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Saturday, June 17, 2006

Eleição no Reino Animal

Havia eleição no reino animal. De um lado tínhamos o grupo marinho e do outro o grupo terrestre.
No grupo terrestre, a situação estava muito complicada, com brigas entre os representantes de cada um dos participantes da tríplice aliança.
Os “Trogloditas”, grupo agressivo e acostumados a atacar quem quer que seja, se acreditando sempre protegidos pelos Gorilas que comandavam o reino, num passado cada vez mais distante, tinham como características o agredir sempre, a tudo e a todos.
Estavam acostumados a explorar o trabalho dos animais mais indefesos. E, como bons hematófagos, viviam do sangue desses pequenos e frágeis animais.
Por outro lado, contumazes subservientes aos Gorilas, viviam se arrastando perante esses antigos comandantes do reino.
Mas, com a saída desses do poder, os Trogloditas começaram a ver a situação se modificando.
Os pequenos animais, começaram a perceber que serviam de alimento para esses Poderosos, e as migalhas que eram entregues não eram nada mais que “iscas” usadas pra que os Hematófagos Trogloditas sugassem quase todo o sangue, deixando o bastante para que sobrevivessem e realimentassem a cadeia alimentar.
Nesse ecossistema viveram por mais de quarenta anos. Mas isso se tornava cada vez mais coisa do passado...
Um outro grupo, os dos Miméticos, também conhecidos como camaleões, tinham como característica principal, o de utilizar-se da cor que mais aprouvesse.
No varejo eram menos deletérios que os Trogloditas, mas no atacado eram terríveis. Venderam quase tudo que havia no reino, em nome de uma estranha “economia” que não era nada mais nada menos que um auto reconhecimento da incapacidade de administrar.
Os Miméticos começaram a aparecer de uma cor mais avermelhada mas, com a aproximação histórica com os Trogloditas, começaram a ter cada vez mais a cara destes...
O terceiro e menor grupo era formado por um grupo de migrantes do reino marinho, verdadeiros anfíbios. Começaram na água e se entregaram de braços abertos ao reino terrestre.
Esse grupo merece um comentário: No começo eram ferrenhos e radicais defensores dos pequenos animais entregues à fúria dos Trogloditas. Mas, agora estavam submissos a esses.
As táticas utilizadas para tentar desestabilizar o grupo marinho eram as mais diversas. Tentaram, desde o começo, usar a maneira Troglodita de atacar, usando as maiores desculpas para atacar.
Desde ilações as mais diversas até fofocas de caráter pessoal.
Para tentarem alcançar o maior número de votos, lançaram um vegetal como candidato, oriundo do grupo dos Miméticos, obviamente.
Péssima escolha, o vegetal fazia questão de ser insosso, e o número de herbívoros que poderia engolir tal coisa era bem menor do que se imaginava.
Além de tudo, os animais do reino estavam cansados de ficar pastando.
Numa última tentativa, os Miméticos acataram o que os Trogloditas sugeriram.
Partiram para a agressão pessoal, de ofensas de baixíssimo nível, a esmo.
Chamaram o líder marinho de alcoólatra, ladrão, vagabundo, analfabeto...
Só não tentaram envolver, novamente, a filha do mesmo, embora quisessem atacar o filho desta vez; porque os Trogloditas já tinham usado isso.
Mas, como tal tática foi desmascarada há tempos, evitaram reinventar tal fato.
Neste reino, havia um sábio.
Este sábio, como bom observador, ria-se de toda esta história.
Sabia muito bem que nada adiantaria.
Pelo simples fato do POLVO pertencer ao Reino Marinho...

Anarquistas, Graças a Deus

Recordo-me, no final dos anos 80, quando morava no Rio de Janeiro e havia a efervescência política no país, de um jornal que começava a circular.
Como leitor do Pasquim e sentindo uma atração por todos os jornais e revistas de humor que pululavam na época, este me chamou a atenção.
O nome do jornal (Planeta Diário) com manchetes bem chamativas e de duplo sentido, me atraiu de imediato.
Era um humor diferente, político, mas de uma forma original, anárquico.
Enquanto o Pasquim demonstrava uma atuação política mais orientada, com franca discussão e reportagens mais engajadas, esse jornal era totalmente irreverente, apresentando coisas como “Histórias de Fodas e da varinha de Condom”.
Essa anarquia era hilária, não poupando nem governo nem oposição.
Entre os editores do jornal, um me chamava a atenção, principalmente pelo nome, usado em uma piada clássica, Bussunda.
Pouco tempo depois, encontrei na mesma banca uma revista : A Casseta Popular.
Uma das capas desta revista foi épica. Um homem com a bunda exposta e com a cara do Collor – O CAÇADOR DE MARACUJÁS.
Durante a campanha eleitoral, enquanto havia a guerra entre a grande imprensa e os jornais de esquerda, A casseta popular e o Planeta Diário apresentavam uma alternativa a essa tensão.
Passada a eleição, tivemos depois o lançamento do “Macaco Tião” à prefeitura do Rio, idéia dos mesmos anarquistas.
Depois, na Globo, apesar das limitações impostas pelo “Sistema” Globo de “qualidade”, ou seja, censura, no “Casseta e Planeta”, nome alusivo ao início dos anárquicos humoristas, continuaram a dar uma bela opção ao humor tradicional.
Houve na época, uma resistência gigantesca a esse tipo de humor, me lembro de que Chico Anísio criticava muito o anárquico representado pela turma.
Lembro-me de ter atendido, num Hospital onde trabalhava num bairro de classe média carioca, um tal Cláudio Basserman, com asma brônquica. Quando o vi, logo reconheci no Basserman, o Bussunda que começava a aparecer na televisão.
O bom humor sempre acompanhando quem fazia do trabalho uma grande brincadeira, com direito aos “jacaré no seco anda”, “em caminho de paca, tatu caminha dentro”, entre outras coisas que habitavam e habitam o humor popular do país.
A morte prematura de Cláudio nos faz pensar neste país mal humorado, onde as velhas brincadeiras foram trocadas por agressões, onde o humor carioca foi substituído pelas guerras de quadrilhas de traficantes.
Onde as piadas que corriam entre os adversários políticos foram trocadas por ofensas pessoais.
Onde o convívio entre as diferenças se torna, a cada dia, mais difícil e sectária.
Essa morte, por enfarte, nos faz pensar até que ponto vale a pena o desgaste das relações inter-humanas.
A boa política da vizinhança, com direito a “implicâncias” e “gozações” está sendo trocada por agressões verbais sem sentido.
Se quisermos homenagear Bussunda e seus pares, precisamos fazer uma auto análise e vermos a que ponto poderemos ir com as trocas de ofensas, pura e simplesmente.
O Brasil está descambando para uma difícil política, a das agressões e da baixaria.
No âmbito político, tenho saudades de Brizola com sua irreverência, o “Sapo Barbudo” ou o “Filhote da ditadura” foi trocado por “Bêbado, Analfabeto, Ladrão”...
O riso está se transformando em ofensa e mágoa.
Tá na hora de pararmos e pensarmos até que ponto vale a pena isso tudo.
A velha sacanagem de chamar flamenguista de “urubu” e vascaíno de “bacalhau” corre o risco de enveredar para a loucura e a criminalidade dos “grupos” armados das torcidas organizadas paulistas.
É hora de mudarmos o tom, sob o risco de não termos nada a comemorar com a política nacional e com a democracia.
Que a anarquia, linda anarquia, deliciosa anarquia, se limite aos programas humorísticos...

Friday, June 16, 2006

À Juventude...

