57
Última alteração:17/10/2008 14:36:40


Na solidão do mar
Procuro te encontrar
Deitada a descansar
Minha bela sereia
O vento vai batendo
O sol vai ascendendo
Amor vai acendendo
Calor aqui na areia.

As ondas vão quebrando
As conchas marulhando
O tempo vai passando
A vida tece teia,
A tarde vai chegando
O dia terminando
A lua iluminando
Amor já me incendeia...
Publicado em: 11/09/2008 18:43:13
Última alteração:17/10/2008 14:57:0



Envelhecemos juntos, minha amada!
Fantasticamente nos amamos
E cada dia juntos que passamos
Espelham-se nos rumos desta estrada...

Antes, adolescentes mais libertos,
Buscávamos o gozo da manhã
Vivemos sem buscar novo amanhã
Os céus de nossas vidas, sempre abertos.

O tempo nos ensina a cada dia
Que a vida se refaz, rejuvenesce,
Amor quando mutável, sempre cresce
Senão virá fatal melancolia...

Um mês, um ano, décadas afora,
Conjunto que se expande sem ter pressa,
De dois viramos tantos nas remessas
Que Deus sempre nos deu, se comemora!

As rugas que nasceram em nosso rosto
São marcas tão discretas, nem percebo,
De tanta luz que deste amor recebo
A vida se passou sem ter desgosto.

Aprendemos que amor não é instável,
Apenas necessita de amplo chão.
É quase nunca ter que dar perdão
Entretanto, amor sempre é mutável...

Da foto em preto e branco à digital
Do beijo do escurinho do cinema,
Amor que quer-se eterno, o mesmo lema:
A lua continua o mesmo astral.

Amor que nunca cede ao tal marasmo
Renova as esperanças, concretiza.
Se a ruga dentro d'alma nos avisa,
Amor traz, em seguida, entusiasmo!
Publicado em: 12/09/2008 15:49:45
Última alteração:17/10/2008 13:25:06


Se pago, com amor, a penitência
Por erros que cometo a cada dia,
Deveras aumentando tal sangria,
Aos poucos vou perdendo a consciência.

A morte talvez seja uma esperança
Que o louco amor por vezes desobriga,
Se em minha juventude já castiga
A cada novo tempo uma vingança.

Quando chegar, enfim, o meu inverno,
Mal posso imaginar se terei vida.
Melhor antecipar a despedida
Do que viver a vida neste inferno!
Publicado em: 13/09/2008 22:32:44
Última alteração:17/10/2008 13:29:1


VOCÊ E EU
Festas e feitiços
Feitores...
Eis nosso sangue
Transfuso...
Amores...
Confusos e fusos.
Fusões.
Publicado em: 17/09/2008 11:49:58
Última alteração:17/10/2008 13:50:49


De todas as distâncias que trago de mim mesmo,
O que me consola é não ser veloz.
Minhas asas quebradas há tanto tempo
Trazendo as certezas da morte que me avisou.

A velocidade da vida me pegou de surpresa
E presa da inevitável vontade de voar, perco os sonhos.
São meios de fuga e de fingir a mim mesmo,
Uma tal felicidade que não disponho...

Tenho o meu próprio drama, que não compartilho
E nem divido. Nem comigo. Essa melancolia é vital,
Assim como o ar. Mais que a própria vida...
Seguindo os meus passos no dia a dia.

Sou eremita por opção e vocação.
Cultivo isso como as margens do rio que,
Raramente, transbordo. E muitas vezes me arrependo.
Outras não. Algumas vezes até sorrio.

Mas o sorrio efêmero que não permaneceria nunca.
No rosto exposto às cutiladas e incertezas das manhãs
Tantas vezes ansiadas e adiadas.
Sou a ausência do que não poderia ter.
E gosto disso.

Na certeza de que passarei pela vida,
Assim como vim, oco e inconsistente.
A sombria sensação do vazio e dos medos.
Eternos companheiros que são inerentes.

Mas amo a vida, principalmente sonhar.
Deles alimento o outro que convive.
Se embriaga e dança, e sorri.
Vai a esmo dentro de mim,
Assim nesta dicotomia.
Eu te amo.
Sinceramente
Na festa que veio
No riso e na dança
Na noite e festança
Que avança e não cansa
Total alegria
Nesta fantasia
Que sempre balança
Amor que completa
E sabe que insana.
Das noites passadas
Nos beijos trocados
E dos medos fingidos
Sou tua metade
Que nada, não arde
Apenas te cura.
Vivendo a poesia
De tal fantasia
Quem sabe um dia
Seremos felizes?
Publicado em: 18/09/2008 16:40:37

Não quero morrer cedo
Nem quero solidão
Viver não tem segredo,
Liberte o coração!

No canto que preparo
No tempo que passou,
Amor é brilho raro.
Distâncias; alcançou...

Não quero ter a morte
Do amor como meu mote.
Amor prepara a sorte,
A sorte pede um bote.

Que leve o sentimento
Por mares tão distantes...
Amor solto no vento,
Caminhos radiantes...

Eu vivo em teu amor
Amor que tanto quis.
Coração tradutor,
Traduz: sou tão feliz!
Publicado em: 19/09/2008 12:54:16
Última alteração:03/10/2008 13:03:53

Eras a solidão que tanto nego
Em versos mais tristonhos
E sempre e tanto
Quanto o calor da noite que não veio...
Eras o seio amado da mulher que sonho
E naufrago
Mas, ágil não me deixa tocar.
Eras a mansidão dolente da vida
Que não mais posso nem possuo...
Eras o amor,
Amor insensato
E insalubre
Sabre e sobra
Que sem saber acumulo
Pelas horas mais vagas
Que posso ter...

Eras a solução e o teorema.
O tema sem sentido
E a vontade de morrer...
Morto desta vontade
Vou sereno para o quarto
E parto no teu corpo,
Inerte e inerente,
Quase urgente.
Mas nada que te peço
Posso ter.
A mansidão da noite
E a fragilidade do que sinto
Não deixa senão resquícios
De abraços no teu corpo.

Eras o fim e o princípio,
Precipício de sonhos
Abismo de ilusões.
Mas, errante e errado,
A esmo, vou em busca de mim mesmo.
Sem nada que me comande
Nada que faça-me livre
A não ser a liberdade insensata
E fugaz. Inevitavelmente fugaz.
Assim como o amor.
Que, em sua fugacidade é sublime.

Eu amo-te, temerário e temente.
Nada mais que isso: amor.
Não da forma sutil e arrematadora,
Apenas amor.

Mataria mil sedes,
Menos a dos sonhos...

Essa nem oceanos,
Nem mares,
Nem eternidades
Seriam capazes.

Dormes relaxada e nua.
Seios firmes e dentes fortes.
As coxas macias
E a promessa de prazer
Sob a saia curta
E levantada pelos desejos...

Dormes...
E, entre dormências e delírios,
Deliro sobre a seminudez exposta...

Mas que fazer se o mar não veio,
Oceano não veio,
Quiçá a eternidade venha...

E traga a multidão que possa aplacar
A minha sede insaciável...
Publicado em: 20/09/2008 20:51:41
Última alteração:02/10/2008 20:25:05


Promessa aterradora de vingança,
A vida se perdeu sem diapasão.
As flores que não têm caramanchão,
Demonstram seu perfil: desesperança!
Recendem velhos cravos na lembrança,
São formas de total abnegação,
Os vasos que se quebram, nosso chão.
No fundo representam arco e lança.

Promessa desmedida, sem critério.
Não deixa que eu vislumbre sequer rumo.
Queima-me, me tortura qual cautério.
Vencido nas batalhas mais venais.
Desejo de viver! Tonto, me aprumo.
Em meio a tais promessas, peço paz!

Mas sinto que talvez, reste esperança
De ter o teu sorriso mavioso;
Dançando na promessa a mesma dança
Sorriso que; bem sei, não é jocoso.
Publicado em: 21/09/2008 20:18:36
Última alteração:02/10/2008 20:23:53


No capricho da morena
O requebro mais sutil
Verso livre, peito aberto,
Céu fogoso e varonil

Azulejos decorando
Em farturas, mel e fogo,
Venha logo, estou te amando,
Venha jogar nosso jogo.

Corrupios, arrepios
Pios cantos, santa fé,
Aquecendo nos estios
Me fazendo um cafuné.

Desta pólvora, o rastilho
Encontrei na sua cama,
Coração vai andarilho
Quer arder na tua chama...
Publicado em: 23/09/2008 16:51:48
Última alteração:02/10/2008 19:03:31


Dos cadáveres que levo algum me pesa tanto
Que não consigo crer como agüentei o pranto
E a dor da perda. Não pretendo mais falar
Das mulheres, do medo e da fatal espera
Que sempre me acompanha. Esqueço do luar,
Da casa pequenina e até desta tapera.

Fui tantas vezes frio, outras queimei no estio,
Em verdade omiti as curvas deste rio
Onde afoguei o verso, imerso sem ter dó.
Também eu não pedi nem vou pedir mais nada;
Apenas que me deixe. Eu prefiro estar só,
Sem ter preocupação se vem a madrugada!

Uma saudade estranha: o medo que não tive;
Mistérios deste templo onde a quimera vive.
Vive e me traz vergonha, estou meio cansado.
Estou na idade em que os sonhos são mais mansos.
Não devo mais beber; me deixe aqui do lado
E pode ir procurar os seus belos remansos...

Depois de tanto disse, e não disse, e dirá,
O que não sei aqui, eu nunca serei lá.
Lá, onde as manhãs que jamais eu sonhei ter,
Acordarão do medo, eterno medo do nada,
Do vazio, do que sei que nunca irei saber.
Algo assim como beijo e carinho de uma fada.

A safada não veio e nunca mais notícias.
Aliás estou só, e sonho com carícias,
Nem que sejam assim tortas ou insinceras
Das mulheres que sei que jamais me amariam...
E por falar de amor, onde estão as panteras
Que prometeste, vida? Eu sei que não viriam.

O gosto da saudade: um chocolate amargo,
Dá prazer e maltrata. O mundo é longo e largo,
Embargo a voz, um trago e depois a ressaca.
Meu barco corroído em plena tempestade
É um naufrágio certo, a culpa é sua, craca,
Assim como também é culpa da saudade...

Música e botequim, mistura corrosiva...
Depois de certo tempo, uma mulher é diva,
Pouco me importa, sou o que sempre desejo,
Pirata, submarino, olho cego e viseira,
Cataclismo irreal, amor me dê teu beijo.
Na cauda do cometa, espreito a terra inteira.

Depois, peço desculpa e se não me der; tchau!
Viajo pela noite, espaço sideral!
E volto para casa, amargo e tão sozinho...
A lua é companheira, o copo de conhaque...
Espero tua mão, em vão, cadê carinho?
Mas não repare não, a lágrima é de araque!
Publicado em: 24/09/2008 15:05:08


Embalando o coração
Nas cordas do violão,
Que ponteia esta canção
Feita com muito carinho,
Eu quero felicidade
De cantar em liberdade
Me livrando da saudade;
Gaiola de um passarinho...

Meu amor já foi-se embora
Deixando uma alma que chora
Ter pedindo amor, agora
Vê se volta para mim,
Neste peito apaixonado
Violão enluarado
Sem a flor do meu cerrado,
Tanta dor que não tem fim...

Desse amor eu tenho sede,
Teu retrato na parede
Teu cantinho em minha rede,
Meu amor cadê você?
Cada dia que procuro
Meu mundo ficando escuro,
O coração salta o muro
Nesse mundo a se perder.

Quem sabe amor se escondeu,
Na escuridão desse breu
Meu amor já se perdeu
E não sabe mais voltar,
Com uma lanterna acesa
Meu amor; tenho certeza
Vou encontrar a princesa
Que tanto me fez chorar...

