Search This Blog

Monday, November 14, 2011

ENGODOS?

ENGODOS?

Morena, em tua boca sei fantasmas,
Dos beijos que me destes, sem ter medos...
Mas quando cultivavas tuas asmas,
Os teus gemidos foram teus segredos..

Achava, num momento: eram miasmas,
Que vinham sem profundos arremedos...
Então quisera Deus, virem do plasma,
Quando, passava, célere, meus dedos...

Agora sei que tinhas tantas crises,
Enquanto cria fazer-te gozar,
Nunca foram, portanto, mais felizes,

Os nossos bons momentos, sem vagar.
Te comparei; melhor entre as atrizes;
Teus gemidos profundos, sufocar...

MARCOS LOURES

RAÍZES...

RAÍZES...


Este mente, aquele mente
outro mente... tudo igual.
O sítio da minha embala
aonde fica afinal?
A terra que é nossa cheira
e pelo cheiro se sente.
A minha boca não fala
a língua da minha gente.
ALEXANDRE DÁSKALOS POETA ANGOLANO


O rosto do poder se mostra estúpido
E bebe cada gota da esperança.
No olhar de um povo simples, sempre cúpido,
A fome se promete a cada dança.

Abutres não disfarçam sua fome,
Rasgando a carne frágil do campônio,
Aos poucos devorada, se consome
Entregue ao paraíso de um demônio.

Na mão já não carregam mais chicotes
Disfarçam-se em amigos, protetores,
Na fome tal matilha de coiotes

Espalham a miséria sem pudores.
Depois já reunidos no Congresso,
Brindando, tão amigos, - sangue-expresso...

SEDENTA SENSAÇÃO

SEDENTA SENSAÇÃO

Amar e ser liberto a cada dia,
Sedenta sensação: felicidade.
Arguto coração já percebia
Nos olhos de quem amo; a falsidade.

Por vezes embaçando a claridade
Olhar enamorado nada via,
É duro perceber a realidade
Misturas que compõem a fantasia.

Cativo coração, teu prisioneiro,
Não deixa nem sementes sobre o solo,
A morte não me serve de consolo,

Distante de um amor mais verdadeiro
Sabendo no teu peito, este deserto,
Do amor que não tiveste; já deserto...

ET SI TU N'EXISTAIS PAS

ET SI TU N'EXISTAIS PAS

O que seria; amor, de minha vida
Se nunca houvesse tido esta presença
Que torna uma existência mais querida
Trazendo a plenitude em recompensa.

Por vezes custo a crer, mesmo duvido
De ter a sorte imensa de poder
Durante a tempestade enfim, ter tido
A calmaria feita no prazer.

Eu não existiria sem você.
De que me adiantaria vir ao mundo,
Numa procura insana em que se vê

Tão somente o vazio. Eu me aprofundo
E encontro em nosso amor uma esperança
Da vida em mansidão e temperança...

O QUANTO ÉS IMPORTANTE PARA MIM

O QUANTO ÉS IMPORTANTE PARA MIM

Se quando me deixaste tu soubesses
Do quanto és importante para mim,
Talvez não precisasse destas preces,
A seca não viria ao meu jardim.

Ao pedir incansável que regresses
Espero que a tristeza tenha fim.
Porém os mais diversos interesses
Roubaram a esperança. Eu sofro assim...

Um dia o coração que esfacelaste
Levado pela fúria da paixão
Talvez inda consiga renascer.

Amor que se perdendo num desgaste
Trazendo tão somente a solidão,
Ainda me trará tanto prazer...

TUA DOCE TIMIDEZ

TUA DOCE TIMIDEZ


Percebo tua doce timidez
Quando olho pro teu corpo, meu amor.
Procuras ocultar tua nudez,
Procuras levemente recompor,

Depois de tanto amor que a gente fez,
Enrubesces mudando tua cor.
Sorrio desta vaga insensatez
Amar de novo, volto a te propor.

E passo minhas mãos por sobre as tuas,
Leve arrepio mostra uma vontade,
Num segundo, tu finges que recuas

Mas logo se aproxima, delicada,
Matamos novamente uma saudade,
E a noite recomeça, apaixonada...

A FERA ENJAULADA

A FERA ENJAULADA

A fera que enjaulada nada teme,
Irrompe estas cadeias, sem temores.
Um barco que se vai, perdendo o leme,
Prenúncio de tempestas e de horrores.