Na eternidade desse momento, onde invento novo tempo que não sei se habitarei. Nos versos vermelhos verdadeiros, verdes, verifico as vertentes que tentam minha alma, a calma que não acalma nem conclama.
A chama que esfumaça, me embaça e embaraça no abraço onde tento e me contento, conter todo o universo.
Vou de banda, vou inverso, contra tempo, contra peso sem contra ataque.
Sou perdido estou perdão.
Tento o ido, encontro o vão.
Vou vago, cego sigo, gago engulo a gula e me engano.
Tenho traquejo pra sofrimento, queijo podre, invejo o coldre e o revólver.
Revolver cada momento, onde minto e me omito; portanto consinto.
E sinto o amargo gosto torpe. Fui facínora quando ignorava o aval de cada vala aberta e infecta.
Fui cruel, tendo o céu e o senão, tendo o sim e o talvez. Minha vez de ter voz foi passado. Ultra passado, ultrapassando todos os meus passos, passeios em seios e belas pernas. Apenas as penas de tantas santas e putas.
Prostrado no estrado dessa cama, que chama e inflama, queima e mata.
Calado nesse mesmo tormento, meu manto e meu mento, mormaço e aço, sofreguidão.
No guidão dessa engrenagem que caio e caiado fico, calado sigo, submisso.
Amei-te, liberdade, foste minha cidade e meu mundo. Hoje imundo, inundado e abismado, sinto o absinto que pressinto e necessito.
No abuso do uso confuso de cafuso beijo. No desejo desta pele, que me compele e me repele.
No sentido levrógeno, no medo do amor, na gênese do átomo, no hiato no iate, na parte que nunca me coube, onde soube que estarias.
Nas estrias da alma malsã, nas colinas distantes as mesmas salinas de antes, as mesmas lágrimas salgadas, as algas, as águas, o nada...
Tua boca, rouca voz. Tua louca, franca mente. Aérea, etérea, venerada e venérea.
Mercúrio sem alas, Atena sem nexo, Vênus sem sexo, complexos amores...
Querida, a ferida fertiliza os sonhos. Meus medos são medonhos, teus olhos, meus guias. Maravilhas e partos. Compotas e portas abertas, as mesmas a esmo, o sentido sem tino, sem tato, sem tanto, entretanto sobrevivo.
Meus filhos perdidos nos trilhos da vida. A mão delicada da mãe que, distante. O instante somente onde tudo cometo, onde nada prometo, me meto no espaço.
Professo esperança, dança e circulo vago.
Círculos vagos ao âmago amargo e amigo, onde prossigo, sem nada mais pra lutar.
Trago a morte e a sorte amarradas, atadas e nada me faz descansar.
Quero o inverno da vida, quem sabe verá primavera. Primeira e única verdade. A vera cruz, a luz de Vera, verão os meus olhos...
Deveras deverá o verão solar, o sol o ar, o solar onde moravas, amada primária, primeira e eterna. É terna a mão, armas mansas, nos remansos onde dançavas nua.
Amada juventude, onde, qual a amplitude de tudo o que trazias e, hoje não trazes. As fases da lua, tantas vezes vistas, as luzes e frases, as visitas ao amanhã, prometidas e esquecidas, ocultadas pelos fios prateados e raros, de meus ralos cabelos. Novelos onde se perderam os veios de onde veio e vieram os meus dias de luz. Lucidez chegou e com ela a morte.
A sorte está lançada na lança armada do tempo. Veneno e alimento.
Amada juventude, onde estás, que há de... Tende piedade, de mim...

Frorianópolis

Ele estava tranqüilo, o serviço fora muito bem feito.
Serviço profissional, desde o roubo do carro até as falsificações dos documentos. Não era a primeira vez que passava por isso, afinal, vivia disso.
O comprador do carro já esperava, especialista em recepção. Dali ao Paraguai era um pulo. Passar a fronteira, moleza...
Já contava com o dinheiro no bolso, grana alta. O carro importado tinha venda certa.
Recordava do começo de sua vida, os pequenos furtos, os pequenos golpes...
Olhava para os lados e se sentia imbatível. Era fera, cobra criada...
Passara por duas guaritas da Polícia Federal, sem nenhum incômodo.
Atravessar a fronteira entre Santa Catarina e Paraná foi moleza.
Agora era ir até Foz, atravessar a fronteira e serviço terminado.
Mais um dia, mais um carro; rotina...
Mas um carrão daquele valia um passeio, afinal o tanque estava cheio e deu vontade de visitar a tia que morava em Maringá.
Aquela sua priminha era deliciosa. Lourinha dos olhos esverdeados, verdes da cor do carrão.
Ainda podia tirar uma onda com os parentes. O menino pobre ficou rico!
E poderia zoar o primo babaca, professorzinho de merda, metido a inteligente; trabalhando o dia todo para ganhar aquele salariozinho...
Estrada bonita, um friozinho maravilhosamente agradável, poder aquecer-se nos braços da prima...
A fome estava começando a incomodar. Sabia daquele restaurante na beira da estrada, comida caseira, suculenta...
Parou, estacionando o carrão bem na porta do restaurante, orgulhoso do belo automóvel.
Chegou cantando marra : “Me dá o que você tem de melhor, o melhor vinho, a melhor mesa, o melhor melhor...”
Comendo tranquilamente, degustando aquele vinho importado, chileno, fantástico.
Era feliz e sabia, muito feliz...
Porém, de repente, sentiu uma mão sobre o ombro.
Quando ia se virar para tirar satisfação com aquele estranho, um susto.
O que estava fazendo esse cara fardado aqui?
“O que deseja meu senhor?”
A voz de prisão o assustou. Preso por quê?
“Roubo de carro...”
Como? Roubo de carro? Meus documentos e os do carro estão aqui, e estão em dia...
Piorou mais ainda a situação.
O carro era de “FRORIANÓPOLIS”.
E daí? Capital de Santa Catarina, ora bolas!
Depois, em cana, ao chamar um advogado, é que percebera a lambança.
Naquele momento, ficou morrendo de inveja do primo professor.
Pela primeira vez na vida começou a perceber o quanto a educação faz falta...

E agora José...

Lista de Furnas é autêntica, diz PF
De Rubens Valente na Folha de S. Paulo, hoje:

"A Polícia Federal confirmou ontem a autenticidade da chamada "lista de Furnas", documento de cinco páginas que registra supostas contribuições de campanha, num esquema de caixa dois, a 156 políticos durante a disputa eleitoral de 2002. No total, eles teriam recebido R$ 40 milhões.
Segundo a assessoria da direção geral da PF, em Brasília, perícia do INC (Instituto Nacional de Criminalística) concluiu que a lista não foi montada e que é autêntica a assinatura que aparece no documento, de Dimas Toledo, ex-diretor de engenharia de Furnas, empresa estatal de energia elétrica.

A PF informou, contudo, que não tem como atestar a veracidade do conteúdo da lista. Os papéis citam empresas que teriam colaborado para um caixa dois administrado por Dimas Toledo."


E José, a festa acabou...
Com a comprovação de que esta Lista é autêntica, temos duas opções:
Ou Dimas Toledo é louco, totalmente imbecil, canalha ao ponto de colocar seu filho entre os que receberam DINHEIRO PÚBLICO DE ESTATAL; ou tudo isso é verdade e canalhas são todos os envolvidos.agora
Como creio na sanidade mental do mesmo, a segunda hipótese me parece ser a mais crível.
O envolvimento de Geraldo neste caso, assim como o de Serra dão a dimensão da gravidade deste fato.
Os ataques desvairados do PFL e do PSDB à candidatura popular são evidências do desespero do tucano pego com o rabo de fora, o bico serve para disfarçar o evidente delito.
Muito sintomático isso tudo.
É hora de se fazer coro ao que dita a sociedade brasileira, PUNIÇÃO PARA TODOS OS ENVOLVIDOS EM ATOS DE CORRUPÇAO COM DINHEIRO PÚBLICO, OU SEJA, TODOS AQUELES QUE MAMARAM DINHEIRO DE FURNAS PARA UTILIZAREM EM CAMPANHA POLÍTICA, A COMEÇAR PELO GERALDO ALCKMIN E PELO SERRA.
INEGELIBILIDADE JÁ E CADEIA PARA ESSA CORJA.
É O QUE EXIGE O NOSSO POVO!
O crime cometido com o dinheiro público não pode passar impune.

Thursday, June 15, 2006

Me Engana que Eu Gosto

Nos últimos dias tem ocorrido uma tentativa espúria de transformação de um vegetal em um animal.
Havia um legume, sem paladar, que habitava o interior paulista. Essa leguminosa, durante muitos anos aprendeu a conviver com os outros vegetais da feirinha.
Porém, a partir do contato desse legume com uma matilha de lobos velhos e pilantras, começaram a perceber que esse vegetal não iria muito longe com sua insossa atuação.
Haveria necessidade de “apimentar” o legume para ser mais tragável.
Mas, como todos sabem, lobo não come lobo e os velhos caninos convidaram essa leguminosa para tentar aprender alguns macetes como criar e mostrar os dentes.
Antes que houvesse essa tentativa de transformação, a matilha teve que se reunir para definir qual seria o lobo que acompanharia o legume na viagem.
Obviamente, esse encontro foi marcado por muitos latidos e uivado, com mordidas desferidas a esmo, até que se escolheu um lobo velho, aparentemente sem dentes, mas com a inerente agressividade da espécie.
Os lobos daquela floresta eram especialmente agressivos e tinham como característica principal o de pilharem qualquer outra espécie animal que aparecesse por perto, inclusive outros lobos de matilhas que não aquela.
Durante muito tempo se associaram aos Gorilas da Floresta para poderem obter benefícios e facilidades.
Após a expulsão dos gorilas, os lobos se uniram a outros tipos de espécies tanto animais quanto vegetais para manterem o poder sobre a floresta.
Pois bem, após terem quase que entregues toda a floresta para animais de outras bandas, perderam o poder.
Mas, agora, tentavam de todas as formas voltarem a mandar e desmandar.
Um lobo, pilantra antigo de guerra, de índole bisbilhoteira e entreguista, ameaçou convidar os Gorilas da Floresta, entregando os filhotes dos outros animais e as pequenas plantas indefesas de novo às garras dos Gorilas sob os auspícios dos Lobos.
A tentativa de transfundir ao legume as características principais desta matilha, fez com que, o antes inofensivo legume, passasse a ladrar a esmo.
Latia e latia, mas todos sabiam que ele, no fundo, continuava a ser o legume de sempre.
O lobo velho, a cada latido da leguminosa semitonava junto, dando o aspecto híbrido que não convencia mais ninguém.
Acreditando que estava fazendo sucesso, o pobre vegetal se orgulhava a cada latido mais alto, até chegou a aprender a uivar, mas o sotaque não enganava ninguém.
Quem nasceu para legume nunca vai chegar a lobo, o máximo que vai conseguir é emitir um “uivado” ridículo e a esmo.
A claque aplaude o pobre vegetal mas isso parece muito com aquela máxima: “Me engana que eu gosto”...