Vasculhando com jeitinho,
Tanta pedra no caminho,
Vou procurando quietinho,
Esse amor de salvação.
Quase amanhecendo o dia,
Pra toda a minha alegria
Te encontrei na poesia
Guardada em meu coração!
Publicado em: 25/09/2008 22:06:00


Ventos do que fomos
Penúrias entre sombras
Escombros e resíduos
Apátrida esperança.
A lua avermelhada
Trazendo nos seus dentes
Guerrilhas e trincheiras,
Águias e condores.
Cavalos entre pampas
Campos e vales
Montanhas e chalés
Chaves esquecidas
Campesino coração...
Publicado em: 30/09/2008 15:51:20
Última alteração:02/10/2008 14:52:25


Nos braços
Laços
Passos
Sonhos tantos.
Encantos
Pelos cantos
Desta casa.
Augúrios
Benfazejos
Guria
Eu te desejo
Além do que imaginas...

Nas sinas entrelaces,
Risos fartos
Farta mesa.
Habitas meus sonhares
Contigo em mil lugares
Amares sem segredos.
Sem medos, simplesmente...
Publicado em: 30/09/2008 18:15:13
Última alteração:02/10/2008 14:55:53


O meu corpo te procura,
Cura acura o meu olhar,
Mas nada na noite escura
Nada o rio, enfrenta o mar.

A maré que se faz cheia
Já recheia de saudade
Quem há de dizer sereia
Quando anseia a liberdade.

Divindade que se deu
E se foi pra nunca mais,
Meu amor é todo teu
Sem teu corpo, perco o cais.
Publicado em: 01/10/2008 14:08:01
Última alteração:02/10/2008 13:48:50


Quem acreditar nesses meus delírios
Por certo nunca mais terá sossego...
As cordas arrancadas, meus martírios;
Não posso decifrar um tal apego...

Quem quiser prosseguir nesta charrete,
Não sabe dum corcel que desaponte...
A lua mergulhante não reflete
Atravesso canais canis e ponte...

Nasci para viver sem serventia,
Servil serei se formos formas fórmicas...
Valete que verti sem valentia...
As barcas que embarcas são mais fóbicas...

Fantoches que me iludem são palhaços,
Os aços dos meus cantos são reveses,
Os erros cometidos são mais crassos,
Pedaços que larguei nunca desprezes!

Minutas dos contratos rescisórios
Me mostram certidões que foram trágicas.
Os beijos permitidos ilusórios,
As fímbrias do passado soam mágicas...

Não quero mais valores nem vestais...
Não posso preservar tal iguaria;
Tantos sexos expostos, carnavais,
A vida não chegou ao meio dia!
Publicado em: 22/10/2008 14:31:34
Última alteração:02/11/2008 21:49:23


Conheci tantas mulheres,
Tantas que perdi a conta,
No meio desses talheres,
Minha boca ficou tonta,

Procurando por carinho,
Devorando essa saudade,
Pois em todo o meu caminho
Esperei felicidade.

De Maria a ponta, a faca,
Apontada pro pescoço.
Tanta dor que não se aplaca
Mas, na cama, que colosso!

Juliana foi meu prato
E também minha colher,
E de noite, no meu quarto,
Maravilha de Mulher!

No garfo, sempre espetava,
A mordida da Paulinha,
Era bom, mas machucava,
A boca da danadinha...

Mas agora, te encontrei,
Acabou esse joguete.
Levo uma vida de rei.
Toda noite tem banquete!
Publicado em: 23/10/2008 15:45:21
Última alteração:02/11/2008 21:43:06


Eu quero essa certeza plena e mansa
De ter o teu amor eternamente
De tanto amor, amor que se pressente
Trazendo o coração em plena dança
Fazendo deste velho, uma criança...

Nascendo novamente a claridade
Por onde caminhava escuridão,
Amor que sempre traz revolução
Mostrando que essa tal felicidade
De simples ilusão vira verdade.

Eu te amo esteja certa, meu amor.
Em revolutos sonhos te persigo,
Quero sempre poder estar contigo,
Vivermos nossa vida com ardor.

Deitando em nossa cama, sempre traço
Desenhos e protótipos de vida.
Que bom poder te ter aqui querida
Deitada, adormecida; em meu abraço...
Publicado em: 04/11/2008 11:13:03
Última alteração:06/11/2008 12:12:02


Gosto amargo da saudade
Fica na boca da gente
Quando vem a claridade
Com o sol lá no nascente.

E o sol, que sempre brilhou
Na aurora de nossa vida,
Há muito que não voltou;
E se foi, sem despedida...

Bem sei que já vai embora
A mulher que tanto amo,
Correndo por mundo afora,
Teu nome, somente, chamo...
Publicado em: 30/10/2008 19:15:21
Última alteração:02/11/2008 20:29:01


Não quero teu controle sobre mim,
Se faço ou não faço, passo
Caço e se descalço, estrepo o pé.
Dane-se!
Ou melhor, a vida e o pé são meus.

Não me deixe tão sozinho assim amor...
A noite não saberá o que fazer comigo.
Espero nas esquinas com ardor,
A bala que virá no fogo amigo.

Abrigos casamatas matas casas,
Camas e ressacas.
Ninguém é de ferro,
Se berro neste aterro nem atrevo.
Revivo e não mereço.

Ah! Tropeço faz parte do passo.
Do passo e do passado, passarinho...
Rimo o que vejo e o que estimo.
Extremo e não contente, resumo.

O sumo do que sou está exposto
Em vidros hermeticamente fechados,
Na quitanda da esquina.

Politicamente correto, sem matas que mate
Sem balas que negue
E sem amor que resfrie.
Sorriso balsâmico,
Anêmico e tetânico.
Correto.
Sempre correto.
Feto que aborto
Esgoto que jogo,
Vomito no fim.

Pedaço de mim
Que, vergonhosamente, escondo.

Luxúrias e lamúrias. Sangrias...

Espero que este espelho se quebre em mil pedaços.
Mil cacos, migalhas...
Espalhando meus restos pelas ruas
Formando as especulares fantasias.

Na órbita dos sonhos, sou hipócrita.
Ou pelo menos penso.
Imenso em um vazio sem precedentes.
Dentes e olhos vazados pela firme vontade de morrer.

Fumo desbragadamente.
Vergonhosamente
Estupidamente
De repente
Nada mente
E sou sincero.

Diabético, açúcar na poesia e na alma.
Sou dialeticamente imperfeito e profeticamente incauto.
Um auto retrato pútrido e fantasmagórico.

Não falo de Nada que não seja meu.
Eco de mim mesmo não aprendi a ser solidário.
Sol de mim mesmo, solitário.
Mas que se dane a noite e o dia.
A chuva é mais tinhosa.
E mentirosa como o frio
Que nunca vem se eu não quiser.

Ano que vem irei mudar...
Prometo, quem sabe?
O dente de sabre
Espera na esquina
E desatinadamente me agrada.

Amo sim.
Claro que temo isso,
Não sou burro.
Mas de fininho, vago sentado na cadeira
Por horas e horas.
Buscando o que não sei nem sei onde.
Mineiro compra bonde
O meu descarrilou...

Felizes anos velhos e ano novo.
São os mesmos e serão,
Ser tão ingênuo a ponto de achar
Que o simples fato de comprar folhinha nova
Muda a vida...
Eu sei que não.
Corro atrás,
De mim mesmo
E nada encontro
A não ser essa vontade
Louca de, louva deus,
Me entregar a um amor suicida
Que decida minha vida.

Mas, querida, me dê a mão
Que o sol desponta
E o ano novo apronta
As mesmas desilusões...
Publicado em: 16/11/2008 21:15:12

Gerânios
Lírios
Vasos
Quebrados.
Jardins
Canteiros
Buscando
O jardineiro
Morto
Apodrecendo
Entre as folhagens
Rasteiras da ilusão...

Publicado em: 25/11/2008 18:47:50
Última alteração:06/03/2009 16:41:49


Olhos
Flamas
Aços
Lanças
Reféns
De nós mesmos
Recados
No celular.
Mensagens.
Ménage.
Paisagens
Diversas
Dispersas
Palavras
Persas
Tapetes
Liberdade...
Volta e meia,
Volto à casa
Revoltas
Volátil.
Táctil
Táticas
Temáticas
Aromas
Romas
E romãs.
Mãos
Ímãs
Afãs.
Bálsamo
E cadafalso.
Estrelas
Ésteres
Éteres
Eternidade..
Deidade
Feliz...
Arde.
Corta
Aborta
E ressurge
Fênix
Ônix
Ápices
Mesma lápide?
Lapidemos...
Publicado em: 26/11/2008 21:29:00


Um mote mais delicado
Que fale deste caminho
Rotulado coração.
Que vai e vem
Bate e desarma
Capota.
Quero tuas esquinas
Nas minhas retinas
Cansadas do vazio.
Que vai e vem
Some e desama,
Esgota.
Quero o teu cheiro
Da terra molhada
Do mato pisado
Nas curvas do meu caminho
Onde deixei os potes
De mel, aguardando teu gosto.
Teu rosto, meu mote;
Que possa falar ao teu coração...
Publicado em: 09/12/2008 13:01:57
Última alteração:06/03/2009 15:43:32


Toca a campainha
Atende o coração
Amor quando se aninha
Acende o fogaréu
Depois é só deixar arder...
Publicado em: 02/01/2009 15:49:13
Última alteração:06/03/2009 13:28:


Meu amor tu tens o brilho
De uma estrela, lua e sol,
O teu caminho é meu trilho,
Teu amor; o meu farol.

Menina sempre venero
Este amor que tu me dás,
Toda noite eu sempre espero,
Teu amor e quero mais.

Eu te juro, minha amada,
Que vou ser teu companheiro,
Toda noite, madrugada,
De manhã, o tempo inteiro...

Passa boi passa boiada,
Na porteira de um amor,
A minha alma apaixonada,
O meu peito sonhador.

Vem comigo, vem depressa,
Meu amor,venha ligeiro,
Coração anda com pressa,
Doidim pra te dar um cheiro..
Publicado em: 05/01/2009 13:33:27
Última alteração:06/03/2009 12:34:24


A ronda que se faz
Em meio a noites tantas
Nas ancas da morena
Encontro a minha paz.
Nas tetas perfumadas
As mãos entrelaçadas
Lançando um canto a esmo
E mesmo que não venha
A pele da morena,
O querer me domina
Emana em forte gozo
O chão que me sustenta.
Publicado em: 08/01/2009 15:28:11
Última alteração:06/03/2009 11:44:45


Noite triste, madrugada,
Procurando minha amada,
Nada do que fui restou...

A saudade dolorida,
Vai tomando minha vida,
Eu já nem sei mais quem sou...

Tu te lembras da casinha,
Onde um dia foste minha,
Esta casa desabou...

As mentiras que disseste,
As saudades que me deste,
Foi, de tudo, o que sobrou...

Passarinho que cantava,
Na manhã que mal chegava,
O seu canto se calou...

Meu peito desesperado,
Te procura do meu lado,
Um vazio já chegou...

Nas noites frias, abrigo,
Agora , como prossigo?
Sem meus pés para onde vou?

Eras o sonho mais puro,
Mas o coração tão duro,
Tristezas o que legou!

Ferido pela tristeza,
Procuro tua beleza,
Mas a vida me negou...

