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Saturday, July 22, 2006

Tucanolândia - capítulo 17 - De fazendas e invasões

Estávamos no ano de 2002. No reino da Tucanolândia, havia uma desigualdade social gigantesca e os conflitos agrários se tornavam repetitivos e cada vez mais agressivos.
Tínhamos tido episódios de massacres e mortes, desde os tempos mais primordiais da História do Reino.
A grilagem de terras por um lado e as invasões de propriedades se tornaram assunto de dia-a-dia, sendo que a Reforma Agrária prometida nunca vinha de forma a contentar nenhuma das partes envolvidas.
A partir dos movimentos de base da Igreja Católica, a Pastoral da Terra, surgiu um movimento coordenado de ação para a tentativa de execução da Reforma Agrária, o MST.
Como era de se esperar, as punições aos grileiros eram extremamente raras, e as terras griladas, na maioria das vezes, passaram a pertencer, oficialmente e extra-oficialmente, aos poderosos invasores.
No mês de março de 2002, o MST invadiu uma propriedade particular do Rei Dom Fernando Henrique Caudaloso.
Pela Constituição, os bens privados não poderiam ser tratados como bem público e, pelo que me consta, a propriedade do cidadão Fernando Henrique Caudaloso não era e nunca seria um Bem público, pois se fosse, com certeza, ele teria privatizado-a ou, pelo menos tentado...
Mas, esquecendo-se da Constituição, Dom Fernando, convocou o Exército para efetuar a desapropriação.
Topete primeiro que, naquela altura do campeonato, era o Governador da Província das Gerais, e já estava de relações cortadas com Dom Fernando, motivada pelo que acusava de ser “apropriação indébita” do seu plano econômico, o Real, não gostou muito disso não.
A utilização de tropas federais para a defesa de propriedade privada era um abuso de autoridade inconteste, o que levou à reação da oposição, a quem Dom Fernando acusava de ser a mentora de tal invasão.
Depois de muito disse me disse, com ameaças, inclusive, da utilização da policia militar pelo Governador Topete primeiro, a situação foi superada.
Mas, para muita gente, ficou a impressão de que, para Dom Fernando Henrique, todo o país era propriedade sua, onde poderia fazer o que bem entendesse.
Fato esse comprovado pela venda “a toque de caixa e a preço de banana”, dos bens públicos, ou seja de Don Fernando...

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