Chegou a turma do funil...Nós é que bebemos e eles que ficam de porre...

Lula não trabalha, só viaja e bebe muito, diz vice de Alckmin
O senador pefelista José Jorge também afirmou que o governo se caracteriza pela incompetência
Denise Madueño

BRASÍLIA - A campanha tucana à Presidência da República subiu o tom de agressividade nesta quinta-feira durante convenção do PFL em Brasília e atacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O suposto uso exagerado de bebida alcoólica por Lula foi explorado publicamente pela primeira vez. Em discurso, o candidato a vice na chapa tucana, o senador pefelista José Jorge (PE), disse que Lula bebe.
"É um governo que se caracteriza pela incompetência, pela falta de trabalho. Hoje temos um presidente que não trabalha, só viaja e bebe muito, como dizem por aí. Para ser presidente é preciso ser honesto, ser competente. Precisamos do governo da verdade e não da mentira", afirmou José Jorge, para uma platéia estimada pela Polícia Militar em 30 mil pessoas.
O candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, aos brados, afirmou que vai acabar com a "roubalheira e tratar de governar", em um de seus momentos mais inflamados durante a campanha. Os dois procuraram associar Lula à falta de trabalho.


Esse é o nível que a oposição tenta imprimir à campanha visando a Presidência da República.
Aliás, este é o nível desta campanha há um ano. Os imbecis não percebem que a cada ataque irão fortalecer o presidente Lula. Está mais do que provado, somente esses energúmenos não perceberam que quanto mais partirem para ofensas pessoais e se afastarem de discussões programáticas, mais irão afastar-se do povo.
Essa coalizão, durante oito anos, praticamente levou o país à miséria, com endividamento recorde, com inflação ascendente, juros escrachantes e, pior que tudo, a entrega do patrimônio público.
A recuperação econômica brasileira foi fantástica nesse período de três anos e meios após a bancarrota imprimida por PSDB/PFL. Então quando Alckmin e José Jorge (quem?) afirmam que eles irão trabalhar, conforme o que fez o trabalhador FHC, treme meio mundo. O trabalho dessa corja quase quebrou o país.
Outra coisa, um ser insignificante como esse José Jorge (quem?) falar que o presidente bebe muito, me faz lembrar as beatas da TFP.
Se Lula bebe muito, graças ao seu Governo, o brasileiro está bebendo e comendo mais.
Coisa que nos desgovernos anteriores estava proibitiva para a maioria do povo brasileiro.
Aliás se bebe ou se não bebe ninguém tem nada com isso, ainda mais as “beatas furadas” acostumadas a beberem o sangue e o suor dos trabalhadores.
A dupla de vampiros que se arvora a querer acabar de vez com o povo brasileiro vítima de uma sangria vergonhosa quando esses ascaris estiveram no poder.
Outra coisa é a dita incompetência. Quais são as credenciais dessa turma nesse assunto?
Os catastróficos anos em que estiveram no poder, tanto os oito do PSDB quanto os 40 do PFL não são exemplo de competência para ninguém.
A não ser que o nascimento do PCC e a falta de competência do Picolé sejam exemplos...

Uma aliança que combina PSDB e PFL pode falar de roubalheira? Onde? Com quem? A lambança do PT começou no PSDB mineiro e contou com o PFL para seu desenvolvimento, né, Roberto Brant? Né ,Eduardo Azeredo?
AGORA PELO AMOR DE DEUS, NÃO NOS AMEACE COM O QUE VOCÊS CONSIDERAM “GOVERNO” E NEM VENHAM COM ESSA DE “TRABALHAR”. O POVO BRASILEIRO AGRADECE E AVISA: VÃO CANTAR NOUTRA FREGUESIA SUAS AVES AGOURENTAS!!

Wednesday, June 14, 2006

Ode Às Mães de Maio

Penso no maio das mães,
Com seus filhos massacrados
Pior que fossem mil cães
Nos gritos desesperados
De quem tombou na batalha
Os mortos pela navalha

D’incompetência d’estado
Deixando esse povo refém
Do grito desesperado
Respondido por ninguém
Desse povo abandonado
Tratado qual fosse gado.

Penso nas camas vazias
Nos olhos sem amanhã
Nas teresas e marias
Vivendo a vida malsã
Esperando por seus filhos
Perdidos, fora dos trilhos.

As mães dos soldados mortos
Sem perdão e sem por que
Na visão dos homens tortos
Tentando sobreviver...
As mães que sempre sofreram
Que as esperanças perderam.

Sem poder nem apontar
Os olhos para os culpados
Que vivem para ocultar
Os desmandos desgraçados
Que tentam sempre esconder
Teimando no negar ver

Que os erros mais singulares
Cometeram, sem perdão.
Assassinando seus pares
Provocando a reação
De todos quantos conhecem
As dores que elas padecem.

As mães desses inocentes
Quatrocentos que tombaram
Nas ruas, pelas serpentes.
Que no fundo assassinaram
A todos sem exceção
Por terrível omissão.

Penso no pranto sofrido
Dessas mulheres perdidas
No terror tão desmedido
Que carregou tantas vidas
Me diga meu Deus por que
Tanta dor pra se viver...

Nos uniformes vazios
Dos soldados e operários
Nos olhos, trágicos fios.
Que ligam aos mandatários
Dos criminosos cretinos
De todos os assassinos.

Dos Pilatos que, omissos.
Permitiram tal chacina
Com seus olhos tão mortiços.
Trouxeram lá da Argentina
A visão das mães da praça
Nessa dor que não disfarça.

Nossas pobres mães paulistas
Também carregam seu fardo.
Procurando pelas listas
Onde esteja assinalado
O nome de seu rebento
Carregado pelo vento...

Se, nesse dois mil e seis,
Teceram essa mortalha;
Última, seja essa vez.
Que não repita a batalha
que nossas mães brasileiras
não merecem tais bandeiras.

soneto em redondilha

Meus companhero perdoa
As minha lamentação
Se falo não é à toa
Vem vindo do coração

Na boca o gosto da broa
Da vida nesse sertão
Meu pensamento mais voa
Dexando a lamentação

Pros que perfere a sodade
Eu perfiro nem dizê
Na vida, sinceridade

É perciso pra vivê
Mas cum amô e bondade
Mió pra mim e procê !

soneto em redondilha

Esperanças conjugar
Os verbos desta canção
Que permitem cravejar
Com amores e perdão

O brilho deste luar
Maltratando o coração
De quem quisesse sonhar
Anunciando o verão

Nas matas tantas promessas
Das flores em profusão
Tentando ser às avessas

Do que fora escravidão
Nestas luzes que professas
Profetizas compaixão!

soneto em redondilha

Quando me lembro de ti
Nas noites mais solitárias
Me recordo que vivi
Nessa vida, vidas várias.

Tantas coisas que perdi
Minhas dores vivem párias
Nos teus braços tanto li
Teus olhos por luminárias

Quero saber da saudade
Que maltrata, sem perdão.
Por tanto quanto que invade

Tragando-me em teu pendão
Ofuscando a claridade
Que vem do meu coração.

soneto em redondilha

Meus olhos na despedida
Do que tão pouco queria
O amor rasgando essa vida
Num tempo que não viria...

Tempo de tanta partida
Que nunca mais saberia
Poder encontrar saída
Vida que não viveria

Amores sempre são nada
Para quem, na madrugada,
Espera pela manhã.

De tanta vida malsã
Já traz velha alma cansada
Sem conhecer amanhã!

DOS PECADOS DE JUDAS E DE MADALENA

Por indicação de Geraldo Alckmin, o advogado Miguel Reale Jr., ex-ministro da Justiça na gestão de Fernando Henrique Cardoso, vai integrar o comitê tripartite que cuidará das finanças da campanha presidencial do PSDB. Os outros dois nomes podem ser indicados pelo PFL.