Perdido, sem esperanças,
Só me restam lembranças
Desse tempo que passou...
Publicado em: 20/02/2009 15:51:42



Percebo a realidade como um sopro;
Espantoso sopro, estupor.
Pôr meu barco nos sonhos
Apenas fuga frágil, sem retorno.
Em torno dos meus sonhos,
Um naufrágio de ilusões.
As pedras e perdas,
Certeiras.
Mas a esperança refeita na boca
Distante da noite que não veio.
Do seio que não alcanço
Do vento que não toca.
Do sopro que não sinto.
Maricota tua cota terminou.
Abre a porta
Que a solidão chegou...
Publicado em: 22/05/2009 10:27:17
Última alteração:17/03/2010 19:06:12



A minha amada Maria,
Depois de muita conversa,
Todo dia me exigia,
Casamento assim depressa...

Por um motivo banal,
Não pude nem ofertar,
Sem dinheiro, o principal,
Como vou poder casar?

Maria me disse sentida,
Isso né motivo não,
As coisas boas da vida,
Moram no meu coração...

Pensando nessa verdade,
Olhei pra cima, pro céu,
Reparei na claridade,
Maria, bela com véu...

Ofereci pra beldade,
Um lugar para morar,
Falei, sem falsidade,
O que dava pra comprar...

Lhe disse: que tal Mercúrio,
Ela olhou bem diferente,
O lugar é bem espúrio,
Eta lugarzinho quente!

Sem dinheiro, o que é de menos,
Eu falei em procurar,
Um terreno lá em Vênus,
Nem me deixou completar...

Cheio de carinho e arte,
Belo tom avermelhado,
Eu fui falando de Marte,
Me disse não, é gelado...

Olhei um olhar soturno,
Minha voz, coloquei mel,
Como é lindo esse Saturno!
Nem Saturno, nem anel...

Falei, agora com medo,
Júpiter é maioral!
Foi me contando um segredo,
Muito grande, passo mal...

Pensei, mudando de plano,
Num terreno mais distante,
Fui pensando em Urano,
Me disse: passe adiante...

De nós dois virarmos uno,
Tanto sonho nessa vida,
Nem pude dizer Netuno,
Me falou em despedida...

Mas agora estou ferrado,
Não posso falar Plutão,
Tal qual como estou, rebaixado,
Não é planeta mais não!
Publicado em: 26/06/2008 20:45:05


A faca tem dois gumes
No cume dos meus sonhos
Costumes pedem lumes
Perfumes que componho
Se eu ponho o meu saveiro
Nos mares da esperança
Espero o tempo inteiro,
Quem quer jamais se cansa.
A mão tem seus anéis
A boca em doces méis
Dos sonhos carretéis
Carretos carrosséis
Cometas e brilhantes
Estradas fascinantes
Bem antes do final.
Vagando pelo astral
Delírio sensual
Da moça sol e sal
Deitando seus prazeres,
Banquete e talheres
Confesso os meus pecados
Nos olhos tão safados
Da estrela que me guia.
Delito em fantasia...
Publicado em: 30/07/2008 13:14:37
Última alteração:19/10/2008 21:56:02


Não chegue de tardinha, já te peço.
As horas mais gentis já não disponho.
Meus erros e consertos nem confesso.
Meu medo dos amores é bisonho!
Ferrabrás, Satanás, tanto faz, meço
Palavras e sentidos o meu sonho.
Doçuras e mergulhos! Endereço
Dos infernos: meu canto mais medonho!

Mordazes os sorrisos, são safados..
Vasculho nos teus bolsos, meu ingresso.
O mundo dos canalhas, seu congresso.
Mas mesmo dentre todos os meus erros
Os berros e os gritos, meus enterros...
Permito decifrar sinas e fados,
Extremo temeroso, a podre unção.
Batuca melindroso, o coração!
Publicado em: 05/11/2008 16:59:49
Última alteração:06/11/2008 11:59:12


Nas nossas noites de amor
Em plena felicidade
Buscando por onde for
Nesta vida, claridade...
Sabendo que tanto amor
Só vale se for verdade...

Quero deixar meu viver
Nos teus braços minha amada.
Cansado deste sofrer,
Seguindo por esta estrada
Cuja estrela quero ter
Sem teu amor eu sou nada...

Amor é trama divina
Que nos traz o sofrimento.
Venha aqui minha menina
Esquece do esquecimento
Amor cedo me alucina,
Depois se vai. Leva o vento...

Amor que tanto maltrata
Também me traz aliança
Amor descendo a cascata
Brincando que nem criança
Amor demais não me mata,
Fica na minha lembrança...

Escrevi teu nome a giz
No quadro negro da sorte.
Aguardei ser mais feliz,
Ficando assim bem mais forte,
De amores sou aprendiz,
E matei a minha morte.

Agora que estou contigo
Nessa estrada sem destino.
Não vejo nenhum perigo
O meu medo eu já domino
Então venha aqui comigo,
Belo sonho de menino!
Publicado em: 20/11/2008 12:30:11



Ao beber rabo de galo,
Pé de vento eu enfrentei,
Meu amor pro teu regalo,
Sou escravo e viro rei.
Publicado em: 12/08/2008 17:19:27
Última alteração:19/10/2008 19:53:09


Amor tenho e te ofereço,
Acredita ele profundo.
Às vezes choro e padeço.
Pois amor é vagabundo..

Se num dia amas Helena,
Num outro dia, a morena
Que desejas sempre mais,
Eu, aqui, a duras penas
Vou sufocando meus ais...


Minha querida menina,
Não me canso de dizer,
O teu amor me alucina,
O teu amor dá prazer.
Quando tua mão me acena,
Vou seguindo o teu perfume...
Quando falo da morena...
Só pra provocar ciúme...
Publicado em: 21/04/2007 07:35:00
Última alteração:02/11/2008 22:02:44



Na vida, bom jogador
Quando ganha não reclama
Mas quando o jogo é do amor
Eu fico de olho é na dama...

Nesse jogo eu recomendo
Ficar de olho na cama.
É melhor ficar sabendo
É prudência de quem ama.

Meu amor, risco não corro
Neste jogo não me perco,
No teu amor me socorro,
Por pior que aperte o cerco,

Tantas vezes já joguei,
Muitas vezes eu perdi,
A minha sorte encontrei
Foi quando te conheci.

Mas não conte pra ninguém,
É bom segredo fazer,
A minha dama, meu bem,
Tá na cara que é você!

HLuna
Marcos Loures
VOCÊ ME DEIXOU
Aonde você me levar
Voando sem nada a temer
Querendo ficar com você
A gente não cansa de mar

Você, tu sabes tão bem
Na vida foi o meu grande bem
Sem ter você meu amor
O que faço da vida?
Prefiro morrer.

Depois de tomar umas birita
A gente biruta acredita
Que nada na vida merece
O sofrimento tão grande da gente.

Mas quando eu te vi
Você num carrinho qualquer
Fugindo com outra mulher
O mundo acabou para mim.

Que faço se eu não sei fazer
Aquilo que ela te ensinou.
Morrer de amor sem prazer
Somente foi o que restou.

Volta bandida
Cachorra safada
A minha vida
Sem você não é nada.
Melhor é morrer...
Publicado em: 15/08/2008 14:47:09


No pensamento, um sonho foi criado
Formado por desejo mais ardente;
No dia a dia sempre celebrado
No canto mais feliz, alegremente.
Agora o sentimento cultivado
De simples ilusão, sacra semente;
Permite que o amor, assim ordene
A glória se tornando, então, perene.

Distante destes passos, já não posso
Vislumbrar neste mundo grande encanto.
Prazeres mais sublimes como o nosso
Se fazem cada dia, tanto, tanto.
Assim, no canto livre me remoço
E trago minha vida sem espanto.
Mais fortes, com certezas, nossos laços;
Liberdade; seguimos os seus passos



.
Desejo que devores meu prazer
Em mil carinhos loucos, sem juízo..
Vivendo em cada toque o paraíso
Preciso e necessito deste fogo
Que delirantemente me invadiu.
Venha logo, querida, no teu jogo
Jamais tenho a perder, ganhamos todos.
No gozo delicado e tão profuso
Bailado desejado e tão confuso
Nesta fusão de pernas e de coxas
Queimando, ardendo sempre em incontidos
Passos nesse balé que nos arvora,
Mas venha sem demora. Quero agora!
Publicado em: 01/09/2007 21:21:55
Última alteração:02/11/2008 21:58:19


Em teu corpo
Porto seguro
Seguro teus braços
Abraços e tramas
Tramas desejo
Desejo nos chama,
Chama que deixas
Em deixas e sanhas.
Assanhas vontades
Manhas, meandros,
Senhas e sonhos
Semeias
Certezas
Sementes
e sondas...
Publicado em: 30/09/2008 21:14:27
Última alteração:02/10/2008 13:56:36


Teu carinho me domina
Sou cativo deste amor,
O teu beijo me alucina,
Quero ser teu beija flor...
Publicado em: 02/03/2008 10:52:31
Última alteração:22/10/2008 13:46:50


Não namoro moça brava
Vassoura de piaçava
No meu couro machucava
De tanto que eu apanhei.
Não namoro moça calma
Tanta lerdeza numa alma
Me faz dormir tanto acalma
Da lida eu esquecerei...

Não namoro moça feia
Tanta feiúra recheia
Meu fogo não se incendeia
Depois como é que vai ser?
Não namoro moça bela
Tô ficando matusquela
E depois seguro a vela,
É fonte pr’outro beber.

Não namoro moça pobre
Já basta eu que não tem cobre
A fome depois que descobre
Não vai me deixar em paz.
Não namoro moça rica
Aí a coisa complica
Eu vou virar tiririca
Vai pisar em mim, demais.

Eu quero mulher faceira
Que seja pois companheira
Pra viver a vida inteira
Ser o meu carinho e abrigo
Eu quero moça sincera
Que tanta alegria tempera
Que toda noite me espera..
Cê quer namorar comigo?


Sonho lindo, sonho louco.
Quisera fosse verdade,
Pois fazer tua vontade,
Ah! Meu bem, ainda é pouco...

Pois saiba meu bem querer
Te falo, sinceridade,
Tudo que eu queria ver:
A tua felicidade.

Busco estrelas lá no céu,
Procuro estrelas no mar,
Minha amada, em branco véu,
Quer comigo se casar?

Minha boca te procura
Não se cansa de beijar
A minha dor só tem cura,
Se contigo namorar.

Minha moça tão bonita
A rainha da beleza,
A minha alma já se agita
Quando chega em Fortaleza.

Minha boca te sufoca,
Meu amor já te convence?
A minha flor carioca
De coração cearense.

O meu peito sobe a duna
A minha alma já te acena.
Tens a doçura da Luna
Toda a beleza de Helena...

HLuna
Marcos Loures
Bela, nua
Risos..
Paraísos embutidos
No quarto...
Transparências...
Persianas abertas
Janelas abertas
Pernas...
Mansidão nos olhos
Óleos e suores
Cores e gemidos..
Flores colhidas
Madrugada.

Convulsos
Lábios
Hábeis
Gráceis....

Tua voz macia
Coxas e pernas,
Apenas magia.
Reentrâncias
Montes
Estrelas
Estradas
L E V I T A Ç Ã O...
Publicado em: 30/04/2007 07:04:42
Última alteração:02/11/2008 21:55:32


As pernas eternas lanternas
Que acenas.
Sem cenas, tão plenas,
Envenenas e ris.
No facho que caço te traço
Em bocas,
Em tocas retocas,
Aplacas feliz.
Na sede que esfola
Que atola que rola,
Na trama da cama
Em chamas,
Me amas, te quis.
No tente requente premente
Desejos
Que ensejo traquejo,
Teu beijo me diz.
Guitarras, amarras,
Espalhas agarras
Em garras me prendes,
Acendes, ascendes
E pedes, dou bis...
Publicado em: 25/05/2007 09:50:21


Chegaste à minha vida
Como quem não queria nada,
Aliás eu creio mesmo que nada querias
A não ser um carinho extemporâneo.
Mas, sorrateiramente me pegaste desprevenido.
E, no açodamento da solidão
Eminente, entraste.
Olhaste bem para a casa,
Viste a sala desarrumada
E não falaste nada.
Quando deparei por mim
Estavas no quarto.
Daí pra cama, foi um pulo.
No sexo bem feito,
Sem grandes frescuras
Mas com frescor insuperável
Tomaste, posseira, todo o território.
O que fazer?
Quando me vi entregue
Percebi o quanto
A vida vale a pena!
Publicado em: 02/06/2007 10:23:41
Última alteração:02/11/2008 22:00:54



Não sei por que ciúmes
Tu tens, já que te quero.
Deitado no meu quarto,
Querida eu sempre espero

Carinhos abusados,
Vontades sem receios,
Beijinhos e carícias
Que eu derramo em teus seios...