Toda a dor quando impele que blasfeme,
Deixando para trás perfume e flores,
Criando fantasia onde amor treme
Seguindo sem a sorte dos penhores.

Porém ao perceber tuas mazelas,
Espero paciente tua volta.
Na força que me mostras e revelas,

Certeza de que um dia serás minha;
Entendo, meu amor, tua revolta,
Mas voltarás pra mim, qual andorinha...

UM VENTO BEM MACIO

UM VENTO BEM MACIO

Ao sentires um vento bem macio
Chegando devagar, roçando o rosto,
Lambendo tuas pernas, bem vadio,
De desejo e carinho assim composto,

Um vento que incendeie o quente estio.
Deixando o teu querer bem mais exposto,
Molhando devagar, doce rocio,
Provando em tua boca, todo o gosto.

Ao sentires o vento te tocar,
Audaz já levantando a tua saia.
Sorvendo de teu corpo, devagar,

Verás que enfim cheguei, minha morena.
Sorriso no teu rosto não te traia,
Que a vida em mil prazeres nos acena...

O REFAZER DO AMOR

O REFAZER DO AMOR


A chuva vai caindo o tempo inteiro,
Em gotas lagrimadas da agonia.
Uma esperança em mim, cedo morria,
No sacrifício triste de um cordeiro.

Amor que desenhara derradeiro,
Distante do meu quarto adormecia,
A voz do vento como que dizia
Amor não voltará; irás primeiro...

Em luta violenta, a natureza,
Nos raios rebrilhando com beleza
Formava vaga-lumes no meu céu.

Surgiste já trazendo estrelas belas,
Da dura solidão em frágeis velas,
O amor se refazendo, em alvo véu...

O AMOR

O AMOR

Amor é tema pleno em formosura
Camões em seus poemas me dizia
Do amor que se faz sempre em alma pura,
Semeia dentre todos, fantasia.

Florbela que vivera em noite escura,
Também sem outro tema se fazia,
Apenas quem demonstra alma tão dura
Não vê que sentimento é poesia.

Sem sonhos que fará pobre poeta?
Morrendo qual se fora um retratista,
Fotógrafo sem arte, alma incompleta.

Distante da emoção, perdendo a liga.
Sonhar é necessário, minha amiga,
Amar nos traz de Deus a vera pista.

MEU LOUCO CORAÇÃO

MEU LOUCO CORAÇÃO


A chuva; a tempestade, em toda a gente
Num frêmito terrível sempre tem
Sabor de uma saudade de outro alguém
Que há muito já se foi, estando ausente.

Parece que num átimo pressente
A solidão eterna, sem ninguém,
Chamado doloroso de um Além,
De um vazio constante e mais presente.

A paz que derradeira, não mais creio,
Distante do que fora um ideal
Mostrando uma agonia que receio.

Na chuva necessária, a brotação,
Refaz-se toda a vida, num jogral
Brincando com meu louco coração...

SAUDADES

SAUDADES

Saudades são as bênçãos da tristeza,
Da forma que me ferem já me osculam,
Vontades incessantes que pululam
Da frágil solidão, a correnteza.

Lembrando deste amor que com destreza,
Delícias e desejos se vinculam,
As dores e vazios se regulam
Formando um raro quadro em tal beleza.

Pressinto que terei de novo os beijos
Que deste com perícia e com traquejos,
Neste momento em glória, num festim,

Depois de tanto tempo em tal desordem,
Que os tempos delicados se recordem
Trazendo nova vida para mim...

DESEJOS

DESEJOS

Os sonhos que refazem meus desejos,
Lembrando de um menino e seus anseios,
Palpita uma emoção, mansos enleios,
A música constante, harpas, arpejos...

A noite iluminada em relampejos,
Eu busco a proteção, maternos seios,
Deixando bem distantes meus receios...
Visões maravilhosas negam pejos...

Sentir tua presença, firmes rumos,
De uma alegria imensa, doces sumos.
Minha alma enternecida, embriagada...

Acalmam meus sentidos, minhas ânsias
Recebo de teu corpo tais fragrâncias
Que fazem minha vida bem amada...

O AMOR DA PRINCESA

O AMOR DA PRINCESA

Eu quero amor canalha da princesa
Domínio da total inconsciência.
Comendo e me fartando nesta mesa
Mandando para a merda uma decência;

Amor que já não tendo coerência
Expõe qualquer vontade sem defesa
E crava com desejo em eloqüência
Mudando ao bel prazer velha tristeza.