Lembram-se da homenagem feita na OAB ao, no mínimo escroque caseiro?
Pois é, o homenageante era esse camarada que agora demonstra por que fez aquele ato, no mínimo antiético.
Uma homenagem ao traidor, ao dedo duro, ao fofoqueiro que, sem apresentar provas não fez denúncias relacionadas à corrupção, que não foi comprovada e nem relacionadas ao que se pode afirmar como improbidade administrativa o que também não foi confirmado.
Fez simplesmente uma fofoca, dizendo ter visto o ex-ministro em festas onde haveria prostitutas.
Quem homenageia esse tipo de gente consegue ser, moralmente e eticamente mais frágil do que o fofoqueiro.
Nada contra as denúncias que possam vir acompanhadas de provas ou mesmo de suspeitas sobre atos que lesem o povo brasileiro.
Mas não podemos nos tornar reféns de pessoas que, em busca de fama ou de dinheiro, ferindo a ética social, mercê de suas atividades, venham a público “denunciar” fatos de foro pessoal de outrem.
Não quero admitir que isso seja perdoável, quanto mais louvável.
Os donos e donas de bordéis ou prostíbulos têm uma noção de moral e de ética bem superior a quem age desta forma.
As camas e saunas dos motéis de todo o mundo guardam segredos que não podem e não devem sair deles.
As traições do dia a dia não podem ser louváveis, mas a utilização destas como armas política é INDECENTE, muito pior do que o próprio adultério.
O PECADO DE JUDAS É MUITO MAIS GRAVE DO QUE O DE MADALENA, OU ALGUÉM DUVIDA DISSO?
Não estou discutindo se o caseiro recebeu ou não dinheiro de quem quer que seja; afirmo que suas atitudes foram hipócritas e canalhas.
E se isso foi louvado, quem louvou não merece melhores adjetivos.
Quem de nós não cometeu pequenos pecados que, no íntimo, nos envergonhamos e que tentamos manter sob o sigilo, socialmente aceito e necessariamente aceito; posto que podem, inutilmente, gerar crises existenciais e desestabilizar a própria família tão citada pelos “moralistas”?
Ah se meu fusca falasse!
O que pode-se dizer de alguém que age desta forma?
E quem aplaude isso?
Vejamos que, a CPI dos Bingos termina sem nenhuma PROVA contundente da participação de Palocci em nenhum ato lesivo ao país.
Contudo, a crise econômica que poderia ser desencadeada com esta palhaçada toda, seria extremamente lesiva ao povo mais pobre e humilde.
As atitudes irresponsáveis de quem “denunciou” as possíveis trepanagens do ministro e de quem as aplaudiu como ato de heroísmo mostra do que será capaz essa turma no poder.
Desfio a quem quer que seja que me mostre alguma prova contra Palocci que envolva dinheiro público, a não ser que dinheiro público tenha sido gasto para financiar o caseiro.
Um dos melhores presidentes americanos há pouco tempo, quase caiu por causa de um felatio.
Palocci caiu, por uma denúncia feita sem comprovação, por atos sem comprovação, e sob aplausos de quem comprovadamente permitiu as lambanças feitas com dinheiro público no Espírito Santo, à época de José Inácio e Gratz. Sob os auspícios de FHC. Quem não se lembra?

Lírica Dimitri

Brincando quieto na sala
Se não grita ou se não fala
Se fica muito calado
Já me deixa preocupado.
Arteiro, muito levado.
Quieto, lá vem novidade.
Dimitri muito parado
Sempre causa ansiedade.
Tá com o nariz melequento
Mamãe já fica ansiosa
Se em lá um pé de vento...
Mais também fica bem prosa
Com cada palavra nova
Olhando, contente aprova.
As “novidades” do moço
Se come bem no almoço,
Mamãe agradece tanto
Fica feliz com o fato
Mas quietinho no seu canto
Tá rasgando seu retrato...
Correndo lá pro quintal
Mexendo na terra suja
“Vai ficar “passando” mal”
E doente de lambuja
Pensa mamãe preocupada
Mas no final dá em nada.
Dimitri é muito sapeca
Levado para chuchu
Quando coloca a cueca
Depressa já fica nu
Arranca logo a calçola
“Menino, cê vai pra escola!”
Vô Jão Polino bem sabe
Das artimanhas do neto
Na casa ele já não cabe
De tanto amor e afeto
Diz com muita precisão
“Manda no meu coração!”
Vovó Rita fica rindo
Feliz com esse arteirinho
“Como é lindo esse meu neto!”
Por ele tenho carinho
Mas quando fica doente
Preocupa, toda a gente...
Tia Virginia também
Sabe que ele é novideiro
Não tem mais para ninguém
Só presse menino arteiro
Que reina aqui nessa casa
Que vive mandando brasa.
Tio Betinho coitado
Sofre com as armações
Desse garoto levado
Que vale por dez leões
Mas é feliz de verdade
Nessa bela flor da idade...

REDONDILHAS

Quando falo de saudade

Logo me vem tua imagem

Percorrendo esta cidade

A cada rosto miragem

Vejo essa boca pequena

Em cada curva da estrada

Minha vida, de serena.

Transformou-se revoltada

Numa grande tempestade

Que não tem mais paradeiro

Dolorosa de verdade

Te procuro o tempo inteiro

Quando acordo tão sozinho

Vou procurando te ver

Já não tenho meu caminho

Já não consigo viver

Quero te ter bem comigo

Pra me dar alento e amor

Pois sem ti eu não consigo

Encontrar mais o calor

Do que foi feita essa vida

Vida minha em tua feita

Minha vida vai perdida

Sem a tua nessa espreita

Nem espero mais ter vida

Se não tiveres por mim

Vida minha triste lida

Sem tua boca, carmim.

Quero o sol da madrugada

Quero a lua desta tarde

Vou morrendo sem ter nada

Vou vivendo de saudade.

Tuesday, June 13, 2006

Ser Gauche na Vida

A batalha foi muito mais difícil do que poderíamos imaginar. Do outro lado, uma multidão de consoantes misturadas com raras vogais, mantinham a tradição da Iugoslávia de Tito, titânica.
Nossos guerreiros, abençoados desde sempre pelos deuses do futebol, sempre favoritos em qualquer competição, começaram arrasadores.
Mas, do outro lado, tínhamos um formidável adversário. Nessa batalha entre dois titãs, a camisa amarela combatendo o tabuleiro de xadrez croata.
Num dia onde tivemos dois ronaldos, dois semideuses em fases opostas, o moleque em plena ascensão rumo ao Olimpo, onde somente raros como Pelé, Garrincha e Maradona têm assento e o fenomenal artilheiro em fase crepuscular da carreira.
Claro que o gênio, mesmo decadente, tem seu lugar demarcado e assegurado; mesmo que não seja insubstituível durante uma batalha, o é durante a guerra.
Obeso ou forte, lento ou omisso, abatido. Isso, abatido.
O gigante abatido pode e deverá reagir, e tal fato será fundamental.
Nessa luta, nesse embate entre os reis da habilidade e os enxadristas eslavos, o equilíbrio se fazia presente.
Mas, ao se findar a primeira metade do jogo, o imponderável e improvável aconteceu.
Da mesma forma que o K é letra obscura para a nossa flor do Lácio, o pé esquerdo do menino-deus também o é.
Quando estávamos esperando um empate coroando este equilibrado primeiro tempo, um fato estranho e raro aconteceu.
O menino-deus acertou, com uma precisão de uma tacada de golfe, com a improvável canhota, o ângulo direito do gol croata.
Kaká, destro, direito, bom menino, íntegro, inteligente e bem coordenado tanto intelecto quando moralmente.
Menino bom, “droite”, teve seu genial momento de “gauche”. Genial gauche.
E, em meio a tantos e tantos gênios; o “direito” menino deus brasileiro, foi magistralmente gauche.
O jogo intelectual, bem armado e habilidoso dos eslavos cedeu a surpresa desse surpreendente futebol brasileiro.
O Olimpo futebolístico, aguarda os outros guerreiros, cada um ao seu tempo, e a cada nova batalha, nessa guerra entre os cinco continentes, pela glória da supremacia deste que é, o Esporte maior da Terra.
No maior espetáculo esportivo do planeta, os deuses brasileiros vitoriosos nessa primeira batalha, escalam o primeiro degrau rumo à eternidade.