A vida prometida,
Em noites tão eternas,
As mãos vão deslizando
Nos vãos de tuas pernas

E encontram doce mina
Aonde eu me esbaldar
De toda esta delícia
Que quero desfrutar.

Do mel onde lambuzo
Até perder sentidos,
Percebo quanto gostas,
Ouvindo os teus gemidos...

Bem sabes quantas vezes
Vagando no teu leito
Deixei-te satisfeita
Estando satisfeito....
-----------------------------------------------------------------


De noite me cavalga
De dia tanta espora
De noite me adoçando
De dia mente e chora
De noite fornicando
De dia se decora
Em rouge e carmesim
Fugindo está de mim,
Mas sabe quando enfim
Fazer seu cadeado
Amor desembestado
Marcado por senões
De dia quebra os potes
De noite traz paixões...

Recebo o seu carinho
Em lágrimas fingidas
Mas vem secar meu ninho
Em luas perseguidas.
Vagando em minha cama
Ama que não mais ama
Porém chama reclama
Ou então não me chama
Apenas reboliço
Brincando em tanto atiço
Amor perdendo o viço
Se rindo causa ouriço
E diz sem compromisso
O quê que tem com isso?
Publicado em: 24/07/2007 20:57:23


Tu és o meu desejo mais profundo,
O mar que tantas vezes procurei
Nos sonhos mais dourados que já tive
Nas ânsias mais divinas que busquei.

Tu és esse meu canto mais sonhado
A lua que de noite eu esperava.
No brilho mais bonito que encontrei
Certeza de que a vida iluminava...

Tu és a benfazeja melodia
Que escuto toda noite no meu quarto
Na chama que incendeia minha vida
Amor de quem jamais estarei farto.

Tu és o solo firme que queria
Nas duras caminhadas sem destino
Em meio a tantas urzes, maus espinhos,
Certeza de sorriso cristalino...

Tu és a mansa rede em que me deito
Depois de tanto tempo assim cansado
Tu és, querida, o grito que soltei,
Nascido deste peito enamorado...

Publicado em: 11/08/2007 08:07:29



Tu és minha esperança de alegria,
Meu verso desejado e preferido,
Vivendo um mundo cheio de alegria,
Sonhando um universo mais querido,
Conheço do teu lado esta verdade,
Pintada em pleno amor, sinceridade...

Vieste perfumar o meu canteiro
Com flores delicadas e singelas,
Busquei-te meu amor, o tempo inteiro,
Nesta beleza imensa que revelas...
Amor que tenho em ti, com claridade,
Nos permite viver, feliz cidade...
Publicado em: 10/09/2007 20:54:22
Última alteração:02/11/2008 21:57:45



Vestias tua pele na nudez
Despudoradamente bela e frágil,
Agilidades, ritos e vontades
Acesas labaredas, tochas, riscos.
Afrescos e desenhos, garatujas
Em noites sujas bocas se procuram
Nas curvas de teu corpo capotando.
Arando com perícia, granam sonhos
Que em seixos vão rolando rio abaixo
Ao alagarem sondam mares, luas
E vislumbrando ninfas belas, nuas
Açulas meus desejos e venturas.
Assim, iluminado aos borbotões
Adentro tuas vestes, visgos, lanhos.
E espasmos vão cumprindo os seus destinos
Em desatinos plenos, alvoroços...
Publicado em: 17/09/2007 21:52:14
Última alteração:02/11/2008 21:57:13




No mundo mais cruel que concebias,
Cabia meu tormento em tuas liras,
Percorrendo vazio, tantos dias,
Sem saber que fingias tantas miras,
Nas penumbras fatais, sem melodias,
De tua mão, sentida flecha, atiras.
Querendo sufocar minha cantiga,
De tantas quanto herdei a mais amiga...

Vivendo essa funérea desventura,
Que traduz a verdade em sofrimento,
Concebo claridade, minha jura,
Tragada pela luta, meu tormento...
Amargo o vinho, âmago, tortura,
Na amargura de todo meu lamento.
Amei-te, no passado mais distante,
Por sorte, meu amor foi inconstante...

Bem sei que naufragaste outro desejo,
De quem não poderia te negar.
Flagrada pois, em cândido cortejo,
Atada a vários braços ao luar.
Mereces bem, portanto escarro e beijo,
Escárnio de quem possa procurar
Em ti, por algo além do sensual,
És página virada dum jornal!

Não vejo em ti, portanto nada além
De restos esquecidos sobre a mesa,
Se eu já te quis, agora me és ninguém,
Não vou te negar glória na beleza,
Nem vou mentir, deveras, foi meu bem...
Mas hoje, tão distante realeza;
Se faz passado pútrido e mordaz.
E, francamente, não te quero mais!
Publicado em: 24/09/2007 06:26:53


Permita que eu te diga já sem fúria
Do quanto não suporto teus sorrisos,
Ousados me transmitem tanta incúria
Palhaços que se babujam velhos guizos.
Permita te falar desta luxúria
Aonde te preservas, sem avisos.
Deixando quem te adora no abandono,
Desculpe, mas me causas muito sono...
Publicado em: 15/11/2007 17:00:28
Última alteração:02/11/2008 21:50:32



Toca sem retoques
A turba em fome e giz
Sou o que pressinto
Bebedeira constelar.
Esgarço a garça
Sem graça e sem destino.
Na tina de meus sonhos
Lavando os meus restos
Sobrou você.
Publicado em: 08/12/2007 14:03:50
Última alteração:27/10/2008 17:54:2


Qual dia que renasce a cada sol,
Amor se robustece em poesia.
Um sentimento nobre assim, de escol
Acolhe em cada verso esta magia.
Eu amo e não duvide deste fato
Em cada canto teu, eu me retrato.
Publicado em: 09/04/2008 21:14:01
Última alteração:21/10/2008 18:20:27



Minha boca
Te percorre
Feito louca
Me socorre
E se escorre
Meu prazer
Pelas sendas
Mais gostosas
Que desvendas
Quando gozas...
Publicado em: 12/04/2008 21:17:32
Última alteração:21/10/2008 18:23:57


VOCÊ
Agradecendo a Deus tua beleza.
Tudo em volta de ti, abre um sorriso.
E se exaltar o Belo, for preciso,
Assim também sorri a Natureza.

Sobre teus pés, coloca seu perfume
A flor mais bela que no campo existe,
E o sabiá entoa um canto triste,
De ti, quase morrendo de ciúme.

As águas vão cantando, nas cascatas
Belas canções de amor que, suavemente
Vão se espalhando pelas verdes matas.

E esta canção que inspiras se revela
Em cada gesto teu, pois és, realmente,
De todas as mulheres, a mais bela!


MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 10/04/2008 14:17:07
Última alteração:21/10/2008 18:21:30


VOCÊ
Esta minha alma, penitente e aflita,
Sabe do mel que em tua boca existe;
E na emoção que este meu peito agita,
Se pensa em te perder, já fica triste...

Vem de teu corpo o cheiro natural
Que a brisa deixa solta pelos ares,
Aroma de mulher, leve, sensual,
Com que perfumo todos meus altares.

São detalhes guardados na memória
Que, quase sempre, afloram na lembrança,
Na alegria que, assim, minha alma alcança!

E compondo o painel de minha história,
Deixando livres os meus pensamentos,
Eu te revejo em todos os momentos!


MARCOS COUTINHO LOURES
Publicado em: 17/04/2008 13:17:52
Última alteração:21/10/2008 18:26:12


Percorro meus delírios, sonhos, medos...
Segredos ponho, barcos e tempestas;
Festas e fantasias, carnaval...
Aval de Deus permite cada luz...
Iluminas as minas de minha alma...
Acalmas todas dores que virão.
Por certo não conjugas sofrimento
Com meus desejos mais sutis, carinho...
Num átimo, meu último segundo.
Caçando tais estrelas ness’astral.
Sim, nossa verdadeira manhã morre.
Escorrem dos meus dedos, nossa vida.
Ávida vida, deve breve vértice...
Artífice da sorte, motes mortes...
Temo o temor, tremendo teus tentáculos.
Meus oráculos mentem, nada tenho...
Venho desse jamais tivesse sido...
Duvido do óbvio, vingo minhas chagas.
Algas nas águas, mágoas nas lagoas;
Entoas novas loas, trovas, canto.
Tanto tempo terei temporal, medo...
Segredo meu segredo segregado...
Minhas minas terminas temerária.
Na confusão dos cios, ciclovia...
Havia álibi, livre colibri.
Mas quando vi, estavas só vagando...
E te perdi, pedi a penitência.
Feche teus olhos, veja o meu desejo.
Num martírio, deliro e nada resta,
Pela fresta, janelas, portas... Morta
A solidão, revive viva vida.
Não quero mais senão, sertão, serralha.
Nem a canalha forma que me forma.
E que me informa: foste tão fugaz...
Publicado em: 26/04/2008 11:27:41


Amor veio de longe
Um anjo lá do céu
Trazendo tanta luz
Aos pobres olhos meus...
Que buscam as estrelas
Esperam as estrelas
Dos doces olhos teus.

A vida vai passando
Sem nada mais dizer
Espero que tu venhas
Nos anjos, mas cadê?
Pressinto essa chegada
Chegada desta estrela
Chegada nesta estrela
Preciso te saber...

Escuto uma canção
Que fala de teu nome
Trazendo a mansa brisa
Quero ser teu homem...
E sinto que chegaste
De noite, nesta estrela.
Mas és a própria estrela
Teu brilho me consome...

Estrela que desejo
Que é anjo e me domina
Sempre que te vejo...
Sempre que te tenho
Sempre que me tomas
Nos braços, me alucina...
Estrela pequenina
Tu és a minha sina...
Publicado em: 06/05/2008 19:06:18


Por vezes,
Tantas vezes
Esquecido em algum canto
Da sala de estar.
Um coração quase insano,
Desesperadamente
Tomado pela angústia
De querer ser também querido
Repara numa foto
Deixada na escrivaninha.

Num triste ritual
Entrego-me ao sonho,
Saudade do que talvez ...

Mas a vida amarela a foto
E nada de respostas.

Quem sabe se ela visse
Através daquela fotografia
Pudesse entender enfim
Em cada ruga,
Na pele pálida
E nos olhos distantes
O quanto eu sempre a amei...

Mas só resta aquela foto
E um vazio...
Amarelando minha esperança...
Publicado em: 15/05/2008 18:49:02



Afagos
Tragos
Algas
E sargaços
Abraços
Aços doces
Eixos cântaros.
Cantatas
Serenatas
Atos arcas
Barcaças
Longe o cais
Que não concebo.
Ele que não veio
Trouxe o seio
Da moça que eu bem quis
E não sabia...
Hábeis
Lábios
Lábias
Arcos
Marcos.
Barcos
Que se entregam
Poesia.