Sem ter a falsidade como lema
Amor já se entregando sem problema
Faz festa e se permite mais safado.

Não quero mais censura nem juízo,
Abrindo devagar o paraíso
Na delícia sublime de um pecado.

UMA VISÃO INESQUECÍVEL

UMA VISÃO INESQUECÍVEL

Dois corpos se tocando, com luxúria,
Sentindo belos seios, duros pomos,
Da sílfide divina. Doces gomos
Da fruta preferida, fome e fúria.

Visão extasiante de uma lua
Que adentra em nosso quarto, voyeurista.
Prateia uma escultura semi nua,
Com mãos tão delicadas de uma artista.

Deitada no teu lânguido abandono,
No gozo perfumado, doces sumos,
Fustiga meus desejos, rouba o sono,

A noite se propõe em outros rumos...
Ecoam fantasias, turbilhões,
Devastadores fogos, mil vulcões...

TUA PUREZA

TUA PUREZA

Lembrando da pureza, doce encanto,
Das tardes do passado, das novenas,
Jardins de minha casa, as açucenas,
Do amor que imaginara em triste canto.

A noite tão vazia, em negro manto
Trazendo uma tristeza em duras penas.
Quem dera se eu tivesse horas amenas;
Mas nada a mim chegava, só meu pranto...

Chegaste mansamente em beijos mudos,
Nas mãos a maciez: sedas, veludos,
E aos pouco me tomaste por inteiro.

Meus sonhos, suavemente já completas
Palavras que me dizes, prediletas,
O amor que fora sonho é verdadeiro!

Sunday, November 13, 2011

CIGANA

CIGANA

Na mostra em galeria que se fez
A vida da morena foi cigana
Quebrando a rima trouxe insensatez
E logo, logo, volta e já me engana.

Na boca da morena, mel e cana
Assim como tu queres nada vês
Não voltando da farra, a sacana
Maltrata o coração tamanho rês.

Ao clarear o dia sem morena
A menos que ela volte de tardinha
A solidão danada vem e acena

Estraga toda a festa que inda vinha
Na lua esparramada e nesta cena
A conjunção astral se desalinha.

TÓRRIDO DESEJO

TÓRRIDO DESEJO

A noite vai passando, doce e quente;
Num tórrido desejo que nos guia
Envolta por suores, fantasia
Se mostra mais voraz, impertinente.

Vontade de te ter, fogosa, ardente;
No jogo que me encanta e me vicia,
Torpores de prazeres e magia,
No amor que a gente faz amor se sente.

Meus braços te enlaçando na cintura,
As pernas que se tocam se entrelaçam
Num beijo tão suave com brandura

Loucuras que traçamos mal disfarçam
A sede delicada, uma tortura,
Dois corpos que se querem e se abraçam...

O QUE EU NÃO TIVE

O QUE EU NÃO TIVE

Não sei do que não tive e pouco importa
Se as vísceras espalho pela rua.
Nas ânsias mais banais, fechando a porta
Deixando para trás audácia e lua.

O gozo do será já não comporta
Imagem de mulher sublime e nua.
Um romantismo estúpido se aborta
Enquanto a nau sem rumo inda flutua.

De um verme que caminha em podres sendas.
Barganhas não mais faço, arranco as vendas
E exponho esta nudez em armadura.

Do quanto não retive destas prendas
Morrendo em poucas rimas, velhas lendas
Amanhecendo morta uma alma dura.

O QUE SOBRARA

O QUE SOBRARA

Matei o que sobrara em poucos versos,
Depois do meio dia, o funeral.
Convido aos mais gulosos que dispersos
Adotam verborréia sensual.

Risíveis os temores tão diversos
Meu canto se mostrando mais banal
Engole este vestígio de universos
Retratando um terrível espectral.

Espetacularmente sangro e rio,
Vestido de quasares fui à festa
E nesta estupidez em que me crio

Tampouco o que sobrou já não me resta
Apago da esperança o seu pavio,
Pro gozo de quem sabe e me detesta.

O BAR ABANDONADO

O BAR ABANDONADO

A parte que me cabe desta festa
É o bar abandonado da esperança.
O mar que em tempestade já se empresta
Fomenta este vazio que me alcança.