As aventuras de Betinho na cidade grande 02

Nos primeiros dias de Rio, Betinho até que não aprontou muito não.
Depois do vexame em Copacabana, resolveu, mineiramente, ficar na dele.
Por mais que a gente esperasse que Beto cometesse alguma gafe, nada ocorria. Espertamente, ele passou a repetir tudo o que fazíamos, se portando muito bem.
Mas, um dia, naquele calor e areias escaldantes do Rio de Janeiro em pleno verão, resolvemos tomar um chope num barzinho da orla.
Delicioso chope, com aquele refrescar que dá água na boca só de se lembrar.
E desce um, e desce dois, e desce mais, o calor, o chope, o chope, o calor e depois de uns quinze chopes a cabeça rodando, Beto foi se soltando.
Mentiroso de fama ímpar na região do Caparaó, foi desfiando seu rosário de “causos”, vindo a relembrar dos tempos de infância e de adolescência.
Recordou, sem brigar, a história dos bombons e de Pedro Gambá, lamentando o gênio exageradamente irascível, que abortou sua promissora carreira de ponta esquerda.
Lembrava de suas pescarias onde conseguira uma fórmula mágica de pescar cascudos com anzol, além de ter pegado vários e vários bagres e, incríveis lambaris diurnos, nas suas pescarias noturnas.
Mas isso é outra história e dela iremos nos ocupar depois.
Estávamos nos divertindo com as mentiras do nosso querido amigo. Nesse meio tempo, encontramos com um amigo nosso a quem não víamos há bastante tempo e nos distraímos com relação a Beto.
Esse não se fez de rogado e continuou a beber.
Lá pelas tantas, nosso convidado, querendo atrair Beto para a conversa, resolveu perguntar a esse se estava gostando.
A resposta veio rápida : “O chope tá uma delícia, mas mais gostosos são esses biscoitinhos”.
Biscoitinhos? Que biscoitinhos eram esses se não tínhamos pedido tira gostos?
Para nossa surpresa, Beto degustava com prazer inaudito, os marcadores de chope, colocando generosas pitadas de sal...
ERAM OS FAMOSOS “BISCOITINHOS”...

Aventuras de Beto na cidade Grande 1

Betinho, nosso famoso ponta esquerda ibitiramense, era um rapaz muito simples. Embora fosse muito forte, era de uma comovente ingenuidade.
Me recordo que, nos idos da década passada, numa inesquecível viagem fomos ao Rio de Janeiro.
Entre nós, havia um amigo extremamente gozador e, sabendo tanto da ingenuidade quanto do “pavio curto” do nosso gigantesco herói, resolveu aprontar algumas com ele.
Capixaba da divisa com Minas no Rio, tem como obsessão ir até o mar, tão longínquo quanto apaixonante.
Ainda mais nas praias cariocas, famosas por suas belezas e pelas belezas suadas que passeiam próximo ao mar.
Betinho ficou encantado com tanta beleza e, assustado com tamanha quantidade de pessoas, e com o marzão grande, repetiu aquela famosa frase dos caipiras que vêm o mar na primeira vez; soltando um gostoso: “Eta marzão besta, meu Deus”.
Renato, o nosso amigo brincalhão, não perdeu a chance:
“Você tá achando que isso aqui tudo é de graça?”
Ao que Beto respondeu: “E não é não?”
“Claro que não, tem que pagar para entrar na água.”
“Uai, onde a gente paga?”
“Você quer entrar na água?”
“Claro, quero saber se ela é salgada mesmo sô!”
Apontando para o Posto de Salvamento, senão me engano o Posto 5, lá na Copacabana, princesinha do mar, Renato foi incisivo: “É lá que se vende o Ingresso”.
Não deu outra; Betinho, sem pestanejar se dirigiu ao Posto e, perguntando ao Salva Vida onde compraria o ingresso para entrar, e quanto custava, diante da gargalhada deste, saiu indignado:
“Depois esse pessoal reclama, a gente quer ser honesto e o pessoal nem aí, vou ser obrigado a dar um “tombo” (calote na gíria da nossa região) e entrar sem pagar...”
E, bebendo muita água, tomou seu primeiro caldo em águas salgadas...

POR ESSAS E OUTRAS QUE SOU LULA

Estava assistindo há pouco, na Globo News uma entrevista de Lula e, próximo a mim estava Marcos Dimitri, meu caçula, que completa 2 anos dia 29 agora.
Perguntei a ele quem era aquele "moço", a resposta foi imediata: "Nuna na na na", e ao perguntar de quem ele era amigo, Dimitri foi incisivo: "Do Dimiti"...

LULA SABIA, COM CERTEZA SABIA DE TUDO, OU QUASE

Realmente, conforme todos os oposicionistas dizem, Lula sabia. E falo mais, não somente sabia como sabe.
Como também a maior parte da população lúcida deste país sabia das dificuldades que o Governo encontraria, após tanto tempo de desgoverno e entreguismo, feitos sob a desculpa de “enxugar a máquina” administrativa.
Tivemos nos oito anos de FHC tal avalanche de atitudes contrárias aos interesses da população brasileira que, o resultado de tal política governamental foi catastrófico. O aumento das dívidas interna e externa, e a perda do controle estatal de grande parte do maquinário estatal, entregue a preço de banana para o capital privado.
Outra coisa que Lula, com certeza sabia é a gigantesca desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres, fruto de uma política escravagista onde o povo sempre foi vitimizado pelos mesmos desgovernos anteriores, preocupados em manter as benesses das elites econômicas mantendo um salário mínimo absurdamente pequeno e com o crescimento do nível de empregos ínfimo.
Mais uma coisa que Lula sabia era da necessidade de reformas importantíssimas para o crescimento do país, como um todo.
Lula sabia, como todos nós também, que o potencial deste país é gigantesco e que somente com o investimento no seu povo poderemos ter uma sociedade mais justa.
Lula também sabia que somente com a educação poderemos ter uma melhoria da qualidade de vida do proletariado, por isso temos o PROUNI, o FIES, o FUNDEB, os investimentos nas escolas técnicas federais e o aumento de vagas nas universidades federais, além da criação de novos estabelecimentos e cursos.
Lula com certeza sabia que o novo milênio terá como grande problema, o problema energético, portanto os investimentos nessa área foram flagrantemente maiores e mais bem sucedidos do que nos desgovernos anteriores; inclusive com o incremento do biodiesel, entre outras soluções.
Lula sempre soube que a miséria de um povo se mitiga, primeiramente com melhor alimentação e, ao transformar o fome zero ou bolsa família num programa mais eficiente, conseguiu alimentar mais dignamente 95 por cento das crianças desse país.
Lula por certo sabia que somente com melhoria de salário e de estrutura dos professores e das escolas públicas, teremos uma melhor qualificação dos alunos e, por conseguinte maiores horizontes.
Dá-me a certeza desse fato de que Lula sempre soube que somente o povo poderá mudar os destinos deste país, e por isso este foi priorizado; todos os dados sociais deste governo são positivos.
Agora, sobre o dito “mensalão”, me desculpem, isso merece uma análise mais coerente e lúcida.
Em primeiro lugar, quando o próprio denunciante isentava Lula do fato deste ser participe da confecção desta “arapuca”, isso é explicito.
Outra coisa, as investigações sobre o “mensalão”, demonstram claramente que o caixa 2 dos partidos aliados é a única alternativa plausível; ou querem me fazer crer que aliado compra aliado.
Essa forma de atuação seria inédita e estúpida, tão estúpida quanto à afirmativa insensata de que isso seria possível.
Compra-se adversário, ora Bolas!
Mais um detalhe que chama a atenção é a ausência do ineditismo do esquema, utilizado anteriormente pelo Caixa 2 tucano e mineiro.
Roberto Brant e Eduardo Azeredo, fazem parte dos “40 ladrões” indiciados pela CPI dos correios, além do Clesio Andrade.
Confere?
Então, quando Geraldo fala sobre isso chama o ex-presidente e senador do seu partido de ladrão, além do ex-ministro de FHC, Roberto; sem falar do vice-governador de Minas, aliado de Aécio Neves.
Mais uma coisa que me chama a atenção é o fato de que se imputarmos a Lula o conhecimento de um esquema de caixa 2, devemos imputar a FHC o conhecimento do mesmo esquema com relação a Eduardo Azeredo, estendendo tal fato ao Governador Alckmin, enfim a todos os políticos que fizeram campanha nas eleições de 1998 pelo PSDB e pelo PFL.
O esquema do “mensalão” foi sepultado na Câmara dos Deputados na absolvição da quase totalidade dos deputados envolvidos neste esquema.
PORTANTO, SOBRE O QUE INTERESSA AO PAÍS, LULA COM CERTEZA SABIA DE TUDO, AGORA COM RELAÇÃO AO CAIXA 2 OU MENSALÃO SE OS APEDEUTAS PREFERIREM, NUNCA NINGUÉM IRÁ COMPROVAR SE SABIA OU NÃO SABIA, TANTO QUANTO FHC A QUEM ACUSO, A PARTIR DE AGORA, DE SABER DO “MENSALÃO” MINEIRO DE 1998.

Monday, June 12, 2006

Cavalo dado não se olha os dentes

Fracasso de audiência
De O Globo, hoje:

"Ao contrário do que a cúpula do PSDB esperava, a oficialização da candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência não conseguiu entusiasmar a militância do partido na festa preparada pelo governador de Minas Gerais, Aécio Neves. O auditório da ExpoMinas, com capacidade para 4.500 pessoas, em nenhum momento ficou lotado e durante o discurso de 19 páginas lido por Alckmin o público presente ficou reduzido quase que à fila do gargarejo".

A maioria das pessoas que empunhavam bandeiras de Geraldo Alckmin na convenção admitiu ter ouvido o nome do candidato tucano à Presidência pela primeira vez. Levadas a Belo Horizonte de ônibus, disseram que a viagem foi motivada pelas promessas de lanche grátis e de emprego na campanha.



