Jamais eu deixaria de querer-te,
Se tenho em ti a glória e o descaminho,
E quando nos teus braços eu me aninho
Do sonho não há quem tente ou desperte.
O Amor quando em saudade se converte
Por vezes se tornando mais daninho,
Espalha a tempestade aonde o vinho
Bebera com ternura; e a paz deserte.
Não posso me calar, por isso canto,
E vivo ainda à luz do raro encanto
Que espalhas sobre a Terra, deusa nua,
Minha alma se mostrando transparente
E tendo esta candura que apascente,
Por sobre estas procelas já flutua.
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