Encalacrando o peito, sem pujança
Invado qualquer parte da floresta
Bebendo deste rum, alma descansa
E o gozo sem limites desembesta.

Apenas um partícipe, descubro
Nos olhos deste sonho outrora rubro
A vastidão do vago que carrego.

Se sarcasticamente tu gargalhas
A boca vai se abrindo nas navalhas
Deixando o meu olhar, vazio e cego.

NO FOGO DE UM AMOR

NO FOGO DE UM AMOR


No fogo de um amor, em brasa pura,
Queimando sem pedir sequer licença,
Vencendo qualquer toque de amargura
Fazendo com que a vida nos convença

De todo este valor de uma ternura.
Amar é receber a recompensa
Em forma de carinho e de brandura,
Além, mas muito além do que se pensa...

Tomar-te em minhas mãos, te ter inteira,
Beleza de uma flor em todo o viço.
Te quero, minha amada companheira,

Tu sabes que me envolves com magia,
Entregue ao louco amor, nosso feitiço,
Renasço para a vida em alegria...

AMOR E SEXO

AMOR E SEXO

Fagulhas espalhadas num palheiro
Nas tramas, velhos trâmites sem nexo.
Amortalhando o gozo corriqueiro
No jogo abençoado amor e sexo.

Incêndios espalhando este braseiro
Num simples desafio não indexo
E bebo deste corpo por inteiro
Tentando ter ao menos um reflexo

Que esconda as velhas rugas, meus esgares,
Partilhas onde ganhos são vulgares
Mas valem toda a vida, com certeza.

Na boca carcomida da saudade,
Rebordos seculares da vontade
Afloram num orgasmo em sutileza.

QUERIDA

QUERIDA

Porque pensas assim querida amada?
Sou teu,somente teu de mais ninguém...
Se encontro minha sorte abandonada
Na noite que te espero e nada vem,

Envolto em solidão, na madrugada,
De tanto que queria ter meu bem,
Somente o frio chega e nada, nada.
Procuro então por colo de outro alguém..

Não sabes quanto quero o teu carinho?
Às vezes mal percebes quando a chamo.
Não quero mais ficar assim sozinho.

Meu coração deveras sempre quis
O amor de quem sonhei, tanto reclamo,
Mas, somente contigo eu sou feliz...

FELICIDADE

FELICIDADE

Felicidade é feita a cada dia
Edificando um sonho em plena luz.
Ao píncaro sublime nos conduz
Moldada em tanta paz, pura alegria.

Distante da maldade, a poesia
Aos poucos, lentamente reproduz
Calando a dor que pesa feito cruz
Permite finalmente esta magia

Ao ser feliz, querida não renegue
O sonho da amizade em plenitude.
Quem sabe, com certeza já consegue

Bastando tão somente uma atitude
Que traga a liberdade como meta,
No amor se ter medidas se completa!

UMA EMOÇÃO A CADA DIA

UMA EMOÇÃO A CADA DIA

Que a vida se permita em pleno amor
E nele uma emoção a cada dia.
Sabendo que se temos bom humor
Decerto vamos ter sabedoria.

Vivendo plenamente, um sonhador
Conhece totalmente esta alegria
De termos a certeza de compor
Um mundo delicado em poesia.

Há tanta discrepância nesta vida,
Viver com elegância é ser feliz.
Permita-se sonhar, enfim, querida

Terás, pois finalmente o que bem quis.
Amar é realmente uma saída
Ouça o que o coração agora diz...

PARAÍSO EM TEU OLHAR

PARAÍSO EM TEU OLHAR

Buscando o paraíso em teu olhar
Recebo a claridade de um farol.
Banhando em pura prata o negro mar
Da lua transformada em vivo sol.

Espalhas esperanças a brilhar
Tocando com belezas o arrebol.
Persigo assim teus olhos sem parar,
Qual fora um helianto, um girassol.

Semeias fantasias onde passas,
Em ti me vanglorio, sou feliz.
Deténs as alegrias e as graças

Meu álibi sagrado, soberano.
Envolto em claras cores, teu matiz,
Amor se faz inteiro, sem engano...

DURANTE A VENTANIA

DURANTE A VENTANIA

Depois desta tormenta apenas queimaduras
Restando em nossa pele, algumas cicatrizes.
Depois, já mansamente envoltos em ternuras,
Recuperamos tudo e somos mais felizes.

