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Thursday, June 15, 2006

Me Engana que Eu Gosto

Nos últimos dias tem ocorrido uma tentativa espúria de transformação de um vegetal em um animal.
Havia um legume, sem paladar, que habitava o interior paulista. Essa leguminosa, durante muitos anos aprendeu a conviver com os outros vegetais da feirinha.
Porém, a partir do contato desse legume com uma matilha de lobos velhos e pilantras, começaram a perceber que esse vegetal não iria muito longe com sua insossa atuação.
Haveria necessidade de “apimentar” o legume para ser mais tragável.
Mas, como todos sabem, lobo não come lobo e os velhos caninos convidaram essa leguminosa para tentar aprender alguns macetes como criar e mostrar os dentes.
Antes que houvesse essa tentativa de transformação, a matilha teve que se reunir para definir qual seria o lobo que acompanharia o legume na viagem.
Obviamente, esse encontro foi marcado por muitos latidos e uivado, com mordidas desferidas a esmo, até que se escolheu um lobo velho, aparentemente sem dentes, mas com a inerente agressividade da espécie.
Os lobos daquela floresta eram especialmente agressivos e tinham como característica principal o de pilharem qualquer outra espécie animal que aparecesse por perto, inclusive outros lobos de matilhas que não aquela.
Durante muito tempo se associaram aos Gorilas da Floresta para poderem obter benefícios e facilidades.
Após a expulsão dos gorilas, os lobos se uniram a outros tipos de espécies tanto animais quanto vegetais para manterem o poder sobre a floresta.
Pois bem, após terem quase que entregues toda a floresta para animais de outras bandas, perderam o poder.
Mas, agora, tentavam de todas as formas voltarem a mandar e desmandar.
Um lobo, pilantra antigo de guerra, de índole bisbilhoteira e entreguista, ameaçou convidar os Gorilas da Floresta, entregando os filhotes dos outros animais e as pequenas plantas indefesas de novo às garras dos Gorilas sob os auspícios dos Lobos.
A tentativa de transfundir ao legume as características principais desta matilha, fez com que, o antes inofensivo legume, passasse a ladrar a esmo.
Latia e latia, mas todos sabiam que ele, no fundo, continuava a ser o legume de sempre.
O lobo velho, a cada latido da leguminosa semitonava junto, dando o aspecto híbrido que não convencia mais ninguém.
Acreditando que estava fazendo sucesso, o pobre vegetal se orgulhava a cada latido mais alto, até chegou a aprender a uivar, mas o sotaque não enganava ninguém.
Quem nasceu para legume nunca vai chegar a lobo, o máximo que vai conseguir é emitir um “uivado” ridículo e a esmo.
A claque aplaude o pobre vegetal mas isso parece muito com aquela máxima: “Me engana que eu gosto”...

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