Afino
Atino
Diapasão
Distante...
Quem sabe?
Virás
Entre vírgulas
E reticências...
Publicado em: 15/06/2008 21:34:46




Procuro-te
Entre mentes
Entre senhas
Entre sanhas
Entrementes
O que encontro
São as sombras
De teus passos
Dentro em mim...

Publicado em: 16/06/2008 20:04:36
Última alteração:20/10/2008 21:51:54



Farsas
Falas
Falsos diamantes
Ante o trono
Antes de tudo
Abandono.
Mudo a sala
A vida fala
Assola o vento
E a sola dos sapatos
Enlameiam o quarto.
Vagos olhos
Vagam tontos
Onde estás
Que não respondes?
Publicado em: 18/06/2008 21:34:56
Última alteração:19/10/2008 21:05:09


Molambo
Apenas escombro
Resíduo.
Resto
Arestas
Aparadas
Sobra quase nada
Senão o desprezo
Que prezo e lamento
Atento aos vendavais...
Voltaste do nada
Atada ao meu corpo
Saudade do porto
Que não disse nada
Nem sossego
Nem arrego
Abandono..
Sono
Cadê?
Loucura
Cura
No corte.
Na chaga
A paga
Apego
Praga?
Apátrida
Pétrea
Fétida
Pútrida
Mas minha.
Publicado em: 31/07/2008 16:51:25




Quem me dera se eu pudesse
Viajar antes de ti,
Rogo sempre a Deus, em prece,
Desde que te conheci...
Publicado em: 02/09/2008 12:56:29
Última alteração:08/09/2008 05:00:04


Nas ruas desfilava a bela forma, esguia;
Trazia em seu olhar, um raio de luar.
Vontade de viver, vontade de chorar...
Amor fora distante, em plena asa do dia...
Sua beleza rara, a deusa não sabia;
Criança que matava, a cada meu sonhar,
Não via, distraída, a promessa de mar
Que, embalde lhe trazia, em minha poesia...



Publicado em: 09/09/2008 21:34:27
Última alteração:17/10/2008 14:36:37


No tempo em que, dispersa nas saudades,
Dormias e não vias os meus dedos
Que buscavam carinhos sem segredos,
Nas ondas, t'as melenas macias,
Desse negro absoluto, as fantasias,
Que se traduziram em tempestades,

Desde que tu te foste, meu amor;
Não restando sequer sombras, desejos...
Saudades dos jamais tentados beijos,
Na angústia de te ser sem ter-te tido
Na perda do que nunca foi pedido,
Certezas de não ter nem desamor.

Fugias sem saber que eu te caçava
Nas noites e nos dias, nuvens tantas
O sol, também a lua, nunca brilham
Se não tiverem luz, nem maravilham
O céu que permanece nem escuro,
Pois é indiferente, nem maltrata.
Apenas existindo, sempre mata,
Aquele que jamais amor amava.

Amor sempre sonhava sem prenúncios
Com medo de ter medo da paixão
Nos vícios da temível solidão
Sabia que jamais fora feliz.
Mas a vida precisa ser por triz
Amor que se pretende quer anúncios!
Publicado em: 15/09/2008 21:24:17
Última alteração:17/10/2008 13:45:29


Caminhas na beleza destes lírios
Nos linhos e nas rosas alvas flores.
Vivendo sem temer sequer as dores
Procuras pelas noites em delírios
Esquece-se somenos dos martírios...

Em teu caminho aromas e delícias.
Seguindo, radiante nunca paras.
Bem sinto que no fundo tanto amaras
Vivendo um paraíso de carícias.
Amores te inundando de malícias...

Serenas as noturnas caminhadas
Que fazes pelos campos deste amor.
Querendo teu querer em plena flor
Sabendo das estradas mais ornadas.

Quem dera se não fosses mais embora!
Meu mundo transbordando sem ter medo.
Amor de tanto amar sabe o segredo
Que trama teu prazer, amor implora!
Publicado em: 17/09/2008 15:26:33
Última alteração:17/10/2008 13:35:14


A noite tenebrosa aproximava,
Nas mãos deste fantasma, meu guerreiro,
A lua tão lasciva decorava
Todo o céu, transformado num tinteiro...
O rastro das estrelas transportava
Amor que sempre fora verdadeiro,
Cometa-prostituta se entregava
Nos braços deste amor, mar derradeiro...

As algas fosforescem no oceano,
Testemunhas reais deste romance...
Na noite das orgias, cada lance
Delirante transforma todo plano
Permite que prazer de novo avance,
Refaz toda luxúria e todo gozo...
Quem nunca cometeu sequer engano?
O mar derrama as ondas, caprichoso...
Publicado em: 18/09/2008 09:24:24
Última alteração:03/10/2008 13:58:12


Meu brilho
Tu não sabes?
Chegando das coxilhas
Dos pampas, belas sebes
Estende em maravilhas
Nas quais
Tu já me embebes...
Publicado em: 01/10/2008 15:30:56
Última alteração:02/10/2008 1


Brilho Estrelar
No teu brilho estrelar, és solar fácula;
Na tua trilha sigo, meu farol.
Sem te ter, perderei meu rumo, sol!
Minhas noites perdidas, pura mácula...
Publicado em: 21/10/2008 13:07:43
Última alteração:23/10/2008 10:06:22


Vencendo qualquer medo
Que a vida nos trouxer
Viver sem arremedo
Vem ser minha mulher
Vencer qualquer degredo
Vim ver o que quiser
Uma ávida vontade
Da vida que vier
Trazendo a tempestade
Do jeito que puder
Traçando meu caminho
Meu imã, minha irmã
Fazer do nosso ninho
Um gosto de maçã
Pecado é não comer
Deixar isto de lado,
Com mel e com prazer
Um sonho assim alado
Ao lado de quem quero
Querendo sempre mais,
Amar pra ser amado
É bom, eu sei, demais.
De mais intensidade
Que nosso amor se dá?
Não há, digo a verdade,
Nem jamais haverá.
À vera sensação
Um brinde em nossa cama,
O manto que te cobre
Descobre o teu prazer
Pra ver o que se faz
Assaz e sem limites.
Imito cada passo
Espaços descobrindo.
Abrindo já os laços
Que fecham teu vestido.
Vertendo neste embalo
Saber que nada falo,
Apenas mergulhando.
Agulhas e mergulhos,
Frangalhos no depois.
Nós dois em amor dados,
Enamorados somos,
Os gomos que se tocam,
Nas tocas mais argutas
Nas grutas que invadimos
Nos sismos que criamos.
Amamos todo o tempo
Sem cismas sem juízo.
Avisos, contratempos
Deixamos sem resposta
A mesa se fez posta
E a festa nos regala,
A noite que é de gala
No quarto, copa ou sala,
Palavra que se fala
Desejo que se cala
Noutro desejo insano.
Um gesto soberano
Sem mágoas, sem engano.
Amor que não faz plano
É feito uma aguardente
Que toma, de repente
O coração da gente.
E faz tudo rodar....
Publicado em: 29/10/2008 21:10:47


Estava cansado
Pensando na vida,
Estrela caída,
Morrendo no mar.
Depois a tristeza.
Brincou de princesa,
Ficou do meu lado,
Não quis descansar...

Vestido de forte,
Pensei na saudade
Foi tanta maldade,
Não pude sonhar...
Na vida quem sonha
Deixando a vergonha
Se esquece da morte,
Não quer mais lutar...

Procuro teu beijo
Cadê, meu amor,
Me resta esta dor,
A dor da minha alma,
É tanta que choro,
Te peço, te imploro,
É grande o desejo,
Viver sem ter trauma...

Chegou o momento
De ter teu carinho,
Não vou mais sozinho,
Espero o luar...
Não quero essa cruz,
Procuro essa luz
Vital pensamento
Que possa brilhar...

Meu povo sofrido,
De fome calado,
É gado marcado
Não pode falar.
Senzala resiste
A dor inda existe
Um grito contido
Já tenta ecoar...

Chibata sangrando
O couro cortava
A mãe que chorava
O filho gentil,
Depressa se cala,
No quarto e na sala
Aos poucos matando
O nosso Brasil...
Publicado em: 05/11/2008 12:26:56


No teu corpo, seios fartos,
Alvoroço esta vontade
De beber cada gotícula
Até ter saciedade.

Devagar, teu gozo vindo,
Tuas pernas recebendo
O vinho quente que inebria
Sem pudores, num crescendo.

Tempestade em lago fértil,
Avalanche em doce gruta,
Não contendo, em explosão,
Dos prazeres já desfruta.

Embrenhando nestas matas,
Cada vez bem mais sensível
Nas cascatas que derramas,
Um rocio feito incrível.

Depois da sede aplacada,
Ressonando calmamente,
Minhas mãos te vasculhando
Vão pedindo novamente.

Repetimos nossos atos
E fazemos mais amor,
Nos regatos nos fartamos,
Até que chegue o torpor.

Teu desejo, minha gula,
Nossa fúria sem fronteiras,
Corpos nus, lençóis no chão,
Querendo tudo o que queiras...
Publicado em: 19/11/2008 18:38:38


Percorro tantas brumas para ter
O raio deste sol que quero ver
Depois de tanta chuva em tempestade.

Buscando nas searas a pousada
Que traga num remanso minha amada,
Depois de tanto tempo. Que saudade!

Pântanos insalubres, urze e espinho,
Em meio a tensas curvas do caminho
São terríveis obstáculos, não nego,

Mas com amor que trago no meu peito,
A dor se esquece e morre sem direito
Envolta na esperança que carrego.

Eu amo teu amor só por amar
Amor que tanto soube cultivar
Neste jardim benigno que me deste.

Seguindo deste amor belo cortejo,
Sabendo me em envolver em teu desejo.
T'a pele me servindo como veste...
Publicado em: 25/11/2008 17:51:45
Última alteração:06/03/2009 16:41:56


Asas
Abertas
Alertas
Acesos
Sigo
Cada passo.
Falso,
Alço os céus
Que sonegas
E bebes.
Ícaro?
Mergulho
No vazio
Que criaste.

Publicado em: 26/11/2008 19:53:35
Última alteração:06/03/2009 16:36:45



Entre algas
Sargaços e marés
Marulhos de corpos
Que se tocam
Se entornam
E se bebem.
No pouso
O ancoradouro.
Afeto
Confeito
E delícias...
Cimos,
Costas
E recôncavos...
Publicado em: 27/11/2008 09:39:48
Última alteração:06/03/2009 16:34:4


Não sei se te beijo,mordo dou-te colo
Ou se me prosto no chão
Implorando por tua dominação
Seu jeito menino,as vezes leão
Atormenta minha mente
Aquece meu coração!
Erupção de corpos ardentes
Louca paixão envolvente

POLI SUB

Cheiros,
Delírios
Delitos
E gozos
Bocas audazes
Velozes desejos
Anseios
E seios
Nos lábios vorazes.
Tomados de gozos
Audazes amantes
Instantes, fornalhas.
As bocas vasculham
Fronteiras invadem...
Publicado em: 02/12/2008 08:44:42
Última alteração:06/03/2009 16:27:0


No sertão do Ceará
Encontrei linda princesa,
Carregada de tristeza,
De tanta dor prá contar.
Beleza igual ao luar,
O luar do meu sertão,
Que, com toda essa emoção,
Não consigo lhe esquecer.
Tão bela quanto você,
Não fez Deus, na criação.
Publicado em: 03/12/2008 10:33:54
Última alteração:06/03/2009 16:09:08


Teus passos vieram mansos
Mansos e tranqüilos. Tardios...

Passos que escuto e não falo,
E não penso
E não vejo
E nada ouço.
Apenas sei.
Mas basta saber,
Basta saber para sentir,
Ver e ouvir.

Recebo teus olhos
Distantes pelas ondas
Telepáticas
Apáticas
Espásticas.

