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Saturday, April 9, 2011

91

No tempo que passa
A vida se expressa
E quando depressa
A sorte esfumaça
E resta o que traça
Na força e começa
A luta sem pressa
Ou mesmo se escassa.
Vencendo o caminho
Enquanto não vira
Meu tempo daninho
Exposto à mentira
Enquanto me alinho
Ao que se retira.

92

Já nada se vendo
Nem mesmo sentindo
O tempo eu desvendo
O mundo vestindo
O quanto em remendo
E tanto já findo
O passo onde entendo
O sonho partindo.
Resumos das eras
Que tanto temperas
Em atos diversos
E bebo somente
Ousando a semente
Expressa nos versos.

93


Não vejo sentido
No tempo que a vida
Pudesse e duvida
Enquanto eu me olvido
Do verso vivido
Na luta premida
E sei da ferida
Ou quanto lapido
Do tempo sem rumo
Do canto em resumo
Assumo os pecados,
E vejo os medonhos
Cenários em sonhos
Em tons rabiscados.

94


A bala, o corcel
O vento se abala
E nada mais cala
O tempo cruel,
Ousando em tal céu
A luta avassala
A sorte não fala
Nem tira seu véu,
E vendo o que resta
A sorte funesta
Atestando o fim,
Vencido singrando
O tempo mais brando
Negando ao que vim.

95


Não vendo a verdade
Que o tempo ora esconde
Sem saber nem onde
A vida me agrade
Ou traz liberdade
Ou mesmo responde
Enquanto em tal fronde
A sorte degrade
Podendo talvez
No quanto ora crês
Saber de tal fato
Meu mundo se deixa
Levar pela queixa
Quem em ti, eu constato.

96


Na palavra mais gentil
Ou no verso dolorido
O que tanto não se viu
Diz do sonho descumprido
O momento mais sutil
Noutro tempo resumido
Nem tal sorte se previu
Nem jamais se fez ouvido.
O vencido vencedor
Pelas tramas de um amor
Já não tendo solução
Entregando sem defesa
Segue em plena correnteza
Acordes do coração.

97


O meu canto sem sentido
O meu verso sem caminho
Onde busque novo ninho
Velho campo repartido
Entre o quanto não duvido
E deveras já me alinho
Vou vivendo mais sonho,
Dos meus passos, redimido.
Vendo o tempo de viver
Vendo o sonho se acabar
Onde quis algum prazer
Nada mais irei notar
Nem vontade de querer
Nem saudades de voltar.

98

Resumindo minha vida
Noutro toque ou na promessa
Sem saber desta saída
Nova senda recomeça
E bebendo a já perdida
Sensação de quem tropeça
Numa sorte construída
Onde o nada me endereça
Vivo apenas por viver
E não canso de uma luta
O que possa cada ser
Na verdade não reluta
E se tento espairecer
Sonho traz leda permuta.

99


Nada mais quero senão
A verdade de que um dia
Envolvendo em fantasia
Vejo a mesma solidão,
O meu tempo diz do não
A palavra não se adia
E o que pude em agonia
Traço em rara dimensão,
Onde tento novamente
O que possa e não desmente
Traz na mente outra esperança.
O meu passo não se cansa
Onde houvera plenamente
A vontade não alcança.

100

Resumindo cada fato
Neste pouco que me resta
A palavra não atesta
O que em sonhos mal constato,
Bebo então tal vário fato
Num calvário, a voz funesta
Onde quis a mera festa
Outro tom ora retrato,
Sem recato e na verdade
No que possa em realidade
Outra luz já não me guia
O meu mundo se perdendo
Onde vejo o tom horrendo,
Morta a rude poesia.

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