No meio da platéia, estava dona Jurema, uma senhora que acabou de adentrar a bela casa dos setenta anos.
Politiqueira desde a juventude, daquelas que adora portar a bandeira de um candidato, levando com fé e afinco a “profissão” de cabo eleitoral.
Participara, nos bons tempos, da campanha de Juscelino ao Governo de Minas e depois à presidência da república.
Lembrava-se de Tancredo, Magalhães Pinto e isso a deixava arrepiada só de pensar.
Trabalhara na campanha de Israel Pinheiro e depois tivera certa amizade com Rondon Pacheco; sendo amiga íntima de Itamar Franco e de Aécio Neves.
E é por isso que fora para essa festa além, é claro, da possibilidade de “ganhar uns trocados” como experiente “caçadora de votos”.
Mineiramente, se aproximou de um conhecido e perguntou quem era o moço que ela devia apoiar.
Esse também não sabia; mas, seu Juca, velho companheiro de comícios e de carreatas, mostrou o candidato.
Era um careca narigudo, de óculos, parecido com aquele repórter da televisão que trabalha com aquela moça loura, grandona...
“Mas esse moço não tem cara de político não, seu Juca. Como é o nome dele?”
“Geraldo”. Respondeu o companheiro.
“Nunca ouvi falar. Ele fez o que?”
“Foi Governador de São Paulo”.
“Mas não era o Maluf?” perguntou dona Jurema.
“Isso faz tempo, esse é o atual.”
Olhando bem para a cara do sujeito, dona Jurema, desconfiada, ficou quieta.
Esperar ele falar primeiro para depois julgar, quem vê cara não vê coração.
Depois que o moço começou a falar, pausadamente, com aquele jeito de quem está cansado; dona Jurema, que era uma das primeiras da fila, foi se afastando, disfarçadamente.
O cachorro quente com ki-suco que deram para o pessoal comer, não caiu bem, e a sonolenta fala do candidato, foram dando um sono tão profundo na velha senhora que, sem que ninguém percebesse, ela resolveu voltar para o ônibus e começou a dormir.
Começou a se lembrar dos discursos inflamados de Juscelino que ouvira na juventude, foi dando uma saudade doida.
E dormiu, e sonhou, e sonhou e dormiu.
Quando acordou, duas horas depois, ficou preocupada. Será que o moço ainda estava falando?
Olhou para o lado e viu que várias pessoas tinham seguido seu exemplo e voltado para o ônibus.
Resolveu, então, voltar para o auditório a tempo de ouvir as últimas palavras do candidato.
Profissionalmente, assim como quase todos que estavam ali, aplaudiu e cantou as hip hurras de praxe.
Mas desta vez, ao contrário de tantas outras, saiu com a mesma impressão com a qual chegou.
Aquele moço disse muito, falou muito e não disse nada.
“Aecinho, você me paga, colocar a gente numa furada dessas!” Pensou a setuagenária senhora.
Mas, como o cachorro quente e o ki-suco, além da camiseta e do emprego estavam garantidos, nada falou.
Afinal cavalo dado, não se olha os dentes, mesmo que o cavalo seja banguela!

DA DIREITA RAIVOSA OU DE IDIOTAS, IMBECIS E CRETINOS

Uma das máximas de Voltaire dizia que, “embora não concorde com nada do que dizes, lutarei até a morte pelo direito de dizê-las”.
Essa é uma das mais belas traduções de democracia que temos. Porém, o que vejo, espantado, surgir nesses tempos é a figura da “direita raivosa”.
As reações, geralmente anônimas, a qualquer afirmativa que contrarie os “ideais” dessa turma são de baixíssimo nível, de uma agressividade comparável a de uma “esquerda raivosa” do passado.
Qualquer afirmativa que seja de apoio ao governo atual significa para a anencéfala turba que quem a faz é ladrão, corrupto, sem vergonha, canalha. Como se defender os desmandos dos desgovernos anteriores fosse indício de honradez.
As postagens feitas sem nenhuma argumentação lógica, são torpes e inúteis.
Ainda mais quando anônimas, pois de anônimo não tem dono.
Essa tentativa cômica de tentar inibir os pensamentos contrários é infantil e demonstra a imaturidade tanto de argumentos quanto da capacidade de exercer corretamente a cidadania.
Me recordam as “argumentações” feitas nos programas cults como os que envolvem os famosos “testes de DNA”. Isso é de um primarismo relevante.
Mas, pior que isso é, quando do lançamento da candidatura do Dr.Geraldo, esse ter sido o tom dos discursos.
Se for essa a tônica predominante da campanha eleitoral, a situação pode descambar para o ridículo, a ponto de termos que assistir uma inepta luta sobre o nada, com tantas intervenções do TSE, que corremos o risco de termos os horários gratuitos completamente tomados pelos “direitos de defesa”.
Cabe lembrar que, se formos denunciar cada CPI arquivada pelo governo tucano, teremos mais de uma por dia. Vai faltar horário para tanta denúncia.
O livre pensar é só pensar; já as ofensas sem pé nem cabeça, principalmente a quem não conhecemos e com quem não convivemos, escondidas sobre pseudônimos ou mesmo inonimadas são inválidas e atestam a incapacidade de conviver com o diverso.
Resumindo, demonstra a intolerância típica dos imbecis ou dos autistas.
Antes que se sintam ofendidos, procurem a definição médica de imbecilidade e de idiotia, ou mesmo de cretinice.
Acredito ser de bom tom uma melhor avaliação das relações interpessoais e do respeito à opinião alheia.
Aceitar as críticas é conviver, quanto às ofensas é perdoar.
“Perdoe-os, meu Pai, eles não sabem o que fazem”.
Quanto à direita raivosa, meus parabéns, vocês aprenderam com a esquerda tão raivosa e imbecil quanto.
Por isso, é bom repetir o provérbio árabe: “Os cães ladram e a Caravana passa”.

Sunday, June 11, 2006

LATINO AMERICA

Na fumaça do cigarro
Que se queima entre meus dedos
Nessa penumbra me agarro
Vou fugindo de meus medos
Quero a sensação perfeita
De poder seguir em frente
A felicidade é feita
Do sangue e carne de gente.
Como a liberdade é flor
Quer precisa pra brotar
De suor sangue e terror,
Pois senão ela não dá.
Meu canto de liberdade
Tem mais lágrimas que riso
Atravessando a cidade
Traz muito pouco sorriso,
Reflete a melancolia
Que se fez neste país
Trazendo pouca alegria
Quase morrendo por triz;
A vida essa fantasia
Essa pobre meretriz
Que tampouco poderia
Sonhar em ser mais feliz.
Não podendo mais arcar
Com essa dor que apavora
Nessa luta por lutar
Bem antes e mais agora.
Nossa luta é tão constante
Vem de tanto tempo atrás
Transformando esse gigante
Que aprende a ser tão capaz
Quanto os velhos continentes.
Trazendo nas mãos cansadas
Sonhos de seres contentes
Pela lua, iluminadas.
As marcas de todos nós.
Caminhamos de viés,
Trazendo essa dor atroz
Cortados, sangram os pés.
Nossa luta mais certeira
Da guerra que não engana
Essa batalha altaneira
Da latino americana
Vida, como essa bandeira,
Que carregamos sem jeito
De todas és a primeira,
Pesando forte no peito.
Terra de tantas batalhas
Das antigas injustiças
Trazes nos olhos mortalha
Vítima dessas cobiças
Que sangraram os teus sonhos
Em troca de prata e ouro
Transformaram em medonhos
Tua carne, pele e couro.
Estropiaram teu povo
Exterminaram teus cantos
Extorquiram-te de novo
Tenazes foram teus prantos.
Agora, que tentas ser,
De novo esse amanhecer
Um amanhecer mais justo,
Mãe que acalanta no busto
Teus filhos mais sofredores
Buscam todos teus amores
Procuram beijo da paz
Lutam pra serem bem mais
Que simples melancolia
Quiçá nesse novo dia
Nessa brisa que acalenta
Nesse canto que se assenta
Sobre tuas mãos feridas
Possamos nós teus meninos
Esquecer das despedidas
Cantando de novo esse hino,
Um hino de amor a ti
Terra onde sempre vivi
Onde nasceram meus filhos
Por onde seguem meus trilhos
Iluminados ao sol
Que traduz tua esperança
De ser de novo a criança
Dona do teu arrebol.
Brincando nas cordilheiras
Nas tuas florestas tantas
Fazer dessas brincadeiras
Ungindo tuas mãos santas.
Surgindo de novo a vida
Onde sangraste, ferida.
América mãe de todos
Que Deus ouça nossos rogos
E te permita viver
Sem ter que filhos vender
Sem ter que, prostituída,
Expor-se tão nua em vida.
América, nosso lar,
Nossa casa verdadeira.
Que o brilho do teu luar
Ilumine a terra inteira.
Que nunca mais te maltrate
Nem nunca mais te destrate
Quem nunca te conheceu
Quem jamais te concebeu
Povo de terra estrangeira
Que suga tanto teu sangue
Atolando-te no mangue
Te escarrando por inteira.