Nossa pele marcada em tais arranhaduras
Nos ensinou bastante. Os meros aprendizes
Depois de tanta busca, imersos nas procuras
Já sabem decifrar acertos e deslizes.

Voltando para a luta após tanta sangria
Só resta descobrir qual o melhor caminho
Que possa nos guiar durante a ventania.

Amiga, passo a passo, espero que esta andança
Leve-nos finalmente a maturar o vinho
Guardado numa adega em forma de esperança.

A MOÇA EXPOSTA

A MOÇA EXPOSTA

Na porta sem tramela, a moça exposta
Nudez que traz delírio e fantasia
Do jeito que se quer e que se gosta
A moça transbordando com magia.

a vida sem a moça vira bosta
do tanto quanto bem eu já sabia
amor sem ter juízo não desgosta
e torna a nossa noite menos fria...

a festa da cidade, a fila feita
a moça seminua já se deita
e a gente ao mesmo tempo se deleita.

O corpo desejado sempre aceita
O olhar de quem jamais foge ou rejeita
Portal do paraíso não se estreita...

PRECISO TE SABER - FELICIDADE

PRECISO TE SABER - FELICIDADE

Não quero mais as noites invernosas
Nem as frias montanhas sem amor.
Jardim que se formara; tantas rosas,
Aos pouco recupera a sua cor...

As águas que caiam; cachoeiras,
Agora mansamente para a foz...
Palavras que trocamos; verdadeiras,
Matando essa saudade tão atroz.

Depois de ter vivido sem carinho,
Depois de ter sofrido essa saudade.
Amor, nunca me deixe mais sozinho,

Preciso te saber, felicidade...
Por vezes me imagino sem ninguém
Nas noites em que o frio vento vem...

EU TE AMO!

EU TE AMO!

Palavra que te disse, mansa e louca;
Trazendo teu desejo para mim.
A boca procurando tua boca,
No gozo dessas flores no jardim...

Amada, como é bom falar que eu te amo!
Palavras, sentimentos tão profundos...
Qual lobo solitário; tanto chamo,
Meus olhos viajando nos teus mundos.

Deitado sobre a grama e sob a lua,
Ao ver-te em transparências caminhando,
Teu corpo se define e semi-nua;

Aos poucos meu olhar te desnudando...
E sinto teu respiro junto ao meu,
Meu corpo, nosso corpo, se perdeu...

MEU SONHO

MEU SONHO

Quando meu sonho embarca no teu sono,
Misturas as salivas e os sonhos.
Não posso conceber um abandono
Nem dias que se passem mais tristonhos.

O vento que me trouxe não me leva,
Persisto do teu lado, sou cativo...
Na noite que vivemos; tanta treva,
Um sentimento lindo e sempre vivo.

Não quero nem que sofras e nem eu.
As horas percorridas; nossos dedos
Decifram cada sonho que nasceu

Depois de pouca vida e muitos medos...
Eu quero a sensação de liberdade
Imerso no teu corpo, divindade!

TUA DISTÂNCIA

TUA DISTÂNCIA


Tua distância amiga, aconchegante;
Trazendo teu calor tão mansamente.
Ao ver-te me imagino estar diante
Da deusa que sonhara urgentemente.

Estrelas fulgurando em claro céu,
Rolando por espaços magistrais,
Procuro meu recanto no dossel
Depois de navegar dores astrais.

Teu corpo, nos contornos definidos,
Presença dos meus barcos naufragados.
Tocando tão de leve; meus sentidos.

Por mares maviosos, navegados.
Te quero, simplesmente tanto quero...
Amor que glorifica e que venero...

TRAGAS TODO AMOR PARA MIM

TRAGAS TODO AMOR PARA MIM


Não tenho mais recados p’ra te dar...
Eu sei não ouvirias, estou certo.
De tanto que vivi a te esperar,
A tua ausência lembra-me um deserto.

Na noite que se esfria, tanta sede...
Deitado sem ninguém; espero, enfim,
Que chegues, devagar; na minha rede,
E tragas todo amor que tens p’ra mim...

Aí, juntos novamente, minha amada;
A vida não precisa mais recados.
Esta fotografia emoldurada

Trazendo as esperanças, doces fados...
E vejo, adormecida calmamente,
A mesma languidez de antigamente..