Nada mais eu terei
Senão a vontade louca
De misturar reações
E medos.
Segredos
Sacrilégios
E poesias...
O cheiro da noite vem
O gosto da noite vem
A noite vem
Eu não,
Vou...

Mas, no fundo,
Rio e me divirto
Com o medo, solidão
E o escambáu.
Sou o meu reverso
O que não seria
O que nunca fui
Apenas insinuo.

E fluo nos sonhos.
Meus barcos ponho
Nos mares que pensei
E ancoro.
Morro afogado
E renasço,
Eternamente
Na vaga e insensata
Poesia.

E te amo,
Acima de tudo
Não se esqueça
Que eu sempre amarei
O que de melhor
Em ti encontrei.
O brilho
Que já perdi
Que já me ofusca.
O que foi translúcido em mim
Opaco.
Opaco
Opaco...

Velho e desmembrando-me a cada passo,
Espaços e fantasias
Se ias eu não sei.
Sou apenas,
Não seria
Nem serei,
Apenas fomos
O que sempre seremos.
Amantes e sonhadores
Viventes em nós mesmos
Em um caminho irremediável
Ao infinito.

Não existo, incorporo.
Não existo, reflito
Não existo, exalo.

E isso em nós se transforma
No espelho maravilhoso que somos nós.
Cúmplices de nós mesmos.
Esmos de nós mesmos.
Nós de nós mesmos.

Vamos pegar uma carona na estrela
Que não veio
Até o universo que não é nosso
Mas é o nosso porto
Nosso cais.
O tempo de ser
É agora.
Amanhã?
Tarde demais...
Publicado em: 07/01/2009 08:38:07


Mecas
E becos
Amores
Retidos
Nas curvas
Beirais
Atrás dos meus sonhos
Mereço uma chance
Que calce a esperança
E lance infinitos?
Sinas
Sinos
Sítios...
Sombras de nós mesmos
Ermos
Congruentes.
Dentes
E bocas
Risos
E mil tons...
Publicado em: 08/01/2009 11:55:49
Última alteração:06/03/2009 11:46:29


Sem culpas
Medos restos
Escombros
E âncoras
Vago pelo universo
Do corpo desnudo sobre a cama.
Na tez morena
Acena a sorte
E acendo o abajur.
Abro as janelas
Permitindo a entrada
Das velhas falenas
Atraídas pela luz que irradias...
Publicado em: 13/05/2009 15:36:52
Última alteração:17/03/2010 19:44:55



Encontro sem vergonhas e temores
Quem tanto no passado se pensara
Diversa desta noite imensa e clara
E nele agora vira refletores,
Por quanto a cada dia mais te pores
Vibrando em sintonia noite rara
E assim a cada passo mais ampara
E traça novos rumos sem rumores,
Deixando estes pudores no passado
Resides no que tanto desejei,
Viceja em primavera bela rosa
E quando nos requebros poderosa
Espalhas mil desejos nesta grei.
Publicado em: 04/06/2010 10:01:35



Parece-me que foi numa outra vida
aonde uma esperança me trouxesse
um riso complacente, uma alegria,
que apascentasse o dia feito prece.

Qual rústica campônia tu vieste,
nas mãos tão calejadas pelas dores.
Rondando em minha cama, vagos lumes
vestidos transparentes multicores.

Mosaico de emoções, ardor e frio,
repentes em rompantes, beijo e gozo.
Mordias cada lábio com vontade,
num mundo em pleno amor, maravilhoso...
Publicado em: 21/09/2007 21:52:09
Última alteração:02/11/2008 21:57:06


Querida, teu amor é como inverno
Que gela e que maltrata, nada faz;
Mas quero teu amor do mesmo jeito;
Perco-me sem amor, sou incapaz...

Vivendo essa miragem no deserto,
Distante do que sempre desejei.
Na mansidão demais, eu já me escondo,
De tanto que em batalhas me criei.

Eu quero ter remanso, mas nem tanto,
Eu quero ter amor em convulsão.
A brisa que trouxeste nem me move
Preciso descobrir uma paixão...

Em versos que te faço, calmaria,
No canto que te peço, tempestade.
Eu quero uma emoção para viver,
Cansei de tão pequena claridade...

Eu quero também festa e muita dança
Amor feito uma avenca não me atrai.
Da noite que este amor não se despenca
Quem sabe, de repente, a ficha cai.

E vamos pelas praças sem ter medo
Sabendo que uma noite não é nada,
Depois de tantas horas no marasmo,
Romper, bebendo o sol, numa alvorada...

Correr nossa nudez, deserta praia,
Brincar com estas ondas sem juízo...
Viver sem saber nunca quantas horas,
Voltar, partir, chegar sem ter aviso...

Assim sem compromisso sem ter pena
Lambendo a tempestade com carinho.
Talvez o nosso amor se recupere,
E rompe tal gaiola, passarinho...

As asas que cometo são meus guias.
Em tanta insensatez, amor liberto.
Não será mais apenas um retrato
Dessa miragem morta no deserto!
Publicado em: 20/01/2007 00:04:27
Última alteração:02/11/2008 21:05:53


Você, meu prazer/ Loucura e desejo

Percorro teu corpo/Mergulho em ti

em sensações, /alucinadamente;

íntimo momento./ clímax absoluto.

Mara Pupin // Marcos Loures

Publicado em: 28/03/2007 17:04:30
Última alteração:28/10/2008 05:48:00



Você, meu sol / Estrela guia

que reluz / dentro de mim

vive /refletindo

ama! /você!

Mara Pupin // Marcos Loures

Publicado em: 27/03/2007 14:24:15
Última alteração:28/10/2008 05:48:36


Constantemente, o teu silêncio fala,
Na solidão das noites sem luar,
Quando te vejo, entrando pela sala
Dos sonhos que deixaste em teu lugar.

Se tudo em volta, esta lembrança embala,
Sentir posso melhor, o teu olhar!
E na emoção que este meu sonho exala,
Doces momentos posso recordar...

O teu perfume, em pétalas, evola
Do etéreo corpo que, entre luzes, vejo
E, jogando de lado a camisola,

Ficas ali, como um cristal de jade,
A refletir, na paz do meu desejo,
As cores eternais de uma saudade...

E sinto o respirar doce e macio,
Da boca que desejo tanto, tanto;
Envolto nos teus braços, perco o fio,
E sinto teu amor, teu louco encanto...

As roupas esquecidas na cadeira,
Nessa espetacular nudez, belezas.
Paixão que nos assola, verdadeira,
Intensa pois coberta de certezas.

Eu quero descobrir cada detalhe
Desta divina deusa, escultural.
Na preciosidade deste entalhe
Perfeito na moldura sensual.

E vivo, meu amor, cada momento,
Todo o furor que traz o sentimento...

Maria Feijó
Marcos Coutinho Loures
Marcos Loures
Publicado em: 06/02/2007 19:56:20
Última alteração:02/11/2008 21:06:18


De todos os pendores que tu trazes
Em rastros delirantes, as pegadas,
Mudando qual a lua, tantas fases
Na vida de repente mil guinadas,
Grinaldas, himeneus, desenhos fazes
Nas rondas que nos cercam, madrugadas
Depois no amanhecer, louca ironia,
Sorris tão delicada, num bom dia...
Publicado em: 10/11/2007 15:31:17
Última alteração:02/11/2008 21:53:48


Voláteis emoções são como passes
Ao sabor das bocas femininas o poeta se atira em restos intocáveis de devaneios lúdicos que lubrificam calças na dança dos pijamas de listras azuis num xote que da samba, num samba que da rock, num rock que da frevo e Cauby canta Conceição, Timóteo ataca de Mamãe, Chico Buarque joga pedra na Geni e fica vendo a bunda passar, Nelson Nede pede para que alguém receba as flores que ele manda, Ari Barroso diz que é no Brasil brasileiro e nesse coqueiro que dá coco que vai até a Baixa do Sapateiro e encontra a morena mais bonita da Bahia, Gil sobe em abacateiros e diz que quer falar com Deus, Caetano dá uma de viado cantando o menino do Rio e leozinhos, Benedito de Paula dá vivas às mulheres brasileiras colocando-as em primeiro lugar, Betânia não sabe se fica em beta, alfa ou em gama para cantar carcará num pega pra matar e come que nem Nelson Gonçalves com sua volta do boêmio consegue saber se vai embora para rever os amigos que um dia ele deixou a chorar de alegria, de modo tal que Tom Chopim canta a garota de ipanema fumando charuto cubano com Vinicius ali cubando as tardes em Itapoãn com seu velho calção de banho no toque de Toquinho que acabara de aparar o bigode enquanto João Bosco e Aldir caiam de de um viaduto junto com Charles Chaplin e Elis Regina que se preparava para tomar whisky com guaraná e já o Gonzagão queria ovo de codorno pra comer porque já com tantos anos de sanfona e nem mesmo com Rita Lee fazendo amor por telepatia conseguia dar jeito mais no rei do baião. Vida a levar. Fagner com aquela voz de galo da madrugada se algodoava em ternos de linhos branco e dava uma de coitadinho dizendo que nada do que ele via lhe trazia contentamento num cearar de Belchior que queria romper com o passado e se dizia jovem, talvez até mais jovem que a jovem-guarda em Roberto mandava tudo para o inferno, virava gato negro e depois passou a ficar cheio de emoções com as quais ficou junto com Erasmo sentado à beira do caminho esperando Jorge Ben cantar fio maravilha, enquanto não se encontrava o fio da meada, Mamá de Belém foi parar em terras lusas e começou a cantar que o Brasil ainda seria um imenso Portugal... vai nessa, Véi! Zeca Pagodinho canta e brahma, João Gilberto deixa o pessoal da bossa-nova com saudade em chega de saudade, parte para o pato, toca no piano da madame que não gosta de samba com seu violão que ele diz sair por aí debaixo do braço, a mineirada se assanha com o clube da esquina dos aflitos, Beto Guedes bebe todas e canta com aquela vozinha de vendedor de fruta cítrica que espera pelo sol de primavera, Toninho Horta se entorta pelas bandas de um jazz em que todo mundo escuta maravilhado e sai do show sem entender nada e Milton Nascimento diz que amigo é coisa pra se guardar. Vai nessa, Véi! Amigo é bago de cachorro. Pascal, o Blaise, já dizia que se as pessoas soubessem o que dizem umas das outras, não haveria dois amigos no mundo. Mas o amor é lindo, o amor é profundamente lindo. Ila ila ilariê ô ô ô. ila ilariê ô ô ô. ila ila ilariê ô ô ô... é a turma da Xuxa que vai dando o seu alô. Tá na hora tá na hor... bicho tá pegando, melhor é partir pros lados metaleiros da vida em que Ozzy Osbourne come um pombo vivo em pleno show, Megadeth fica num úúúúúúúúúúú agudaço que lota o saco e quase arranca os tímpanos, tento em e com vão amenizar a barra com um pouco de blues, mas a guitarra de B.B. King me deixa numa sonolência que volto pro meu país correndo mais que Roberto Carlos na estrada de Santos cantada por quase todo mundo da MPB, acho até que até Nara Leão cantou essa do Bebeto. Brasil não é só bom de mulher e futebol, pois yes que nos temos bananas, bananas pra dar e vender... música, meu irmão. Brasil é bom de música e música de qualidade. E Pixinguinha? Um gênio. E Egberto Gismonte? O cara toca até arame farpado. Hermeto Paschoal faz música até com panela e ronco de motor de automóvel. Aquele gaúcho... lá do Paraná é que não poderia ser, né, meu chapa?, o Lupicínio Rodrigues, que fazia música de dor-de-cotovelo, aquele, esse mesmo que fez felicidade foi embora e a saudade no peito ainda mora... pois é, ele fazia música e letra de qualidades e não tocava instrumento nenhum. Brasil é phoda, meu chapa! É samba, é bossa, é frevo, é coco, é baião, é o seu botão; também tem aquele lance infeliz do axé que é music, o pagode que só sacode mulato que pinta o cabelo de amarelo, aquela tamborereira chata dos Brows da vida. Resta saber se o seu xote tá mais pra polca ou cai mais pros lados do forro. Mas, no geral, o Brasil é phoda! E que nenhum latim metido a besta venha por aqui meter o bedelho que eu arranco-lhe o rabo. No mais, orgulhemos das coxas das morenas e penetremos nelas, pois faz bem, sacia a tesão, cura gripe, diverticulite, asma, bronquite, incontinência urinária, urticária, bursite, acaba com trauma de poeta frustrado e faz nascer belas canções e sonetos.