DO BESTEIROL E DA GRANDE IMPRENSA

Ronaldo ataca imprensa e anseia jogos por "fim das besteiras"

"Para mim, até agora, não existiu nenhuma polêmica. Vocês [jornalistas] criaram polêmicas. Independentemente disso tudo, eu me preparei para estar bem e espero corresponder dentro de campo"


Essa afirmativa de Ronaldo, o Fenômeno, mostra bem o mal que assola a imprensa brasileira.
A fofoca, o disse me disse, o tititi tomou conta da grande imprensa em todos os níveis.
Muito mais importante que a notícia e análise desta é a manchete, muitas vezes sem pé nem cabeça.
Uma opinião dada por alguém sobre assunto que não interessa, na verdade, a ninguém a não ser às comadres fuxiqueiras tão ridicularizadas no passado e agora figuras constantes na Imprensa dita séria desse país.
Temos, portanto, o beisteirol midiatico. Isso é ridículo e temerário.
A apuração dos escândalos de corrupção descambou para um disse me disse, onde até historietas de bordel tomaram assento.
Fatos como o da cozinheira ter ouvido planejamentos de crimes feitos, obviamente, na mesa de café, para quem quiser ouvir sem nenhum cuidado, às claras; malas de dinheiro circulando entre serviçais e motoristas, sendo que estes sabiam até a quantidade e o tipo de moeda; são de uma criatividade que nem a carochinha poderia imaginar.
O bom senso se afastou da grande imprensa e, ouso dizer que a própria inteligência também.
Perdoem-me os jornalistas, mas acho que, além de relação de nexo entre causa e efeito, falta cérebro, massa encefálica mesmo para a maioria dos profissionais da área.
O jornalismo brasileiro está de tal forma deturpado e sem moral que eu votaria, sem nenhuma dúvida do programa “De olho nas estrelas” do Leão Lobo ou no TV fama, de Nelson Rubens numa eleição que perguntasse qual o melhor perfil do jornalismo no Brasil.
A transferência desse tipo de programa para as áreas de comentários políticos demonstra o nível cultural de quem se diz “formador de opinião!”.
São incapazes de enxergar além de quem matou ou deixou de matar Salomão Ayala.
Em nenhum momento eu vi algum jornal ter uma linha qualquer de raciocínio seletivo sobre o que interessa ou não interessa ao País e seu povo.
As preocupações do povo são bem mais amplas do que quem comeu quem ou com quem fulano ou sicrano conversou ou se o caseiro estava certo ou mentindo. De qualquer forma ninguém disse que o simples fato de aparecer alguém coparticipante da intimidade de um Ministro ter denunciado fato que não importa a ninguém, a não ser ao próprio e sua família, demonstra que esse denunciante é per si MAU CARÁTER.
Ou o porteiro de um Motel ou de um prostíbulo tem o direito de vir a público e sair espinafrando quem quer que seja?
Por essa visão hipócrita e crápula, aconselho a todo mundo que evitem motéis, boates, prostíbulos ou mesmo bares e restaurantes de qualquer cidade desse país. Essa moral torpe e canalha criada por essa imprensa absurdamente inepta e formada, já que incompetente e analfabeta, pelas “Candinhas metidas a besta” que pululam nos jornais e revistas.
Ronaldo está certo em afirmar que está de saco cheio. Todos estamos.
O fato de se ler um jornal ou uma revista, que sempre foram o diferencial entre quem pensa ou quem capta somente, hoje se deturpou tanto que, o que simplesmente se omite está mais bem informado do que o idiota que comprou o jornal ou a revista.
Está na hora de se dar um basta nisto, nós não somos bestas e nem devemos ser tratados pelos “reis do besteirol”, os jornalistas “sérios” do País.

TE QUERO, NEM SEI SE QUERO...

Te quis tanto, cada canto meu era teu, teu encanto meu alento. Meu conforto e serventia. Tanto te queria que não seria fantasia simples alegoria de um coração sem alegria.
Tua boca, fonte e porto, açoite e voracidade. Na saudade de tua distância tão aconchegante, cada galante verso, inverso e amante.
Quero o perverso e complexo abraço, no cansaço deste traço que ameaço, com o compasso da vida.
Marina cheia, salina pele, delícia de sol, arrebol, mas armadilha.
Na ilha de tuas pernas, mina de tanta riqueza, aurífera beleza de fera holandesa.
te quero tanto, não temo nem teimo. Apenas queimo.
Ardendo e me devorando, me decoro com tuas penas. Tanto penar e tanto mar. Mar e maré, mundo sem fé, seca e sorvete, solvente me dissolve e corrói e como dói.
Um vasto pasto da alma, sem calma nem chama, me chama e nem percebo.
Te concebo e te traço, contrastes e tentativas. Preto e branco, o retrato na parede é tão antigo. Contigo nada mais, nada a mais que a mais voraz saudade.
Saudade do que nem há de, nunca guerreando, sempre andando, adiando para sempre o que nunca foi nem seria.
A cada dia a voracidade, a espera sem esperança, a espreita, caçador.
Com trato e com tato, sem tempo para ser. Nunca seria sério, seria?
Se ria se ris, nada diz e nem pretendo, mesmo tendo o porquê sugerir, sugere ir para o jamais.
Já mais antiga que a própria vida. Sem sentido, sortido, e talvez sórdido; sempre ardido, urdido e esquecido.
Nunca viveria o que viver seria se pudesse te ter.
Talvez seja por isso que esqueci de te chamar, clamar, esperando o momento inevitável do que nunca viria ou se vier, não sei mais o que faria.
Agora o tempo vai embora e, embora te quero, sinceramente, a mentira mais sincera é essa. Depressa que a vida passa e não cansa de passar.
Mas pra que te ter se nem te quero? Ou quero, mas não venero, nem espero nem espreito mais. Meu defeito talvez seja o de te amar demais...

redondilha

Quero teu corpo querida
Desfrutando toda a vida
Que ele poderia dar
No céu, luz e luar
Na vida sem ter parada
No sentido dessa estrada
Que no final dá em nada
Sentir tua madrugada
Nos braços de minha amada
Na canção desesperada
No tão ser e nem ser nada
Nem tentar te conhecer.
Quero muito de tão pouco
Querida, teu grito rouco
Muita grana e pouco troco
Sangrando após cada soco
Morrendo sem poder ter
Nem podendo mais conter
O que já fora veia ver
Nessa centelha viver
E em cada instante morrer
Morrer sem ter você.

EM ALGUM LUGAR DO PASSADO

Observando a maneira como a oposição de hoje atua, tenho saudades dos tempos em que eu era oposição. O discurso é muito parecido. As ofensas de hoje me lembram as do passado.

Só falta aparecer algum pefelista gritando: “Arroz, feijão, saúde e educação” ou” O povo unido, jamais será vencido”.

A diferença é que, por mais que a gente chamasse a turma do poder de corrupta, safada, ladra, eles não se abalavam, mantinham trancados a sete chaves os cofres da informação e da investigação.

Essa é a diferença crucial.

A permissão de se fazer CPIs, investigações e a exposição de tudo ao público é a grande novidade. Grande e benfazeja, pois nos permite partir do pressuposto de que há mais transparência hoje, e isso é bom.

Agora, a forma de agredir é basicamente a mesma.

Adoro quando escrevo e aparece alguém ou me ofendendo ou ofendendo o governo que defendo. Isso me traz muita saudade.

Essa observação se faz pertinaz ao momento em que vivemos por alguns aspectos muito interessantes sobre o comportamento humano, em seu âmbito pessoal e social.

Obviamente, nem tanto o governo passado foi feito somente por coisas espúrias e nem tanto o atual é perfeito.

Mas, toda essa balbúrdia é de vital importância para o amadurecimento da democracia.

O PSDB e o PFL estão tendo seu momento de “oposição raivosa” e improdutiva, da mesma forma que fomos acusados no passado.

A tática de trancar a pauta do Congresso, ter que obrigar o Governo a vetar projetos irrealizáveis, bloquear a aprovação do Orçamento da União, vociferar a qualquer preço contra qualquer coisa, me lembra algum lugar do passado.

E é bom aprendermos a lidar com isso, fomos um pouco assim, assim como eles também tiveram seus tempos de sufoco, como os que passamos.

Ver o Picolé de Chuchu, mais para poodle, tentar imitar PITBULL também é extremamente cômico. O Dr. Geraldo não tem o menor cacoete para parecer agressivo. A voz pausada e em tom mais baixo, com a falta de carisma que determina sua personalidade, o faz parecer totalmente mentiroso quando tenta agredir.

Até por que, pelo que me consta, a relação pessoal entre ele e os petistas paulistas nunca foi de inimizade.

O fato de parecer que está forçando a “barra”, demonstrado pela, digamos, mansidão no falar não coaduna com as palavras ditas.

