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Sunday, October 15, 2006

Ética Política e Ética Judaico Cristã

Uma coisa que tem me chamado a atenção nestes dias é a tentativa desesperada de alguns setores ligados ao PSDB de se desvincular da pecha de privativistas ou privateiros ou qualquer coisa que lembre privatização.
Falar sobre a possibilidade de que, se eleito, o Bacharel em Medicina, Dr. Geraldo Alckmin faça as mudanças inerentes ao pensamento neoliberal que norteia o PSDB e seu aliado, o PFL não é especular, é simplesmente acompanhar a coerência programática ligada historicamente ao neoliberalismo.
Nada contra a coerência, simplesmente não se pode esconder esse aspecto da população. O fato de se esclarecer os eleitores com relação à este aspecto não é terrorismo, a ocultação disto pela candidatura neoliberal é que representa uma fraude. Isso, uma fraude eleitoral.
Temos, num mundo globalizado, realmente alguns aspectos que fazem com que o socialismo bruto e utópico sejam vistos de uma maneira diferente dos ideais dos jovens que, ou envelheceram ou envileceram...
Obviamente temos que pensar sobre as éticas judaico cristã e política, são diversas e, muitas vezes, contraditórias.
Religião e política quando se misturam criam absurdos como os aiatolás, ou excrescências como Anthony Garotinho.
A religião não admite outros aspectos senão o bem ou o mal. A política não, se tem aliados e adversários que podem se colocar ora de um lado ora do outro.
A candidatura utópica de Heloisa Helena, por exemplo, apresentava um contraditório em si mesma.
Se eleita, teria que fazer composições e isso seria, obviamente, anti-ético, religiosamente falando. A única forma de governo baseada em religião é o despotismo e isso é, por si só, anti-ético.

Os erros cometidos por alas do PT relembram os erros sistemáticos do governo anteior.
Quem mora em cidade pequena vai se lembrar dos valores estrambóticos das verbas para reformas de postos de saúde, de prédios públicos ou liberadas para construção de matadouros, pronto socorros, etc...
Eram uma demonstração explicita de desvio de verbas ou superfaturamento de obras, valores exagerados para obras pequenas, o que permite ilações com relação ao desvio de verbas.
Isso era sistemático e explicito.
O que temos hoje é uma série de trapalhadas de alguns imbecis que morderam uma isca muito bem colocada por setores da oposição, visando a eleição de São Paulo.
A posição do bacharel em Medicina, Dr. Alckmin, de dizer que a tentativa era de prejudicar sua candidatura, mostra a capacidade de inverter e deturpar uma notícia o que, para os bem intencionados, diz claramente da condição de amoralidade que cerca-o.
Falar sobre ética religiosa é muito complicado quando se tem denúncias de doações de terrenos públicos para uma parte da Igreja Católica ligada a setores mais conservadores.
Quando vejo pastores pedindo dinheiro para a compra de terreno e construção de obras, me lembro de que, em São Paulo, esta prática foi feita pelo Governo Estadual com benesses do católico fervoroso Dr Alckmin e com patrimônio público fico a pensar se há ou não relação de estado/religião e se isso é constitucional.
Outra coisa que me chama a atenção é a posição do Ilmo Bacharel em Medicina com relação ao AVIÃO PRESIDENCIAL, venalmente chamado de aerolula. Pelo que me consta a compra de um carro é mais barato que a sistemática locação de outro.
Aliás é patrimônio público sim, e quem fala em PRIVATIZAR um avião não pode reclamar de quem acusa-o de tentar privatizar qualquer bem do Estado.
Como se diz na roça, pelo dedo se conhece o gigante...

Com erros e trapalhadas de um lado e a corrupção sistemática e às claras do outro, fico com a primeira. Tem cura.
Por outro lado, uma coisa me chamou a atenção nestes últimos dias.
O Kibeloco é um blog de humor que atira para todos os lados e está presente na Internet há mais de um ano. O fato da senadora Heloisa Helena querer imputar a brincadeira, de mau gosto, mas brincadeira que fizeram com ela ao “vagabundo” presidente mostra o despreparo para enfrentar a crítica e o contraditório.
Não é por aí, querida Senadora. A senhora tem um carisma inerente e é de uma sensibilidade e pureza inigualáveis.
Agora, a ética religiosa é diferente da política sim. E isso não justifica os erros mas, os torna quase impossíveis de serem evitados.
Ah! Falando nisto, desde que me entendo por gente, a corrupção é, em todos os níveis administrativos, endêmica.
Não só no Brasil mas em todos os países do mundo e em toda a História da humanidade.
Querer imputar a este ou a qualquer governo um halo de santidade é ser cínico, ou imbecil...
Prefiro poder dar a oportunidade de defesa aos acusados e punição aos criminosos do que crucificar inocentes ou deixar passar ileso os verdadeiros corruptos e corruptores.
Quem pensar de outra forma está sendo venal ou conivente.

1 comment:

  1. Fui fiscal da coligação de Lula no primeiro turno. Chamou-me a atenção um casal. A mulher demonstrou dúvida em quem votar. O cara disse "tanto faz. Lula não cheira nem fede".

    Notei que se tratava de um cara com padrão classe média alta. Percebi que o cara tinha vida boa e, portanto, não estava nem aí para o resto do País. Afinal de contas, a vida dele estava, pelo menos do seu ponto de vista, resolvida. Sabe aquela coisa da Suiça, cujo país resolveu tudo e, agora, não tendo mais o que fazer, começam a suicidar-se?

    Acontece que ainda não chegamos ao padrão Suiço. Temos muito a fazer. Que bom se as pessoas que tem suas vidas resolvidas pensassem no resto do País na hora de votar. Se assim o fizessem, Lula teria 100% dos votos nestas eleições.

    Mino, que tal visitar meu blog? Nele tem um link para um artigo interessante sobre um Papa que deu à luz.

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