O Velho Menino


Que fazem desta corda um arremedo.
O quanto muitas vezes quis e cedo,
Não vale na verdade tais impasses.

Por mais que as ilusões; nades; trespasses
Os gestos entorpecem o mais ledo
Deformando per si qualquer segredo
No enredo mais supremo dos enlaces.

Minha alma com fatal furunculose
Aguarda a redenção que não virá,
O amor não viria por osmose

Tampouco restará meu Xangrilá
Brasil queimando aos poucos letargias,
Brasília queda ao som de mil orgias...
Publicado em: 19/06/2009 12:40:48


Moça está na janela
comendo seu pão com queijo;
da boca faz um revólver,
atira de lá um beijo.

Minha amada; se soubesse
Como eu gosto de você;
Meu coração te obedece
Sem você não sei viver.

Tu tens cheiro desta rosa
Mais bonita e perfumada,
Minha rosa tão formosa
Sem você eu não sou nada.

Sinto o cheiro desta boca
Tão gostoso como a flor,
Pena que a vida é tão pouca
Senão morria de amor.

Todo dia te procuro
Não me canso de buscar,
Vou no claro, vou no escuro
Doido pra te namorar.

Coração desembestado
Não sossega um só segundo
Eu estou apaixonado,
Por ti vagueio no mundo.

Minhas mãos estão cansadas
De cuidar deste jardim,
Violas enluaradas
Pedindo: volta pra mim!

A trova inicial é da região Nordeste de Minas

Publicado em: 26/03/2007 20:08:39


Volta, Meu Amor



Amor quando some
Saudade consome
É tão duro te perder...

As horas não passam
Meus olhos te caçam
É tão duro te perder...

É tão triste viver assim
Buscando teu amor em mim
Meu amor está distante
Minha dor é tão constante
Quero teu amor, enfim...

Tristeza doendo
Meu amor sofrendo
É duro te perder...

Te quero comigo
Meu amor amigo
É duro te perder...

Por tantos mares naveguei
Na busca deste teu abraço
Sofrendo em solidão,
Vou sonhando com teu regaço,
Amor; peço perdão!

Depois de tantos erros cometidos
Agora te procuro minha amada,
Eu te desejo em todos os sentidos
Se eu te perder, amor, a vida é nada...

Vem cá, vem cá...

Tanto que sofri,
Amada, estou aqui.
É duro te perder...

Te peço perdão,
Ouça o coração.
É duro te perder!

E por favor, não deixe assim,
O meu amor nunca tem fim
Eu te espero a cada instante
O meu amor constante
Volta, volta; amor pr’a mim...

O que farei, amor, sem ter;
O teu amor que espero estar comigo.
Vontade de poder te receber
De novo em nossa casa, nosso abrigo...
Publicado em: 30/12/2006 11:24:55
Última alteração:02/11/2008 21:00:


VOLTA, MEU AMOR

Abandonado... partiste.
A saudade, minha herança!
Estou só estou tão triste...
Morte encontro na lembrança...
Abandonado... Nada existe
A noite mais fria avança...
Só meu coração insiste
Do que resta em mim, aliança!
Horas passam, dias voam...
Fico cada vez mais só..
As aves não mais revoam.
Até morte, companheira,
Me deixou, não teve dó...
Te procurei vida inteira...
Mas me deixaste sozinho,
Aqui espera teu ninho,
Retorna meu passarinho!
Publicado em: 29/08/2007 17:43:18
Última alteração:02/11/2008 22:00:37



A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda...

Pablo Neruda

Voltando para casa, tão cansado,
Desta labuta imensa, dia a dia;
O sonho tão distante, inalcançado,
Porém minha alma nunca se esvazia..

No sangue e no suor, sempre banhado,
Uma esperança teima. É fantasia...
Do amor que é tão sublime derramado
Nas lágrimas vibrantes, na alegria...

Embora mal disfarce a decepção
Persisto nesta luta. Se é inglória
Nem por isso dispensa esta paixão

Dos olhos que apascentam, mas não calam.
Minha amiga, nas mãos a nova história
De que estas Escrituras tanto falam...
Publicado em: 15/04/2007 19:30:17
Última alteração:15/10/2008 17:11:42


Voltando pra casa
Voltando pra casa
Deposta a tempesta
Vou ávido em brasa
Querendo esta festa
O tempo se atrasa
Saudade me atesta,
Viver o que resta
Sem medo ou porquê
Tocando você
Voltando depressa
Que a gente tem pressa
E o tempo não pára.
Se a boca deseja
O beijo que dou
Amor relampeja,
Por isso voltou...
Publicado em: 05/08/2008 14:03:29
Última alteração:19/10/2008 20:48:16


VOLÚPIA

Desejo teu olhar e tua boca
Nau louca que mergulho sem saber
E vendo tanto amar e mar crescer
Espero pela lua, nua, louca
E lanço meus sentidos ao prazer
De ter o que quiser e puder ter
Até a voz que grito, ficar rouca.

Eu quero mergulhar nesse oceano
Sem limites e senso de chegada
Quero,Tenso, viver na minha amada
Os medos e vinganças tanto plano
Que tramo e no final da minha estrada
Desponta com a luz numa alvorada
Dizendo do prazer sem desengano.

Eu Quero o teu desejo em meu carinho
Eu Quero o meu carinho em teu desejo,
O mar que sem ter fim eu tanto almejo
Agora não mergulho mais sozinho
E vivo cada canto que versejo
Nas delícias incultas deste beijo
Em raios e relâmpagos, no vinho...

Sem sequer querer saber de nexo
Vencido pela dor destes teus gozos.
Mal durmo meus desejos torporosos
Nem quero mais saber se sou complexo
Nem destes meus hormônios belicosos,
Só quero reviver deliciosos
Caminhos de volúpia no teu sexo...
Publicado em: 13/12/2006 14:29:13


Voluptuosos olhos te devoram,
___________Amorosos./
Há dias em que o Amor se faz/
Anúncio no ardor dos teus olhares/
Na quentura macia verde jade./
Receptivo, meu idioma te abraça/
Murmuram meus olhos então melodias/
Entoadas em sorrisos das retinas./
Vertigem, respiração entrecortada/
Olhares amorosos se abrigam nas revoadas./
KARINNA.

Voluptuosos olhos te devoram,
Percorrem o teu corpo mansamente,
Paisagens divinais, eles decoram,
Guardando cada ponto em minha mente.

Desejos indomáveis já se arvoram,
No intenso vendaval que se pressente
Fotografando tudo, se demoram
Bebendo da beleza transparente...

Aumenta neste ardor, temperatura,
Incendiando o quarto em tal quentura,
Numa avassaladora sensação

Até que na avalanche, uma vertigem,
Intensa fantasia desde a origem
Condenada à fantástica explosão...
Publicado em: 05/03/2009 16:17:38
Última alteração:06/03/2009 01:29:35


Vontade de Amar Demais!

Vez por outra
Sem ter pressa a gente tropeça
Nas próprias pernas
E pernas pra que te quero.
Procura outro caminho.
Das guinadas da vida
As grinaldas são fogo,
Amor é roto e bancarrota
Banco o roto e falo do
Esfarrapado.
Esparadrapo na alma.
Não cura mas ativa.
E se reativa
Desativa a bomba
Da loucura
Da paixão.
Andava desde menino sem saber
Que se sei não sei ou não sei bem
Quem disse que de tanto amor que tem,
O tempo não deixa tempo para amar.
Eu quero tua boca,
Não me negue.
Amor que me carregue
E me suporte.
Será assim mais forte
Que a morte que cobiça
Cada dia que passo,
Cada verso que traço,
Meu disfarce.
Tenho medo sim senhor.
Não vou negar
Não sou forte.
Mas quem bate na porta
Encontra fechada
E nem se importa
Com mais nada.
Apenas quero a solução,
A saída
Que me traga a comovida
Vontade de amar demais!
Publicado em: 08/12/2006 22:57:19


Quero percorrer o mundo
Nas asas deste segundo
Neste meu amor profundo
Com gosto puro de mel.
Quero a louvação do beijo
Adoração do desejo
Em tanto amor que azulejo
O brilho deste meu céu...

Quero meu amor brilhando
No teu coração cantando,
De tanto que estou amando
Quero amor que sei demais...
Quero o gesto soberano
Deste coração humano
Neste amor que tanto ufano
E que sempre quero mais...

Quero a coragem serena
Desta lua imensa plena,
Cujo lume sempre acena
O meu caminho a trilhar.
Eu quero nova esperança
Que meu coração alcança
Numa imensa paz se lança
Esta vontade de amar...
Publicado em: 13/02/2007 16:42:22
Última alteração:02/11/2008 21:04:59


Contra a dança nada tenho
Quero contigo dançar
Quanto amor, querida eu tenho,
Dá vontade de casar...
Publicado em: 13/08/2008 21:23:59
Última alteração:19/10/2008 20:06:00


Pecado original
Vontade sem igual
Amor tão sensual
Nas tramas que fazemos
Nas camas que rolamos
Nos olhos que brilhamos
Ansiedade pura;
Envoltos na ternura
Num toque de brandura
Traquejos e nudez
Desejo que se fez
Vontade de voar...

Eu quero o teu prazer
Envolto em meu querer
Nas ânsias de viver
Felicidade plena.
Amada, não faz cena
Que a sorte nos acena
Convida a passear
Nos corpos mais sedentos
Abrindo o peito aos ventos
Nas asas da paixão
Tomando o coração
Vontade de te amar...

Publicado em: 31/05/2007 18:48:53


Meu amor além dos mares
Navegando o coração.
Tantas vezes esquecido,
Mergulhando na emoção.

Meu amor nunca esmaece
Vive sempre no meu sonho.
Tanta alegria que tenho
Tanto amor que te proponho...

De sentimentos sinceros
Os meus versos são de luz,
Tua voz, assim, sublime;
Muito desejo produz.

Quero o gosto desta boca
Nos meus lábios todo dia.
Sem ser simples ilusão,
Sem ser uma fantasia...