Parodiando a velha máxima, não basta falar que está indignado, é necessário parecer estar.

E, nisso, a realidade parece bem distante do que pretende ser demonstrado.

Ser chamado de petralha, de corruPTo é tão bucólico quanto chamá-los de tucanalha. Isso tudo faz parte dessa coisa maravilhosa que juntos, petistas e tucanos, além dos comunistas, socialistas e peemedebistas lutaram: O ESTADO DE DIREITO E A DEMOCRACIA!

Por isso, afirmações estúpidas e canalhas como as dadas por Antonio Carlos Magalhães devem ser repudiadas por todos, sem exceção.

Aí já ultrapassa todos os limites do bom senso, a única coisa que é pior do que qualquer estado democrático, por mais frágil que seja, é a ditadura.

Ditadura de qualquer tonalidade ou “ideologia”. O amor ao próximo e a igualdade de direitos são totalmente incompatíveis com os estados de exceção.

DO DIA EM QUE MOBUTO QUASE FOI PARAR NO FLUMINENSE

Nesta época de Copa do Mundo, me lembro da copa de 1974. O futebol mundial estava encantado com a seleção holandesa e a seleção Brasileira que vinha de um excelente time em 1970, acomodara-se e, com excesso de auto-suficiência não se preparou muito bem para enfrentar os europeus, principalmente os holandeses e os poloneses.
Na primeira fase, tivemos dois jogos muito ruins contra a Iugoslávia e a Escócia, devidamente empatados com placar oxo, como dizia um comentarista paulistano à época.
No Brasil, vivíamos uma das mais difíceis fases da ditadura militar, sob o governo do “pastor alemão” Geisel.
E, como a Copa de 74 foi a primeira com transmissão totalmente colorida, íamos ver os jogos na casa do meu tio Celso, um dos poucos proprietários de televisão a cores. Produto extremamente raro e caro naqueles tempos de exceção.
Um dos adversários do Brasil era o Zaire, país famoso pela ditadura violenta e tão ou mais cruel do que a nossa.
O Brasil teria que ganhar com mais de dois gols de diferença, o que conseguiu graças a um gol “espírita” de Valdomiro, ponta direita do Internacional de Porto Alegre.
Recordo-me de meu pai conversando com o meu tio, após o jogo, sobre a situação política do ex – Congo Belga, e sobre seu ditador, Mobuto.
Sanguinário e cruel era sinônimo de despotismo e de desrespeito aos direitos humanos.
Francisco Malhado era um “pseudo intelectual”, tão comum naqueles tempos quanto hoje. Militarista ao extremo, acreditava que meu pai fosse subversivo e, portanto, persona non grata ao país e à sociedade.
Ao se aproximar dos palestrantes, Francisco sutilmente silenciou-se e, ouvidos atentos quis captar sobre o que falavam.
A conversa girava sobre política internacional, como dito, e comparavam ambas as ditaduras, a brasileira e a do Zaire.
Porém Francisco chegou na hora exata em que criticavam Mobuto, do Zaire.
Ao que Francisco, prontamente reagiu:
- Não concordo com vocês não, esse tal de Mobuto ainda é o que se salva nesse time, pra falar a verdade eu bem queria que ele fosse o lateral esquerdo do meu amado Fluminense!

DO DERBY IBITIRAMENSE

Final de campeonato, jogo duro entre Pedra Roxa e Santa Marta. No gol do time de Santa Marta, o reabilitado Pedro Gambá.
No time de Santa Marta, Betinho, o nosso craque da ponta esquerda, recém contratado ao Pedra Roxa.
Betinho estava ansioso para poder mostrar ao ex-time que fora injustiçado; craque que era, ao ser retirado do time.
O apelido de “Cagão” fora incorporado ao nome. Era conhecido como Betinho Cagão e isso o deixava extremamente irritado.
Todo mundo estava consciente disso, do ódio que tinha ao apelido e, se alguém quisesse briga com ele, era só o chamar pelo apelido que tinha.
Como Betinho tinha quase dois metros de altura de ignorância pura e fama de bom de briga, nem a torcida adversária ousava provocá-lo.
Contam que já tinha feito muito cabra valentão virar sócio de dentista por conta disso.
Voltemos então ao jogo. Dessa vez, por precaução, Betinho não procurou ninguém, nem dona Filinha nem ninguém mais.
Pedro Gambá, como todos sabem, era um excelente goleiro, afilhado de João Polino, ex-técnico do time; famoso pelo tiro que deu na bola, impedindo a maior goleada da história entre os dois times.
Os tempos eram outros, Pedro parara de beber e, todos dizem, se fosse mais jovem teria ido para o Rio, defender um time grande.
O jogo transcorria tranqüilo, o time de Santa Marta estava ganhando de um a zero, num golaço de Zeca Aipim, centro avante que viera do Rio passar umas férias e, por conta do futebol, acabara ficando em Santa Marta.
Quando, aos trinta minutos do segundo tempo, num lance estranho, Leozinho Patada, ao bater uma falta, a bola milagrosamente bateu na trave e depois nas costas do goleiro e, na bunda de Betinho, saindo milagrosamente pela linha de fundo.
O goleiro Pedro Gambá, ao comemorar a ajuda do ponta esquerda e sorte salvadora deste, caiu na besteira de fazer o seguinte comentário:
-Ainda bem que você é muito cagão, Betinho.
Antes não tivesse feito. O sangue ferveu e Betinho, sem perceber o que estava fazendo partiu para a agressão contra o pobre goleiro.
Um soco só e o pobre infeliz estava desmaiado, com a boca estourada e os dentes, os pouco restantes, espalhados pelo gramado.
Os dois expulsos, um preso e outro no Hospital.
O jogo terminou para desespero de João Polino em três a um para Pedra Roxa.
A partir daquele dia, realmente Betinho, espera um pouco preu ver se ele não está perto, Cagão teve que encerrar sua carreira.

A CARREIRA RELÂMPAGO DE UM PONTA ESQUERDA

Durante praticamente toda a sua carreira como jogador de futebol Betinho sempre deu muito azar.
Reserva do melhor jogador do time de Pedra Roxa, o famoso Léozinho “patada”, por ter o chute mais poderoso do Sul do Espírito Santo, esperava ansioso pela oportunidade de poder mostrar o seu talento, ou em busca da posição de titular ou, quem sabe, poder ser visto por outro clube e se transferir.
Betinho era um canhoto muito habilidoso e tão supersticioso quanto.
Nos seus tempos de menino, sonhava sempre com a camisa 11 da seleção brasileira, mirando sua carreira na de Zé Sergio, famoso ponta esquerda do São Paulo e da Seleção Brasileira.
Dormia e acordava pensando em futebol, sua paixão pelo Vasco da Gama tinha lhe dado muitas alegrias, principalmente quando o Flamengo perdia.
Aí se realizava totalmente, ficava a semana inteira sorrindo, mais feliz até do que quando o vascão lograva ganhar.
No infantil e no juvenil, a carreira ia de vento em popa até que, numa hora maldita, o tal do Leozinho, camarada nascido lá em Caiana, Minas, se mudou para Pedra Roxa.
Daí em diante, somente decepções.
Mas, como o sol nasce para todos, um belo dia apareceu a oportunidade que Betinho tanto esperava.
Leozinho que quase nunca se machucava teve um estiramento muscular, não foi um estiramento comum, havendo até ruptura muscular e logo da coxa esquerda, a da “patada”.
Betinho, com toda a superstição desse mundo, resolveu procurar uma mãe de santo para poder se aconselhar como poderia aproveitar melhor aquela chance.
A mãe de Santo foi inexorável – teria que colocar dois bombons caseiros dentro da sunga e jogar com os bombons, sem poder retirá – los.
Esses “bombons” santificados pela dona Filinha eram a chave do sucesso.
Betinho, muito crédulo, assim o fez.
O jogo era contra Limo Verde, clássico intermunicipal; sempre envolto em muitas confusões, principalmente se o jogo fosse ao campo do Limo Verde e esse era o caso.
Como o uniforme do Limo Verde era obviamente verde, o Pedra Roxa resolveu jogar com o seu uniforme reserva; totalmente branco.
O dia estava muito quente e o sol estava escaldando, mais de trinta graus à sombra.
Betinho, empolgado com a oportunidade, obviamente não se esqueceu dos bombons.
O jogo começou muito corrido, e com o calor e a transpiração, os bombons começaram a derreter.
Bombom dentro de sunga branca em calção branco, derretido; imagem como ficou.
O técnico ao ver a cena nem pestanejou: “esse menino não tem condições de jogar no meu time” e, imediatamente sacou-o do jogo.
Assim, nesse mal entendido, mas nem tão mal cheiroso, a carreira promissora do nosso ponta esquerda, acabou.
Ao sair de campo, foi direto à casa de dona Filinha, que disse o seguinte:
-Mas vancê é munto burro mesmo, pru não feiz com os bombons com chocolate branco?