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Saturday, June 3, 2006

DAS CARONAS E DE PAULO CARNIÇA

Falando em Paulo Carniça, assim que se aposentou como açougueiro e político, o nosso querido amigo, passou, por um processo de alienação mental progressiva, a adquirir um hábito terrível.

Pedia carona a quem quer que fosse para qualquer lugar.

Era comum alguém passar de carro e, ao ser feito o sinal de solicitação de carona por Paulo, ao parar e informar que o rumo a ser tomado era outro, Paulo entrar no carro assim mesmo e ir para nem imaginava.

Esse hábito era conhecido de todos, inclusive por João Bento, caminhoneiro conhecido de uma cidade próxima a nossa.

Pois bem, numa tarde de sexta feira, João Bento, ia para Muriaé, onde tinha marcado um encontro com um desafeto para acertarem as contas sobre um terreno vendido há tempos, no estado da Bahia.

Distraído, ao perceber que Paulo lhe pedia carona, parou e perguntou para onde esse ia.

Ao informar Paulo que iria para Muriaé, esse, prontamente, subiu no carro e se acomodou no banco do carona.

Quando chegaram ao cartório, João pediu a Paulo que esperasse um pouco, pois ele voltaria em seguida.

Para espanto de Paulo, ao descer, João deixou perceber que estava armado.

Mas, como Paulo conhecia João e sabia que o mesmo tinha um temperamento pacífico, permaneceu no seu lugar enquanto o amigo se dirigia par o cartório.

Nesse ínterim, um conhecido de Paulo o reconheceu e começou a conversar com ele.

Assunto bobo, tipo como vai a comadre, como vão os meninos essas coisas...

Mas, de repente, se ouviu um tiro e um burburinho gigantesco no outro lado da rua.

João vem correndo, abre a porta e, com a arma ainda em punho, acelera o carro a toda.

Paulo, pálido e tremendo todo, dos pés à cabeça, olha para João que, sem pestanejar foge em alta velocidade, Rio Bahia abaixo.

Num sentido totalmente contrário ao da pequena cidade.

João distraído e Paulo apavorado, não deu outra.

Quando João se apercebeu da presença de Paulo, já estavam próximos de Governador Valadares.

Ao perceber o amigo em estado de pânico, mas sem poder voltar para trás, pergunta-o se poderia deixá-lo ali.

Paulo nem sabia que cidade era aquela, mas, devido ao estado de choque em que se encontrava, nem pensou em dizer não.

Devidamente “despejado” na cidade estranha, Paulo dava graças a Deus por estar vivo.

João, quando parou o carro, quase na divisa com a Bahia, ao reparar bem naquela mancha escura no banco do carona do seu carro, passou a entender melhor o apelido de Paulo Carniça.

Quanto a esse, depois de tal episódio, se curou da mania de pegar carona.

Agora, como ele voltou para casa; isso são outras caronas!

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