No teu corpo delicado,
Delícias; vou encontrar,
Com vontade de te ter
E vontade de te amar...
Publicado em: 11/02/2007 21:11:11
Última alteração:02/11/2008 21:05:11



Não quero que a agonia
Pegando pela gola
Enquanto a dor esfola
Assola a tempestade
Maltrate quem sonhara
Com amor perla rara
Que amarra nossos pés
Olhando de viés
Da proa do convés
Arrancando as galés
Não quero mais grilhões
Amor aos borbotões
Arrancando os botões
Deixando a rosa nua,
A gente continua
E senta assim a pua,
Expondo o nosso peito
Amor do nosso jeito
Sem tréguas ou limites
Não quer sequer palpites
Palpita satisfeito...
Publicado em: 30/07/2008 13:08:16
Última alteração:19/10/2008 21:55:55


A vontade de você
Dominando o pensamento
Eu procuro mas, cadê?
A resposta está no vento...
Publicado em: 26/08/2008 20:15:39
Última alteração:17/10/2008 17:09:33

Vou bebendo da saudade,
Gota a gota a me fartar,
A lembrança que me invade
Já me impede de lutar...
Publicado em: 27/08/2008 21:33:45
Última alteração:19/10/2008 20:37:18


Vou bebendo desta vida
Sem jamais desperdiçar
Minha sorte já perdida
Nos teus braços foi parar...
Publicado em: 01/03/2008 21:49:11
Última alteração:22/10/2008 13:32:54


Vou beijando a tua boca
Não me canso de beijar
A paixão chegando louca
Faz a vida transtornar...
Publicado em: 26/09/2008 06:57:54
Última alteração:02/10/2008 16:08:22



Vou beijando de mansinho
Pra que não reste ciúme
Cada parte com jeitinho
Vou decorando o perfume...
Publicado em: 04/03/2008 22:33:14
Última alteração:22/10/2008 15:13:34


Vou buscando neste espelho
Minha face, encontro a tua,
Tanto agora me assemelho
Uma na outra continua...
Publicado em: 04/03/2008 21:54:37
Última alteração:22/10/2008 15:03:46


Vou buscando nos teus seios,
A delícia sem recato,
Devorando meus anseios,
Nos teus seios me retrato,

Vamos nessa que a vontade
De matar a sede, a fome,
De engordar felicidade,
Pois senão a dor nos come.

Sou teu par, o teu parceiro,
Companheiro de viagem,
Meu amor é verdadeiro,
Nunca foi uma miragem.

Vasculhando os meus caminhos,
Encontrei teu coração,
E bebi destes teus vinhos,
Teu perfume: sedução.

Hoje embriagado estou
E num vício tão divino,
Coração já te buscou
Deixe eu ser o teu menino!
Publicado em: 03/10/2008 14:03:42




Vou com tudo e não descanso
Sou teimoso, não te nego,
Teu amor é meu remanso
E sem ele eu não sossego.
Publicado em: 01/03/2008 21:25:24
Última alteração:22/10/2008 13:28:55



Vou comer pelas beiradas,
Essa sopa que está quente.
As paixões engaioladas
Aprisionam sempre a gente...
Publicado em: 20/08/2008 19:18:54
Última alteração:19/10/2008 20:24:49


Vou contigo aonde fores
Sem temer o furacão
À mais bela dentre as flores
Eu já dei meu coração...
Publicado em: 22/10/2008 13:30:40



Vou correndo pros teus braços,
Não me canso e quero mais
Estreitando nossos laços
Em abraços sensuais...
Publicado em: 20/08/2008 22:30:05
Última alteração:19/10/2008 20:29:57



Vou correndo pros teus braços,
Pra matar minha saudade,
Bem juntinhos nossos passos,
Encontram felicidade...
Publicado em: 20/12/2009 07:33:48
Última alteração:16/03/2010 08:44:57


Vou fazer a serenata,
Cantando pro meu amor,
Tanto vive, tanto mata,
Tanto encanta, canta a dor...
Publicado em: 07/07/2007 06:51:30
Última alteração:27/10/2008 21:29:05


vou fazer muita promessa
para o meu amor ficar,
nossa história recomeça
numa noite de luar...
Publicado em: 17/01/2010 10:38:56
Última alteração:14/03/2010 20:30:25


Vou montado num corcel
Chego aí em um instante
Percorrendo todo o céu
Num galope estonteante
Publicado em: 01/03/2008 21:38:13
Última alteração:22/10/2008 13:31:37


Vou pedir a sua mão
Pro seu pai, meu bem querer,
Eu não toco violão
Taco fogo e dou prazer.


Publicado em: 13/08/2008 21:46:03
Última alteração:19/10/2008 20:06:43


Vou pela vida com a vida envolvida pelas mulheres da vida...
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Mote

Vou pela vida com a vida envolvida pelas mulheres da vida...

Pela vida vou seguindo,
Com minha vida envolvida
Pelo carinho tão lindo
Das mulheres desta vida...

Marcos Coutinho Loures

A verdade, camarada,
Não é sua nem é minha,
Ao seguir a sua estrada
Use sempre a camisinha...
Publicado em: 20/11/2008 14:36:19
Última alteração:06/03/2009 18:42:13



Vou perder o rebolado
Ao dançar o bambolê
Coração apaixonado
Quer saber só de você
Publicado em: 13/08/2008 21:44:31
Última alteração:19/10/2008 20:06:20


Jaz amor que não devia
Nem ter saído do forno,
Morreu sem dar alegria
Sem enfeite e sem adorno.

Coração tão distraído
Resolveu querer-te bem,
Antes tivesse saído,
Antes só que sem ninguém.

Vazio o templo do peito,
Não quero mais teu carinho,
Vou andando satisfeito
Antes só que ser sozinho...

Empoeirado o altar
Precisa de uma limpeza,
Vou querer de novo amar,
Disso pode ter certeza.

A voz do Amor me chamou
Eu corri, fui atender,
Novo amor se aproximou,
Nova esperança vou ter.

Tudo, porém, é da sorte,
Que traz alegria ou dor,
Sempre cicatriza o corte,
Do tamanho que ele for.

Vou querer amar de novo,
Acho que já consegui,
Pode já dizer pro povo,
Meu amor: estou aqui!
Publicado em: 18/02/2007 11:19:06


Vou rimar amor e dor,
Vou rimar amor e dor,
A tristeza toma conta
Deste pobre trovador,
A saudade sempre apronta...
Publicado em: 17/01/2010 13:49:14
Última alteração:14/03/2010 20:17:


Vou seguindo a minha vida
Vou seguindo a minha vida
Procurando pelo sol,
A minha alma, tão perdida,
Feito um pobre girassol...
Publicado em: 17/01/2010 09:26:24
Última alteração:14/03/2010 20:34:39


Vou seguindo nas coxilhas
Vou seguindo nas coxilhas
Na guaiaca o coração,
Decorando as tuas trilhas
Encontrei minha paixão.
Publicado em: 01/03/2008 20:34:26
Última alteração:22/10/2008 17:13:19


Vou somente com meu canto
O meu espanto espantar.
Meu amor que eu amei tanto
Fugiu para outro lugar
Publicado em: 17/10/2008 13:53:45


Vou teclando e na verdade
Eu te tenho tanto amor,
Por favor, fique à vontade,
Esqueça o computador...
Publicado em: 19/12/2009 19:52:49
Última alteração:16/03/2010 09:55:03


Vou tocar minha viola
Para a lua na varanda,
Se a morena me der bola,
O negócio não desanda...
Publicado em: 19/12/2009 20:13:37
Última alteração:16/03/2010 08:45:42


-Como tudo terminou...

Ao me ver aqui sozinho, sozinho e a seu lado, sinto-me como um pássaro ferido, com as asas do sonho se arrastando pelo duro chão da realidade que hoje vivemos...

Nenhum sorriso, nenhuma palavra de carinho, nenhum gesto de ternura! Apenas o chão, onde seus pés descuidados esmagaram meus valores, tirando-me a alegria de viver...

Nas ruas e nas calçadas por onde passo, eu me perco á procura do nada, oprimido pelos sorrisos que cruzam o meu caminho, apesar de minha dor que, inutilmente, pede passagem.

Quando a noite chega, inundando de trevas o meu coração, olho para o lado de minha cama e vejo você dormindo.

As lembranças de um tempo distante tomam conta de mim e penso em reviver o antigo amor, tentando acariciar seus cabelos e afagar o seu rosto.

Mas eles se afastam de minhas mãos, tirando-me a esperança de voltar a ser feliz...
No fundo do baú de minhas fantasias, encontro restos de um vestido de criança, de uma boneca que a vida nos deu, como parte de nossos planos.

Cúmplices de nosso desencontros, se foi você quem fez em pedaços aqueles planos, fomos nós dois que, sem o saber e sem o querer, destruímos nossos sonhos de felicidade.

Enquanto espero que você volte a sorrir para a vida e para o amor, a solidão me invade e eu me agarro às lembranças daquilo que você foi, para sentir a sua presença, seja como for...

Como pássaro ferido, aguardo a chegada de um novo dia, o dia em que, juntos, haveremos de reconhecer os nossos erros e, abraçados e chorando, recolheremos o que sobrou de nossas vidas e de nossos planos, reconstruindo o nosso amor.

E enquanto espero o novo dia chegar, sem motivos, vou vivendo... Vou vivendo sem você...

Marcos Coutinho Loures
Publicado em: 08/02/2007 14:15:30


Vou voltar para o sertão
Vou voltar para o sertão
Se Maria não vier,
Lá deixei meu coração
Nos braços de outra mulher...
Publicado em: 13/01/2009 17:49:01
Última alteração:06/03/2009 07:31:20


A girafa é, pela própria natureza
Uma voyeur...
Publicado em: 10/09/2008 21:26:27
Última alteração:17/10/2008 14:47:03


Xifópagos delírios siameses,

Meu querido anjo alado, deu
Asas aos meus sonhos encantados
Rio de meus defeitos e fracassos
Costurou meu coração em pedaços
O céu e o mar dentro dos teus lábios
Sorrindo entre nuvens e pássaros.

Localiza meu corpo molhado
O teu vento sereno, perfumado
Usa-me em teus desejos de macho
Rítmos e movimentos acelerados
Entra e sai de mim como um ráio
Surra-me sem medo de pecados!

XAMA

Xifópagos delírios siameses,
Atando nossos corpos, noite afora,
Melífera paisagem; tantas vezes
Abastecendo os sonhos, sem demora.

Deliciosamente exposta e nua,
Imersa nos desejos mais audazes
Viajo em tal ternura, alma flutua
Invadindo luares quando trazes

Nas mãos e nos teus lábios, o prazer
Acendendo o fogaréu que me incendeia,
Mulher maravilhosa; eu quero ter
Um fantástico sonho em tua teia

Sentindo-me cativo dos teus braços
Atando firmemente nós e laços...
Publicado em: 21/01/2009 13:57:24


XOXOTA CHEIROSINHA

Eu só quero a xoxotinha
De uma bela cearense
Tão cheirosa e raspadinha
Sem falar ela convence.
Publicado em: 07/08/2008 18:55:54
Última alteração:19/10/2008 22:21:08


XVIII
XVIII

Dormes... Mas que sussurro a umedecida
Terra desperta? Que rumor enleva
As estrelas, que no alto a Noite leva
Presas, luzindo, à túnica estendida?

São meus versos! Palpita a minha vida
Neles, falenas que a saudade eleva
De meu seio, e que vão, rompendo a treva,
Encher teus sonhos, pomba adormecida!

Dormes, com os seios nus, no travesseiro
Solto o cabelo negro... e ei-los, correndo,
Doudejantes, sutis, teu corpo inteiro

Beijam-te a boca tépida e macia,
Sobem, descem, teu hálito sorvendo
Por que surge tão cedo a luz do dia?!

Olavo Bilac

Adormecida está maravilhosamente
O amor que em palidez encontro em lua clara,
A voz doce e serena, uma paixão declara,
Marmórea lividez um gozo audaz pressente.

Alabastrina tez, um ar quase dolente
Jogando-me aos teus pés, a vida enfim se aclara,
E tens em tua face alvura bela e rara,
Queria ter talvez o amor que me apascente.

Escuto a voz da noite em meio aos vários cantos,
Noturna melodia; a profusão de encantos
E a sorte se afastando a angústia de saber

Que estás aqui presente e não posso tocá-la,
A luz deste luar ao invadir a sala,
Trazendo em solidão, vontade de morrer...
Publicado em: 01/02/2010 18:54:40
Última alteração:14/03/2010 15:08:5